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O fracasso de uma guerra sem sentido Políticas de viés proibicionista e repressivo estão sendo colocadas em xeque em diversos países do mundo e evidenciam a necessidade de se discutir as drogas de forma racional Um negócio bilionário, estimado em 320 bilhões de dólares. A mais lucrativa atividade ilegal do planeta, o comércio de drogas, fatura dez vezes mais que o tráfico de pessoas, o segundo negócio ilícito mais rentável, de acordo com dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc). Em alguns locais, o tráfico molda relações sociais, trabalhistas, tem conexões com o mundo político institucional e com outros ramos do poder público, a despeito de haver uma “guerra às drogas” que se manifesta de forma distinta na maioria dos países que contam com legislações proibicionistas. Um combate insólito que já custou, somente nos Estados Unidos, 1 trilhão de dólares nos últimos 40 anos, ao se propor a idealizar um mundo no qual substâncias deixariam de ser consumidas apenas por serem ilícitas. E, na prática, resultando em um empoderamento de redes ilegais, que conseguem lucros estratosféricos em parte devido a essa proibição, configurando um cenário global no qual as drogas circulam muito mais livremente do que as próprias informações sobre elas. A discussão sobre políticas de drogas no Brasil e em outras partes do mundo tem tido avanços consideráveis nos últimos anos, conseguindo mobilizar pessoas que veem como a repressão não funcionou para tratar a questão. Em novembro de 2012, nas últimas eleições realizadas nos Estados Unidos, parte da população deixou evidente seu descontentamento. No Colorado, foi aprovada a Emenda 64 com 55% de votos favoráveis, proporção similar à votação em que o estado de Washington aprovou a iniciativa número 202. Ambos se tornaram as primeiras unidades federativas no mundo a adotarem a regulamentação, a taxação e o controle da maconha de forma semelhante ao que acontece com as bebidas alcoólicas. As legislações dos dois estados legalizam a posse de até uma onça (28,34 gramas) de maconha para maiores de 21 anos, sendo que a norma do Colorado permite outorgar licenças para cultivo e produção de derivados da planta. No mesmo processo eleitoral, Massachusetts se tornou o 18º estado do país, além do distrito de Columbia, a habilitar a maconha para uso medicinal. Mesmo em regiões mais conservadoras politicamente, como o Arkansas, em que emenda semelhante foi rejeitada, a margem foi estreita: 48% dos eleitores no estado se mostraram favoráveis à norma. E isso parece ser uma tendência no país, já que, de acordo com pesquisa do instituto Gallup feita em março, 49% dos norte-americanos aprovam a legalização da maconha, um número que é quase o dobro do apoio dado em 1995 (25%). Tais vitórias por si só seriam relevantes para aqueles que lutam contra o proibicionismo, mas o caráter simbólico que representam, por terem acontecido no país que mais empunhou nas últimas décadas a bandeira das políticas repressivas, as torna ainda maiores. A mobilização social também proporciona mudanças de outra ordem. Em agosto, o procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, passou a orientar os promotores para que, ao registrarem as acusações de porte de substâncias ilegais, não façam menção à quantidade em posse do acusado, evitando assim que seja acionada automaticamente a sentença mínima obrigatória de prisão. O objetivo é fazer com que pessoas detidas que tenham comportamento não violento e não possuam ligações com gangues ou cartéis recebam penas alternativas, como prestação de serviços comunitários e cumprimento de programas de reabilitação. “Ronald Reagan construiu seu caminho para a Presidência com a promessa de combater as drogas e endurecer a guerra contra elas. Sua esposa, Nancy Reagan, fez a campanha Just Say No, e naquela época isso foi um grande sucesso. Ser linha dura contra as drogas era interessante para a classe política”, lembra Tarso Araújo, jornalista e autor do livro Almanaque das Drogas. “Já nas ultimas eleições, várias vezes jornalistas perguntaram para o Obama e para o Mitt Romney a respeito de plebiscitos como os do Colorado e de Washington, e os dois ficaram quietos, não deram declarações mais contundentes. Há 20 anos, se perguntassem ao cara, ele diria ‘isso é um absurdo’, pois teria certeza que a maioria iria votar contra a legalização. Mas o silêncio deles mostra que os políticos não sabem se é melhor ser linha dura ou liberal contra as drogas, por isso ficaram em cima do muro, o que demonstra uma mudança.” E no Brasil? Aqui, além de diversas Marchas da Maconha e encontros antiproibicionistas terem sido realizados, crescendo em número e importância ano a ano, o tema passou a ter um destaque maior, mesmo por parte da mídia tradicional, a partir da repercussão de filmes comoCortina de fumaça, de Rodrigo Mac Niven, lançado em 2010, e Quebrando o tabu, de 2011, dirigido por Fernando Grostein Andrade. Mesmo assim, a política de drogas ainda é um tema cuja discussão é carregada de poderosos (pré) conceitos morais que dificultam uma discussão racional, tal como pedem movimentos e ONGs. “Algo que a mídia ainda faz muito é moralizar totalmente a questão das drogas entre bem e mal, associando, por exemplo, a ideia de que se você enrola um baseado numa faculdade está armando um garoto no narcotráfico”, argumenta Andrea Rangel Ribeiro, professora de Antropologia do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (Inest-UFF). “O fato de a opinião pública ter desenvolvido, nos últimos anos, uma sensibilidade maior a questões relacionadas à justiça social não se reverteu em algo parecido na questão das drogas, porque ela vem amarrada à imagem do narcotráfico. Pode se trabalhar políticas educacionais para criar uma consciência maior, mas sem essa carga moral; é preciso que as pessoas tenham clareza que o problema das drogas é como outros tantos. Enquanto o tráfico de drogas não for visto como um comércio ilegal como outro qualquer, aquela visão do filmeTropa de elite, moralista, vai prevalecer. Temos de lidar com os dados de maneira objetiva, racional, e isso não foi feito em nenhum lugar do mundo ainda”, explica Andrea. Muito do moralismo que cerca o tema das drogas está ligado à ideia de que alterar seu próprio estado de consciência é errado, um conceito arraigado no imaginário de muitas pessoas. “Ethan Nadelmann costuma dizer que a cada dia surgem novas drogas psicoativas e sempre vão surgir. Não adianta a lei correr atrás da próxima droga, é preciso mudar a maneira de lidar com essa questão. Parte dos adultos tem a tendência de querer experimentar estados de alteração da consciência, e aceitar isso é a primeira maneira de remover a névoa de moralismo sobre o tema”, sustenta Renato Malcher-Lopes, mestre em Biologia Molecular pela Universidade de Brasília e PhD em Neurociências pela Universidade Tulane. “Por mais que existam leis contra cada substância nova que surge, sempre vai existir uma grande quantidade de pessoas que não vai aceitar dividir sua autonomia, a soberania do seu próprio corpo com aqueles que elaboraram as leis.” As origens legais do proibicionismo Para desfazer a névoa de desinformação que cerca a questão da política de drogas, é importante trabalhar com o significado do termo. No livro Almanaque das Drogas, Tarso Araújo lembra que a definição mais ampla para “droga” é considerá-la como “qualquer substância capaz de alterar o funcionamento normal de um organismo”, algo similar à forma adotada pelos gregos, que utilizavam a palavra phármakon tanto para remédio como para veneno. Já a Organização Mundial de Saúde, em seu “Glossário de Álcool e Drogas”, diz que se trata de substâncias “que afetam a mente e os processos mentais”. Os tratados da ONU de 1961 e 1971 fortaleceram o estigma da droga como substância proibida, mas Araújo utiliza o termo como sinônimo de droga psicoativa, ou seja, aquela capaz de causar alterações de comportamento e/ou percepção, sendo ou não lícitas, o que inclui nesse rol substâncias largamente consumidas – inclusive por menores de idade, às vezes incentivados por adultos – como álcool, tabaco e cafeína. Tendo em vista esse conceito, por que algumas se tornaram proibidas em boa parte do mundo enquanto outras, por vezes mais danosas que algumas ilícitas, são permitidas? Em tese, os textos das convenções internacionais justificam a classificação jurídica das drogas com base em dados científicos a respeito do potencial que cada uma teria para causar dependência e danos à saúde. Mas o que fica evidente para muitos especialistas da área é que os critérios de classificação são muito mais políticos e econômicos do que científicos. De acordo com dados do Unodc, o controle internacional sobre narcóticos e substâncias psicotrópicas tem início no século XX, em função do alto índice de consumo de ópio à época, o que resultou na reunião de diversos países para discutir a questão na Comissão do Ópio de Xangai, em 1909. No artigo “Uma história política da criminalização das drogas no Brasil; a construção de uma política nacional”, o historiador Jonatas Carlos de Carvalho descreve o contexto e os resultados do encontro. “Os países signatários se comprometeram em coibir o uso de opiáceos e de cocaína em seus territórios, caso tais usos não obedecessem a recomendações médicas. É bom observar que o proibicionismo é resultado de alguns fatores socioculturais, que contribuíram para haver condições de possibilidade de intervenção estatal em relação à alteração da consciência”, conta. Àquela altura, já era possível notar os interesses de setores da economia na restrição ao uso de determinadas substâncias. “O aspecto econômico parece prevalecer no que tange à constituição da política proibicionista; primeiro, porque interessava à indústria farmacêutica o monopólio da manipulação e comércio do ópio e da cocaína, assim como seus derivados. Por outro lado, a ascensão da classe médica que assumia a ordem do discurso procurava rechaçar tudo que pudesse ser tratado como xamanismo ou curandeirismo”, sustenta Carvalho. “Pode-se citar, finalmente, a participação de setores mais conservadores da sociedade, que referendaram as políticas proibicionistas valendo-se da ideologia de pureza moral; cabe lembrar que tais setores tinham força política junto aos legisladores. Entre eles, podemos destacar as Ligas anti-saloon e o Partido Proibicionista.” Sob a égide da Organização das Nações Unidas (ONU), foi realizada em 1961 a Convenção Única de Narcóticos, que até hoje orienta a política internacional e muitas leis regionais sobre drogas no mundo, tendo como objetivo o controle da oferta e a repressão. Posteriormente, em 1971, estabeleceu-se a Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas, que abarcava formas de controle sobre drogas sintéticas e, em 1988, a Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas, que instituía métodos contra a lavagem de dinheiro e o fortalecimento do controle de percussores químicos. “As convenções têm um duplo viés. De um lado, são produto de intenções, de ações diplomáticas, existindo uma certa prevalência da iniciativa dos EUA, embora sua posição nunca tenha sido solitária. Desde os momentos iniciais, eles sempre foram acompanhados por muitos países, inclusive pelo Brasil. Por outro lado, as convenções respondem aos interesses dos países signatários de acionar dispositivos domésticos de proibição e repressão, e acabam reforçando políticas que são sobretudo locais”, explica Thiago Moreira Rodrigues, professor do Programa de Pós-Graduação em Estudos Estratégicos da UFF e membro do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos. “Os países já vão aos encontros internacionais com proposições proibicionistas, em busca de um guarda-chuva legal internacional, e se consolida uma via de mão dupla que garante a construção de um regime internacional desse tipo.” Rodrigues destaca que as últimas revisões feitas dos tratados internacionais sobre o tema foram basicamente de manutenção da linha estabelecida nos anos 1960. “De dez em dez anos há uma revisão dos tratados, e o da Convenção de Viena, em 2008, foi de ratificação da tônica proibicionista. Naquele ano, no Brasil, já havia diferença nas politicas domésticas, estava em vigor a lei de 2006 e o governo Lula havia incorporado a redução de danos como um dos itens da pauta do Ministério da Saúde, mas a diplomacia brasileira que foi a Viena não tocou no assunto, a delegação não fez da política doméstica uma bandeira e a redução de danos continuou excluída”, conta, ironizando o relativo consenso em torno das diretrizes internacionais sobre o tema. “Existem pouquíssimos casos em que a política dos EUA e do Irã estão de acordo, e isso acontece nos encontros sobre drogas.” Assim, o proibicionismo gera dois tipos diferentes de mercado de drogas. Enquanto o ilegal movimenta bilhões, o “legal”, que envolve indústrias produtoras de bebidas alcoólicas, de tabaco e de café, entre outras, fatura 1 trilhão de dólares anuais, segundo o Almanaque das Drogas. Entre as vantagens óbvias deste último se encontram legislações tolerantes em termos de regulação de propaganda, por exemplo, o que possibilita garantir um mercado consumidor entre crianças e jovens, muitas vezes alvos de peças publicitárias que, no caso das bebidas alcoólicas, por exemplo, podem ser vistas à tarde por pessoas de qualquer idade, em jogos de futebol transmitidos na televisão e em outros programas. Sobre o consumo de álcool por adolescentes, o 1º Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários, feito pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), em parceria com o Programa do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Departamento e Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Grea-FMUSP), mostra não só que se trata da substância mais utilizada pelos entrevistados, com um índice de 90% de uso, como também que 79% dos jovens com idade abaixo de 18 anos disseram ter consumido bebidas alcoólicas. Metade dos jovens, 54%, experimentou alguma bebida antes dos 16 anos, sendo que, destes, 20% o fizeram antes dos 14 e 34%, antes dos 15 anos. “A venda de álcool deveria ser mais regulamentada, seria necessário haver campanhas de educação para os pais evitarem o uso de álcool por jovens até determinada idade”, defende Renato Malcher-Lopes. “Mexer no seu estado de consciência é algo pecaminoso, fugir da realidade é uma luxúria… Isso é um conceito que vem da Inquisição, e só não atinge o álcool porque ele foi absolvido pela elite dominante. Engraçado o impacto que isso tem, mesmo para os mais esclarecidos: você anda à noite nas ruas e são centenas de pessoas sentadas na mesa do bar se drogando, com álcool, e elas não fazem essa conexão.” Nem todas as substâncias que alteram a consciência ou o comportamento sofrem com o preconceito em geral ou com campanhas massivas para proibir seu uso. “Nunca se consumiu tanto remédio tarja preta no mundo, há crianças tomando calmantes, é um fenômeno. E essa mesma sociedade que consome esse tipo de medicamento é contra a liberalização das drogas”, diz Andrea Rangel Ribeiro. “Nem falo a respeito do álcool, porque vem o argumento de que é uma substância legal, mas o medicamento tarja preta é legalizado sob certas circunstâncias, e o que observamos é ele ser utilizado para qualquer coisa, receitam com facilidade antidepressivos e ansiolíticos, o que vai contra a própria definição do medicamento controlado.” Mitos da pedagogia do terror A comparação com o álcool costuma ser muito utilizada por defensores da legalização da maconha para evidenciar a falta de argumentos científicos que justifiquem a proibição dacannabis. “A minha visão é que o nível de rigor com a maconha deveria ser reduzido e o do álcool ampliado, para que ficassem num patamar próximo. Com a regulação, poderia se impedir que pessoas menores de 18 anos usassem, a maconha seria vendida em estabelecimentos credenciados, e se aconselharia a não utilização em áreas públicas, por exemplo”, sustenta Malcher. Diversos mitos acerca da maconha têm sido desconstruídos não somente por ativistas antiproibicionistas, mas também pela própria ciência. Porém, isso não impede que continuem sendo divulgados por setores interessados na manutenção do proibicionismo e, às vezes, pela mídia. “O que vemos hoje é o pouco compromisso com evidências científicas e o desconhecimento, de alguns parlamentares e porta-vozes da posição mais conservadora, de todo o conhecimento adquirido nos últimos anos e das experiências internacionais bem-sucedidas no campo da descriminalização, redução de danos e tratamento que deram certo”, analisa Ilona Szabó de Carvalho, cofundadora da Rede Pense Livre – Por uma política de drogas que funcione. “O debate ainda está sendo feito de forma ideológica e com bastante preconceito. Precisamos vencer esta etapa e discutir soluções embasadas em dados e boas práticas”, acredita. Um dos principais argumentos utilizados por aqueles que condenam a legalização da maconha diz respeito ao seu uso como “porta de entrada” para o consumo de substâncias perigosas que seriam mais prejudiciais à saúde. “O traficante é a porta de entrada, não a maconha. Se considerar dessa forma, sem relação de causa e feito, a porta de entrada seria o álcool, que as pessoas começam a usar antes porque é a droga mais acessível”, afirma Tarso Araújo. “Não há estudo que comprove essa relação biológica, tanto que há pessoas que usam maconha e não utilizam drogas pesadas.” Outro ponto bastante abordado é a relação entre o uso da erva e a esquizofrenia, que também representaria uma distorção. “A ideia de que a maconha causa esquizofrenia é vendida com muito pouco escrúpulo por alguns. O que se sabe é que existem evidências de que, em pessoas de um determinado grupo de risco, jovens, que já têm propensão à doença, existe um pequeno aumento do risco. Contudo, muitos dizem que qualquer um pode se tornar esquizofrênico utilizando maconha”, diz Sidarta Ribeiro, neurocientista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). No artigo “Cannabis pode realmente causar esquizofrenia?”, Dartiu Xavier, diretor do Programa de Orientação e Assistência a Dependentes (Proada), questiona tal tese. “A própria quantificação da suposta possibilidade de redução da incidência de esquizofrenia através da supressão do uso de maconha não passa de uma inferência baseada na inversão de um cálculo matemático simples. Nos últimos 30 anos, o uso de cannabis aumentou substancialmente entre populações jovens. Se a relação entre cannabis e esquizofrenia fosse realmente de causalidade, deveríamos ter constatado, igualmente, um aumento da incidência de esquizofrenia entre 1970 e os dias de hoje. Entretanto, estudos populacionais sugerem que a incidência de esquizofrenia vem se mantendo estável ou até mesmo apresentando discreta diminuição no referido período (Macleod et al, 2004). Assim sendo, tais afirmações dos referidos autores não deveriam ser tomadas com constatações científicas, mas apenas, na melhor das hipóteses, como algo a ser investigado, com base em outros estudos a serem ainda desenvolvidos.” “A maior parte dos mitos exagera os efeitos das drogas, porque o objetivo é fundamentar uma opinião conservadora. Eles são criados ou porque não há informação suficiente, ou porque a informação científica a respeito dos possíveis efeitos de determinada substância não existe, ou é um pouco assustadora”, acredita Tarso Araújo. As “informações assustadoras” fazem parte de uma estratégia antiga, inclusive adotada pelo poder público, de mostrar os males reais e imaginários de substâncias ilícitas para que as pessoas, em especial os jovens, tenham medo de consumi-las. “O próprio Ministério da Saúde lançou uma campanha, uma vez, dizendo que crack viciava na primeira tragada, uma campanha oficial… Na verdade, as pesquisas mostram que a maioria das pessoas que usa crack não se torna dependente, de 30% a 40% se viciam, o que é um índice alto comparado a outras drogas, mas não é a informação que a campanha estava passando. A fábrica de criação de mitos está em todo lugar, até nas pessoas que deveriam estar amparadas pela ciência”, analisa Araújo. Fonte: Martin Jelsma (Transnational Institute), Inovações Legislativas em Política de Drogas, 2009. Elaboração: Ilona Szabó de Carvalho “Esse tipo de orientação causa um problema que é o inverso da moeda, falar da maconha, por exemplo, não é ser contra ou a favor, é dizer que, quando existe abuso, ela causa determinado tipo de problema, que não pode ser usada por adolescentes porque prejudica o aprendizado, pode causar ansiedade no futuro, mas pode ser utilizada em determinado contexto por adultos. Quando vai direto para o emocional, os jovens que veem o discurso assustador, dizendo que a maconha causa loucura, percebem que estão tentando enganá-los e querem saber a realidade”, analisa Malcher. “Quem tem a postura mais equilibrada vai dizer que a maconha pode gerar um tipo de dependência para um certo número de pessoas, mas a maioria experimenta, usa, e não tem maiores problemas. Os jovens devem evitar porque o cérebro está em formação e isso pode prejudicar, mas quando dizem que quem usa maconha vai acabar consumindo cocaína, o adolescente vê esse discurso fora de prumo e fica descrente. Nunca foi honesto educar as pessoas com base no medo. Hoje, o jovem tem internet e vê colegas que usam maconha na faculdade e não estão largando seus cursos por conta disso, nem ficando loucos”, completa. O problema desse tipo de campanha está relacionado à própria estrutura que sustenta o proibicionismo: a sua eficácia é questionável e não tem funcionado para fazer com que o consumo de drogas ilícitas diminua. “Essa estratégia é furada, você conta uma mentira, alguém acredita, conta outra e outra e, num belo momento, a pessoa descobre a verdade e passa a duvidar de todas as coisas que você falou. É preciso acabar com a pedagogia do terror e dar informação às pessoas, fazer com que elas possam entender com o que estão lidando”, pontua Araújo. Nesse aspecto, algo fundamental seria melhorar o nível de informação que os adolescentes têm sobre o tema. “Nas escolas, a única fonte informativa sobre drogas que existe é a Polícia Militar, que vai à sala de aula uma vez por ano para fazer um discurso terrorista e preconceituoso”, complementa. Para Renato Malcher, parte da mídia também contribui para que o tema seja tratado por um viés equivocado. “Às vezes, a imprensa escuta uma pessoa que julga especialista, mas que tem uma atividade política e faz uma interpretação enviesada de uma informação publicada num jornal científico. Quando alguém discorda, acabam confundindo a população porque parece que a ciência é um eterno Fla-Flu. Já neguei entrevistas porque me falaram ‘estou fazendo uma matéria sobre a maconha e escolhemos uma pessoa a favor e outra contra…’ Essa busca pela neutralidade artificial que a imprensa faz parte do pressuposto de que tem sempre que se ouvir os dois lados, a favor e contra. Então, vamos ouvir alguém que é favor e outro que é contra a lei da gravidade, e as pessoas ficam achando que é meramente uma questão de opinião”, questiona. “O que está acontecendo é que muitos estão tendo acesso à informação por veículos paralelos, pela internet, assistindo a vídeos no YouTube, por exemplo, e vendo que, na Califórnia, em lojas organizadas, famílias, mães, velhinhos compram e usam maconha, com aconselhamento médico. São mundos paralelos, a grande mídia com esse equilíbrio artificial, puxando para o conservadorismo, e as pessoas que buscam informações por meios independentes”, aponta. O uso medicinal interditado No mundo, algumas experiências têm sido feitas sob uma ótica não proibicionista e obtido resultados mais eficientes em termos de saúde pública. Um exemplo, já clássico, é o da Holanda, um modelo pragmático baseado na redução de danos com base em uma lógica que compreende ser preferível o uso de substâncias menos nocivas à saúde – como maconha e haxixe – à utilização de drogas consideradas de alto risco, como cocaína, heroína, anfetaminas, LSD e álcool – este, aliás, tem uma regulação maior que a feita no Brasil, por exemplo. A concepção que troca a repressão pelo controle e redução de danos surge em decorrência de uma legislação que entra em vigor em 1976. “Com a guerra do Vietnã, criaram-se vários corredores de exportação de heroína, principalmente pela Tailândia, Laos e Miammar, o chamado Triângulo de Ouro, porque ali estavam concentradas as principais plantações de ópio do mundo. Isso causou uma explosão do consumo de heroína e, nos EUA, o presidente Richard Nixon fundou a guerra às drogas”, explica Tarso Araújo. “Na Europa, cada país adotou políticas diferentes; na Holanda, foram encomendados estudos, e a conclusão foi que os jovens estavam usando predominantemente maconha e heroína. Enquanto aquela não causava tantos problemas de saúde, com o consumo da outra eram transmitidas doenças como hepatite, além da ocorrência de mortes por overdose, ocasionando um problema sério de saúde pública.” No entanto, assim como tudo que cerca a temática de política de drogas, muitos têm uma impressão errada do modelo holandês. “Quem nunca foi à Holanda acha que é um paraíso do uso de drogas, mas, quando vai, percebe que não é bem assim”, adverte Thiago Rodrigues. “É preciso lembrar que o país também não legalizou droga alguma, a entrada de substâncias ilícitas está enquadrada como tráfico internacional. Existe a redução de danos, uma política mais liberal ou mesmo mais realista.” No país, quem porta até cinco gramas de cannabis não é punido (ver quadro na pág. 10). Nos bares e cafés (coffee shops) que vendem até cinco gramas de maconha ou haxixe, o consumo é permitido, mas tais estabelecimentos não possuem licença para vender álcool e as substâncias não podem ser usadas em locais públicos. Em relação ao tráfico em geral, as penas para o crime podem chegar a 12 anos de reclusão, com multas de até 45 mil euros. O resultado de tal política é que o percentual de usuários de drogas injetáveis é o menor entre os 15 países da União Europeia. Um relatório do Programa Global de Políticas de Drogas Open Society, intitulado Coffee Shops and Compromise – Separated Illicit Drug Markets in the Netherlands (Coffee Shops e Solução Conciliatória – Separando o Mercado de Drogas Ilegais na Holanda, em tradução livre) e divulgado em agosto, mostra que apenas 14% dos usuários de maconha na Holanda conseguem outras drogas com seus fornecedores, enquanto na Suécia, que possui uma legislação muito mais restritiva, esse número chega a 52%. Além da expectativa em relação aos modelos em fase de implantação ou aprovação, como os citados anteriormente dos estados americanos do Colorado e Washington e do Uruguai, outros países têm adotado posturas mais flexíveis em relação ao consumo de substâncias. “Em julho de 2001, Portugal se transformou no primeiro país europeu a descriminalizar o uso e a posse de todas as drogas ilícitas. Muitos observadores criticaram essa política, acreditando que conduziria ao aumento do uso de drogas. Mas não foi o que aconteceu”, lembra Ilona Szabó. “Na Espanha, a posse de drogas para consumo pessoal não é considerada crime e se encontra sujeita apenas a sanções administrativas, como multas, quando o consumo for feito em lugar público. Porém, a multa pode ser suspensa se o indivíduo aceita submeter-se a um tratamento.” A cofundadora da Rede Pense Livre também destaca uma iniciativa inovadora que vem ganhando corpo na Espanha. Os usuários de cannabis criaram uma espécie de cooperativa na tentativa de organizar o abastecimento para uso recreativo e medicinal da planta, sem ter de recorrer ao mercado ilegal. São os chamados Clubes Sociais de Cannabis (CSC). “As sementes da cannabis são compradas no mercado legal – porque seu comércio não está proibido na Espanha – com dinheiro proveniente dos associados, que ‘financiam’ o clube na proporção que consomem. Assim, por meio dos clubes, os associados conhecem exatamente a origem e qualidade da substância que estão consumindo, valorizando sua autonomia como usuários”, conta. Ilona observa que, embora não exista uma legislação que regulamente a atuação desses clubes e nem mesmo uma padronização relativa às suas regras de funcionamento, para ser sócio é preciso ser maior de idade, consumidor habitual de maconha e contribuir com uma determinada quantia para poder consumir sua cota mensal. “A principal intenção desses clubes é romper a relação dos usuários com os traficantes, criando uma alternativa de fornecimento legal para quem já usa maconha e inibindo, simultaneamente, o crescimento do mercado ilegal. Outra intenção foi a de criar espaços privados para o consumo de cannabisem grupo, já que o consumo em lugares públicos se encontra proibido”, explica. No Brasil, o antropólogo e ex-membro do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas Sergio Vidal ressalta que a regulamentação da produção pode ser um problema mesmo em países que adotam posições mais abertas em políticas de drogas, e destaca também a importância de se regularizar o cultivo. “A Holanda regulamentou o uso da cannabis da porta pra frente, e não da porta pra trás. Em relação ao cultivo, existe o modelo californiano, que funciona muito bem, limitado pelo fato de ser destinado para uso medicinal, mas lá foi tudo regulamentado, do começo da produção até o final. E tem o do Uruguai, que é o estatizado, o que preocupa um pouco porque não acredito que vá resolver. Querendo ou não, se colocar o preço de quatro reais para um grama, não será possível alcançar a qualidade medicinal, porque é um valor baixo em função do investimento que é feito.” Autor do livro Cannabis Medicinal – Introdução ao cultivo Indoor, Vidal lembra que a legislação proibitiva em relação à maconha acaba dificultando ou até mesmo impedindo pesquisas sobre o seu uso medicinal. Na prática, os danos à saúde pública seriam duplos: além de não se aproveitar o potencial benéfico da cannabis em relação a diversas doenças, os usuários ficam expostos a produtos que não são cultivados, armazenados ou transportados de forma adequada, sendo consumidos muitas vezes já em estado de apodrecimento. “A maconha, antes de qualquer coisa, é um remédio que, além de curar e tratar, também faz algumas pessoas sentirem prazer, e por conta desse efeito colateral, muitas pessoas usam de forma recreativa e lúdica. Ao longo da história, a maioria usava como remédio, e uma parcela menor a utilizava por conta dos efeitos colaterais”, argumenta. “Hoje, damos mais atenção aos efeitos colaterais, sendo que pesquisas apontam que ela pode diminuir alguns tipos de câncer, tratar os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia, diminui convulsões, trata epilepsia, esclerose múltipla, e também tem sido usada para tratar doenças como autismo e transtorno de déficit de atenção.” O uso medicinal da cannabis pode ser um dos pontos que justificaria o interesse de alguns setores, como o farmacêutico, na manutenção das políticas proibicionistas. “A cannabisdiminuiria o consumo de outras drogas como analgésicos, Rivotril e álcool, por exemplo. As farmacêuticas querem até ter o princípio ativo, para poder cobrar caro e vender algo que extraiu, mas os princípios ativos puros podem ser perigosos. Na planta, eles estão em equilíbrio; o THC, por exemplo, sozinho tem um efeito estimulante. O princípio ativo não é seguro, a combinação deles é que é benéfica”, afirma Sidarta Ribeiro. Sergio Vidal destaca que, além do THC, um dos cem princípios ativos da planta, vários benefícios são causados por outras substâncias e isso pode variar de acordo com cada linhagem da cannabis. “Cada cepa, cada variedade tem uma configuração própria de canabinoides, e estamos sendo proibidos de pesquisar por conta dos efeitos colaterais. Enquanto isso, circulam remédios que têm efeitos colaterais que podem até matar.” Em vista de todos os males que as políticas proibicionistas causam e ainda vão causar, superando em muito os malefícios do próprio uso de substâncias proibidas, já passou da hora de se discutir o problema, observando e elaborando modelos que possam ser alternativas a uma guerra fracassada, na qual os perdedores são sempre os mesmos e os “vitoriosos” têm interesses por vezes nada republicanos. E entender que opções como a descriminalização do usuário, a legalização e outros modelos não equivalem ao estímulo para que todos usem drogas. Será que o “liberou geral” que muitos temem com a mudança da legislação já não existe hoje, já que todos podem ter acesso a substâncias – lícitas e ilícitas – de procedência duvidosa e independentemente da idade? http://revistaforum.com.br/blog/2013/10/o-fracasso-de-uma-guerra-sem-sentido/8 points
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O médico psiquiatra Luís Fernando Tófoli fala ao Provocações sobre as drogas, a indústria farmacêutica, distúrbios psiquiátricos e a relação entre médico e paciente.6 points
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A história da maconha no Brasil: de remédio a vilã A maconha era vendida em farmácias antes de sua criminalização? A droga tem, pelo menos, 5.000 anos? A resposta para essas duas perguntas é sim. Estudiosos da história da planta, cujo nome científico é Cannabis, dizem que ela era usada para fins medicinais, na Índia, China e Egito no século III a.C. Leia mais no Yahoo Debates Você é a favor da legalização da maconha? Legalização da maconha nos EUA Os diferentes usos do cânhamo Trazida ao Brasil por colonizadores europeus no século XVI, a maconha foi difundida principalmente entre os escravos, conta Jonatas de Carvalho, mestre em história, pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares Sobre Psicoativos (NEIP) e do Laboratório das Diferenças e Desigualdades Sociais (LEDDES) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), e autor do livro "Regulamentação e Criminalização das drogas no Brasil: A Comissão Nacional de Fiscalização de Entorpecentes (1936- 1946)", da Editora Multifoco. "Daí seus nomes de origem africana, como fumo de Angola, Pito do Pango e Diamba", diz. No país, a maconha, importada legalmente da Europa, era usada no combate a cefaleia, insônia e mal estar e era comercializada com prescrição médica em farmácias. "Ela foi vendida até a metade da década de 1940 e tinha o acompanhamento da 'Seção de Fiscalização de Entorpecentes', que inspecionava os estabelecimentos farmacêuticos", diz Carvalho. As restrições ao seu uso no Brasil, mesmo para fins medicinais, no entanto, começaram a ganhar força na década de 1920, por conta de interesses, como a pressão das indústrias têxteis, já que o cânhamo, extraído do caule da Cannabis, era usado na confecção de roupas. "A primeira regulação de caráter internacional foi na II Conferência do ópio em 1924 e um pedido do Governo da África do Sul introduziu a maconha no debate e culminou com sua inserção na lista de substâncias a terem o comércio regulado", diz o professor. No país, com a criação, em 1936, da Comissão Nacional de Fiscalização de Entorpecentes (CNFE), formada por advogados, a droga foi criminalizada. "A Comissão foi fundamental para o processo de restrição e proibição no Brasil", diz Carvalho. De lá para cá a posse da maconha, dependendo de sua quantidade, é passível apenas de medidas socioeducativas. Nos últimos anos, entusiastas têm defendido a liberação do uso da erva no Brasil, mas a discussão ainda não avançou. Atualmente, alguns países, como a Holanda, liberaram o consumo da erva ou seu uso para fins medicinais. http://br.noticias.yahoo.com/rem-dio-vil-141800714.html4 points
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Mostrei pra 2 senhoras que estão com câncer, assistir com elas, tentei explicar um pouco o lado medicinal, foi uma das experiências mais fascinante da minha vida, ver no olhar abatido das senhoras um brilho de esperança crescer! que a alma de todos aqueles que lutam pela proibição das drogas por lucro próprio, consigam um dia saber oque é amar o próximo a troca de nada.3 points
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O Tófoli é muito alto nível! Conheci ele esse ano no CID, e é o cara que bate escanteio, corre pra área e mete o gol!2 points
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A campanha do plebiscito da california eh um bom exemplo a se seguir... O teor das mensagens eh algo do tipo: mortes por alcool: x mil / mortes por consumir cannabis: 0. Tudo "baseado" em estudos, como adoram os trocadilhosos coxinhas! Hehehe2 points
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Salve galera! Foi emocionante ler todas essas paginas. Nunca imaginei ter tanto apoio de tantas pessoas q nem me conheciam. Não tenho palavras para agradecer a força que todos deram. Confesso que depois do ocorrido não tive cabeça para entrar mais aki, realmente foi um episódio traumatizante. Cada dia nakele inferno parecia levar uma semana pra passar :S Por um bom tempo não pude nem ouvir falar em plantas, cultivo, ou maconha. Minha vida mudou completamente nesses ultimos anos. Fiz grandes amigos aki nesse site, mas não penso mais em plantar enquanto morar no Brasil, ou enquanto a legislação não mudar radicalmente. Bom, vou falar um pouco sobre como foi julgado o caso.... Por sorte, quando minha familia ficou sabendo, me apoiou incondicionalmente. Conseguiram o melhor advogado, e foi graças a ele que eu consegui sair na primeira audiencia. Alguns fatores que contribuiram para eu ter sido solto: -Não existiu nenhuma denuncia. -Não existia prova nenhuma de tráfico. -Os policiais declararam na audiencia, que trabalhavam a 10 anos nakele bairro, e nunca tinham ouvido falar de qualquer movimento suspeito em minha casa. -Na audiencia, eu literalmente dei uma "aula" de cultivo para o juiz rsrsrs. Expliquei em detalhes todos os passos do cultivo, como era o processo, quanto tempo levava até poder colher e fumar uma planta, e que quantidade de fumo daria cada uma das minhas plantas com menos de 1 metro d altura. Ou seja, o que eu conseguia produzir com akelas 32 plantas q foram apreendidas, mal dava para o meu consumo, e seria impossivel utilizar para comercio. A forma como falei, com firmeza, sem me contradizer, olhando no olho dele, e respondendo prontamente cada pergunta que ele me fazia, contribuiu muito para que o juiz acreditasse no que eu estava dizendo. Agora , nada disso teria adiantado, se não fosse o meu advogado.... ele me tirou, simplesmente, NA MORAL q ele tinha com o juiz. O advogado tinha sido professor de faculdade , tanto do juiz, quanto do promotor, e era amigo intimo dos dois Tanto q entrou na sala de audiencia, tirando sarro do juiz , pq o time dele tinha perdido na noite anterior rsrsrsrsrs. Lembro quando ele chegou pro juiz e falou assim.... "o guri é gente boa, não é bandido, conheço a familia dele, pode soltar" rsrs. Se dependesse do outro advogado, por melhor q ele fosse, nao tinha essa "influencia", e eu teria com certeza sido condenado a no minimo 3 anos. Claro q essa brincadeira custou caro... 40 mil reais!!! :S Meu irmão conseguiu um emprestimo, e depois eu tive que vender minha casa para pagar ele. Hj moro de aluguel. Mas é isso aí, a vida segue.... hoje estou morando em outra cidade, outro emprego, outra namorada, e estou a 2 anos sem fumar, vida completamente nova hehe Lembro disso tudo q ocorreu como um aprendizado de vida. Como dizem, o q não nos mata, nos fortalece Bom, é isso ai galera, mais uma vez agradeço do fundo do coração a todos q ajudaram, o apoio de vcs foi fundamental para eu segurar a barra. A vida na cadeia não é mole , mas sem dinheiro seria insuportavel. Embora não esteja mais plantando, vou voltar a frequentar o forum aki, e ajudar sempre que tiver um tempinho. Um grande abraço a todos!!!2 points
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Manchester, Inglaterra, 21-22/09/2013. Growlera, estive em outra Expo sobre o cultivo da nossa querida maconha. Fui no primeiro dia aberto soh para o pessoal da industria (Trade). Aqueles que me conhecem sabem que eu adoro um aglomerado de maconheiros e cultivadores. Não estava esperando por muito, pois o local era pequeno e não tinha nenhuma loja de sementes (sempre estou comprando uma sementes). Quando cheguei a maioria dos stands ainda estavam sendo montados. Fui falar com a galera que já conheço e conhecer as caras novas da industria. A maioria eram companhias de fertilizantes (velhas, novas, europeias, canadense, americana), fabricantes de tendas (tinha pelo menos um 5), companhias de sistemas de hidroponia, luzes, extratores. Era soh hardware e ferts, muita coisa nova, como as LED’s, uma companhia de ferts em poh, chamada RAW ... achei legal o esquema do cara, que pena que não consegui umas amostras grátis. Mas o que me surpreendeu, foi a generosidade de algumas companhias. Levei muita coisa na facha, de graça, paguei nada. Não tirei fotos do evento, mas tirei umas fotos dos presentinhos ... agora estou tranquilo por um tempo ... da pra investir em outras coisas ...1 point
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Ae pessoal pra ficar mais organizado vamos colocar todas as enquetes a respeito da legalização da erva aqui nesse tópico aqui vai a primeira http://yahoodebatesmaconha.tumblr.com/1 point
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Esquerdas adotaram postura conservadora quanto às drogas Publicado em Sociedade por Redação em 17 de outubro de 2013 | Mariana Melo, especial para a Agência USP de Notícias Organizações de esquerda não contemplaram política de descriminalização das drogas de maneira efetiva entre 1960 e 2000, segundo uma pesquisa realizada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. O trabalho mostrou que, por razões que vão do moralismo ao medo do desgaste político causado por assuntos polêmicos, o debate sobre drogas ficou defasado. O atraso implicou em problemas como corrupção, ação violenta do mercado ilegal, criminalização e encarceramento em massa da população vulnerável economicamente. “Se não fosse a proibição das drogas, a situação dos direitos humanos no Brasil seria menos dramática, com um índice inferior de mortes causadas pela polícia e pelo mercado ilegal, além de um número muito menor de encarcerados” diz o autor da tese, o jornalista Júlio Delmanto Franklin de Matos, que foi orientado pelo professor Henrique Soares Carneiro. Delmanto percebeu, já na época que participava do movimento estudantil, que, mesmo diante dos frutos negativos colhidos da política de repressão das drogas, as organizações de esquerda não davam importância à problemática. “Mesmo em setores ligados ‘às novas esquerdas’ nos anos 1970, como os movimentos feminista, negro e homossexual, esta questão passava longe de ser prioritária” conta. A pesquisa foi baseada em jornais das organizações de esquerda, resoluções e outros documentos das épocas. “O ano de 1961 foi escolhido como inicial por ser o dos primeiros rachas no Partido Comunista Brasileiro (PCB) e também da aprovação da Convenção da ONU que legisla sobre o tema”, conta o jornalista, que dividiu seu trabalho em quatro tempos: o período da luta armada (1960), o nascimento das novas esquerdas na década de 1970 (incluindo o Partido dos Trabalhadores – PT), o início de 1980 e o período pós-2000. “Para cada período creio que se pode constatar níveis diferentes de penetração do debate sobre drogas, por motivos também específicos a cada conjuntura”, diz. Conjunturas A forma como a luta armada se estruturou pelos militantes de 1960 acabou afastando o debate sobre a aceitação do uso de drogas. Uma postura mais organizada e moralizante era imposta aos participantes e usar drogas era visto como uma forma de alienação útil às instituições antidemocráticas. “Com a divisão entre os militantes de esquerda e os ditos ‘desbundados’, a preocupação com as drogas e com a alteração de consciência acabou ficando mais presente no campo destes últimos”, diz. Em 1970, as liberdade individuais pautaram um pouco mais as discussões da esquerda, mas apenas em 1980, com a criação de iniciativas antiproibicionistas, conta Delmanto, o comportamento contracultural foi enxergado como alinhado à esquerda. Na avaliação de pós-2000, justamente quando um partido de esquerda consegue se estabelecer no governo federal, o pesquisador destaca a não priorização de discussões que escapam de vieses conservadores. Para ele, há uma preocupação em não adotar polêmicas pautas de governo para evitar afugentar votos. Ainda assim, esta época testemunha a consolidação de debates a favor da descriminalização de alguns entorpecentes. “Sobretudo pela transformação do debate internacional e pela consolidação da Marcha da Maconha como ator político de relevância nacional”, diz. Delmanto participa de diversos grupos de estudo sobre drogas e sociedade, como o Grupo de Estudos Drogas e Sociedade (GEDS), Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (NEIP) e a Associação Brasileira de Estudos Sociais do Uso de Psicoativos (Abesup). Mais informações: email juliodelmanto@hotmail.com http://www5.usp.br/34858/esquerdas-adotaram-postura-conservadora-quanto-as-drogas/1 point
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Prezados, gostaria de convidá-los para discutir a legalização das drogas na UERJ, nesta sexta, das 18:00 às 21:00, irei compor a mesa com parceiros de convicção libertária. Seria um privilégio para nós. Já aceitaram o convite Julita Lemgruber, Miriam Guindani e Francisco Inácio. Outro convidado é o Ignacio Canno, que estará de partida para o exterior na noite de sexta. O debate está sendo organizado pelo professor Luiz Eduardo Soares; e tive a honra de ser convidado à participar para dividir com os palestrantes nossas experiências enquanto militantes do CJGR; pretendo fazer uma breve exposição de nosso projeto de lei e outras experiências vividas aqui na nossa família. Grande abraço, Sexta-feira 18/10/13 às 18h, auditório do 9º andar - UERJ Maracanã.1 point
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Saudações GROWROOM, nossa vitória não será por acaso. Conseguimos no dia de hoje, DIREITO DE RESPOSTA pelo canal Comunica Brasília, um dos maiores blogs de notícias do Distrito Federal. Confira na íntegra as palavras do ativista e do grower Saulo Fabrício ao Comunica Brasília, soltando o verbo e contanto sua versão dos ocorridos de sua prisão portando 7 pés de cannabis em sua própria residência - tudo para consumo próprio no dia 17/10/2012. MAIS UMA VITÓRIA ! Aeee.....kkk, estamos muito felizes! A justiça vem a cavalo. Sigamos em frente. TIVERAM QUE NOS ENGOLIR kkkk. http://comunicabrasi...ceu-depois.html http://comunicabrasi...nha-na-asa.html Agradecimento especiais à toda família Growroom, ao Emílio e ao Cannacerrado que me ajudaram muito nessa guerra de convencimento que foi a abertura de espaço e consecusão de direito de resposta. Somente essa guerra, gerou muito material de entrevista com a referida jornalista. Aos poucos vamos editando e colocando mais informações. Sigamos em frente! Pra cima deles GROWROOM !1 point
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Mensagem pesadíssima !! Como é que podemos viver acreditando. http://www.youtube.com/watch?v=bTmJ6db2-T41 point
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Sequelei e postei a playlist começando da terceira parte, agora ta certa, desde a primeira parte do provocações...1 point
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mudei de navegador , deu certo !!!! estou usando o google crhome1 point
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Exatamente NESSE POST. R$ 40 mil. http://www.growroom.net/board/topic/22327-caso-lowrider/?p=5329731 point
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Não da pra acredita que proibiram por causa de fabrica de tecido, tudo por causa do dinheiro.1 point
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Puta trampo bem feito heim galera, assisti o vídeo ontem e realmente é emocionante, vale muito a pena. Parabéns aos envolvidos1 point
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Galera que traduziu, sincronizou, e tudo mais, vocês estão de parabéns!! Já são mais de 4000 vizualizações.1 point
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E não é só com relação às drogas, galera. Todos os direitos de minorias estão sobre forte ameaça no Brasil: índios, populações ribeirinhas e quilombolas, homossexuais, religiões minoritárias e etc. Agora vamos entregar todo o petróleo da bacia de Libra para o grande capital em um leilão pra lá de duvidoso, sobretudo após as revelações do Snowden sobre as espionagem ao nosso governo. É é só observar a ações da polícia, sobre ordens do governadores estaduais e total complacência do governo federal, que fica bem fácil de perceber que jamais conseguimos derrotar a ditadura... Desculpa sair fora do tema do tópico mas tem horas que bate uma indignação quase incontrolável!1 point
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Viciado em Breaking Bad: http://www.youtube.com/watch?v=2821Jvnaeg81 point
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Só fera realmente; porém, o legal foi que o motivo de me chamarem é pelo fato de ser do grupo de CJGR, pelo jeito algum amigo meu me explanou para o Luis...srsrs Mas é isso, vamos que vamos; mostrar que estamos à anos luz na frente deles nesse debate, enquanto estão falando de legalização ou não, vamos mostrar que nossos trabalhos aqui já estão muito adiantados.....Que regulamentação desejamos? Esse será meu foco....1 point
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QUEM da PLATÉIA ( sem repressão) É GROWER? Podem levantar a mão... Das 200 cadeiras.... levantam 195! Pensaram? EU TENHO UM SONHO! :-)1 point
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Só fera! Luis Eduardo Soares manda muito bem! Altíssimo nível!1 point
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digo o mesmo... tava lendo um livro sobre o efeito inflamatorio ou antiinflamatorio de certos alimentos e descobri que o omega-6 aumenta o estado inflamatorio (?) do corpo, já o omega-3 aumenta o estado antiiflamatorio (?) nossa alimentacao eh muito mais rica em omega-6 do que em omega-3, alem de outros alimentos que afetam esse estado inflamatorio Outros que ela cita que sao fundamentais para reduzir as inflamacoes: curcuma, oleo de peixe (omega-3), gengibre, gingko biloba e bromelina (uma enzima encontrada no abacaxi em pequenas quantidades, serve tbm amaciar carne e como digestivo) eu sempre tenho dores nas juntas por forcar demais nos exercicios vou comecar a suplementar o oleo de peixe e comer gengibre alem do yoga e da maconha para ver se essas dores passam logo!1 point
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SEM MALDADE A REVOLUCAO MEDICINA DO SECULO NO MUNDO SERIA A CANNABIAS. MELHOR REMEDIO DO MUNDO CANNABIAS CURA TANTA DOENCAS TODOS CONTRA FALARAM TANTO MAL DELA. MAIS NAO TEM SENTIDO O QUE ELAS FALAM PORQUE,NINGUEM MORRE FUMANDO CANNABIAS AO CONTRARIO CANNABIAS SALVA MUITAS VIDAS E PODERIA SALVAR AINDA MAIS, FUTURAMENTE VAI SALVAR MILHOES QUANDO FOR DESCRIMINALIZADA COMO DROGA E SIM COMO REMEDIO. DAORA O VIDEO BORA PLANTA CHARLOTE SEEDS DEVE SER MANEIRO1 point
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PEPE MUJICA PARA PRESIDENTE DO RIO DE JANEIRO Estudos publicados ano passado comprovam que a Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro é a que mais mata no mundo. A maior causa desses homicídios são as incursões em favelas tão defendidos pelo governo Sérgio Cabral e Eduardo Paes. Enquanto isso, nosso país vizinho o Uruguai está a um passo de legalizar a maconha, tirando o negócio da mãos de narcotraficantes violentos e colocando na mão do governo e cooperativas de cultivadores. Vamos lançar a pré-candidatura do presidente Uruguaio José Pepe Mujica ao governo do Rio em 2014. Domingo dia 4/8 as 16h20, concentração no Posto 9 e marcha até a casa do Cabral onde será lançada a pré-candidatura do Mujica ao governo do Rio em 2014 Acesse o link do evento e confirme presença: https://www.facebook.com/events/592598317429932/ - Pela legalização do cultivo e uso da canábis para fins recreativos, medicinais, industriais e religiosos. - Contra o PLC-37 (Lei da Internação Compulsória). - Pela Votação do RE 635659 (Descriminalização das drogas). - Pela liberdade do lider rastafari Ras Geraldinho e todos os cultivadores presos. - Pela desmilitarização da PM. #megovernamujica1 point
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fala galera, compartilhar aqui minha menina, 2 meses de flora, uma sativona paraguaia direto de um prensadao! Ficou roxinha depois do frio das ultimas semanas! abraços!1 point
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Rebeldes contra o sistema sim... Pois o sistema em que vivemos que se baseia na cobiça pelo poder e no materialismo(produção e consumismo), são na realidade a deturpação da verdade que vemos em nosso eco sistema(natureza), que é de fartura e do verdadeiro valor que é a alegria de se vivenciar essa vida farta... Quem fuma maconha tende a perder o comportamento de consumo e produção obsessivos pois ele quer ´´viver `` o momento, e com isso passa a ´´perceber a natureza da manipulação´´. Um exemplo de abundância da natureza é a cannábis, que com uma semente que vingue uma planta fêmea te permite ficar a vida toda desfrutando dela mantendo uma madre. Então se o maconheiro se torna grower então, essa interação com a natureza fica muito mais forte, pois é quando ele começa a perceber que a natureza é fartura.1 point
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O Growroom vai além do autocultivo Entrevista: Emílio Nabas Figueiredo Por Rebeca Lerer No processo de construção de um debate qualificado sobre política de drogas, a Pense Livre está conversando com especialistas, juristas, usuários, policiais, agentes de saúde e lideranças políticas para aprofundar e detalhar as propostas de mudança da Rede. Um dos pontos da agenda positiva da Pense Livre é regular o uso medicinal e o autocultivo da cannabis para consumo pessoal, como forma de romper o vínculo entre usuários de maconha e o crime organizado. Segundo a ONU, a maconha é a droga mais usada do mundo, representando cerca de 80% do consumo de substâncias consideradas ilícitas. Para entender melhor o contexto e propostas em torno do autocultivo de maconha, entrevistamos Emílio Nabas Figueiredo, advogado e consultor jurídico do Growroom.net, uma rede de usuários de cannabis que discute esta questão há mais de dez anos. O que é o Growroom, quantas pessoas participam e como funciona? O Growroom.net é um espaço de convivência de usuários de cannabis (maconha), onde cultivadores para consumo próprio trocam informações sobre a planta. O Growroom está online desde 2002 e atualmente tem 48.300 membros inscritos, dos quais centenas são ativos diariamente. Funciona como uma comunidade e plataforma de ativismo canábico, com regras rígidas de segurança e convivência, que excluem a participação de menores de 18 anos e permitem apenas a troca de informações entre seus membros. Como surgiu a ideia de criar uma comunidade como o Growroom.net? O Growroom surgiu da união de cultivadores domésticos brasileiros que frequentavam fóruns estrangeiros sobre cultivo de cannabis e sentiam falta de espaço para tratar da realidade brasileira. Nesses 10 anos de atividades, o Growroom participou ativamente da organização das marchas da maconha pelo Brasil, auxiliou na defesa de cultivadores presos através de seus consultores jurídicos, e também foi objeto de estudos acadêmicos e reportagens. Como diferenciar cultivadores de traficantes? A lei vigente diferencia o cultivo para uso próprio do cultivo para tráfico com base na expressão “pequena quantidade” e na não circulação da colheita. Porém, as autoridades não definem o que significa pequena quantidade e o que acontece é que presumem a circulação da safra no momento da prisão. E quais são as consequências disso? Primeiro, desconsideram que a cannabis, é uma planta de ciclo anual, ou seja, para ser autossuficiente, o cultivador tem que cultivar um número plantas para suprir o seu consumo até a próxima colheita, o que demora meses para acontecer. Em um cultivo com fins comerciais (para a venda), são necessárias uma extensa área de cultivo – uma verdadeira lavoura – e uma ampla estrutura de distribuição. Em segundo lugar, a “circulabilidade” da cannabis nunca é provada com investigação, a polícia simplesmente usa de sua fé pública para afirmar que a produção é destinada a terceiros ou para fins diversos do consumo próprio, o que impõe o enquadramento do cultivador para consumo próprio como traficante. O cultivadores hoje são considerados traficantes no Brasil? Hoje, o cultivador é sumariamente enquadrado como traficante pelas autoridades policiais, tem sua vida exposta na imprensa que, algumas vezes, entra em sua casa junto com a polícia. Após a prisão, as plantas apreendidas são pesadas como um todo, desconsiderando o fato de que somente as flores fêmeas são consumidas. Com isso, a quantidade de maconha informada no laudo pericial é muito maior do que a real. No fim, o cultivador é julgado e condenado como traficante, com base em denúncias anônimas e na quantidade de plantas. Qual é a proposta do Growroom para regulamentar o autocultivo de cannabis no Brasil? O Growroom vai além do autocultivo. Elaboramos uma minuta de projeto de lei onde propomos a regulamentação plena do ciclo socioeconômico da cannabis. Sugerimos a criação de uma lei específica para cannabis, considerando sua complexidade e suas substâncias intrínsecas e criando uma estrutura nova que, além de regular, também fiscaliza por meio de uma Agência Brasileira da Cannabis subordinada ao Ministério da Saúde e responsável direta pela questão. E como funcionaria este modelo? Propusemos a criação de um banco de informações da cannabis para fomentar pesquisas, divulgar informações idôneas sobre o vegetal e seus usos, desenvolver ações de prevenção e saúde e um fundo para financiar essa nova estrutura. Os recursos desse fundo viriam de uma contribuição sobre a cannabis comercializada. E como seria regulamentados a venda e o consumo da cannabis? O Growroom sugere o veto à publicidade aberta de produtos da cannabis, seu uso em locais públicos e em estabelecimentos comerciais próximos às escolas e o uso e cultivo por menores de 18 anos, exceto em caso de prescrição de uso medicinal. E o autocultivo? O autocultivo seria independente de quantidade de plantas ou de área de plantio, sendo regulado pela destinação exclusiva para consumo próprio dos adultos residentes no imóvel instalado. Em caso de comércio por quem não é autorizado, propomos penas administrativas com a cobrança de multa e dos tributos sonegados. Vocês se inspiraram em países que já regulamentaram o autocultivo? Qual o melhor modelo em prática hoje? Ao elaborar a proposta de regulamentação do Growroom, foram pesquisadas as experiências da Califórnia, Espanha e Holanda. Contudo, nenhum desses modelos nos parece ideal. Na Califórnia, só é autorizado o cultivo para fins medicinais; na Espanha, o cultivo individual e cooperativado é permitido, mas somente tem acesso à cannabis quem é membro de um Cannabis Social Club; e na Holanda o cultivo doméstico é meramente tolerado, sem haver qualquer regulamentação que dê segurança jurídica aos cultivadores. Atualmente, a expectativa é pelo inovador modelo de regulamentação que está sendo discutido no Uruguai, que embora possua um viés estatizante, possivelmente permitirá o cultivo doméstico. O cultivo doméstico de maconha pode ser parte de uma política de redução de danos? Considero o autocultivo redução de danos individual, pois o cultivador supera a figura do simples usuário na medida em que precisa esperar meses para obter seu resultado. Ao mesmo tempo, o indivíduo tem acesso a uma substância sem herbicidas ou pesticidas usados nas lavouras que abastecem as “bocas de fumo”, o que melhora sua qualidade de vida. No âmbito social, o autocultivo também pode representar uma grande redução de danos, pois aquele que cultiva deixa de fomentar o tráfico mantido pelo proibicionismo, o que significa que o dinheiro que iria para a guerra às drogas, passa a circular em meios lícitos como contas de luz e de água, ou no comércio de fertilizantes. Quais são os riscos desse modelo? Nem todo usuário tem aptidão para ser jardineiro. Por isso, além da regulamentação do autocultivo é necessária a regulamentação do acesso seguro para os demais usuários. Há também riscos pontuais, como a necessidade de uso das normas técnicas no momento da construção da estufa de cultivo indoor – uma instalação elétrica mal feita pode gerar problemas. Outro risco é em relação ao consumo da cannabis mal cultivada ou colhida de forma prematura, pois as flores jovens vêm com concentrações diferentes de canabinóides. Mas todos esses riscos podem ser minimizados com a divulgação de informações.1 point
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Agora temos que ir além da entrevista. Queremos participar da Rede Pense Livre e discutor políticas públicas (de Canabis) junto com eles!1 point
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sourdiesel kahuna and kali mist hashberry, sourdiesel,kahuna and kali mist white rhino white rhino / marley collies purple kush brainstorm grapepunch dj short's blueberry Hashberry / NL#5 Purple King Jack Herer kahuna hashberry mix Juicy Fruit1 point
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Essa tintura na verdade eh metade do processo de extracao do honey oil, soh faltou evaporar....1 point
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Esperar 1 hora pra bater não é nada se você vai ficar louco por umas 8 horas seguidas, mas o concelho é realmente evitar de fumar enquanto espera pra sentir melhor os efeitos sem a intoxicação da fumaça... Vale a pena se a carne não for fraca... Ei I DONT SMOKE, if you dont smoke, porque é que voce não come então?1 point