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  1. Maconha. Embora do ponto de vista científico não esteja claro que a maconha possa provocar dependência química, não existe consenso popular da existência ou não dessa dependência. Muitos defendem tratar-se de uma droga que não vicia e que a dependência é meramente psicológica. Outros asseguram que vicia sim e, por isso, deve ser mantida na ilegalidade. Há os que acreditam não ter cabimento prender um adolescente por estar portando um cigarro de maconha o que no Brasil, assim como em muitos outros países, é considerado crime. Desse modo, certas correntes advogam que a maconha deve ser descriminalizada, mas não legalizada, enquanto outras defendem sua legalização, baseando-se no fato de que drogas como o álcool e a nicotina são utilizadas e vendidas com total liberdade, apesar de ninguém ignorar que causam mal à saúde. É importante, então, esclarecer como a maconha age no organismo. Assim que a fumaça é aspirada, cai nos pulmões que a absorvem rapidamente. De seis a dez segundos depois, levados pela circulação, seus componentes chegam ao cérebro e agem sobre os mecanismos de transmissão do estímulo entre os neurônios, células básicas do sistema nervoso central. Os neurônios não se comunicam como os fios elétricos, encostados uns nos outros. Há um espaço livre entre eles, a sinapse, onde ocorrem a liberação e a captação de mediadores químicos. Essa transmissão de sinais regula a intensidade do estímulo nervoso: dor, prazer, angústia, tranquilidade. As drogas chamadas de psicoativas interferem na liberação desses mediadores químicos, modulam a quantidade liberada ou fazem com que eles permaneçam mais tempo na conexão entre os neurônios. Isso gera uma série de mecanismos que modificam a forma de enxergar o mundo. O INTRIGANTE PROBLEMA DA DEPENDÊNCIA Drauzio – Considerando sua larga experiência sobre o tema, qual sua opinião sobre a capacidade de a maconha causar dependência? Elisaldo Carlini – Quanto ao problema da dependência, é importante considerar as conclusões de alguns estudos sobre o fenômeno da dependência. Pode parecer incrível, mas há trabalhos descritos na literatura sobre a dependência, por exemplo, da cenoura. As pessoas comem tanta cenoura que ficam com a pele amarelada e, por alguma razão, impedidas de comer, entram em crise de abstinência. Há também descrição de dependência, inclusive com síndrome de abstinência, entre pessoas que tomam placebo, substância inócua que não deveria causar alteração nenhuma nesse mecanismo. Em relação à maconha, há casos registrados de dependência, mas eles não são freqüentes, se considerarmos a imensa população mundial de usuários. Além disso, comparada com outras drogas, a maconha é muito menos indutora de dependência química. Drauzio – Não será esse o ponto? Fala-se que a maconha não induz dependência porque se compara com outras drogas mais indutoras? Elisaldo Carlini – Pode ser o ponto, mas se colocarmos a maconha no mesmo saco que as outras drogas, corremos o risco de desacreditar as mensagens de alerta em relação à cocaína, heroína, etc. “Ah, já fumei maconha várias vezes e está tudo bem comigo. Se é tudo igual, posso usar as outras sem preocupação”. LEGALIZAÇÃO E DESCRIMINALIZAÇÃO DA MACONHA Drauzio – Como você encara a legalização da maconha? Elisaldo Carlini – Sou totalmente contra o uso e a legalização da maconha. No entanto, é necessário distinguir legalização de descriminalização. Quando falo em descriminalizar, não estou me referindo à droga. Estou me referindo a um comportamento humano, individual, que atinge o social. Quando falo em legalizar, falo de um objeto. Posso legalizar, por exemplo, o uso de determinado medicamento clandestino ou de um alimento qualquer desde que prove que eles não são prejudiciais à saúde. Como a maconha faz mal para os pulmões, acarreta problemas de memória e, em alguns casos, leva à dependência, não deve ser legalizada. O que defendo é a descriminalização de uma conduta. Veja o seguinte exemplo: se alguém atirar um tijolo e ferir uma pessoa, não posso culpar o tijolo. Só posso criminalizar a conduta de quem o atirou. A mesma coisa acontece com a maconha. O problema é criminalizar seu uso e assumir as consequências da aplicação dessa lei. Nos Estados Unidos, num único ano, 600.000 pessoas foram detidas e processadas por posse de maconha e o sistema de justiça americano acabou não fazendo outra coisa do que julgar jovens que, na maioria das vezes, não haviam cometido nenhum outro deslize e ficavam marcados por uma ficha criminal que os prejudicava na hora de conseguir um emprego, por exemplo, e de tocar a vida. Diante disso, vários estados americanos optaram por descriminalizar o uso da maconha. O mesmo fizeram o Canadá e alguns países da Europa, entre eles Portugal. O importante não é punir um comportamento. É corrigi-lo. Para tanto, deve existir um programa eficiente de prevenção e de educação para que a pessoa evite consumir essa ou qualquer outra droga. Repetindo, sou contra o uso e a legalização, mas favorável à descriminalização da maconha. Drauzio – Seguindo essa linha de pensamento, você também é contra a legalização do álcool, uma droga com impacto social pior do que o da maconha? Elisaldo Carlini – Não sou contra a legalização do álcool, porque vivemos uma situação de fato em que seu uso social é aceito e está consagrado. Os resultados da famosa Lei Seca americana já provaram que é impossível proibir o uso do álcool e que, se o fizermos, o tiro pode sair pela culatra. Não acontece o mesmo com a maconha. A não ser em restritas áreas do mundo, seu uso marginal não é aceito socialmente. Legalizá-la significaria torná-la disponível e sujeita a campanhas de publicidade que estimulariam seu consumo. No entanto, não tenho dúvida de que, se ele continuar crescendo, a sociedade terá de enfrentar no futuro o problema da legalização, porque não adianta lutar contra algo imposto pelo comportamento da população em geral. Por isso, no momento, é preciso empenhar todos os esforços para desenvolver um programa educacional eficiente visando a impedir o aumento do consumo e, quem sabe, até mesmo baixá-lo, já que muito jovem fuma maconha para transgredir a ordem estabelecida. De certa forma, parece que a transgressão faz parte da vida dos adolescentes. Numa conferência a que assisti recentemente na Universidade Federal de São Paulo sobre descriminalização ou não da maconha, um professor da Bahia colocou a importância da transgressão na formação da personalidade e citou Adão e Eva, os primeiros transgressores da lei, que não respeitaram a proibição divina e comeram a maçã proibida. AÇÃO DA MACONHA NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL Drauzio – Como age a maconha no sistema nervoso central? O que explica que algumas pessoas experimentem uma sensação de paz e tranquilidade, enquanto outras se queixem de delírios persecutórios? Elisaldo Carlini – As viagens boas predominam sobre as alucinações, delírios persecutórios, medos avassaladores. Se não fosse assim, o uso da maconha não seria tão difundido. Até 1964, quando foi encontrado e isolado o tetraidrocanabinol (THC), sequer se conhecia o princípio ativo dessa planta. Tal descoberta deu lugar a dois questionamentos. Primeiro: se existe o THC, uma substância pura que age no cérebro, nele deve existir um receptor programado para recebê-la. Segundo: se esse receptor existe, nós devemos produzir espontaneamente uma espécie de maconha interna para atuar sobre ele. O passo seguinte foi descobrir que todos os cérebros fabricam uma substância endógena, uma espécie de maconha interna que foi chamada de anandamida, palavra que em sânscrito quer dizer bem-aventurança. Disso resultou uma série enorme de cogitações científicas. Por exemplo: se todos têm um sistema canabinoide que age no cérebro, será que doenças mentais não poderiam resultar de alterações no funcionamento desse sistema? Outro aspecto que está sendo muito discutido é a relação entre esquizofrenia e os grandes usuários de maconha. Muitos estudiosos levantam a hipótese de que não são as pessoas comuns que se tornam dependentes. Seriam as portadoras dessa doença que desenvolveriam extrema dependência da droga na tentativa de automedicar-se sem ter o conhecimento exato do que estão fazendo. Na esquizofrenia, existem algumas características chamadas de sintomas negativos. Os pacientes apresentam grande achatamento do afeto. Não vibram com nada. Morrer a mãe ou ganhar um prêmio na loteria dá no mesmo, pois são incapazes de serem tocados pelas emoções e isso faz falta para o ser humano que precisa estabelecer relacionamentos afetivos e experimentar alegrias e tristezas. Parece que a maconha estimula a evocação de sentimentos e sensações que essas pessoas desconheciam e disso decorreria enorme dependência. Com base nesses dados, está sendo estabelecida nova teoria sobre os efeitos da maconha. GRAU DE DEPENDÊNCIA DA DROGA Drauzio – Os usuários costumam queixar-se da qualidade da maconha atual. Será que a droga perdeu realmente a qualidade ou, à medida que vai sendo usada, induz tolerância e são necessárias doses cada vez mais altas para produzir o mesmo efeito? Elisaldo Carlini – Isso depende. É verdade que há indivíduos que ficam dependentes da maconha, mas quero frisar que essa não é a regra geral, não é o que mais preocupa. Fiz parte de um grupo da Organização Mundial de Saúde que estudou o problema do uso cultural da maconha e tive a oportunidade de verificar que grande número de pessoas não se torna dependente. Vi, por exemplo, em Atenas, na Grécia, estivadores saírem do porto no final da tarde e se reunirem nos bares para fumar haxixe, uma forma concentrada de maconha, como se estivessem tomando o chá das cinco. Os psiquiatras gregos que nos acompanhavam comentaram que se tratava de um encontro meramente social repetido todos os dias e que não havia indicação de dependência da droga nessas pessoas. Além disso, a maconha foi considerada um medicamento valioso no século XIX e nos primeiros 30 ou 40 anos do século XX. Nas farmacopeias americana, inglesa, brasileira, e nos livros de medicina dessa época, é possível encontrar receitas de maconha para uma série de distúrbios. A maconha tem esse lado contraditório. A literatura está repleta de trabalhos sobre as misérias humanas e sobre os benefícios terapêuticos, que não são poucos, que essa droga produz. Por exemplo, nos casos de esclerose múltipla e de dores neuropáticas, seu efeito não é desprezível. MACONHA E MEMÓRIA Drauzio – E em relação à memória, qual é o efeito da maconha ? Elisaldo Carlini- Em relação à memória, o efeito da maconha é bastante curioso e foi muito estudado em nosso departamento. Ela bloqueia a memória de curto prazo, isto é, a memória de pequena duração da qual precisamos num determinado instante e da qual nos desfazemos em seguida. Por exemplo: ao ouvir os números de um telefone, se tivermos que procurar papel e lápis para anotá-los, eles se esvairão de nossa memória e seremos obrigados a pedir que sejam repetidos, o que não acontecerá se tomarmos nota imediatamente. No entanto, muitas pessoas costumam queixar-se de lapsos de memória quando fumam maconha. Foi o que aconteceu com uma moça que trabalhava no PBX de um hotel e não conseguia completar as transferências de ligação porque se esquecia do número pedido segundos antes, o que não ocorria se não estivesse sob o efeito da droga, e com o jovem bancário que, mal acabava de atender um cliente no balcão, se esquecia do nome que deveria procurar no arquivo. Esse efeito, que de fato existe, pode trazer grande prejuízo especialmente para os estudantes. Quem vive chapado o tempo todo não consolida a memória de longo prazo, uma vez que ela se solidifica pela repetição do que é registrado na memória de curto prazo. Trata-se, porém, de um efeito transitório que desaparece quando a pessoa se afasta da droga. Existe outro efeito curiosíssimo da maconha: ela diminui a taxa de testosterona circulante nos homens e reduz o número de espermatozoides, embora não os faça desaparecer completamente. Não interfere na libido, mas, se o homem quiser ter filhos, fumar maconha é mal negócio. Num congresso nos Estados Unidos, levantou-se até a possibilidade, não comprovada, de que seu uso constante pudesse representar o primeiro anticoncepcional masculino. Nesse caso, também, suspendendo-se o uso, a produção de espermatozoides volta ao normal. APLICAÇÃO TERAPÊUTICA DA DROGA Drauzio – Os grandes usos médicos da maconha são inibir o vômito na quimioterapia, reduzir a pressão intraocular nos casos de glaucoma e melhorar o apetite de doentes com AIDS em estágio avançado. Com exceção da esclerose múltipla, para todas essas outras situações existem drogas muito melhores do que a maconha, mais potentes e com eficácia comprovada. Você não acha que esse uso medicinal amplo exige um conjunto de informações que ainda não dominamos completamente? Elisaldo Carlini – Na verdade, existem drogas mais modernas e mais ativas para serem indicadas nesses casos. No entanto, sabemos que não há medicamento eficaz em 100% dos pacientes. Mesmo a morfina não consegue produzir analgesia suficiente em todos os quadros dolorosos. Considerando que, no controle da náusea e do vômito resultante da quimioterapia, o efeito da maconha é digno de nota, não faz sentido restringir seu uso na parcela da população com câncer que poderia beneficiar-se dela quando não responde satisfatoriamente às outras drogas. O efeito da maconha está também descrito e comprovado em relação ao aumento do apetite dos pacientes caquéticos com AIDS e câncer. Aliás, o poder orexígeno da maconha é inquestionável. Ela realmente desperta o apetite. No que se refere à esclerose múltipla, trabalho patrocinado por dois grandes laboratórios e recém terminado na Inglaterra descreve o bom resultado da indicação da maconha, ministrada por via nasal, isto é, por inalação de dois ou três de seus componentes, no alívio das dores espásticas e neuropáticas. Isso confirma as observações do passado e abre novas perspectivas. A Holanda, por exemplo, já comunicou à ONU que está admitindo a plantação de maconha para fins comerciais e terapêuticos em fazendas monitoradas pelo governo, uma vez que doze mil pessoas dependem dela para tratamento médico e que o país pretende exportar o cigarro no futuro. A propósito, gostaria de citar que, em 1905, a Gazeta Médica de São Paulo publicava um encarte de propaganda a respeito de cigarros de maconha importados da França: “Cigarros Índios (outro nome da maconha) importados da França”. QUESTIONANDO A METODOLOGIA Drauzio – Você não acha que do ponto de vista metodológico, esse tipo de trabalho científico para provar a eficácia da droga fumada não tem paralelo, porque a absorção é muito variável, depende da profundidade da tragada, do tempo e da quantidade de fumaça que permanece no pulmão? Por outro lado, quando se usa a maconha em comprimido, que seria a forma de controlar a dose, sua absorção é errática, varia muito de uma pessoa para outra. Elisaldo Carlini – Você tem toda a razão, tanto que o que está para ser aprovado e comercializado em alguns países do mundo é o princípio ativo da maconha, o THC. Já existe uma substância comercializada por um laboratório americano, que se toma por via oral e cuja concentração do princípio ativo pode ser controlada. Entretanto, parece que essa não faz o mesmo efeito dos cigarros de maconha. Talvez a explicação para tal resultado esteja na superfície dos alvéolos pulmonares que mede mais ou menos 80 m², o equivalente a área de uma quadra de tênis. Consequentemente, a capacidade de absorção nessa região deve ser imensa e justifica a administração de vários medicamentos por inalação. Quanto ao cigarro de maconha, a absorção dos componentes deve variar muito, porque depende de sua concentração na fumaça que se aspira em cada tragada. EXPERIÊNCIA EM OUTROS PAÍSES Drauzio – Fale sobre a experiência holandesa de legalização da maconha, porque na Holanda pode-se fumar maconha em qualquer lugar. Elisaldo Carlini – Na Holanda, você pode fumar em qualquer lugar e existem free-shoppings, na verdade, centros urbanos em que se chega de carro e se compra a droga tranquilamente. Isso acabou se transformando num problema sério na fronteira da Holanda com a Alemanha, porque caravanas de outros países se dirigiam a essas cidades atraídas pela facilidade de obtenção da maconha. Outro fato interessante é que, nos bares holandeses onde se fuma maconha, são mal recebidos os usuários de outras drogas, como cocaína ou heroína, por exemplo. Na verdade, o ingresso dessas pessoas é praticamente proibido pela clientela que freqüenta esses lugares. Além disso, como já mencionamos, a mensagem de transformar o cigarro de maconha em medicamento partiu do poder executivo. Drauzio – Como você vê a situação nos outros países? Elisaldo Carlini – No Canadá, aconteceu o contrário. O parlamento recomendou ao governo central não só a descriminalização, mas também a legalização da maconha, argumentando que ela faz menos mal do que o álcool e o cigarro e que o judiciário está sobrecarregado atendendo a enorme população de jovens usuários dessa droga que ficam marcados por possuir uma ficha criminal. Se a polícia, no Brasil, tivesse a mesma eficiência da canadense, por exemplo, o número de prisões e processos envolvendo usuários de maconha seria surpreendentemente assustador. Levando em consideração que numa rave dance na periferia de São Paulo – e esse não é o único estado da federação em que isso acontece – milhares de pessoas se reúnem para consumir ecstasy, pode-se concluir que nossas estatísticas estão subestimadas. No entanto, os profissionais que discutem essa realidade não têm vivência prática para entender a magnitude do problema. O parlamento peruano enviou recentemente para o executivo um projeto legalizando o uso da folha de coca. O governo do Peru, incomodado com a deliberação, comunicou-a às Nações Unidas que vai ter de pronunciar-se sobre o assunto. RELAÇÃO ENTRE MACONHA E VIOLÊNCIA Drauzio – Na Casa de Detenção, os guardas de presídio lembravam com saudade do tempo em que só a maconha circulava pela cadeia porque o pessoal era menos agressivo e violento. Como se explicam, então, esses casos de violência familiar atribuídos ao uso da maconha? Elisaldo Carlini – A imprensa tem falado muito sobre o assunto e, às vezes refere-se à maconha, às vezes, à cocaína. No entanto, não acredito sob hipótese alguma que essas drogas sejam capazes de gerar violência patológica, violência assassina, se a tendência já não existir dentro do usuário. A droga irá possibilitar, apenas, que determinadas características pessoais aflorem e se manifestem. No livro “Casa Grande e Senzala”, que comenta a formação socioeconômica do nordeste, o autor Gilberto Freire relata que os donos de engenho davam bastante maconha para os escravos porque sob sua ação a senzala ficava em paz. Isso não vai contra o que sabemos hoje sobre maconha e violência: aparentemente a relação, se houver, é negativa, isto é, as pessoas não se tornam mais agressivas do que naturalmente são. THC MIMETIZA A ANANDAMIDA Drauzio – O que acontece quando os componentes ativos da maconha chegam ao cérebro? Elisaldo Carlini – Em várias áreas do nosso cérebro existem os chamados receptores para a maconha, localizados na superfície dos neurônios sobre os quais a droga irá atuar. Quando se processa o estímulo nervoso, as moléculas dos neurotransmissores são liberadas e vão atuar no neurônio receptor (em amarelo nas figuras). Se substituirmos a dopamina citada como exemplo pelo neurotransmissor anandamida, teremos ideia do processo de funcionamento dos componentes ativos da maconha no cérebro, pois o THC existente no cigarro de maconha faz as vezes da anandamida e age diretamente sobre seus receptores em diferentes áreas cerebrais. No sistema límbico, que controla a emoção e funções psíquicas superiores, pode provocar sonhos, alucinações ou sensação de paz e de angústia. PLANTA ORIGINÁRIA DA ÁFRICA Drauzio – De onde é originária a maconha? Elisaldo Carlini – A maconha é originária da África. No entanto, talvez a mais antiga referência à planta e a seu uso como medicamento esteja no primeiro herbário construído no mundo, uma coleção de plantas de um imperador chinês, e num livro de Medicina escrito na China no ano 7000 aC. Na época das Cruzadas, espalhou-se a crença de que a maconha ou haxixe que os muçulmanos fumavam geraria a agressividade com que combatiam os cristãos que queriam libertar Jerusalém. O primeiro registro sobre o uso da maconha em nossa língua data de 1564 e foi escrito por um português. Um sultão, parece que amigo de Martin Afonso de Souza, contou-lhe que, quando queria ir à Pérsia, à China ou ao Brasil, fumava um pouco dessa droga. http://drauziovarell...uimica/maconha/
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  2. Bom pessoal, primeiramente, quero ressaltar que esse projeto em nada tem a ver com o tópico semelhante que rolou aqui tempos atrás. Depois de muito pesquisar a respeito da desinformação geral nos meios jornalístico, jurídico, médico, etc, percebi a importancia de realizarmos material em video, num formato curto e didático explicando o dia a dia do "grower". Nossa realidade, os riscos absurdos que corremos, nosso combate efetivo ao trafico, o carater medicinal que a cannabis possui para muitos de nós, etc. Nesse primeiro momento, quem estará no planejamento de tudo sou eu e o brother JAHBAA THE HUT. Eu na parte de produção e agendamento e o Jahbaa responsável pela produção técnica. Mais alguns profissionais estarão envolvidos no projeto, pessoas de absoluta confiança, mas que porém não possuem login no Growroom. Está mais que na hora de mostrarmos para a grande sociedade o cerne da nossa luta e principalmente, que não somos bandidos. Até mesmo no dia a dia do direito o que noto é que quase ninguém sabe realmente como funciona o cultivo caseiro. Por incrível que pareça, hoje, eu diria que 99.999% dos juízes do País não sabem NADA sobre a planta, quem dirá quanto uma planta produz. Nossa ideia é através do acompanhamento da rotina dos interessados (cerca de 1 ou 2 dias de filmagem) desmistificar que grower é bandido e principalmente, que 1 pé =1kg e absurdos do gênero. Para tornar esse projeto realidade, estamos selecionando interessados em mostrar seu grow e seu cotidiano. A obra deverá ser veiculada no youtube, com uma produção caprichada e buscando número relativamente grande de views. o video possuira entre 5 e 10 min. Quanto mais gente ver nossa causa, melhor! A ideia inicial é para que saia no primeiro semestre do ano que vem no periodo de chamada das Marchas 2013, pode parecer um tempo longo mas, considerando que o trabalho de todos os envolvidos será voluntario e as datas das filmagens terao de ser encaixadas no tempo livre da equipe, realmente não é. Nao temos pressa porque o objetivo é um produto bem acabado mas tambem não temos prazo para perder tempo! Desde que começamos a discutir isso sabemos o quanto é difícil achar os interessados, O GROWER DISPOSTO A MOSTRAR NAO APENAS SEU CULTIVO MAS SEU ROSTO,"INTIMIDADE" E COTIDIANO, sera a peça chave desse projeto e com muito mais importancia para seu merito do que a acessoria juridica, equipe de filmagem, producao ou pós-produção. Temos certeza que com a ajuda dessa grande família, será possível. PROCESSO SELETIVO: Receberei por MP os contatos dos interessados e em uma triagem, principalmente através de bate papo, escolheremos 3 (três) nomes. Quanto mais divergente for um do outro, melhor! Imaginem que bacana um documentário mostrando um grow de um profissional autônomo, de algum jovem que more com os pais (e estes permitam o cultivo), de um pai de familia de meia idade, de um idoso, de um paciente de cannabis medicinal, etc…Portanto não existe um perfil especifico. A principio daremos prioridade para groowers residentes em SP e região por questao de viabilidade. Esperamos realmente que apareçam interessados, pois esse documentário virá para contribuir ainda mais com nossa causa! O interessado não arcará com NENHUM custo, apenas receberá por 1 ou 2 dias nossa equipe para mostrar alguns momentos de seu cotidiano. Tivemos que ter muita coragem para lançar essa ideia, mas temos certeza que com o apoio incondicional desse pessoal, o bicho vai pegar!! E aí, are you ready?!
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  3. Ciência/Reino Unido: A eficácia anti-epiléptica do cannabidivarin será testada em ensaios clínicos Cientistas da Universidade de Reading demonstraram, pela primeira, vez que um canabinóide da planta de cannabis ainda não estudado, pode levar a tratamentos eficazes para as pessoas com epilepsia. A equipe do Departamento de Farmácia da Faculdade de Psicologia descobriu que o cannabidivarin (CBDV) tem o potencial de evitar novas crises com poucos efeitos secundários. O Cannabidivarin é um cannabinóide do grupo CBD. No estudo, realizado pela Universidade de Reading, o CBDV reprimiu fortemente o número de crises em seis modelos diferentes de animais utilizados normalmente na pesquisa de fármacos anti-epilépticos. O Cannabidivarin demonstrou ser também eficaz quando utilizado em combinação com fármacos tradicionais de tratamento da epilepsia e, ao contrário de outros canabinóides como o THC, não é psicoactivo e portanto, não causa efeitos psicotrópicos. O Dr. Ben Whalley, que lidera o estudo, disse: "Este é um marco extremamente emocionante na nossa investigação sobre elementos não-psicoativos da cannabis como tratamento contra a epilepsia. (...) As drogas prescritas actualmente para prevenir as crises podem causar efeitos secundários significativos na mobilidade e nas capacidades cognitivas dos indivíduos, o que por sua vez pode afectar negativamente a qualidade de vida das pessoas que têm de os tomar diáriamente." A empresa britânica GW Pharmaceuticals disse à Reuters que os ensaios clínicos utilizando o cannabidivarin poderiam começar em 2013. LINK: http://www.cannabis-med.org/portuguese/bulletin/ww_po_db_cannabis_artikel.php?id=30#1
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  4. pico aberto, bem tranquilo.. só ficar ligado nos segurança
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  5. por isso que eu gosto da internet
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  6. Então irmão... é uma casa noturna da elite, fica na estrada que leva ao Jurere Internacional. O lugar tem uma tenda gigantesca, local onde rola o show..... só que os zomi aqui estão com sangue nos olhos.... está rolando varias prisões em relação aos trafica.... é a operação verão começando. Mas já fui em show lá e fumei de boa... mas não era o Planet, rsrsrsrs!!! Mas estaremos lá de certeza!!!
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  7. Acho que hoje felizmente podemos SIM argumentar. Em pleno debate sobre o assunto, é importante mostrar a opinião, muitas vezes os próprios colegas acabam argumentando também se existe uma primeira contestação. O que acontece é que temos liberdade de opinião, vivemos em uma "democracia" e é quase uma obrigação fazer parte disso. Sendo assim, quando alguém diz uma mentira, peça licença e diga: "TENHO MINHA OPINIÃO FORMADA SOBRE O ASSUNTO, E DISCORDO PLENAMENTE DO QUE ESTÃO FALANDO, ATÉ PORQUE NÃO EXISTE NENHUMA COMPROVAÇÃO CIENTIFICA SÉRIA À RESPEITO. PELO CONTRÁRIO, TEMOS DEZENAS DE ESTUDOS CIENTÍFICOS CONCRETOS QUE HOJE CONCLUEM QUE ESSA FALATÓRIA ULTRAPASSADA NÃO PASSA DE UM MITO DOS PROIBICIONISTAS. ESTUDO NESSE COLÉGIO, RESPEITO A OPINIÃO DOS OUTROS, MAS INFELIZMENTE CASO NÃO PUDER DEBATER O ASSUNTO NÃO VOU ASSISTIR A ESSA BABOSEIRA."
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  8. Ah que bom...tudo que nossa causa precisa é professor maconheiro dando maconha pra menor...Tá louco. Vou me suicidar um pouco ali no canto e já volto.
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  9. Eu não engolia não ...Levantava a mão e rebatia ... Talvez por isso eu tenho sido "convidado a me retirar" de alguns colégios....Mas deu tudo certo.
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  10. Nossa ele viu a mãe fumar um baseado????? Meu Deus do céu, pobre pimpolho! Vai virar serialkiller agora!!!!
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  11. Ta saindo galera! Ta saindo! Tenham certeza que tamos empenhados na revista! Mas é uma trabalheira! Estamos ja nos organizando para que esse não role esse atraso na #03
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  12. Salve Salve irmão... Quantas tristes coincidências ocorreram em nossas vidas... Plantamos juntos, fumamos juntos e fomos em cana quase na mesma época. No julgamento eu levei a pior, e ganhei uma pena de 3 anos da dona justa. Passei um ano mofando... Realmente a vida na cadeia né mole não... Mas a vida é feita pra gente se aprimorar, e os mais resistentes se fortalecem nos momentos mais difíceis. Claro que os traumas existem e as felizes coincidências também, Saímos e nos transformamos, Deixamos de plantar e mudamos a vida radicalmente, novo emprego, novo amor, nova casa... Mas nunca vamos esquecer dos verdadeiros amigos que estavam aqui mandando boas vibrações e até apoio financeiro pra gente. E como o bom filho a casa torna estamos aqui embora não estejamos mais plantando, tentando ajudar uma causa que consideramos nobre: A liberdade. Um grande abraço e toda sorte do mundo pra vc irmão!!! Plante, não compre, Grower não é traficante.
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  13. Salve galera! Foi emocionante ler todas essas paginas. Nunca imaginei ter tanto apoio de tantas pessoas q nem me conheciam. Não tenho palavras para agradecer a força que todos deram. Confesso que depois do ocorrido não tive cabeça para entrar mais aki, realmente foi um episódio traumatizante. Cada dia nakele inferno parecia levar uma semana pra passar :S Por um bom tempo não pude nem ouvir falar em plantas, cultivo, ou maconha. Minha vida mudou completamente nesses ultimos anos. Fiz grandes amigos aki nesse site, mas não penso mais em plantar enquanto morar no Brasil, ou enquanto a legislação não mudar radicalmente. Bom, vou falar um pouco sobre como foi julgado o caso.... Por sorte, quando minha familia ficou sabendo, me apoiou incondicionalmente. Conseguiram o melhor advogado, e foi graças a ele que eu consegui sair na primeira audiencia. Alguns fatores que contribuiram para eu ter sido solto: -Não existiu nenhuma denuncia. -Não existia prova nenhuma de tráfico. -Os policiais declararam na audiencia, que trabalhavam a 10 anos nakele bairro, e nunca tinham ouvido falar de qualquer movimento suspeito em minha casa. -Na audiencia, eu literalmente dei uma "aula" de cultivo para o juiz rsrsrs. Expliquei em detalhes todos os passos do cultivo, como era o processo, quanto tempo levava até poder colher e fumar uma planta, e que quantidade de fumo daria cada uma das minhas plantas com menos de 1 metro d altura. Ou seja, o que eu conseguia produzir com akelas 32 plantas q foram apreendidas, mal dava para o meu consumo, e seria impossivel utilizar para comercio. A forma como falei, com firmeza, sem me contradizer, olhando no olho dele, e respondendo prontamente cada pergunta que ele me fazia, contribuiu muito para que o juiz acreditasse no que eu estava dizendo. Agora , nada disso teria adiantado, se não fosse o meu advogado.... ele me tirou, simplesmente, NA MORAL q ele tinha com o juiz. O advogado tinha sido professor de faculdade , tanto do juiz, quanto do promotor, e era amigo intimo dos dois Tanto q entrou na sala de audiencia, tirando sarro do juiz , pq o time dele tinha perdido na noite anterior rsrsrsrsrs. Lembro quando ele chegou pro juiz e falou assim.... "o guri é gente boa, não é bandido, conheço a familia dele, pode soltar" rsrs. Se dependesse do outro advogado, por melhor q ele fosse, nao tinha essa "influencia", e eu teria com certeza sido condenado a no minimo 3 anos. Claro q essa brincadeira custou caro... 40 mil reais!!! :S Meu irmão conseguiu um emprestimo, e depois eu tive que vender minha casa para pagar ele. Hj moro de aluguel. Mas é isso aí, a vida segue.... hoje estou morando em outra cidade, outro emprego, outra namorada, e estou a 2 anos sem fumar, vida completamente nova hehe Lembro disso tudo q ocorreu como um aprendizado de vida. Como dizem, o q não nos mata, nos fortalece Bom, é isso ai galera, mais uma vez agradeço do fundo do coração a todos q ajudaram, o apoio de vcs foi fundamental para eu segurar a barra. A vida na cadeia não é mole , mas sem dinheiro seria insuportavel. Embora não esteja mais plantando, vou voltar a frequentar o forum aki, e ajudar sempre que tiver um tempinho. Um grande abraço a todos!!!
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  14. Mais uma noticia triste, essas leis são uma vergonha.... Primeiro pra galera que tem alguma dúvida sobre como ficamos sabendo: O Lowrider é um amigo, meu e de outros grower aqui, mais que isso, acho que se empenhava em propagar a informação que poderia ajudar a todos os novos ou antigos growers aqui do site, sempre com a humildade que é sua melhor característica. Como amigo, temos contato direto, então a esposa dele ligou pra um de nós, que divulgou a noticia pros mais conhecidos. Se vcs verem na notícia, esse fato se passou há uma semana, e por vontade do próprio Low, ele decidiu esperar pra divulgar para tentar todas as chances de sair. Bom, o primeiro pedido de liberdade provisória foi negado, agora sua esposa, que para a sorte do nosso amigo vale ouro! Tá correndo muito atrás de tentar relaxar a pena de 12 para 16, ou seja, de traficante (mentira) para Viciado (verdade). Ela conseguiu um Advogado que tem a Jurisprudência mais recente contra as leis sobre drogas em nosso país, é de setembro de 2005, só que tudo tem um preço, e esse figura cobra 10 mil reais. Ele garante que consegue relaxar essa pena, tanto que só quer receber no dia que o Low for solto, mas a esposa dele teme não ter a grana, pois não dispõe dos 10 mil na mão. Acho que aí que entramos, qualquer quantia será valida, 10, 20, 30, 100 reais não é nada pra nós que estamos aqui fora, e gozamos de plena saúde. Lembrando que nosso amigo, um sujeito do bem, humilde, que sempre ajudou a todos aqui no fórum, está em um corredor de 2m de largura por 10m de comprimento com mais 40 homens, ele praticamente não consegue se mexer! Esse corredor tem 8 celas, cada uma com 4 camas, só que com 8 a 10 presos cada. Então, imaginem que para ir ao banheiro, nosso Aliado tem que pedir licença para 40 pessoas, e para os 10 de cela liberarem o banheiro pra ele. Conforme conversei com a esposa dele, ele estava bem de cabeça pelo menos, conseguia raciocinar com paz, mas agora ta batendo o desespero, ele já não consegue comer, e fica desesperado para sair de lá. Sempre em dias de visita sua esposa volta deprimida, pois vê a situação que ele se encontra. Então pros que tão mais interessados em causar com as leis, peço que primeiro focar as nossas forças em tentar arrecadar uma grana para ajudar essa família, para depois ir contra as leis, abaixo assinado, etc... Esse merece galera, era um dos mais preocupados em livrar quanto mais pessoas possíveis do trafico, era um dos mais dispostos a tirar duvidas aqui no site, acho que merece uma colaboração, mesmo que pequena, de cada um de nós. As chances de ele sair, por mais que pareça mentira, são grandes, ele está cursando uma faculdade federal, tem emprego e casa fixa, não existe uma prova de comercio, e ainda esta tentando um exame de vicio, comprovando sua dependência da droga. O advogado está muito confiante, mas precisamos arrecadar essa galera, para ao menos tentar passar uma condição melhor pro nosso amigo, pois até para comprar mantimentos para levar pra ele lá dentro, a esposa dele esta com dificuldades financeiras. Qualquer dúvida postem aqui, conto, e principalmente o Low conta, com a colaboração de toda nossa comunidade. Poderia ser qualquer um de nós, privado do seu bem maior, pense bem. Obrigado galera! Abraço do triste InComa.
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