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Morris Kachani: Revoga, Joaquim Nos últimos meses, e em vários cantos do globo, pipocaram notícias sobre uma legislação mais flexível sobre a produção e o consumo da maconha. Dois Estados americanos, Colorado e Washington, legalizaram o uso recreativo da droga. Em novembro, Amsterdã optou por manter o status dos "coffee shops", que vendem a erva para quem quiser comprá-la. Na América do Sul, pelo menos em comparação com Argentina, Chile ou Uruguai, a legislação brasileira talvez seja a menos tolerante, para não dizer arcaica. Ela é tributária de uma herança preconceituosa construída em outros tempos, à moda da lei seca. Na Argentina, a descriminalização do uso individual já é fato consumado. O Uruguai nunca criminalizou o consumo e, agora, discute a estatização da produção de maconha. Enquanto isso, por aqui o usuário continua sendo tratado como criminoso, sujeito a penas alternativas. E vive à mercê da boa vontade de delegados e cortes que, dependendo da interpretação, poderão enquadrá-lo como traficante, pois a lei não é clara. Casos estapafúrdios existem aos montes e, obviamente, os mais pobres, sem um bom advogado, acabam levando a pior, abarrotando ainda mais nossas já abarrotadas cadeias. Só há um jeito de conseguir a maconha, que é o pior possível: na biqueira da favela. Direta ou indiretamente, a maioria dos 2,5% de adolescentes e 6,3% de adultos do país que usam maconha ao menos uma vez por ano abastece-se assim. A pergunta é se esse tema não deveria fazer parte da agenda progressista de um governo supostamente alinhado à esquerda. É uma pergunta até ingênua, dentro de um contexto dominado pelas bancadas religiosas, que até fizeram nossos dois candidatos à Presidência dizerem o que não pensavam sobre o aborto. Foi preciso um ex-presidente (FHC), já distante do pragmatismo político, abraçar a causa, fazendo dela a sua versão de "verdade inconveniente". Mas o preconceito continua vivo. Recentemente, na eleição da OAB, correu a denúncia de que o candidato Alberto Toron teria sido alvo de e-mails difamatórios, por defender a descriminalização da droga. Na comunidade científica, já é quase consenso que maconha é menos prejudicial que álcool e tabaco. Não faz sentido colocá-la no mesmo balaio de outras drogas mais perigosas. Ou confundir o usuário esporádico com o dependente. Existe uma expectativa de que o STF coloque em pauta neste ano o julgamento do caso de um usuário que foi condenado a dois meses de prestação de serviços à comunidade em Diadema (SP). Pode ser um divisor de águas: se a condenação for revogada, a mesma medida será aplicada em casos semelhantes no país. http://www1.folha.uo...a-joaquim.shtml7 points
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Esse Joaquim é um Punitivista, da escola do punir para dar exemplo... Eu nao levo tanta fé nele nao...4 points
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porra deve ser o melhor lugar do mundo entao para se trabalhar!!!!!kkkkkkkkkkkkkkkkkk4 points
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Depois que o Chofer veio com argumento do livro do Reinaldo Azevedo eu larguei de mão... Por mim que o Estado gaste 10.000 com preso, e que não seja negócio manter alguem cadeado... Daí ia faltar emprego pra muita gente né chofer... de repente tu nem te criasse dentro de uma delega... As vezes eu acho que o Barasiu era uma maravilha antes dos petralhas... Pelo o que eu ouço falar... Mas eu já disse e não caso de repetir... Liberdade não é commodite e eu tenho asco de picaretagem!3 points
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Nesse julgamento o Joaquim é só mais um! Quem vai dar o tom será o Gilmar!2 points
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Tomara que o batman do STF considere que revogar tal condenação lhe dará tanta popularidade quando escrachar os mensaleiros. Meu medo é que ele pense que aprovar tal revogação vá queimar seu filme de paladino da justiça... Vamos ver do que é feito esse batman.2 points
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Ficou muito bom o artigo! Conversei com o Morris 3 vezes essa semana e não tinha idéia que já seria publicado!2 points
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acho que nao tem nenhum ignorante aqui no GR pra nao saber que o estado gasta dinheiro com presos... mas a questao nao é o estado gastar, é o ato de prender virar um negocio, afinal o governo vai investir mais nas empresas privadas que estiverem prendendo mais, não ?? cada vez mais criam-se leis pra criminalizar as pessoas... inventam burocracia pra vender facilidade, negociar prisioneiros é quase que uma volta a escravidão, imo .....2 points
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Atinge a causa só porque o cara falou que gostaria de ensinar os filhos a fumarem? Ruim para a causa é ter um comportamento feito o seu, de esconder algo e manter o tabu. Melhor um pai dando dicas, fumando e ensinando os filhos como fumar e obter a melhor experiência do que eles fumando escondidos na rua, tomando enquadro e etc. Eu sonho com o dia que iria fazer uma session MONSTRA com meus filhos! Deve ser muito irado!2 points
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Quem apoia nunca viu a aplicação desse sistema nos EUA. Capitalização do crime é o fim da picada2 points
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Em busca de sentidos e delírios Um dos grandes neurologistas contemporâneos narra, sem moralismo, seus experimentos juvenis, agonias e descobertas com LSD, anfetaminas e maconha Por Oliver Sacks, na Piaui Viver só o dia a dia é pouco para os seres humanos. Precisamos transcender, delirar, escapar; precisamos de significados e de explicações; precisamos enxergar um sentido geral em nossas vidas. Precisamos de esperança, de uma perspectiva de futuro. E precisamos de liberdade (ou, pelo menos, da ilusão de liberdade) para irmos além de nós mesmos, seja com telescópios, microscópios e outros meios tecnológicos, seja em estados mentais que nos possibilitem viajar para outros mundos, além de nossas circunstâncias imediatas. Podemos buscar, também, um relaxamento das inibições, de modo a estabelecer uma conexão mais fluida com os outros, ou meios de tornar nossa consciência do tempo e da mortalidade mais fácil de suportar. Procuramos férias de nossas restrições internas e externas, uma sensação mais intensa do aqui e agora, da beleza e do valor do mundo em que vivemos. À moda do poeta inglês William Wordsworth, muitos de nós encontram “sugestões de imortalidade” na natureza, na arte, no pensamento criativo ou na religião. Certas pessoas conseguem atingir estados de transcendência através da meditação ou de outras técnicas de indução de transes, ou por meio da oração e de práticas espirituais. Mas as drogas oferecem um atalho, prometem uma transcendência imediata. Esses atalhos existem porque certas substâncias podem estimular diretamente funções cerebrais complexas. Todas as culturas encontraram veículos químicos para a transcendência, e em determinado momento o uso dessas substâncias intoxicantes se institucionalizou em um nível mágico ou sagrado. O uso cerimonial de componentes psicoativos encontrados em plantas tem uma longa história e persiste até hoje em rituais xamânicos e religiosos no mundo inteiro. Num plano menos ambicioso, as drogas são usadas não tanto para iluminar, expandir ou concentrar a mente, mas pela sensação de prazer e euforia que podem proporcionar. Mesmo os primeiros mórmons, proibidos de consumir chá ou café, em sua longa marcha até o estado de Utah encontraram na beira da estrada uma erva simples, o chá mórmon, cuja infusão restabelecia e estimulava os combalidos peregrinos. Era a éfedra, que contém efedrina, similar às anfetaminas em seus aspectos químico e farmacológico. Muitas pessoas experimentam drogas, alucinógenas ou não, em sua adolescência ou nos tempos de faculdade. Eu só fui experimentá-las depois dos 30 anos, quando já era residente de neurologia. Essa longa virgindade não se devia à falta de interesse. Eu tinha lido os grandes clássicos – Confissões de um Comedor de Ópio, de Thomas de Quincey, e Paraísos Artificiais, de Baudelaire – ainda no colégio. Li a história do escritor francês Théophile Gautier, que em 1845 visitou o recém-criado Club des Hashischins, num canto sossegado da Île Saint-Louis. O haxixe, na forma de uma pasta verde, tinha sido trazido pouco antes da Argélia, e fazia furor em Paris. No salão, Gautier consumiu uma porção considerável de haxixe. Num primeiro momento não sentiu nada fora do normal, mas logo, conta ele, “tudo parecia maior, mais rico, mais esplêndido”, e em seguida ocorreram algumas mudanças mais específicas: Um personagem enigmático apareceu de repente diante de mim… Seu nariz era curvo como um bico de ave, seus olhos verdes, que ele enxugava amiúde com um lenço grande, eram rodeados por três círculos castanhos, e preso ao nó da gravata num colarinho branco alto e engomado havia um cartão de visita que dizia: Daucus-Carota, du Pot d’or… Pouco a pouco, o salão foi sendo tomado por figuras fora do comum, do tipo que encontramos apenas nas gravuras de Callot ou nas águas-tintas de Goya; uma mistura de fragmentos desconexos, de formas humanas e bestiais. Na década de 1890, os ocidentais também começavam a provar o peiote ou mescal, cacto antes usado apenas em cerimônias místicas dos indígenas americanos. No meu ano de calouro em Oxford, livre para percorrer as estantes da Biblioteca Radcliffe de Ciências, li os primeiros relatos publicados sobre a intoxicação com o peiote, entre eles os de Havelock Ellis e SilasWeir Mitchell. Ambos eram médicos, não apenas literatos, e isso parecia emprestar peso e credibilidade maiores às suas descrições. Fiquei cativado pelo tom seco de Mitchell e a naturalidade com que ele consumia o que na época era uma droga desconhecida, com efeitos ignorados. A certa altura, escreveu Mitchell num artigo de 1896 para o British Medical Journal, ele tomou uma boa porção de um extrato produzido a partir do peiote, seguida de uma dose adicional. Embora tenha percebido que seu rosto estava corado, suas pupilas dilatadas, e ele apresentasse “uma tendência a falar muito, e de vez em quando… errar o emprego de uma palavra”, ainda assim continuou a fazer suas visitas domiciliares, e esteve com vários pacientes. Mais adiante, depois de três novas doses, deitou-se em silêncio num quarto escuro, onde experimentou “duas horas encantadas”, repletas de efeitos cromáticos: Delicadas películas flutuantes de cor – geralmente lindos tons neutros de roxo e cor-de-rosa. Elas se deslocavam de um lado para o outro – ora aqui, ora ali. Depois, um jorro abrupto de incontáveis pontos de luz branca atravessou meu campo de visão, como se a Via Láctea tivesse começado a fluir, num rio resplandecente, diante dos meus olhos. À diferença de Mitchell, que se concentrava nas alucinações coloridas e geométricas, que ele comparou em parte às da enxaqueca, Aldous Huxley, escrevendo sobre a mescalina na década de 50, concentrou-se na transfiguração do mundo visual, que lhe aparecia dotado de uma beleza e de um significado luminosos e divinos. Huxley comparava essas experiên-cias com drogas às dos grandes visionários e artistas, mas também às experiências psicóticas de alguns esquizofrênicos. Tanto a genialidade quanto a loucura, sugeria Huxley, residiam nesses estados mentais extremos – ideia não muito diversa das formuladas por De Quincey, Coleridge e Baudelaire em relação às suas próprias experiências ambíguas com o ópio e o haxixe (e amplamente descritas em 1845 no livro de Moreau, O Haxixe e a Alienação Mental). De Huxley, li As Portas da Percepção e O Céu e o Inferno quando foram publicados, nos anos 50, e me senti especialmente instigado pelo que ele escreveu sobre a geografia da imaginação e a dimensão em que ela existia – região mental não utilizada em situações normais e que ele chamava de “antípodas da mente”. Eu havia lido muito, mas não tinha qualquer experiência própria com drogas até 1953, quando meu amigo de infância Eric Korn veio para Oxford. Ficamos animados ao ler sobre a descoberta do LSD por Albert Hofmann, e encomendamos 50 microgramas da substância (na época ainda legal) ao seu fabricante suíço. Com modos solenes, dividimos a droga e tomamos 25 microgramas cada um – sem saber das maravilhas ou horrores à nossa espera. Tristemente, eles não fizeram nenhum efeito em nós dois. (Devíamos ter encomendado 500 microgramas, e não 50.) Quando me formei em medicina, no final de 1958, tinha concluído que queria ser neurologista, para saber como o cérebro encarnava a consciência e a identidade e compreender seus incríveis poderes de percepção, produção de imagens, memória e alucinação. Uma nova orientação surgia na neurologia e na psiquiatria na época. Era o início da era da neuroquímica, com os primeiros vislumbres da gama de agentes químicos, os neurotransmissores, que possibilitavam a comunicação entre as células nervosas e diferentes partes do sistema nervoso. Ao longo das décadas de 50 e 60, descobertas nesse sentido chegavam de todo lado, embora ainda não fosse nada claro como elas se encaixavam umas nas outras. Descobriu-se, por exemplo, que o cérebro parkinsoniano continha pouca dopamina, e que administrar uma precursora da dopamina, a levodopa, podia aliviar os sintomas do mal de Parkinson. De outro lado, viu-se que os tranquilizantes, introduzidos no início da década de 50, podiam inibir a dopamina e desencadear uma espécie de parkinsonismo químico. Faziacerca de 100 anos que a medicação típica para o mal de Parkinson eram as drogas anticolinérgicas, que inibem a produção do neurotransmissor acetilcolina. Mas como interagem os sistemas da dopamina e da acetilcolina? Por que os opiáceos – ou a cannabis– produzem efeitos tão fortes? Será que o cérebro tem receptores especiais para os opiáceos, e produz opioides para consumo próprio? Existiria um mecanismo semelhante para receptores da cannabise canabinoides? Por que o LSD tinha uma potência tão grande? Seriam todos os seus efeitos explicáveis a partir de alterações da serotonina no cérebro? Que sistemas transmissores governariam os ciclos de sono e vigília, e qual poderia ser o fundamento neuroquímico dos sonhos e alucinações? Ao iniciar minha residência em neurologia, em 1962, encontrei um ambiente impregnado dessas questões. A neuroquímica estava claramente na moda, assim como – perigosamente, sedutoramente, especialmente na Califórnia, onde eu estudava – as drogas propriamente ditas. Comecei com a maconha. Um amigo em Topanga Canyon, onde eu morava na época, me ofereceu um baseado; dei duas baforadas e fiquei paralisado com o que aconteceu em seguida. Eu olhava para a minha mão e ela parecia preencher todo o meu campo visual, crescendo e crescendo ao mesmo tempo que se afastava de mim. Finalmente, tive a impressão de que eu via aquela mão estendida por todo o universo, com vários anos-luz ou parsecs de extensão. Ainda tinha a aparência de uma mão viva, humana, mas essa mão cósmica também lembrava, de algum modo, a mão de Deus. Minha primeira experiência com a maconha foi marcada pela mistura do neurológico e do divino. Na Costa Oeste americana, no começo da década de 60, o LSD e as sementes de ipomeia [Ipomœa purpurea, também conhecida no Brasil como “bons-dias” ou “campainha”] eram fáceis de encontrar, de maneira que decidi experimentá-los também. “Mas se você quer uma experiência realmente incrível”, disseram os meus amigos da Muscle Beach, “tome Artane.” Achei surpreendente, pois sabia que o Artane, uma droga sintética similar à beladona, era usada em doses modestas (dois ou três comprimidos ao dia) no tratamento do mal de Parkinson, e que drogas desse tipo, em grandes quantidades, podem produzir delírio. (Tais delírios vêm sendo observados há muito tempo depois da ingestão acidental de plantas como a erva-moura, o estramônio e o meimendro). Mas será que o delírio podia ser divertido? Ou informativo? Ficaria a pessoa em posição de observar o funcionamento aberrante do próprio cérebro – e apreciar seus prodígios? “Vá em frente”, insistiam meus amigos. “Tome vinte de uma vez – você ainda vai manter um controle parcial da sua cabeça.” Então, num domingo de manhã, contei vinte comprimidos, engoli todos com um copo de água, e me sentei para esperar o efeito. Será que o mundo se transformaria, renasceria, como Huxley tinha descrito em As Portas da Percepção e eu próprio tinha experimentado com a mescalina e o LSD? Haveria ondas de sensações de volúpia e deleite? Haveria ansiedade, confusão mental, paranoia? Estava preparado para todos esses efeitos, mas nenhum deles ocorreu. Fiquei com a boca seca e as pupilas dilatadas, e achei difícil ler, mas só isso. Não senti qualquer efeito psíquico – foi muito decepcionante. Não sabia exatamente o que esperava, mas esperava alguma coisa. Estava na cozinha, pondo uma chaleira no fogo para fazer chá, quando ouvi alguém bater na porta da frente. Eram meus amigos Jim e Kathy, que costumavam aparecer nas manhãs de domingo. “Podem entrar, a porta está aberta”, gritei, e enquanto eles se acomodavam na sala perguntei como queriam seus ovos. Jim disse que preferia fritos com a gema mole. Kathy preferia a gema passada. Conversamos fiado enquanto eu preparava os ovos com presunto – havia portas baixas de vaivém entre a cozinha e a sala, então nos ouvíamos perfeitamente bem. Cinco minutos depois, eu gritei “Está tudo pronto”, pus os pratos de ovos com presunto numa bandeja e fui para a sala – que estava vazia. Nada de Jim nem de Kathy, nenhum sinal de que tivessem passado por lá. Fiquei tão abalado que quase deixei a bandeja cair no chão. Não tinha me ocorrido nem por um instante que as vozes de Jim e Kathy, suas “presenças”, fossem irreais, alucinatórias. Tivemos uma conversa amigável e comum, como era de hábito. As vozes deles eram as mesmas de sempre – não havia nenhum sinal, até eu atravessar as portas de vaivém e encontrar a sala vazia, de que toda aquela conversa, pelo menos a parte do lado deles, tinha sido inventada pelo meu cérebro. Fiquei não só pasmo como também muito assustado. Com o LSD e outras drogas, eu sempre sabia o que estava acontecendo. O mundo tinha uma aparência diferente, a sensação era diferente. Mas minha “conversa” com Jim e Kathy não tinha nada de especial; foi totalmente corriqueira, sem nada que a caracterizasse como uma alucinação. Pensei nos esquizofrênicos que conversam com suas “vozes”, mas em geral as vozes da esquizofrenia são de zombaria ou acusação, não falam sobre presunto, ovos e o tempo. “Cuidado, Oliver”, eu disse a mim mesmo. “Não vá perder o controle. Não deixe isso acontecer de novo.” Mergulhado em meus pensamentos, comi lentamente os meus ovos com presunto (e também os de Jim e Kathy) e depois decidi descer até a praia, onde veria o Jim e a Kathy de verdade e todos os meus amigos, podendo dar um mergulho e passar uma tarde sossegada. Pensava nisso quando tomei consciência de um barulho de motor acima de mim. Fiquei intrigado por um momento, e depois percebi que era um helicóptero se preparando para pousar e trazendo os meus pais, que, tendo resolvido me fazer uma visita de surpresa, haviam chegado de Londres e, depois de desembarcarem em Los Angeles, fretaram um helicóptero para trazê-los até Topanga Canyon. Corri para o banheiro, tomei um banho rápido e vesti uma camisa e calças limpas – o melhor que podia fazer nos três ou quatro minutos que me restavam até a chegada deles. O barulho era quase ensurdecedor, e me dei conta de que o helicóptero devia ter pousado na pedra plana ao lado da minha casa. Corri para fora, animado para receber os meus pais – mas a pedra estava vazia, não havia helicóptero nenhum à vista, e o barulho do motor cessou abruptamente. O silêncio e a solidão, a decepção, me reduziram às lágrimas. Eu tinha ficado tão alegre, e agora não restava mais nada. Voltei para dentro de casa e pus a chaleira no fogo para outra xícara de chá quando minha atenção foi atraída por uma aranha na parede da cozinha. Quando cheguei mais perto, a aranha disse: “Alô!” Não me pareceu nada estranho que uma aranha me dissesse alô (assim como Alice não achava estranho o Coelho Branco falar). Respondi “Alô, cara”, e com isso começamos uma conversa, quase toda sobre questões bastante técnicas de filosofia analítica. Esse rumo talvez tenha sido sugerido pelas primeiras palavras que a aranha me disse, querendo saber se eu achava que Bertrand Russell tinha mesmo destruído o paradoxo de Frege. Ou talvez fosse a sua voz – precisa, incisiva e muito semelhante à de Russell, que eu tinha ouvido no rádio. (Décadas mais tarde, mencionei essas tendências russellianas da aranha ao meu amigo Tom Eisner, que é entomólogo; ele assentiu com ar muito sério, e disse: “Sei, conheço essa espécie.”) Durante a semana eu evitava as drogas, trabalhando como residente no departamento de neurologia da Ucla, a Universidade da Califórnia em Los Angeles. Ficava impressionado e tocado – como antes, nos meus tempos de estudante em Londres – com a gama de experiências neurológicas dos pacientes. Descobri que só poderia compreendê-las bem, ou conciliar-me emocionalmente com essas experiências, se tentasse descrevê-las ou transcrevê-las. Foi então que escrevi meus primeiros artigos publicados e meu primeiro livro. (Que nunca foi publicado, porque perdi os originais.) Mas nos fins de semana eu continuava a fazer experiências com drogas. Lembro-me nitidamente de um episódio em que uma cor mágica apareceu para mim. Eu tinha aprendido, ainda menino, que existem sete cores no espectro, entre elas o índigo ou anil. (Foi Newton que escolheu as sete, um tanto arbitrariamente, por analogia com as sete notas da escala musical.) Mas poucas pessoas concordam quanto ao que seja o “índigo”. Fazia tempo que eu desejava ver o “verdadeiro” índigo, e me pareceu que as drogas podiam ser o caminho. Assim, num sábado ensolarado de 1964, preparei uma plataforma de lançamento farmacológica que consistia numa base de anfetamina (para uma excitação generalizada), LSD (para a intensidade alucinógena) e um toque de cannabis (para acrescentar um pouco de delírio). Uns vinte minutos depois de consumir essa mistura, fiquei de frente para uma parede branca e exclamei: “Quero ver a cor índigo agora – agora!” E então, como que criada por um pincel gigantesco, apareceu na parede uma mancha imensa e trêmula do mais puro índigo, em forma de pera. Luminosa, numinosa, ela me deixou arrebatado: era a cor do céu, a cor, pensei, que Giotto tinha passado a vida inteira tentando obter sem jamais conseguir – talvez porque a cor do céu não possa ser vista da Terra. Mas ela existiu no passado, eu achava – era a cor do mar paleozoico, a cor que o oceano já teve. Curvei-me na direção dela numa espécie de êxtase. E então ela sumiu de um momento para outro, deixando-me com uma sensação quase insuportável de perda e tristeza. Mas eu me consolei: sim, o índigo existe, e pode ser conjurado no cérebro. Continuei à procura do índigo por vários meses depois disso. Revirava pedras e rochas maiores perto da minha casa. Examinei amostras de azurita no museu de história natural – mas mesmo elas estavam infinitamente distantes da cor que eu tinha visto. E então, em 1965, depois que me mudei para Nova York, fui a um concerto no Metropolitan Museum. Na primeira parte, executaram uma peça de Monteverdi, e me senti numa viagem. Não tinha tomado droga alguma, mas sentia um glorioso rio de música, com centenas de anos de comprimento, correndo da mente de Monteverdi para desaguar na minha. Nesse estado de êxtase, saí caminhando durante o intervalo e corri os olhos pelos objetos exibidos nas galerias egípcias – amuletos de lápis-lazúli, jóias. Fiquei encantado ao perceber vislumbres de índigo. E pensei: Graças a Deus, o índigo existe mesmo! Durante a segunda metade do concerto, fiquei um pouco entediado e inquieto, mas me consolei pensando que em seguida podia sair e tomar uma “dose” de índigo. Ainda estaria no mesmo lugar, à minha espera. Mas, quando saí para olhar as galerias depois do concerto, só consegui ver azul, roxo, malva e marrom-arroxeado – nada de índigo. Faz 47 anos, e nunca mais tornei a ver a cor índigo. Quando uma amiga e colega dos meus pais – Augusta Bonnard, uma psicanalista – veio passar seu ano sabático em Los Angeles em 1964, era natural que nos encontrássemos. Convidei-a para vir à minha casinha no Topanga Canyon, e tivemos um jantar maravilhoso. Com o café e os cigarros (Augusta fumava sem parar; eu me perguntava se não fumaria inclusive durante as sessões), seu tom mudou, e ela me disse, com sua voz engrossada pelo fumo: “Você precisa de ajuda, Oliver. Você está com problemas.” “Que bobagem”, respondi. “Eu gosto da vida. Não tenho queixas. Vai tudo bem no trabalho e no amor.” Augusta deixou escapar um grunhido de ceticismo, mas não insistiu mais. A essa altura eu tinha começado a tomar LSD, e quando não encontrava consumia sementes de ipomeia em seu lugar. (Antes de as sementes de ipomeia começarem a ser tratadas com pesticidas, como são hoje, para evitar seu consumo.) As manhãs de domingo eram geralmente meu horário de tomar drogas, e deve ter sido dois ou três meses depois do meu encontro com Augusta que tomei uma dose substancial das sementes de ipomeia conhecidas como Heavenly Blue (azul celestial). As sementes eram negras e tinham uma dureza de ágata, de modo que as pulverizei num pilão e depois misturei o pó com sorvete de baunilha. Uns vinte minutos depois de ingerir a mistura, sofri uma náusea intensa, mas, quando ela passou, me senti num lugar de calma e beleza paradisíacas, um território fora do tempo, que foi rudemente invadido por um táxi que subia com dificuldade o íngreme caminho de acesso à minha casa, emitindo petardos pelo escapamento. Uma mulher idosa desceu do táxi e, num ímpeto, saí correndo na direção dela, gritando: “Eu sei quem a senhora é – uma réplica de Augusta Bonnard! Tem a aparência dela, a postura e os movimentos dela, mas não é ela. Não me engana nem por um momento!” Augusta levou as mãos às têmporas e disse: “Nossa! Está pior do que eu pensava.” Entrou de volta no seu táxi e partiu sem dizer mais nada. Tivemos muito que conversar no nosso encontro seguinte. O fato de eu não tê-la reconhecido, e de vê-la como uma “réplica”, achava ela, era uma forma complexa de defesa, uma dissociação que só podia ser classificada como psicótica. Discordei, e continuei a afirmar que o fato de considerá-la uma duplicata, ou uma impostora, tinha origem neurológica, era uma desconexão entre a percepção e os sentimentos. A capacidade de identificar (que estava intacta) não era acompanhada pela sensação apropriada de calor e familiaridade, e foi essa contradição que levou à conclusão lógica, embora absurda, de que ela era uma “duplicata”. (Essa condição, que pode ocorrer na esquizofrenia, mas também com a demência ou o delírio, é conhecida como síndrome de Capgras.) Augusta disse que, qualquer que fosse a explicação correta, o consumo de drogas que alteravam a mente todo fim de semana, sozinho e em altas doses, indicava necessidades ou conflitos interiores de grande intensidade, e que eu devia falar daquilo com um terapeuta. Em retrospecto, não tenho dúvida de que ela estava certa, e comecei a frequentar um analista um ano mais tarde. O verão de 1965 foi uma espécie de intervalo: eu havia completado minha residência na UCLA e deixado a Califórnia, mas tinha três meses pela frente antes de começar uma bolsa de pesquisa em Nova York. Deveria ter sido um período de deliciosa liberdade, férias maravilhosas e muito necessárias depois das semanas de sessenta e até oitenta horas de trabalho que eu tinha vivido na UCLA. Mas eu não me sentia livre. Quando não estou trabalhando, sinto-me sem amarras, tenho uma sensação de vazio e falta de estrutura. Quando eu morava na Califórnia, os fins de semana eram os momentos mais perigosos, a hora das drogas – e agora um verão inteiro na minha cidade natal, Londres, estendia-se à minha frente como um fim de semana com três meses de duração. Foi durante esse período de ócio traiçoeiro que entrei fundo no consumo de drogas, não mais confinado aos fins de se-mana. Experimentei injeções intravenosas, o que nunca tinha feito. Meus pais, ambos médicos, estavam fora, e decidi explorar o armário de remédios em seu consultório, no andar térreo da nossa casa, à procura de alguma coisa especial para comemorar meu 32º aniversário. Nunca antes eu tinha tomado morfina ou qualquer outro opiáceo. Usei uma seringa grande – por que me contentar com doses insignificantes? E, depois de me instalar comodamente na cama, reuni o conteúdo de vários frascos, mergulhei a agulha numa veia e injetei a morfina bem devagar. Dali a mais ou menos um minuto, minha atenção foi atraída por uma espécie de comoção na manga do meu robe, pendurado na porta. Concentrei meu olhar ali, e o movimento se definiu como uma cena de batalha em miniatura, mas microscopicamente detalhada. Vi tendas de seda de várias cores, a maior das quais ostentava um pavilhão real. Havia cavalos alegremente enfeitados, soldados a cavalo, com suas armaduras reluzindo ao sol, e homens armados de arco. Vi flautistas com longas flautas prateadas, e depois, muito ao longe, escutei a música que tocavam. Vi centenas, milhares de homens – dois exércitos, duas nações – se preparando para o combate. Perdi toda a noção de que se tratava de um trecho da manga do meu robe, ou de que eu estava deitado na cama, em Londres, e era 1965. Antes de me aplicar a morfina eu vinha lendo as Crônicas de Froissart e Henrique v, e agora essas leituras se misturavam à minha alucinação. Percebi que estava em Agincourt, no final de 1415, vendo os exércitos da Inglaterra e da França avançarem, em fileiras cerradas, para a batalha. E na tenda maior com o pavilhão, eu sabia, estava o próprio Henrique v. Nada me indicava que eu estivesse imaginando aquilo; o que eu via era concreto, real. Depois de algum tempo, a cena começou a perder nitidez, e tornou a emergir em mim uma consciência tênue de que estava em Londres, drogado, delirando a batalha de Agincourt na manga do meu robe. Foi uma experiência deliciosa e arrebatadora, mas agora tinha passado. O efeito da droga se dissipava depressa; agora mal se via Agincourt. Olhei para o meu relógio. Eu tinha injetado a morfina às nove e meia, e agora eram dez. Tive uma sensação de estranheza – já era noite escura quando eu tomei a morfina, e agora devia estar mais escuro ainda. Não era o caso. Estava clareando, e não escurecendo, do lado de fora. E então eu percebi que eram dez horas, sim, mas dez da manhã. Eu tinha ficado imóvel, contemplando a minha Agincourt, por mais de doze horas. Isso me causou um choque e me fez recobrar alguma sobriedade, fazendo-me ver como era possível alguém passar dias inteiros, noites, semanas, até mesmo anos de sua vida no estupor do ópio. E decidi que minha primeira experiência com o ópio seria também a última. No fim daquele verão de 1965, mudei-me para Nova York a fim de começar uma bolsa de pós-graduação em neuropatologia e neuroquímica. Dezembro de 1966 foi um mau momento: tive dificuldades para me ajustar a Nova York depois de meus anos na Califórnia; um caso amoroso tinha dado errado; minha pesquisa ia mal; e eu estava descobrindo que não tinha vocação para a ciência de laboratório. Deprimido e insone, eu tomava doses cada vez maiores de hidrato de cloral para dormir. Chegava a consumir doses quinze vezes maiores do que o normal. E, embora tenha conseguido fazer um grande estoque da droga – assaltando os suprimentos do laboratório em que trabalhava –, ele acabou esgotado numa triste terça-feira pouco antes do Natal. Pela primeira vez em vários meses, fui dormir sem ser apagado pela minha dose habitual. Meu sono foi ruim, interrompido por pesadelos e sonhos bizarros, e ao acordar me descobri intensamente sensível aos sons. Havia sempre caminhões trovejando pelas ruas de paralelepípedos do West Village; naquela manhã, pareciam triturar os paralelepípedos e reduzi-los a pó com sua passagem. Sentindo-me um pouco debilitado, nãofui de motocicleta para o trabalho, como costumava, mas peguei o metrô e um ônibus. Quarta-feira era dia de dissecção de cérebro no departamento de neuropatologia, e era a minha vez de cortar o cérebro em fatias horizontais bem definidas, identificando as estruturas principais durante o processo e observando se havia algum desvio da normalidade. Em geral eu era bom nessa tarefa, mas naquele dia minha mão tremia visivelmente, o que me deixou constrangido, e a nomenclatura anatômica tardava a vir à minha memória. Quando a sessão terminou, atravessei a rua, como tantas vezes antes, para um sanduíche e um café. Enquanto eu mexia o café, ele de repente ficou verde, e depois roxo. Levantei os olhos, espantado, e vi que o freguês que pagava sua conta na caixa tinha uma imensa cabeça proboscídea, como a de um elefante-marinho. Fui tomado pelo pânico; deixei uma nota de 5 dólares na mesa e atravessei correndo a rua para tomar o ônibus. Mas todos os passageiros pareciam ter cabeças brancas e lisas como ovos gigantescos, com olhos imensos e cintilantes que lembravam os olhos multifacetados de insetos – e pareciam se mover em espasmos repentinos, o que aumentava a sensação de estranheza e o medo que me causavam. Percebi que eu estava alucinando ou experimentando algum bizarro distúrbio da percepção, que não tinha como parar o que estava acontecendo no meu cérebro e que precisava manter pelo menos alguma aparência de controle e não entrar em pânico, não gritar, nem ficar catatônico diante dos monstros de olhos de inseto ao meu redor. A melhor coisa a fazer, descobri, era escrever, descrever aquela alucinação com toda a clareza e em pormenores quase clínicos, e, ao fazê-lo, transformar-me num observador, até mesmo num estudioso, em vez de vítima indefesa, da loucura dentro de mim. Nunca ando sem caneta e caderno, e agora eu escrevia como se a minha vida dependesse disso, enquanto ondas de alucinação passavam por mim. Escrever, descrever, sempre foi minha maneira de lidar com situações complexas ou assustadoras – embora eu nunca tivesse testado esse recurso numa situação tão apavorante. Mas funcionou. Ao descrever no meu caderno de laboratório o que acontecia, consegui manter um simulacro de controle, embora as alucinações continuassem, em mutação constante. Não sei dizer como eu desci do ônibus no ponto certo e peguei o metrô, apesar de tudo estar em movimento, rodopiando vertiginosamente, girando e até virando de cabeça para baixo. E consegui descer na estação certa, na região em que eu morava no Greenwich Village. Quando emergi das escadas do metrô, os prédios à minha volta balançavam de um lado para o outro e se agitavam como bandeiras em uma ventania. Senti um alívio imenso quando me vi de volta ao meu apartamento, sem ter sido atacado, preso ou morto pelo tráfego intenso do caminho. Assim que cheguei, achei que precisava entrar em contato com alguém – alguém que me conhecesse bem, que fosse médico e também meu amigo. A pediatra Carol Burnett era essa pessoa; tínhamos estudado juntos em San Francisco cinco anos antes, e retomamos a amizade depois de nos reencontrarmos em Nova York. Carol seria capaz de compreender, saberia o que fazer. Disquei o número dela com a mão agora muito trêmula. “Carol”, eu disse, assim que ela atendeu, “quero me despedir. Enlouqueci, fiquei psicótico, doido. Começou hoje de manhã, e o tempo todo só vem piorando.” “Oliver!”, disse Carol. “O que você acabou de tomar?” “Nada”, respondi. “É por isso que estou tão assustado.” Carol pensou alguns instantes, e depois perguntou: “O que você acabou de parar de tomar?” “É isso!”, disse eu. “Eu vinha tomando doses imensas de hidrato de cloral, e tive de parar ontem à noite, porque acabou.” “Oliver, seu tapado! Sempre exagerando nas coisas”, disse Carol. “Você está tendo um caso clássico de dt, delirium tremens.” Foi um alívio imenso – muito melhor delirium tremens que uma psicose esquizofrênica. Mas eu conhecia bem os perigos do dt: confusão, desorientação, alucinação, delírio, desidratação, febre, taquicardia, exaustão, convulsões, morte. Eu aconselharia qualquer pessoa no meu caso a seguir imediatamente para um pronto-socorro, mas decidi aguentar firme e viver toda a experiência. Carol concordou em ficar ao meu lado no primeiro dia, e depois, se achasse que eu podia ficar sozinho em segurança, passaria na minha casa ou me ligaria a intervalos, recorrendo à ajuda externa se julgasse necessário. Com essa rede de segurança, perdi boa parte da ansiedade, e até consegui, de certo modo, apreciar as criações do delirium tremens (embora a infinidade de animaizinhos e insetos fosse tudo, menos agradável). As alucinações continuaram por quase 96 horas e, quando finalmente cessaram, eu caí num estupor de cansaço. Quando menino, eu me deliciava com o estudo da química e adorei montar meu próprio laboratório. Esse deleite pareceu se extinguir mais ou menos aos 15 anos; nos meus anos de colégio, faculdade, formação médica e depois internato e residência, eu consegui um bom desempenho acadêmico, mas as matérias que eu estudava nunca provocaram em mim o entusiasmo que a química despertava nos meus tempos de garoto. Foi só quando cheguei a Nova York e comecei a ver os pacientes de uma clínica de enxaqueca, no verão de 1966, que passei a sentir um pouco do entusiasmo intelectual e do envolvimento emocional que tinha experimentado na minha juventude. Na esperança de promover uma intensificação desses sentimentos, recorri às anfetaminas. Eu tomava a substância nas noites de sexta-feira, depois que voltava do trabalho, e passava o fim de semana inteiro tão enlouquecido que as imagens e os pensamentos se convertiam quase em alucinações controláveis. Muitas vezes eu dedicava esses fins de semana de barato a devaneios românticos, mas, numa sexta-feira de fevereiro de 1967, enquanto explorava a seção de livros raros da biblioteca médica, encontrei e peguei emprestado um livro raríssimo intitulado Sobre Enxaqueca, Dor de Cabeça e Algumas Desordens Correlatas: uma Contribuição para a Patologia das Tempestades Nervosas, escrito em 1873 por um certo dr. Edward Liveing. Eu vinha trabalhando havia vários meses numa clínica de enxaqueca, e estava fascinado com a gama de sintomas e fenômenos que podem ocorrer nas crises da doença. Essas crises muitas vezes incluíam sintomas como alucinações. Eram inteiramente benignas e só duravam alguns minutos, mas esses poucos minutos proporcionavam uma janela para o funcionamento do cérebro e como ele era capaz de entrar em colapso e depois se recuperar. Desse modo, achava eu, cada crise de enxaqueca era uma abertura para uma verdadeira enciclopédia de neurologia. Eu tinha lido dúzias de artigos sobre a enxaqueca e suas possíveis causas, mas nenhum deles parecia apresentar toda a riqueza de sua fenomenologia ou a gama e a profundidade do sofrimento que os pacientes podiam experimentar. Foi na esperança de encontrar uma abordagem mais ampla, profunda e humana da enxaqueca que peguei o livro de Liveing na biblioteca naquele fim de semana. Assim, depois de tomar minha amarga porção de anfetaminas – com muito açúcar, para torná-la mais palatável – comecei a ler. À medida que a intensidade do efeito da anfetamina tomava conta de mim, estimulando minhas emoções e a minha imaginação, o livro de Liveing me parecia adquirir ainda mais intensidade, profundidade e beleza. Eu não queria nada além de entrar na mente de Liveing e sugar aquela atmosfera em que ele trabalhou. Numa espécie de concentração catatônica tão intensa que em dez horas mal movi um músculo ou umedeci meus lábios, li de uma enfiada as 500 páginas de Enxaqueca.Enquanto lia, eu quase tinha a impressão de me transformar no próprio Liveing, atendendo os pacientes que ele descrevia. Às vezes, eu não sabia ao certo se estava lendo o livro ou escrevendo o que ele dizia. Senti-me na Londres de Dickens, nas décadas de 1860 e 70. Amei a compaixão e a sensibilidade social de Liveing, sua afirmação categórica de que a enxaqueca não era um capricho dos ricos ociosos, mas podia afetar pessoas malnutridas e que trabalhassem muitas horas em fábricas mal ventiladas. O livro me lembrava o grande estudo de Henry Mayhew de 1861, sobre as classes trabalhadoras de Londres, mas também era possível perceber como Liveing tinha sido bem treinado em biologia e nas ciências físicas, além de ser um mestre da observação clínica. E me vi pensando: isso representa o melhor da ciência e da medicina em meados da Era Vitoriana; trata-se de uma verdadeira obra-prima! O livro me apresentava o que eu tanto tinha querido encontrar por todos os meses em que examinei pacientes com enxaqueca, sentindo-me frustrado com os artigos sumários e pobres que pareciam constituir a “literatura” moderna sobre o tema. No auge dessa viagem, eu via a enxaqueca brilhando como um arquipélago de estrelas nos céus da neurologia. Cerca de um século havia se passado desde o tempo em que Liveing trabalhou e escreveu em Londres. Ao despertar do devaneio em que eu era Liveing ou um dos seus contemporâneos, voltei a mim e pensei: “Estamos na década de 1960, não de 1860. Quem poderia ser o Liveing do nosso tempo?” Uma variedade dissimulada de nomes me veio à mente. Pensei no dr. A., no dr. B., no dr. C. e no dr. D., todos bons homens, mas nenhum dotado daquela combinação de ciência e humanismo que era tão poderosa em Liveing. E então uma voz interior muito alta disse: “Seu babaca idiota! É você!” Em todas as ocasiões anteriores em que eu havia aterrissado depois de dois dias de euforia induzida pela anfetamina, eu experimentara uma violenta reação oposta, sentindo um cansaço e uma depressão quase narcolépticos. Tinha também uma sensação clara do despropósito que era pôr minha vida em risco em troca de nada – as anfetaminas, nas grandes doses que eu consumia, mantinham meus batimentos em torno de 200 por minuto e uma pressão sanguínea de nem sei quanto; várias pessoas que eu conhecia tinham morrido de overdose de anfetamina. Eu sentia que tinha feito uma ascensão louca até a estratosfera, mas voltava de mãos abanando, não tendo nenhum resultado daquilo para apresentar; sentia que a experiência tinha sido intensa, mas vazia. Dessa vez, porém, quando retornei, conservava uma sensação de clareza e descoberta; eu tivera uma espécie de revelação sobre a enxaqueca. E tinha a sensação de ter decidido, também, que estava de fato equipado para escrever um livro equivalente ao de Liveing, e que talvez eu pudesse ser o Liveing do nosso tempo. No dia seguinte, antes de devolver o livro de Liveing à biblioteca, fotocopiei todas as suas páginas e então, pouco a pouco, comecei a escrever o meu próprio livro. A felicidade que isso me proporcionava era real – infinitamente mais substancial que a euforia vazia provocada pelas anfetaminas –, e nunca mais voltei a tomá-las. http://ponto.outrasp...dos-e-delirios/1 point
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ultimamente to olhando pro pt com os mesmos olhos que vejo os psdb , muita desconfiança ... mas essas que o Mrstoned postou me deixam muito pensativo em uma coisa ... o LULA roubou? sim , soh olhar o patrimonio do filho dele que isso fica obvio ... e o FHC roubou? tambem roubou sim , basta olhar os financiadores da fundaçao dele p incentivo a cultura brasileira na frança ... o detalhe que eu vejo nisso tudo eh que quando o FHC roubava a midia dava uma capa, uma reportagem de 30 segundos , etc pro escandalo e na outra semana tava falando de outra coisa , com o lula um escandalo rendeu mais de 100 capas , sinceramente se a midia prefere falar mal do PT eu voto neles facil ... nao que eu pense no PT como os defensores do povo pobre mas soh de ser perseguido pela grande midia ja tem minha simpatia , triste mas eh fato1 point
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eu tinha lido ontem mas fiquei sem internet e nao deu para postar, ficou bom mesmo, o legal é que ultimamente muita gente tem saído do armario e tocado no assunto publicamente, espero que o batman do STF revogue mesmo e inicie a nossa revolução verde que tá caminhando as vezes em passos curtos para muitos, mas de grão em grão a galinha vai enchendo o papo rsrsr. GO STF GO !1 point
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Bota a garrafa de birita do lado,junto com o bong e os bud's e chora pai! Show do B.B King de 1983 Completo!!!!!1 point
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Usar uma planta é crime, cercear liberdade é negocio.1 point
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Depois desenvolvo mais o pensamento porque agora estou MUITO cheio de coisa aqui. Apenas tive a impressão que tem gente que não tá entendendo que o preso já CUSTA para o Estado hoje. Na verdade, hoje custa ATÉ MAIS do que vai custar. Parece que tem gente achando que hoje o Estado não gasta nada com o preso e que agora vai passar a gastar. IMO, pra resolver essa putaria que tá o país, leis, sistema carcerário e adjacentes só explodindo tudo e começando de novo, mas já que isso não é possível, penso que outras ideias possam ser válidas. @canadense, em relação a justiça conheço muito de todas as mazelas. Meus pais são advogados só da área penal há mais de 35 anos e me criei dentro de delegacias/presídios. Sei como é a crua realidade e toda corrupção que envolve TODO sistema. Tenho presos aqui que estão com semi - aberto deferidos há quase 1 ano e não progridem porque pra isso, tem que comprar uma vaga de 10 mil reais e não tem dinheiro. Se não comprar, não vai. E to LONGE de dizer que tá ideal, tanto que estou aberto a ver novas iniciativas. O problema é que ainda hoje quem é punido é a vítima - pois no fundo - o criminoso é uma grande vítima. Dá estudo pros neguinhos e uma base familiar e tu vai ver se não cai lá em baixo os índices de criminalidade. Todavia, é mais fácil tapar o sol com a peneira que começar de novo né, ainda mais no país dos Petralhas. @BlackLabel, acho realmente que possa funcionar, desde que haja um controle sério. Sei que isso é quase impossível, mas como disse, para o preso, é infinitamente melhor essa nova situação do que ser colocado em uma cadeia como é hoje. Sei que tem muita gente que não imagina REALMENTE como é um presídio hoje. Aproveito pra deixar o vídeo do central e alertar: É o dobro de pior do que aparece aí no vídeo.1 point
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"Ocultação de Patrimônio". Laranja complica Aécio e Andréa Neves Arrolada como testemunha de acusação, ex "sócia" dos irmãos Andréa e Aécio Neves abre o jogo na PF e confessa que era apenas laranja A situação do Senador Aécio Neves (PSDB/MG), complica-se cada vez mais, depois de divulgada por Novojornal a “Lista de Danilo de Castro”, que fundamentou a “Lista de Furnas”, descrevendo como foram distribuídos os recursos arrecadados ilicitamente por Dimas Fabiano na campanha de Aécio para governador de Minas em 2002. Denunciado juntamente com sua irmã Andréa pelos deputados estaduais de Minas Gerais Sávio Sousa Cruz (PMDB) e Rogério Correia (PT), perante a Procuradoria Geral de Justiça de Minas Gerais, Procuradoria Geral da República e Receita Federal, o senador mineiro e sua irmã viram de uma hora pra outra suas realidades patrimoniais devassada. Em Minas Gerais, onde Aécio tem controle absoluto sobre decisões e ações dos que ocupam o cargo de Procurador Geral de Justiça desde 2002, quando assumiu o cargo Jarbas Soares, seu sucessor Alceu Torres, em uma decisão segundo seus próprios colegas, “desprovida de fundamentação legal e total parcialidade”, determinou o arquivamento do pedido de investigação. Decisões idênticas foram tomadas em relação a todas as iniciativas de investigações contra Aécio Neves e integrantes do Governo de Minas Gerais, que tramitaram na PGJ-MG nos últimos 10 anos. Atualmente encontra-se pendente de julgamento o pedido de reconsideração da decisão tomada. Em Brasília, o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, determinou “sigilo total” sobre as investigações. Porém, procuradores críticos de sua atitude, por considerá-la partidária, informam que na semana anterior ao natal de 2012 chegou à mesa de Gurgel parecer de 35 páginas contendo levantamentos preliminares recomendando que fosse aberto procedimento investigatório. Os mesmos procuradores informam ainda que desde 2004 já existiam informações suficientes para o indiciamento de Aécio e de sua irmã Andréa, fato que foi omitido na denúncia apresentada pelo ex-Procurador Geral da República Antônio Fernando de Souza, no esquema criminoso denominado “Mensalão do PSDB”, que arrecadou e distribuiu recursos ilícitos, alguns oriundos de empresas públicas mineiras, que operou na campanha de Azeredo em 1998 para o governo de Minas. Fundamentam suas afirmações no que vinha sendo guardado a sete chaves, o “Relatório da Polícia Federal” sobre as investigações realizadas na época sobre o “Mensalão Tucano”. Procedimento “desarquivado” em novembro de 2012, devido a denúncia apresentada pelo ministro do STF Gilmar Mendes contra a revista Carta Capital por ter divulgado uma lista dos que teriam sido beneficiados pelo esquema criminoso, contendo seu nome. A fundamentação da denúncia de Gilmar Mendes era de que a lista noticiada seria falsa, obrigando a Polícia Federal abrir procedimento investigatório para ouvir os apontados por Gilmar Mendes como envolvidos no caso. Segundo as mesmas fontes, o relatório encontrava-se “guardado”, porque no mesmo está provado documental e testemunhalmente como funcionou todo o esquema criminoso em relação ao PSDB, ao contrário do ocorrido em relação ao mensalão do PT. O relatório comprova que a lista, publicada por Carta Capital, além de não ser falsa, era de conhecimento da Polícia Federal, da Procuradoria Geral da República e do STF a origem da lista e informada na pagina 11 em seqüência a; “RESUMO DA MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA OCORRIDA NO ANO DE 1988 NA CAMPANHA PARA REELEIÇÃO AO GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PELO ATUAL SENADOR DA REPÚBLICA, SR. EDUARDO BRANDÃO DE AZEREDO E DO ATUAL VICE-GOVERNADOR, SR. CLÉSIO SOARES DE ANDRADE. ELEIÇÃO DE 1998 – HISTÓRICO”. Documento obtido através de apreensão, foi este resumo que possibilitou a investigação da PF, que fundamentou a denúncia do Procurador Geral da República, aceita e em curso no STF através da Ação Penal 536/MG, tendo como relator o ministro Joaquim Barbosa. Assessores do STF mostraram-se assustados com as indagações do Novojornal, depois de confrontados com cópia do relatório e do protocolo, foram obrigados a reconhecer o fato informando que o inquérito encontrava-se “guardado”, por estratégia do ministro Joaquim Barbosa, para evitar pressões principalmente depois de cumprida determinação do ministro para que as testemunhas de acusação fossem ouvidas. O apurado e descrito no Relatório da Polícia Federal comprova que Lídia Maria Alonso Lima, funcionara como “Laranja” de Aécio e Andréa Neves. Ouvida pela Polícia Federal, ela disse: “Que em 1998 trabalhava na Empresa Comercial Factoring Ltda, de propriedade de Andréia Neves da Cunha, onde exercia a função de gerente na referida empresa. Que indagada acerca das empresas denomínas Sistema de Comunicação Azaléia ltda, Editora Gazeta de São João Del Rey Ltda, e Taking Care Ltda, onde seu nome faz parte do quadro societário das mesmas, a declarante confirma tal participação. Que, quanto a empresa Sistema de Comunicação Azaléia Ltda, trata-se da Radio Azaléia FM, cujo contrato social foi registrado em 1997, conforme cópia que ora apresenta, porém, até o momento a mesma ainda não entrou em funcionamento por questões burocráticas; Que, quanto à empresa Editora Gazeta de São João Del Rey LTDA, a mesma foi aberta pelo senhor Herval da Cruz Braz (já falecido), esposo de Andréa Neves da Cunha, irmã de Aécio Neves; Que, com a morte do senhor Herval, a declarante foi convidada por Andréa Neves a integrar o quadro societário da mesma, uma vez que Andréa Neves se ausentou por três anos de Belo Horizonte/MG, indo morar no Rio de Janeiro, de 1999 a 2001, e por questões de confiança, deixou referida empresa sob a responsabilidade da declarante; Que, a declarante acredita que nunca fez nenhum tipo de retirada na mencionada editora, mesmo por que o histórico financeiro da empresa nunca foi dos melhores; Que, quanto à empresa Taking Care LTDA, a mesma foi fundada em 12/12/1995, por Andréa Neves da Cunha e Herval da Cruz Braz; Que, em outubro de 1999, com a morte do senhor Herval, a declarante foi convidada para integrar o quadro da Taking Care, com 0,01%, ou seja, apenas para cumprir exigência legal; Que, na 6ª Alteração Contratual a declarante deixou de figurar no quadro societário da Taking Care, passando a funcionária formalmente contratada, ocasião em que passou a fazer parte do quadro societário da mesma, com 49%, o senhor Aécio Neves da Cunha, irmão de Andréa Neves; Que, em 2003, quando o senhor Aécio Neves assumiu o cargo de governador do Estado de Minas Gerais, este solicitou a Andréa que retirasse o seu nome do quadro societário da Traking Care; Que, na sétima alteração contratual a declarante voltou a compor o quadro societário da Traking Care, desta feita com 49%, Que, na última alteração contratual a declarante passou a ter apenas 5% do capital social da Traking Care e a senhora Andréa Neves 95%. A Radio Azaléia encontra-se instalada na cidade de Bocaiúva, FM 101,5 MHz. Em 1997, segundo depoimento de Lídia Maria Alonso Lima, quando foi registrada, Aécio era deputado federal e pela lei estaria impedido de ter concessões do Estado. Segundo fontes da PGR, “apenas estes fatos seriam suficientes para apresentação de denúncia contra Aécio e Andréa Neves no processo do “Mensalão Tucano”, movido contra Eduardo Azeredo, o que não ocorrera por decisão política, porém, a situação complicou-se após a denúncia apresentada pelos deputados Sávio Souza Cruz (PMDB-MG) e Rogério Correia (PT-MG)”. “A confissão de Lídia Maria Alonso Lima perante a Polícia Federal somada as denúncias apresentadas pelos dois deputados mineiros comprovam como vem operando a mais de uma década o esquema montado para ocultar o patrimônio, benefícios de concessões e recursos públicos sem que apareça Andréa e Aécio Neves”, conclui. Sabe-se que investigações da Receita Federal aprofundaram-se na analise do patrimônio das empresas IM Participações e Administração Ltda e NC Participações Ltda, nas quais são sócios Aécio, Andréa e sua mãe Inês Maria, principalmente em relação ao patrimônio incorporado que não teve origem nos bens deixados por Gilberto Faria. A denúncia dos deputados Sávio Souza Cruz e Rogério Correia relata a ocultação de patrimônio e rendas: “A declaração de bens apresentada por Aécio na Justiça Eleitoral aponta um cidadão de pouco patrimônio, com rendas de servidor público incompatível com a vida de Aécio Neves, que viaja constantes ao exterior, utilização de veículos de luxo, refeições e hospedagens em points do jet set nacional e internacional e a utilização de jatinhos particulares para o seu deslocamento. Certamente, tais condutas e procedimentos não são próprias de um mero agente político, que ocupa cargos públicos desde os 18 anos de idade. Perante a Justiça Eleitoral, para seu registro de candidatura ao Senado da República no ano de 2010, apresentou a seguinte relação de bens, com os seguintes valores: a) Apartamento no Rio de Janeiro, no valor de R$ 109.500,00; Lote, no valor de R$ 6.639,73; c) Lote, no valor de R$ 9715,62; d) Ações, no valor de R$ 0,09 e) Ações, no valor de R$ 217,26 f) Quotas de capital da IM Participações , no valor de R$ 95.179,12; g) Empréstimo a NC Participações Ltda, no valor de R$ 8.544,12; h) Objeto de Arte no valor de R$ 13.650,00; i) 50% de imóvel rural, no valor de R$ 87.000,00; j) Saldo em conta corrente no valor de R$ 331,07; k) Aplicação financeira no valor de R$ 40.142,20; l) Saldo em conta corrente no valor de R$ 10,00; m) Aplicação financeira no valor de R$ 14.393,28; n) Saldo em conta bancária no valor de R$ 496,93 o) Apartamento em Belo Horizonte no valor de R$ 222.000,00. Total do patrimônio declarado : R$617.938,42 A declaração de bens apresentada pelo primeiro representado à Justiça Eleitoral possui os mesmos valores históricos, quanto ao patrimônio imobilizado, da declaração apresentada em 2006, quando de sua segunda candidatura a Governador de Minas Gerais, com pequenas variações. Quanto ao patrimônio total, houve uma redução nominal em quatro anos da ordem de cerca de 20% (vinte por cento). Em quatro anos, o primeiro representado teve decrescido o seu patrimônio. A remuneração do Governador do Estado de Minas Gerais, ocupação principal do primeiro representado no período de janeiro de 2003 a abril de 2010, era de R$ 10.500,00 (dez mil e quinhentos reais) brutos, nos termos da Lei Estadual 16658. Durante este período apontado, o primeiro representado realizou 11 (onze) viagens ao exterior às suas expensas, segundo dados colhidos junto à Assembleia Legislativa, muitas vezes em companhia da família e segundo notas de imprensa, frequentemente a destinos de alto luxo como Aspen, estação de esqui nos Estados Unidos. De abril de 2010 a Fevereiro de 2011, quando voltou a assumir mandato eletivo, o primeiro representado esteve desempregado. Entretanto, continuou realizando viagens ao exterior e com seus hábitos caros e pouco comuns à maioria esmagadora da população. O primeiro representado tem uma de suas residências fixas na cidade do Rio de Janeiro, próximo à Lagoa Rodrigo de Freitas, no Bairro Leblon, considerado de classe alta. Outra, em Belo Horizonte, também em um bairro considerado zona residencial nobre. As despesas com manutenção de suas residências e de seu nababesco estilo de vida, compreendendo restaurantes de primeira linha, festas com celebridades, boites e viagens a bordo de jatos particulares são incompatíveis com os seus rendimentos declarados. É bem verdade que o primeiro representado tem declarado em seu patrimônio a participação societária nas empresas NC participações Ltda (CNPJ 23205958/0001-14), no valor de R$ 9.819,00 (nove mil e oitocentos e dezenove reais) e da IM Participações e Administração Ltda (CNPJ 28264463/0001-80) no valor de R$ 95.179,12 (noventa e cinco mil e cento e setenta e nove reais e doze centavos) esta com sede na residência de sua mãe, a anciã Inês Maria Neves de Faria, com endereço na Rua Pium-i, 1601, apto 901, em Belo Horizonte e agora, incorporada ao seu patrimônio a Rádio Arco-Iris Ltda, cujas operações serão detalhadas a seguir. Mas seria o rendimento auferido pelo primeiro representado por sua participação acionária nestas empresas que suportariam todas as elevadas despesas de seu estilo de vida ostentoso ou, a exemplo do que acontece comprovadamente com a empresa Rádio Arco-Iris, o primeiro representado utiliza-se diretamente de recursos ou de patrimônio destas e de outras pessoas jurídicas para fazer frente aos seus gastos faraônicos? Ao que se demonstra o primeiro representado, face os seus rendimentos oficiais, apresenta sinais exteriores de riqueza incompatíveis com seus rendimentos, nos exatos termos do art. 6º da Lei Federal 8021/90, fruto de ocultação de patrimônio, de fraude fiscal ou de ambos”. Prosseguindo: “Um dos instrumentos utilizados pelo primeiro representado para ocultação de patrimônio é a Rádio Arco-Iris Ltda. A empresa Rádio Arco-Iris Ltda (terceira representada) é de propriedade do primeiro e da segunda representados, segundo consta de registro extraído da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais. A aquisição de cotas da empresa foi realizada pelo primeiro representado no ano de 2010, quando ainda se encontrava desempregado e, portanto, sem nenhuma renda formal. Segundo o mesmo registro, a sociedade tem por objeto “a execução de serviços de radiodifusão sonora de quaisquer modalidades, em quaisquer localidades do país, desde que para tanto o Governo Federal lhe outorgue permissão e/ou concessões, podendo paralelamente explorar a propaganda comercial e a música funcional.” Para a consecução de seu objeto social, a sociedade poderá ter os gastos de custeio exclusivamente vinculados aos seus fins. Pressupõe-se pois que as despesas legítimas que podem ser utilizadas contabilmente para dedução na receita e via de consequência abatimento no lucro são aquelas afetas aos serviços de radiodifusão sonora e, paralelamente, exploração de propaganda comercial e a música funcional. Assim, ter-se-ão como despesas ordinárias e possíveis de constar no passivo da terceira representada as referentes a aluguel de imóvel, compra e manutenção de equipamentos, salários e encargos trabalhistas, manutenção geral das suas dependências, bem como locação, manutenção e despesas referentes a veículos colocados à disposição das finalidades da empresa, dentre outros gastos, desde que não configurado o desvio das finalidades empresariais. O recente episódio envolvendo o primeiro representado, Sr. Aécio Neves da Cunha, parado em operação policial na cidade do Rio de Janeiro, que ganhou repercussão nacional, face às infrações de trânsito cometidas por um Senador da República e ex-governador de Estado, não passariam de noticiário e de impressões de natureza política, não fosse o primeiro representado o condutor de um veículo de propriedade de uma empresa concessionária de serviço de radiodifusão, in casu, a terceira representada. Constatou-se, à ocasião, que o primeiro representado conduzia o veículo Land Rover “TDV8 Vogue”, ano 2010, placa HMA 1003, de valor aproximado de mercado de R$ 255.000,00, adquirido após as últimas eleições pela “Rádio Arco-Iris”, de propriedade do segundo e da terceira representada. Segundo informações fornecidas pela Assessoria de Imprensa do primeiro representado, o veículo ficava à disposição da família do primeiro e da segunda representada, que são irmãos, e era utilizado por eles durante seus deslocamentos de caráter particular e privado, no Estado do Rio de Janeiro. Constatou-se também ser a empresa Rádio Arco-Iris, terceira representada, proprietária de 12 veículos registrados no DETRAN-MG, sendo eles: Placa Marca/Modelo ano FIPE HEZ 1502 Toyota Fieldes 2006 R$ 34.513,00 HMA 1003 Land Rover TDV8 Vogue 2010 R$ 254.625,00 HMO 9226 Fiat Strada Advent Flex 2009 R$ 38.723,00 HMO 8922 Microonibus Fiat Ducato 2009 R$ 67.785,00 HJO 1804 Moto Honda CG 150 Titan 2009 R$ 5.397,00 HHH 0211 Toyota Hilux SW4 SRV 4x4 2006 R$ 93.600,00 HBM 7500 Land Rover Discovery TD5 2004 R$ 65.210,00 HCL 4278 MMC L200 Sport 4x4 GLS 2004 R$ 47.215,00 GYV 7361 Microonibus M Bens 312D Sprinter 2000 R$ 40.055,00 LCQ 3053 Audi A6 1998 R$ 35.311,00 HCV 0083 Uno Mille Fire 2005 R$ 15.175,00 GZF 3318 Gol 1.0 2001 R$ 16.825,00 TOTAL R$ 714.434,00 Observe-se que dos 12 veículos registrados em nome da Rádio Arco-Iris, seis deles, pelo menos, não guardam qualquer nexo com os veículos de utilização normal da empresa e para os fins do objeto empresarial. Indubitavelmente são automóveis de passeio, não utilitários, e de categoria de luxo. Além disso, tratando-se de emissora com sede e transmissão na região metropolitana de Belo Horizonte, a freqüente autuação de seus veículos, no Estado do Rio de Janeiro, também atesta que os veículos não são utilizados em serviços da empresa. As multas aplicadas aos veículos de nº. 1 e de nº. 2 da lista acima, conforme site do DETRAN/MG esclarecem que estes foram flagrados em excesso de velocidade em Búzios (RJ), Rio Bonito (RJ) em rodovias no Estado do Rio de Janeiro e também na cidade do Rio de Janeiro. Não é crível que tais automóveis estivessem a serviço da Rádio Arco-Iris naquele Estado, tanto mais considerando que a mesma é uma Rádio que não possui departamento de jornalismo, atendo-se tão somente ao entretenimento do público jovem e adolescente através de programação musical e, vale lembrar, transmite sua programação na região metropolitana de Belo Horizonte. Ad argumentandum , apesar de a Rádio Arco-Iris ser a retransmissora da Rádio Jovem Pan, e conforme declarado pela Assessoria de Imprensa do primeiro representado, possuir alto faturamento anual(sic), mesmo sem entrar no mérito da destinação pelo primeiro e segundo representados de verbas públicas de publicidade ao terceiro representado, não se justifica a imobilização de patrimônio através de aquisição de veículos de luxo, imprestáveis à finalidade empresarial. Obtempere-se que, a propriedade de tais veículos, ´por parte da terceira representada , poderão se prestar a: a) contabilização de seu custeio como despesas da empresa. Assim, o pagamento dos altíssimos valores de seguro, IPVA, multas e taxas, são lançados como despesa e portanto dedutíveis para a apuração do lucro, o mesmo ocorrendo com as despesas de combustível, revisão e peças; contabilização da depreciação patrimonial dos veículos, também dedutível para apuração do lucro; c) contabilização dos possíveis contratos de arrendamento mercantil, se houverem, como despesa corrente, também passível de dedução no lucro. Tais operações contábeis, se ocorreram, configuram burla ao fisco e evidenciam o lançamento de despesas estranhas à atividade empresarial na contabilidade da empresa, reduzindo a base de cálculo para a apuração do quantum devido à Receita Federal, em todos os tributos e contribuições fiscais e parafiscais em que o lucro for a base de cálculo. Constitui, portanto, sonegação fiscal, devendo ser apurada para a responsabilização dos envolvidos. As cotas da Rádio Arco-Iris foram adquiridas pelo primeiro representado em 28/12/2010, com o valor declarado à Junta Comercial do Estado de Minas Gerais de R$88.000,00 (oitenta e oito mil reais) de um total de cotas da sociedade de 200.000 cotas, no valor total de R$200.000,00 (duzentos mil reais). Sobre este item, deve-se considerar o seguinte: a) O valor declarado à JUCEMG não representa necessariamente o valor real da empresa; Somente os veículos registrados no DETRAN-MG em nome da empresa têm valor de mercado de aproximadamente R$715.000,00 (setecentos e quinze mil reais). – conforme Tabela FIPE c) O valor comercial da concessão da Rádio Arco-Iris Ltda, retransmissora da Rádio Jovem Pan e ocupante do 6º lugar no ranking de audiência é de aproximadamente R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais), segundo informações de mercado; d) o primeiro representado não possuía patrimônio declarado para a aquisição de tal empresa, conforme já demonstrado. Como dito, a empresa Rádio Arco-Iris é apenas um dos mecanismos utilizados pelo primeiro representado para ocultação de seu patrimônio e a prática de sonegação fiscal. Só foi detectada em função de mais um excesso público cometido pelo primeiro representado, o qual é useiro e vezeiro. Apenas a investigação criteriosa da Receita Federal do Brasil poderá detectar outros métodos de sonegação utilizados pelo primeiro representado, bem como a extensão dos danos ao erário”. Com relação às empresas IM Participações e Administração Ltda e NC Participações Ltda, das quais Aécio e Andréa são co-proprietários, solicitaram a verificação da utilização de suas rendas e patrimônio. Embora apenas a compra por Aécio Neves da participação na Radio Arco-Iris (Jovem Pan), por R$88.000,00 (oitenta e oito mil reais) enquanto o valor comercial da empresa seja de R$ 15.000.000,00 demonstre a ocultação de bens, outros fatos foram denunciados a PGR; "O primeiro representado( Aécio Neves), faz uso frequente de aviões particulares para seu deslocamento no Brasil e no exterior. Constata-se por declarações dadas pelo representado à imprensa, o uso frequente de um jato particular, cujo valor de avaliação é de 24 milhões de reais, de propriedade da Banjet Taxi Aéreo Ltda., é feito graciosamente, por cortesia da empresa. Ocorre que tal empresa, pertencente ao grupo econômico do extinto Banco Bandeirantes, liquidado em ruidosa nuvem de má gestão, tem como sócio administrador o Sr. Oswaldo Borges da Costa Filho, presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, nomeado para aquele cargo pelo primeiro representado. No que toca ao Sr. Oswaldo Borges da Costa Filho, figura das mais influentes na área de mineração em Minas Gerais, tendo em vista sua posição privilegiada como presidente de uma grande estatal, o mesmo participa da diretoria ou é sócio proprietário de outras pessoas jurídicas. Tal influência passou a ser exercida a partir da posse do primeiro representado no governo de Minas. Antes disso, o Sr. Oswaldo Borges da Costa Filho nada mais era do que um nome nas colunas sociais. São elas: Minasmáquinas S/A, BAMAQ S/A Bandeirantes Máquinas e Equipamentos, Companhia Mineradora do Pirocloro de Araxá COMIPA, Comercial de Veículos Delta Ltda., CGO Administradora e Corretora de Seguros Ltda. e OEC Memória do Automóvel Ltda. Foi também proprietário de outras empresas, juntamente com o ex banqueiro Clemente de Faria, como a Star Diamantes Ltda., de sua propriedade quando já era presidente de empresa estatal.. A primeira e a segunda empresas citadas mantém relações comerciais com o Estado de Minas Gerais, da qual o primeiro representado foi Governador nos últimos dois mandatos e o Sr. Oswaldo foi e continua sendo presidente de estatal e membro de conselhos de administração de outras empresas. Ainda sobre a Banjet Taxi Aéreo Ltda., CNPJ 23.348.345/0001-36, frise-se, pertencente ao mesmo grupo econômico do extinto Banco Bandeirantes, e que cede graciosamente suas aeronaves ao primeiro representado, aponte-se que suas aeronaves foram utilizadas na campanha de 2010 ao Governo de Minas e ao Senado da República pelos candidatos Antônio Anastasia, Aécio Neves e Itamar Franco. Estas informações estão no sítio eletrônico do TSE e o custo de tais locações superou o valor de R$ 900.000,00 (novecentos mil reais). A Banjet ainda locou suas aeronaves ao PSDB nacional, pelo que consta da prestação de contas daquele partido, também registrada no TSE. Estas informações apenas ilustram o perfil das empresas dirigidas pelo Sr. Oswaldo Borges da Costa Filho, figura das mais influentes no cenário empresarial mineiro. Mas o que levanta suspeitas é o fato de que pertenceram ao grupo econômico do extinto Banco Bandeirantes, que tinha um de seus endereços na Avenida Rio de Janeiro, 600, Belo Horizonte, coincidentemente o mesmo endereço da empresa IM Participações e Administração Ltda., à época em que a genitora do primeiro representado, Inês Maria Neves Faria, era uma das gestoras do malfadado Banco, juntamente com o seu marido já falecido, o ex banqueiro Gilberto Faria. Observe-se que a empresa IM Participações e Administração Ltda. é de propriedade do primeiro representado, da segunda representada e de sua mãe, viúva do ex banqueiro, conforme documento anexo. Como é de praxe, são essas empresas de participação quem administram inteiras fortunas, para acobertar patrimônio de particulares, que não tem como justificar contabilmente a aquisição de ativos. Haveria aí uma triangulação de patrimônio, de forma que não só a Banjet Taxi Aéreo Ltda., como outras empresas ligadas ao grupo econômico do extinto Banco Bandeirantes ou não fossem de co-propriedade do primeiro e da segunda representada? Certamente. Tal triangulação seria possível uma vez que a genitora de ambos representados era gestora de empresas ligadas ao banco e sócia daqueles." Espera-se para o primeiro trimestre deste ano a divulgação, pela Procuradoria da República e Receita Federal, do resultado das investigações, além das medidas que serão tomadas em função das denúncias apresentadas. Novojornal consultou Aécio e Andréa Neves através de suas assessorias. Eles preferiram nada comentar a respeito dos fatos noticiados. Documentos que fundamentaram a matéria: Depoimento de Lídia Maria Alonso Lima na Polícia Federal Relatório da Polícia Federal Mensalão Tucano Pagina 11 Expedição de Carta de Ordem, pelo STF, para oitiva da testemunha de acusação Lídia Maria Alonso Lima. (Pág.2) Representação encaminhada ao Ministério Público de Minas Gerais Decisão do Procurador Geral de Justiça de Minas Gerais Alceu José Torres Marques Representação encaminhada a Procuradoria Geral da República Representação encaminhada a Receita Federal Declaração de Bens apresentada por Aécio Neves no TSE E-mail com perguntas encaminhadas à Andréa Neves E-mail com perguntas encaminhadas a Aécio Neves http://www.novojorna...02-01-2013.html1 point
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Hoje um preso não custa menos que R$ 2000. Se tu botar o custo de manutenção das prisões - que desviam dinheiro que era pra melhorar a estrutura - pode ter certeza que o custo hoje é capaz de ficar 50% acima disso que negociaram. Apenas uma informação, mas com exceção de presos ligados realmente a facções, pra sair do inferno que é hoje tenho certeza que muitos presos gostariam de ir pra essa nova prisão, mesmo trabalhando 6 horas por dia e estudando 4.1 point
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Cada um com sua opinião né Boris. Conheço muita cadeia e posso te dizer sem sombra de dúvidas que pro preso, do jeito que tá não dá mais. Tem presídios mais de 6x acima da capacidade, gente não tendo comida, ratos mordendo os detentos, hiv pegando a rodo, tudo dentro do nosso sistema prisional. O único jeito que pode ser especulado uma melhora disso na minha opinião é realmente o que aconteceu, porque caso continue tudo do jeito que tá, te digo que isso NUNCA vai mudar. Esse ano teve estado que perdeu benefício de 300 milhões de reais porque não elaborou sequer um PLANO - o que diga-se, era a única coisa necessária - para construir presídios. A realidade do sistema prisional hoje é incrivelmente triste. Sem sombra de dúvidas, quem acha que o sistema atual custa R$ 1000 por preso está muito enganado. Hoje, impossível um preço custar menos que R$ 2000 mensais. Se na PPP custar, por exemplo, R$ 2200, considero uma ótima relação, a começar pelo fato de que os presos terão muito mais chance de se ressocializarem (penso sinceramente que tem que haver uns ajustes nesse projeto), visto que hoje o sistema não faz isso com ninguém. Com o contigenete carcerário que tem podem construir umas 500 cadeias desses que ainda tem espaço pra mais. O próprio contingente carcerário já é suficente para lotar MUITA cadeia. Estima-se - em dados "extra" oficiais, visto que os oficias são muito tendenciosos) que falta no Brasil mais de 400 mil vagas. Acho que se a ideia for bem lapidada - e por exemplo, realmente prestar estudo, cursos técnicos - é bem possível que se reduza o nível da criminalidade. Muitos presos acabam nessa situação porque jamais tiveram uma oportunidade na vida.1 point
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Venda de senteça, é o nome do negocio. Quanto juiz não vai ganhar sua parte por atingir cota de "vagabundo preso". Por que não dão os mesmos 2100 pra quem ta em situaçao de miseria pra evitar ter que gastar os mesmos 2100 com quem teoricamente ja nao tem mais geito? E a questao da liberdade de querer ser um vagabundo, ninguem pode obrigar ninguem a trabalhar isso é escravidao.1 point
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2mil por mês por preso, então adotando esse sistema teriamos um gasto mensal de 200 milhões mensais apenas com a população carcerária que responde pena por tráfico de drogas. Daí a pena mínima fica nos 5 anos, que dá 60 meses, e chegamos ao valor de 12 bilhões de reais pra "ressocializar" todos os narco-detentos do nosso sistema. Dá pra fazer quantas escolas com 12 bilhões? EDIT: considerando o número de 100 mil encarcerados por crimes relacionados a drogas, mesmo sabendo que são 120mil, aproximadamente.1 point
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o lucro das prisões privadas vem do trabalho escravo.1 point
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Não concordo 100% com esse teu pensamento canadense. Acho que a coisa já tá meio alá tiririca: Pior do que tá, não fica. E isso é fato na minha humilde opinião. Faz tempo que defendo essa ideia de PPP, acho que pode ser uma boa experiência. Aguardando pra ver o que vai rolar! E no mais, tem que rolar uma fiscalização minuciosa de toda história.1 point
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Prisões privadas só beneficia um. O dono. A função de uma prisão e resocializar... Essas prisões priivadas só querem uma coisa, mais presos...1 point
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ja recebi ameaça de internaçao quando era bem mais novo na epoca em que meus pais descobriram que eu fumava ... mas eu sempre fui muito ativo nessa questao de me informar sobre a minha situaçao , e mais do que isso sempre fui muito educado e , ate mais do que educado, sempre muito HONESTO com meus pais , quando me ameaçaram eu virei e flei " se eu for internado VAI ser contra a vontade ,se isso acontecer a partir desse momento vcs podem parar de me considerar como filho pois eu n vou ter relaçao nenhuma com voces mais "... so e bom deixar claro que na epoca eu ja tinha um curso tecnico que me dava condiçoes de sair de ksa e me sustentar sem problemas ... mas repetindo , sempre fui muito educado e muito HONESTO com eles desde que descobriram que eu fumo eu nunca tive a cara de pau de fazer como 90% faz e fingir que parou , encontrou jesus , etc ... ja fiz ate exame pra provar que nao uso nada alem de cannabis , hoje em dia eles me respeitam assim como eu respeito a religiao (burra) deles =( ... mas respeito tem que ser conquistado e nao imposto1 point
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Não concordo, antes só do que mal acompanhado, familia sempre foi um poço de preconceito e de hipocrisia.1 point
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É uma merda, tenho amigos q estiveram na mesma situacao, mas o q vc nao disse foi o pq deles te internarem. Se for só erva e eles nao entendem, tenta se segurar mais esse mes ae, qnd sair nao surta nem culpa teus pais por serem ignorantes em relacao a erva. tu tem apenas 18 anos e como o capitao_verme disse ali; a relacao mais importante é com a tua familia. agora, tenta responder explicando o pq da sua internacao. essa abordagem pareceu muito ilegal mas dependendo do problema da pra entender, ngn quer um crackudo como filho.1 point
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Ja aconteceu comigo quando eu era jovem...por causa da maconha. Hoje as pessoas que fizeram isso, sentem vergonha...1 point
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Ir na delegacia e ai? Mandar prender os pais? Acusar eles de sequestro? Não e mais fácil ele sair de casa e deixar o tempo resolver os problemas e diferenças de ponto de vista? Agora se ele vive as custas do pai e come comida quentinha da mãe não tem como se mandar e ser independente.1 point
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A novela das 9 tinha de ter um grower que foi preso injustamente por plantar sua medicina para combater sintomas de câncer... Seria acusado de trafico, ia passar um horror na prisão, mas depois ele se curaria do câncer e namoraria a bela protagonista. O papel do grower tinha de ser feito por um galã... O dia que isso acontecer, legaliza no outro dia de manha bem cedinho, com volta olímpica e tudo...1 point
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Galera, fica a dica aqui.. O projeto Tor é um trabalho sem fins lucrativos para navegar anonimamente na internet... simples mas eficiente... Lembre-se que não existe nada que vai resolver 100% a sua privacidade, porem com esse aqui já dificultamos um pouco o trabalhos dos feds... Vou a livrar a deles tb... acho que os feds estao fazendo o trabalho deles....que é cumprir a lei... recebem salários para isso... por isso acho que o problema não está neles... temos que mudar a Lei, e o ativismo é essencial. Simbora para a rua !!! Existem milhares de programas, sites, dicas similares a isso, mas escolhi esse aqui porque é simples, facil, de graça e não requer nenhum conhecimento extra de ninguem para começar a usar. Tem para Windows, Mac e Linux... vai que vai !!! http://www.torprojec...g/index.html.en PS: Nessas horas aqui, em que se precisa ficar anonimo, quanto mais lento for o programa, em teoria melhor é o acesso... portanto se voce usa algo que parece rápido demais... fique atento. Falowz....1 point
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