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REDUÇÃO DE DANOS Questão das drogas é de regulação na área da saúde Por Konstantin Gerber O Uruguai não revogou leis, apenas aprovou um artigo de lei para que o Estado assuma o controle, a regulação e a distribuição, nos termos que fixar a regulamentação, no âmbito de uma política de redução de danos, em que se informe a população em geral sobre os prejuízos do consumo decannabis, bem como informe sobre a minimização de riscos e danos à população potencialmente consumidora, conforme fixar esta regulamentação. O argumento é da redução de danos, pois o que fez foi possibilitar a chamada separação de mercados, como o fez a Holanda, sendo que no Uruguai a regulação é de jure e na Holanda, de facto, pois no país baixo existe uma orientação de política de saúde de um lado e uma orientação de política criminal de outro, na medida em que não há interesse em se processar criminalmente os usuários, pois assim determina o Ministério Público holandês, o que está dentro da margem de apreciação nacional para lidar com usuários, possibilidade conferida aos Estados pelas próprias convenções da ONU no tema. Ocorre que, na Holanda, a despeito desta descriminalização de facto, desta política criminal e desta tolerância administrativa, o comércio segue ilegal. Será preciso uma avaliação de impacto regulatório da atual lei uruguaia. Se haverá reversão no legislativo ou questionamento no judiciário, isso é uma pergunta a ser feita a analistas uruguaios. O Uruguai já há algum tempo contava com uma política de redução de danos para os abortos praticados, sendo que recentemente este foi legalizado no serviço de saúde. Portanto, é um país com sensibilidade para a questão da saúde pública. E diria mais: é um país com política pública. O que deve ser defendido é a possibilidade de controle de oferta e demanda, o que, apesar da repressão penal, não foi obtido com o atual modelo de fiscalização internacional de drogas, pois ao invés de controlar, houve descontrole e aumento do consumo. O monopólio estatal sempre esteve previsto nas Convenções da ONU, ocorre que sempre para fins médicos. A questão está em interpretar a redução de danos, a prescrição facultativa, a terapia de substituição e o consumo supervisionado como medidas de política pública voltados ao direito à saúde do usuário, daí porque a Corte Constitucional Canadense tenha descriminalizado o porte de usuário daquele que procura uma sala de consumo higiênico e supervisionado com informações e encaminhamentos a serviços públicos. A Lei Brasileira prevê a redução de danos, entretanto, sua regulamentação é por meio de portarias do Ministério da Saúde e não um Decreto da presidente. Ademais, existe um artigo de nossa lei que sempre possibilitou a autorização para atividade econômica para fins médicos ou científicos, para além da possibilidade de utilização para fins religiosos de pequenos grupos, como na Resolução do Conad para a ayahuasca (chá do santo daime). Observe que decreto de informação de utilidade pública é uma ferramenta que sempre esteve disponível à presidente brasileira, ocorre que ainda não se consagrou um direito à educação sobre drogas, para uma prevenção que seja tanto primária, aquela para quem não faz uso, quanto para uma prevenção secundária, para aquele que faz uso, não quer ou não consegue parar com o uso, o que poderia ser regulamentado por um Decreto presidencial. A redução de danos é reconhecida em alguns órgãos da ONU, como a Unaids, mas encontra resistências na JIFE, Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes. Passou-se a reconhecer a redução de danos, com o aumento de contaminação de Aids nos usuários de drogas pela falta de prevenção nestes grupos populacionais. O próprio Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime identificou, em relatório de 2008, inúmeras consequências imprevistas na manutenção do atual modelo internacional. Estas consequências imprevistas têm nome: violação internacional de direitos humanos, o que revela um problema na implementação do atual modelo pela própria ONU, pois relatores desta organização já vieram ao Rio de Janeiro para constatar que o modelo de guerra ao crime é contraproducente. O Uruguai pretende consolidar a descriminalização do usuário e melhorar o atendimento de serviço aos chamados usuários problemáticos. O Uruguai pode sustentar que esta medida é mais eficaz para o controle da oferta e da demanda e que é uma utilização médica, por meio de interpretação das Convenções da ONU, pois é, também, forma de combate ao narcotráfico. Caso contrário, terá de fazer como a Bolívia de se retirar da Convenção de 1961 e voltar a assiná-la, porém, nesta oportunidade, com reservas, para que fique claro a nova interpretação deste país, mais consentânea, inclusive, com o direito humano à saúde. Ao invés de se discutir a criação de um tribunal penal internacional do Mercosul, é hora de se debater a cooperação financeira entre os países, não só por conta da crise mundial, mas, sobretudo, por conta da lavagem internacional de ativos. A harmonização legislativa deve ser prioridade no Mercosul e a lei uruguaia sinaliza uma possibilidade para que a América do Sul proponha uma nova política mundial de drogas por meio da Unasul, bem como estabeleça mais cooperação financeira para a criação de um Banco de Desenvolvimento da América do Sul. O narcotráfico acaba com a possibilidade de desenvolvimento e de democracia, pois a um só tempo corrompe o Estado e agrava a situação de quem vive em situações de exclusão e vulnerabilidade social. Estudo da ONU estimou em 400 bilhões de dólares a receita anual da indústria de drogas no mundo, o que corresponde a 8% do comércio mundial. Esse debate é de regulação econômica. É um debate ainda dominado por criminalistas, mais do que hora de constitucionalistas, administrativistas, especialistas em regulação da saúde, especialistas em direitos humanos se pronunciarem sobre o tema, pois a questão passa a ser de regulação na saúde. O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo é conhecedor do direito administrativo econômico. Está convidado ao debate. Tirar as drogas da clandestinidade significa discutir, abordar e lidar com a questão sem medo. http://www.conjur.com.br/2014-jan-09/konstantin-gerber-questao-drogas-regulacao-area-saude7 points
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http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2014/01/1396019-novo-mas-nem-tao-admiravel.shtml Novo, mas nem tão admirável SIDARTA RIBEIRO ilustração FRED TOMASELLI RESUMO Neurocientista traça a história do uso de substâncias que estimulam o ser humano a sonhar acordado e examina como a cultura psicodélica influenciou o cinema e a literatura, de Aldous Huxley a William Gibson, criadores que vislumbraram caminhos alternativos para uma civilização centrada no acúmulo. Uma morte preparada para ser um acontecimento global, um episódio deliberadamente público: parece ter sido assim com Aldous Huxley (1894-1963). O escritor inglês agonizava em estágio terminal de câncer quando tomou nas mãos uma caneta e um pedaço de papel. Aquilo que à primeira vista se mostrou uma confusão de rabiscos era um pedido. Uma nota simples, quatro palavras: "LSD intramuscular 100 microgramas". A mulher de Huxley, Laura, olhou para ele e voltou a fitar o papel. Decidiu não aceitar a ajuda de um médico; buscou seringa, agulha e ampola. Aplicou a injeção. Algum tempo depois, repetiu o processo. Ao lado da cama, ela viu as horas passarem. Durante todo o tempo, o autor de "Admirável Mundo Novo" e "As Portas da Percepção" esteve sereno, até que, nas palavras dela, "assumiu um semblante muito belo e morreu". Assim, o decesso de Huxley, com o auxílio da dietilamida do ácido lisérgico, parece ter sido planejado para afirmar a promessa psicodélica de um futuro melhor, tanto na vida quanto na morte. Um futuro hipertecnológico de criatividade máxima a favor da humanidade, utopia neomarxista de tempo livre para fruir a existência na arte, esporte e ciência. Isso tudo a partir de uma substância serotonérgica não-aditiva, apenas sintetizada por humanos, capaz de alterar a consciência de forma contundente mesmo em doses diminutas, mil vezes menores do que as encontradas em compostos alucinógenos produzidos por fungos e vegetais. Todos eles de ação tão poderosa sobre a mente que recebem o nome de enteógenos, aqueles que "manifestam o divino internamente". Os planos de Huxley, no entanto, se frustraram. No mesmo dia, em Dallas, John F. Kennedy seria assassinado, e o ato final lisérgico do escritor inglês daria lugar nas manchetes à comoção nacional, teorias conspiratórias, a imagem de um tiro, mil vezes repetida. Em 1963, ano da morte de Huxley, o uso do LSD, sintetizado em 1938 pelo cientista suíço Albert Hofmann (1906-2008), estava começando a se disseminar. Ainda estava por vir o psicodelismo que culminaria no "Summer of Love", em 1967. Mas a despeito das mudanças nos costumes, imperava a mesma política do último bilhão de anos: a lei da selva, representada naqueles anos por bombas e mais bombas sobre o Mekong. SONHAR ACORDADO A revolução psicodélica vislumbrada por Hofmann e Huxley ainda está por se cumprir. Somos prisioneiros de instintos que vêm de um passado remoto, comportamentos selecionados ao longo de inúmeras gerações, sem os quais nossos ancestrais não teriam sobrevivido e prevalecido: violência para fora do grupo e solidariedade para dentro. Sentir que a vida é luta constante, que somos "nós contra eles", é a base mais antiga de nosso sucesso como espécie. Evoluímos na escassez de tudo, capazes de devorar e extinguir a megafauna do pleistoceno -nem mesmo os mamutes tiveram chance contra os caçadores famélicos que certamente disputaram a pedradas o alimento que escasseava. A guerra, portanto, foi inevitável desde o início dos tempos. Quem não foi brutal, excludente e coercitivo com "os de fora" pereceu. Entretanto, evoluiu ao mesmo tempo um depurado amor ao próximo, com o refinamento da "teoria da mente", isto é, a capacidade de presumir e simular a mente alheia, cerne da empatia que mantém os grupos cooperativos e coesos. Sem tal capacidade empática a espécie tampouco teria sobrevivido. Em paralelo a esses instintos, evoluía nossa capacidade de sonhar. Se todos os mamíferos sonham, foi entre nós, humanos, que a capacidade biológica de remodelar memórias se transformou numa arte mística de acúmulo cultural. De enorme importância na Antiguidade, o vislumbre do amanhã com base no ontem, nas nossas experiências da vigília, tão especialmente propiciada pelos sonhos, deixou nos textos mais arcanos as marcas abundantes da crença em realidades paralelas. Foi só o começo. Quanto tempo terá se passado até que nossos ancestrais desenvolvessem a capacidade de, mesmo despertos, imaginarem o futuro com base no passado, em escala que vai de minutos a décadas? Bem próxima da capacidade de "sonhar dormindo", a capacidade de "sonhar acordado" pode ter surgido como invasão onírica da vigília. Foto Erma Estwick/Cortesia galerias James Cohan (Nova York) e White Cube A obra "Closer" (2009), fotocolagem, acrílico, guache e resina sobre painel de madeira Foi nesse período, regido por uma mentalidade ainda bem diferente da nossa, que deve ter começado a se disseminar culturalmente a ingestão de substâncias químicas para sonhar acordado e "ter clarões". O consumo acidental de extratos vegetais ou animais deu lugar ao experimentalismo dos xamãs, início da medicina. O uso de psicodélicos para vislumbrar mistérios é prática mais antiga do que os ritos secretos de Elêusis. E isso não é tudo. Na hipótese do psicólogo americano Julian Jaynes (1920-1997) sobre a emergência da consciência humana, até 3.000 anos atrás nossos ancestrais eram semelhantes a esquizofrênicos, "autômatos" movidos por necessidades básicas, sem muitas memórias do passado ou planos elaborados para o futuro, mas capazes de ouvir vozes "externas" de comando, elogio ou censura. Há evidências arqueológicas e históricas de que nossos antepassados nessa época eram regidos por certas "vozes dos deuses". Divindades que não eram espíritos desencarnados ou entidades do mundo extrafísico, mas sim lembranças concretas: memórias auditivas das vozes dos reis mortos interpretadas como prova irrefutável de vida após a morte, alucinações vívidas capazes de comandar os atos dos indivíduos segundo os preceitos da experiência ao longo dos séculos. Orientados por tais vozes, os faraós -verdadeiros e psicóticos deuses vivos- ordenavam plantar, colher, guerrear, escravizar e sobretudo, notavelmente, erigir colossais montanhas artificiais para nelas habitarem após a morte. Segundo Jaynes, nossa consciência deriva da fusão das vozes dos deuses (passado e futuro) com a voz do autômato (presente), gerando um ego reflexivo que dialoga permanentemente consigo próprio. Não estamos tão distantes dos hominídeos primitivos concebidos por Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke em "2001: Uma Odisseia no Espaço". Percorremos em poucos milhões de anos o caminho que vai do Homo ao sapiens sapiens, em bandos cada vez maiores, de dezenas a centenas e logo milhões de pessoas unidas por línguas e bandeiras, em guerras cada vez maiores e piores mas também, é importante dizer, cada vez mais críticas em relação a um mundo em que o instinto de acumulação (de alimento, no princípio) virou cobiça, avareza e usura. CRISE DO PROGRESSO E agora essa novidade: todos. Depois da internet: todos nós. O capitalismo vertiginoso criando as ferramentas para que paz e guerra se generalizem, o poder máximo de um e de todos, potencial para que não reste ninguém "de fora". Todos "dentro" no mesmo planeta, gente, gente e mais gente. A aceleração da história e o paroxismo de tantos absurdos parecem uma alucinação. Pense nos engarrafamentos abomináveis que tomaram de assalto as cidades do Brasil. Serão reais esses cortejos estáticos e metálicos de 50 km em lugar que há tão pouco tempo foi uma aprazível vila à beira rio? Quando será o primeiro engarrafamento que vai durar uma semana inteira? Isso é viver? Pingue o colírio alucinógeno quem souber a resposta. Desequilíbrio é a norma. O modelo econômico é crescer a qualquer custo. Crescer para onde? Para quê? Até quando? Tudo que tocamos vira lixo, embalagens e mais embalagens de coisas cada vez mais efêmeras. Como aceitar as hidrelétricas da Amazônia, pirâmides faraônicas em solo pobre, a maldição do assoreamento dos leitos de rio, conspurcação de flora, fauna e gente? O bulldozer avança para dar às empreiteiras, mineradoras e madeireiras o que elas mais querem. Os guerreiros munduruku, que por séculos se adaptaram como puderam ao homem branco, hoje enfrentam a construção de Belo Monte com o destemor das causas impossíveis, sabendo que as menos midiáticas hidrelétricas do Tapajós são as próximas da lista. Quão perto estamos da traição histórica dos índios do Xingu, 50 anos depois do pacto negociado pelos irmãos Villas Bôas? "Se deixarem suas terras, migrarem para bem longe e se reunirem diversas etnias num parque apenas, bem longe da civilização, aí estarão em paz." Engano? Vamos cimentar a floresta para gerar energia e enviar commodities para a China vender ao mundo mais badulaques e carros descartáveis? O genocídio dos guarani-kaiowá, a morte do rio Xingu. Para que, mesmo? Vivemos uma crise de confiança no progresso. A própria ciência perde lastro ao se pós-modernizar, cada vez mais contaminada pelos conflitos de interesse do mercado. Fármacos vendidos como panaceias pelas maiores empresas do ramo têm sua eficácia questionada, ao mesmo tempo em que se verifica que seus efeitos colaterais foram subestimados por vieses comerciais nos estudos que originalmente firmaram seu valor clínico. O ideário do lucro corrompe a medicina, sem poupar a pesquisa básica que sempre se julgou em torre de marfim. As revistas científicas de máximo prestígio, fiéis da balança na distribuição de recursos, abrigam cada vez mais exageros, sensacionalismos, fraudes e shows midiáticos. Quem se lembra do Dr. Hwang Woo-suk, o barão de Münchhausen coreano que fingiu, em plena capa da revista "Science", clonar células tronco embrionárias humanas? Terá saído pela culatra a popularização da ciência em jornais e revistas, consumidas por leigos como produto embrulhado em marketing na mesma prateleira da fofoca e da novela? O pão e circo das novas arenas esportivas prenuncia a futebolização da pesquisa e a descorporificação da própria vida, pretensão de "libertar o cérebro do corpo". HÍBRIDOS Para entender a doença dessa civilização hipertecnológica é preciso imaginar seu devir. Talvez ninguém tenha antevisto tão claramente os dilemas existenciais e éticos do futuro quanto os escritores Philip K. Dick e William Gibson em seu "cyberpunk", gênero da ficção científica que mescla elementos de história policial, filme noir e prosa pós-moderna. Em seus livros, conceberam não apenas os problemas da interação com máquinas que imitam pessoas -que remetem aos capciosos robôs asimovianos ou ao ardiloso computador Hal 9000 criado por Clarke e Kubrick-, mas também questões que envolvem o que podemos chamar de pessoas-máquina, híbridas em percepção, ação e sobretudo afeto. Seres meio carne, meio plástico, misturas de fios e nervos que documentam seu entorno com olhos que tudo filmam e repassam para redes de usuários em tempo real. Não falta muito para isso, com câmeras de vigilância em cada esquina, celulares onipresentes e óculos Google. O fim dos segredos seria a premissa para o fim da violência, como imaginou Wim Wenders em seu "O Fim da Violência" (1997)? Ou nos tornaremos apenas e cada vez mais decrépitos "voyeurs" da dor e do prazer alheios, peões em sociedades de vigilância e controle, reféns da "transparência" e do monitoramento constante do governo, indivíduos e corporações? Em "Neuromancer" [trad. Fábio Fernandes, ed. Aleph, R$ 44, 312 págs.], de Gibson, uma máquina consciente controla uma poderosa corporação a serviço de velhos plutocratas, mantidos em animação suspensa e despertados periodicamente apenas para dar diretrizes e logo serem novamente submetidos à criopreservação, a fim de envelhecer o menos possível. No mundo real, o controle de moléculas como as telomerases, que regulam o envelhecimento celular, aponta para um futuro em que mesmo pessoas muito idosas poderão habitar corpos novos. Pessoas transgênicas cuja idade não se revelará nos traços externos -uma extensão da lógica de seleção artificial que serve de base à agricultura e pecuária atuais. Nesse percurso que coisifica os seres, respiramos uma atmosfera de crescente massificação ideológica, necessária à sustentação de tamanha desigualdade de oportunidades. Catadupas de dinheiro gasto em campanhas eleitorais, pesquisas qualitativas orientando o governo, a versão mais importante do que o fato. Do outro lado, rizomas, gretas no muro, resistência ninja e "leaks" de toda ordem. O "cyberpunk" é nossa Cassandra e com suas visões apocalípticas teremos que lidar. Os "black blocs" anticapitalistas hoje encaram a concretude da violência e o perigo que isso encerra, pois o Estado tem a violência em seu DNA. A videogamização do mundo já permite matar de longe como se fosse brincadeira. Em breve, a polícia não vai mais enfrentar o conflito social, vão mandar drones. E os adolescentes do outro lado da trincheira terão ainda mais razões para se revoltar. Precisamos encarar os fatos: não haverá paz enquanto não houver piso e teto para a riqueza. Por que alguém quer ser bilionário? A ganância é uma doença, persistência perversa do instinto da acumulação quando ele já se tornou obsoleto e deletério. A atitude antes prudente mas agora patológica do "quanto mais melhor", levando à pulsão de acumulação infinita, pode destruir a espécie ou criar espécies diferentes de humanos: os ricos e os pobres. Desde a revolução verde de sementes e fertilizantes, há cerca de meio século, já existem condições técnicas para que se distribua comida para todos. Deveria ser o fim da guerra, início da era em que os instintos da acumulação e da violência já não são adaptativos. Mesmo assim, os mais ricos continuam a querer acumular. E ficam honestamente ofendidos quando isso é questionado. Somos vítimas de um conflito de instintos: a acumulação abusiva contra o redentor amor ao próximo. É justamente nessa disjuntiva que o tema dos psicodélicos recobra sua atualidade. De um lado, como antecipado por Philip K. Dick, o problema do proibicionismo. O cidadão comum vive na mais espessa ignorância no que diz respeito aos efeitos, doses e grupos de risco das drogas consideradas ilícitas, sem falar no pesadelo permanente da criminalização e do castigo, certamente a causa maior da paranoia por parte dos usuários. O mercado negro retratado por Dick em "Minority Report" antecipa o medo e a insalubridade como consequências lógicas do proibicionismo. E isso não é tudo, pois a multifacetação psicodélica da consciência se mescla à identidade incerta da internet. O "scrambler suit" descrito no livro "O Homem Duplo", traje capaz de mudar completamente a aparência de uma pessoa, metaforiza um momento em que a própria identidade é conjectura, em que viver é cada vez mais complexo e sobretudo impreciso. Em "Total Recall", as memórias são simplesmente implantadas. Em "Blade Runner", não há como saber se as lembranças correspondem aos fatos. DESCOBERTAS A neurociência constata que a percepção é relativa. A realidade é construída, presumida e fugidia. O futuro distópico de guerra, lixo e desigualdade antevisto por Dick, em que as drogas servem apenas ao entorpecimento da razão, é o abismo com que nos deparamos, encurralados por nossos piores instintos. Mas existe outro caminho, uma rota para a qual a meditação, a respiração e os psicodélicos parecem ser chaves mestras. De origem milenar, estas chaves encontram na neurociência já a partir dos anos 1960 um espaço fértil para novas descobertas, através da combinação de autoexperimentação com imagens concomitantes da atividade cerebral. Introspecção é a senha. Se a física quântica pode chegar a revelar algo essencial sobre a consciência, a viagem às profundezas da mente pode revelar algo fundamental sobre o universo, o tempo, a matéria e a sociedade. A psiconáutica -navegação da mente- está mais viva do que nunca, agregando valor às ideias mais transformadoras. Steve Jobs, atribuiu sua criatividade ao LSD. O prêmio Nobel Kary Mullis, inventor da reação em cadeia da polimerase, que revolucionou a genética e a medicina, também conferiu à experiência com o LSD a sua melhor inspiração. Os benefícios terapêuticos dos psicodélicos são cada vez mais evidentes no tratamento do trauma, dos estados terminais e do abuso de substâncias aditivas, mas também são notáveis quando aplicados a problemas como a depressão. Nos EUA, epicentro do proibicionismo, os militares do Pentágono se interessam pelo MDMA -princípio ativo do ecstasy, serotonérgico como o LSD- para tratar as dores psíquicas de seus veteranos de guerra. Aquilo que tantos psicoterapeutas praticavam na década de 60 de modo heurístico vem se confirmando em sólidas publicações científicas. Hofmann e Huxley tinham razão, os psicodélicos são um inestimável patrimônio da humanidade. As promessas desse novo olhar são a evolução de uma nova ética social em tempos de abundância, a desrepressão da libido e o respeito a todas as formas de loucura, menos àquelas que oprimem. Poderiam os psicodélicos fazer os ricos se desapegarem do excesso de riqueza? Provavelmente. Vale a pena sonhar com isso: todos nós humanos em harmonia conectada de pulsões criativas, alforriados do trabalho mecânico pelas máquinas, não libertos do corpo, mas libertos no corpo, não mais predadores universais da criação, mas hiperlúcid@s guardas-parque de Gaia. Futuro que a Deus pertence, para a sétima geração depois de nós. Quem não entender que pingue mais uma gota. SIDARTA RIBEIRO, 42, professor titular de neurociência da UFRN. FRED TOMASELLI, 57, é artista plástico americano, um dos principais nomes da arte psicodélica na atualidade. Abre hoje uma exposição de suas obras no Modern Art Museum de Fort Worth, no Texas (EUA).7 points
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Para quem não acordou para a vida ainda ... só existe uma forca neste mundo, que faz tudo rodar ... não importa se vc e capitalista, comunista, ateu, gay, maconheiro ... Se vc pensou que e DEUS, vc esta errado ... e DINHEIRO/MONEY ... quem tem mais, tem mais poder e dita as regras ...5 points
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Falou tudo, irmão Forester! A Direita nos acusa de sermos cooptados pela Esquerda, e a Esquerda nos acusa de sermos pequenos burgueses de Direita! Isso que quem só lê o fórum não vê como são nossos papos na hora do almoço onde o restaurante todo para ver o debate em nossa mesa. Vamos em frente, para o alto e avante, sempre em busca da luz, como as plantas!4 points
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Parecia inofensiva mas te dominou, como já disse e diria Cheirão... Embalou forte heim amigo, não dá pra se deixar levar tão fácil não cara, substâncias existem, fazem seu efeito mas o verdadeiro senhor tem que ser nós mesmos, nós que devemos dominar nosso âmago, nós que decidimos, nós que esticamos e nós que empunhamos o canudo. Ou seja, a decisão só cabe à nós fazermos. De resto, qualquer outra coisa, culpar a substância é tirar de si a responsabilidade que nós temos. Pense nisso. Também não vai ser fumando uma tronca atrás da outra que vai fazer passar a fissura. Agora tem que ser homem e tomar decisões. Tofa um fino, bebe um café, coma, se exercite e DURMA. Muita luz pra você cara3 points
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4.600% não é igual a multiplicar por 4.600 100% é igual a "um", ou seja, um crescimento de 100% é igual ao dobro do que existia antes, investiu 100 e ficou com 200. logo, 4.600% é igual a um crescimento de 46x. (4.600 divididos por 100 = 46x) Mas isso é só o básico do básico da matemática do ensino fundamental.3 points
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O senhorito pode ser libertário à vontade com o que o senhorito quiser. Pode até libertarizar o vosso libertário bizúim. Mas por obséquio não venha aqui, não venham, aqui, encher o nosso cannábico saco. O site é dedicado a uma causa bastante específica e une pessoas diferentes com diferentes idiossincrasias pelo ideal comum de regulamentarizar o uso da maconha. Não precisamos de sectarismo político entre os apoiadores do movimento. Particularmente não precisamos de proselitismo liberal de septuagésima categoria. Sei que é ano de eleição e vocês apos seguidos reveses estão nervosos, mas o espaço aqui é destinado a outro tema. Aqui vocês não vão arrumar nada. Vazem. Grato.3 points
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Ô loco! Discussão ficou séria! Fico contente por cada vez mais transpormos o debate sobre canábis para partirmos pro que está ao redor dela, mas ainda fico muito triste pelo fanatismo empregado... Será que não é possível um debate sensato e racional? Cada parte se agarra às suas crenças e ideologias e parte pro ataque pessoal... Isso definitivamente não acrescenta, nos distancia cada vez mais e nos torna cada vez mais polarizados! Depois de tomar tanta porrada de Olavetes, Constantinetes, Lobetes e etc.. tenho ficado cada vez mais atento ao que está ao redor do ativismo pela maconha para que eu não seja tirado pelo todo... Há sim uma grande estrutura aparelhando esse movimento com intenção de poder, mas é importante ficar claro que existem muitas pessoas sérias, tentando trabalhar de maneira independente... Ao amigo que iniciou o tópico, sugiro buscar uma maneira melhor de propagar suas ideias, quem sabe não tenha mais sucesso no convencimento... Talvez não tenha percebido, mas o discurso baseado no medo não tem dado certo nos últimos anos... Fanatismo nunca soa razoável, seja ele proveniente de Olavetes ou Luletes... Grande abraço! EDIT: Me refiro à Olavetes, Constantinetes, Lobetes, Luletes e etc.. não com o intuito de rechaçar algum pensamento, mas me opondo a idolatria... Pelo que havia entendido, o próprio autor havia se identificado assim no título da postagem, mas ao ler demais comentários, percebi que o título fora editado por terceiros, o que para mim, tb é um grande erro...3 points
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Desabafo de um Cherado GAlera nunca fui muito chegado em cheirar experimente uns tempos atras ate que curti mais dae fiquei uns 8 meses sem usar mais deu quebradera de bito na minha city e dia 31 as 7 horas pegamos uma com um trafica pensa no pó na pedra assim 1 listrinha ja tava trincando Mais agora que vejo que a parada e do mal.. a parada e tensa, o negocio puxa mesmo não tem dizer que tem controle. Eu faz 11 dias cherando um po desgraçado na primeira bucha PQP parecia que o bagulho era de outro mundo 1 listrinha ja trincava ta blz acabo a primeira, e vem a segunda agora ja nem sei na qual que está nas minhas contas ja e a 6º bucha parece que e apenas trigo, maizena sei lah o que ja não da mais o mesmo efeito. Tipo eu to faz 11 dias soh cheirando, nem como mais nem agua eu consigo tomar uma caganeira desgraçada rsrs Cigarro então e um atras do outro e se não passar um pó no filtro parece que nem tem gosto de fumar, ja detonei 2 maços de cigarro e a unica coisa que entra pra dentro e pó tenho conciencia que ta me levando pro burado. Não durmo galera chego do trampo ja trincando, bato uma larica de leve parece que a comida não tem gosto, tipo comendo soh pra ver se passa a tremedeira, mais não sinto a necessidade de comer, Bah e quando tem Maconha eu bato um laricão de respeito. Não durmo mais galera por exemplo ontem/hoje eu nem sei mais, por exemplo quarta peguei uma bucha mais nem consegui cheirar ja estava trincado demais deitei e apaguei acordei lah pelas 9 atrasado pro trampo uma sensação muito estranha tipo um sentimento ruim, a primeira coisa que fiz cedo foi mandar uma lagartona pra dentro e sair voando pro trampo lah pelas 10 e pouco da manhã fui no banheiro e ja estiquei uma logo no meio dia mais umas 3/4 tudo de responsa, antes de pegar no trampo mais uma e trabalhei o dia todo trincado lah pelas 3 outra e assim foi em menos de 1 hora eu ja estava cheirando, cheiro uma e parece que nem da efeito e lah vai fazer outra, cheguei em casa as 8 ja trincando e ja esquentei o prato estico 3 e mando uma e fica ali mais uns 30 40 minutos e vou mandando cada carreirinha uns 2 cigarro passado no pó, depois vem aquela secura na boca parece que nada passa aquilo e o jeito e mandar mais po pra dentro... resumindo um pouco eu amanheci acordado, agora mesmo as 06: 15 da manhã ja estiquei 2 e mandei uma a outra ta no prato daqui a pouco tenho que trabalhar, mais to com uma tremedeira lazarenta, as mãos suando o meu olho parece que tem areia dentro minha respiração parece que esta muito pezada, O nariz parece que esta Cozido de tanto ficar fuçando pra limpar Meus dentes então parece que vai cair doi todos eles meu corpo parece que tem 100 anos dor nas costas o peito então nem se fala parece que vai partir no meio. Cara soh sei que do jeito que esta não da pra continuar, sabe aquela de olhar na bucha e ver que ali tem 50 conto e dai vem aquele arrependimento meeeeee o que eu to fazendo PQP uma drepe lazarenta mais e soh mandar uma que parece que tudo vai embora. Mais to vendo que essa bosta pode me matar a qualquer momento, não sei se alguem ja passo por isso sabe do que eu estou falando. parece que a morte esta do meu lado uma pira que meu coração vai parar. nem sei mais explicar. Hoje chega o bito aqui na minha cidade quero pegar 100 conto e não quero nem saber dessa merda não digo que nunca mais vou usar, Mais se eu tiver maconha não quero nem saber de pó. Tenho uma meia Bucha de pó a vontade de fazer voar no mato mais a praga que não tenho uma ponta pra queimar pra passar esse sentimento ruim... Galera agora e 06:49 faz e eu nem sei quantas mandei soh sei que foi ontem desde a hora que acordei e a noite toda e ainda mais uma agora cedo... Quando falavam que Cocaina e o pó do chifre do Diabo eu não acreditava mais agora eu sinto na pele, no bolso na conciencia. gastar 300 conto em pó em menos de 10 dias e muita lokura e coisa de Burro tongo idiota, eu me fodo pra ganhar 748 conto pro mes pra pagar conta mais eu tinha uma grana do 13º que se foi tudo nessa bosta... Agora mesmo aqui clareou o dia e tenho uma esticada no prato, a minhavontade e de mandar ela pra começar o dia esperto mais na mesma hora parece que se eu mandar ela vou ir o dia todo cherando que quando acabar parece que nem e eu que vou lah comprar, quando me dou por si ja estou com a bucha na mão na casa do trafica e ai e tarde demais. Sei qeue agora mesmo vou sair vou na casa de um cara pegar um Breu e se Deus me ajudar vou pegar um 100 conto massa pra passar essa depre desgraçada. Tudo isso que falei e vdd não tenho motivos pra vir aqui inventar uma historia dessa. soh preciso de conselhos, que alguem me mande a real. Abraços Galera, Tomara que essa eu tire de letra,....3 points
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Nós! Nós os comunas! Com os ganjeiros somos maiorais... Pois na hora do aperto é do vermelho que elas gostam mais!2 points
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às vezes o remédio tem que ser amargo pra fazer efeito.2 points
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Me referi à Olavete, justamente pq o autor do tópico se intitulou dessa maneira... Não estou utilizando para rechaçar o pensamento, mas para sinalizar q idolatria tb não ajuda em nada... Ultimamente tenho tomado porrada d seguidores de pensamentos de direita e de esquerda tb... Ambas as partes me tiram não pelas minhas atitudes, mas por suas próprias conclusões... Muitos nem sequer me questionam... Acho o questionamento importantíssimo, através dele q obtenho minhas respostas... Sou testemunha de que os debates tem ocorrido, não tenho hábito de fórum suficiente para falar se eles ocorrem ou não dentro dele, nem sei se esta deveria ser uma função de um fórum para cultivo, mas fora, posso garantir q tenho buscado cada vez mais um debate franco... Há falhas em todos os regimes político-econômicos, isso é fato... não tenho uma solução para todos os problemas, mas acho q é possível identificar um caminho errado e seguir por outro... Isso só é possível se estiver atento ao seu redor, ouvindo todas as opiniões... Muitas vezes estamos tão empenhados em algo que não percebemos nossas falhas, estar atento ao seu redor, ouvir para o aprendizado, é muito mais importante do q falar... Toda opinião é importante! Abração EDIT: Pelo que havia entendido, o próprio autor do tópico havia se identificado assim no título da postagem, mas ao ler demais comentários, percebi que o título fora editado por terceiros e não por ele próprio, o que pra mim, tb é um grande erro...2 points
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Obrigado pela apoio galera hoje eu não to mais nessa e nem quero mais tbm quero mais e comprar um taco de bito e e ser feliz essa merda pra mim, ja deu nem quero ver na frente., dias dificieis viram, parece que as sombras me cercam vejo apenas uma luz, um caminho que a a Maconha.2 points
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Meditação , Autoreflexão é a chave, procure abrigo no interior.... nada é tão pesado , diante do que você pode suportar....2 points
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kkkkkkk na boa, o cara com uma loira gostosa dessas e vai se preocupar com bong?! Mete gostoso e depois fuma, porra. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK2 points
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Vou opinar citando o ponto de equlibrio.... "Quem sabe cala quem não sabe é quem mais fala..... o sábio cala a verdade por si fala." Meus caros, para discussões mais "rebuscadas" temos o ambiente acadêmico "formal" e "informal", mas no entanto temos mestres e doutores em pensadores, mas posso até sentir o aroma de que não "leram" uma obra até o fim, e mesmo que eu ainda acredite não ter que ler nada a princípio para "poder" saber, o que não ocorre com a realidade dos posts. Portanto vamos nos educar, mas motivados desde si mesmo, ou então serão apenas pseudo-sabedores....... para vcs terem uma imagem do que digo, percebam essa evocação - "libertário de esquerda", em minha ignorância, parecem até palavras mágicas de quem sabe do que está falando, mas é só pedir uma explanação mais aprofundada que logo logo vem à tona a superficialidade da afirmação...palavras rebuscadas não dão autoridade para discurso algum, o que dá autoridade é o "Timós" ( procura ai no google eheheh) signi-fica lógos do coração. Paz2 points
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que eu saiba tá cheio de anarquistas por aqui, inclusive este que vos fala, embora com restrições pois não sou chegado a dogmas e sim paradigmas. o que acontece é que aqui não se fica enchendo o saco dos outros por causa de política e religião, pois não é nosso tema. muitos já foram banidos ao insistir nisso, e vai continuar assim. http://www.youtube.com/watch?v=jmNU8blUwmshttp://www.youtube.com/watch?v=jmNU8blUwms2 points
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A idéia é essa! Só de imaginar quantas pessoas leram esse texto hoje me faz crer que amanhã será uma dia melhor!2 points
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Esse texto é excelente! Coloquei o texto em audio, pode ser acessado nesse link: https://soundcloud.com/sir_madman/novo-mas-nem-t-o-admir-ve Editei alguns trechos para ficar mais agradável. "Introspecção é a senha. Se a física quântica pode chegar a revelar algo essencial sobre a consciência, a viagem às profundezas da mente pode revelar algo fundamental sobre o universo, o tempo, a matéria e a sociedade. Vamos cimentar a floresta para gerar energia e enviar commodities para a China vender ao mundo mais badulaques e carros descartáveis? O genocídio dos guarani-kaiowá, a morte do rio Xingu. Para que, mesmo? Alforriados do trabalho mecânico pelas máquinas, não libertos do corpo, mas libertos no corpo"2 points
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Lendo. Bem legal heim? up - att - fabrício Edit: Ufa, terminei....preciso de um tempo para digerir e pensar mais um pouco hehe. Pretendo ler novamente.2 points
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Aqui falamos de Maconha, deixa pra discutir poltica nesses outros fóruns que você frequenta!2 points
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sinistro demais e um cultivador tem q passar por isso porque cutivou uma planta?? que mundo podre2 points
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Ações de produtoras de maconha sobem até 4.600% nos EUA com "bolha verde" Expectativa é que essas empresas apresentem ganhos cada vez maiores conforme a maconha recreativa começa a ser aceita em cada vez mais estados do país Por Felipe Moreno |14h01 | 10-01-2014 http://www.infomoney.com.br/mercados/acoes-e-indices/noticia/3142083/acoes-produtoras-maconha-sobem-ate-600-nos-eua-com-bolha O Colorado foi o primeiro estado a legalizar a venda para qualquer um acima de 21 anos (Getty Images) SÃO PAULO - A bolsa norte-americana tem milhares de empresas - e é possível se expor à praticamente qualquer caminho que a economia esteja tomando. Prova disso é que os investidores criaram uma "bolha verde" especulando sobre a situação da maconha nos Estados Unidos, é possível encontrar diversas ações de produtoras de maconha. Alguns desses papéis chegaram a subir até 4.600%, como Growlife, que produz equipamento para plantar maconha em casa, com alta de 4.600%. Bruce Perlowin, CEO (Chief Executive Officer) da Hemp - que viu sua empresa disparar 1.664% - , disse em entrevista para a Bloomberg que os investidores estão buscando uma "próxima Microsoft". A expectativa é que essas empresas apresentem ganhos cada vez maiores conforme a maconha recreativa começa a ser aceita em cada vez mais estados do país. "A demanda por maconha é insaciável, você tem uma forte indústria nascendo", disse Perlorwin, que já foi preso por tráfico de drogas antes. Com essa expectativa, os investidores começaram a apostar em diversas empresas do setor, que antes eram "micos" de menos de US$ 1 - as chamadas penny stocks. O Colorado foi o primeiro estado a legalizar a venda para qualquer um acima de 21 anos. Para Frank Ingarra, trader na Greenwich, as pessoas estão achando que encontraram o novo setor do momento e não fazem pesquisa alguma na hora de comprar ações. "Deve existir uma ou duas empresas dessas que são boas, mas o que está acontecendo é loucura. O investidor deveria pensar duas vezes", diz. A Finra (Autoridade reguladora da Indústria Financeira) avisou em agosto que os investidores deveriam ter cuidado de possíveis fraudes ligadas às ações dessas empresas, mas não nomeou nenhuma. Atualmente, 18 estados e o distrito federal norte-americano permitem o uso da maconha medicinal. A legalização nacional para o uso recreativo teria capacidade de fazer a indústria pular de US$ 35 bilhões para US$ 45 bilhões anuais. Depois da legalização no Colorado, muitos acreditam que a maconha esteja ganhando "momentum" nos EUA. "Nós antecipamos que isso aconteceria com o setor da maconha depois de qualquer notícia boa, vamos continuar a trabalhar para retornar dinheiro", disse Robert Frichtel, presidente da Advanced Cannabis, cujas ações pularam de US$ 3,25 para US$10,95 - 236,9% de alta. Outra empresa que apresentou forte alta é a GreenGro, que subiu de US$ 0,05 até US$ 1,20, cerca de 2.300% - mas já voltou para os US$ 0,25, o que explicita o grave risco de investir em algo que está "na moda". A última vez que isso aconteceu foi com ações de empresas chinesas listadas nas bolsas americanas: no começo de 2009, houve uma corrida para comprar esse tipo de papel, na esperança que a China continuasse o crescimento superior a 10% ao ano. A desacaleração da economia chinesa e a forte queda da bolsa de Xangai nos últimos anos acabou levando todos os lucros embora1 point
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O que fazer o Seattle Seahawks, Arizona Cardinals, Oakland Raiders, San Francisco 49ers, San Diego Chargers, Detroit Lions, Chicago Bears, New England Patriots, Washington Redskins e, é claro, o Denver Broncos todos têm em comum? São times da NFL com base em estados e um distrito onde a maconha medicinal é legal. Atualmente, a política NFL não permite que jogadores dessas equipes a usar a erva para ajudar seus males, no entanto. Mas isso poderia estar mudando? Quando perguntado sobre o uso de maconha médica para atletas, esta semana, comissário da NFL Roger Goodel disse ESPN que ele não vai escrever off cannabis como uma terapia, mas se esquivou de aprovar definitivas da planta. "Eu não sei o que vai desenvolver, tanto quanto a próxima oportunidade para a medicina a evoluir e para ajudar, quer lidar com a dor ou ajudar a lidar com as lesões, mas vamos continuar a apoiar a evolução da medicina." Ele não entrou em detalhes sobre isso (nem o impulso comentarista da ESPN para a mais), mas é a primeira vez que ele falou sobre a maconha há mais de um ano - mais especificamente quando Goodell disse que as leis de legalização no Colorado e Washington não mudou de drogas da NFL usar políticas para os Broncos ou os Seahawks. A única outra menções de maconha do comissão foram quando ele está entregando as sanções aplicáveis aos jogadores rebentados pote toking ou possuir. Curiosamente, a união do jogador da NFL não proibição expressa cannabis medicinal, como Pro Football Discussão descobriu. Idioma no acordo coletivo de trabalho impressionado com a união ea NFL só proíbe o "uso ilegal" de maconha. Ele não especifica se "ilegalmente" significa federal ou em nível estadual. Ironicamente, uma parte da entrevista ESPN focado em política mais cautelosa de Goodell para lesões do atleta e de reabilitação. "A coisa mais importante que podemos fazer é quando você tem essa lesão é tratá-lo de forma conservadora", disse ele. E, uma planta natural terapêutico pode ser um bom lugar para começar (google tradutor) Ae sim hien...... Link:http://www.tokeofthetown.com/2014/01/nfl_commissioner_open_to_medical_cannabis_for_players.php1 point
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Esse texto grande é de outro tópico carai. kkk Tô só observando o que faz o troll em suas distorções históricas. Impossível ter unanimidade de posicionamento político dentro do GR que é plural, mas unitário pela causa da legalização e a regulamentaçaõ do plantio de canabis s.p no Brasil para uso próprio.1 point
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Vou copiar a notícia tal qual ela foi escrita, para que as pessoas possam lê-la, e não apenas tentar juntar trechos terrivelmente traduzidos e compreender o que se está tentando informar. "Marijuana and Cannabis News NFL commissioner open to medical cannabis for players? By William Breathes in News, Stoned Sports Thursday, January 9, 2014 at 11:20 am What do the Seattle Seahawks, Arizona Cardinals, Oakland Raiders, San Francisco 49ers, San Diego Chargers, Detroit Lions, Chicago Bears, New England Patriots, Washington Redskins and, of course, the Denver Broncos all have in common? They are NFL teams based in states (and a district) where medical marijuana is legal. Currently, NFL policy doesn't allow players on those teams to use the herb to help their ailments, though. But could that be changing? When asked about medical pot use for athletes this week, NFL Commissioner Roger Goodel told ESPN that he isn't going to write off cannabis as a therapy but shied away from outright approving of the plant. "I don't know what's going to develop as far as the next opportunity for medicine to evolve and to help either deal with pain or help deal with injuries, but we will continue to support the evolution of medicine." He didn't elaborate on it (nor did the ESPN commentator push for more), but it's the first time he's spoken about marijuana in over a year - specifically when Goodell said that legalization laws in Colorado and Washington didn't change the NFL's drug use policies for the Broncos or the Seahawks. The only other mentions of marijuana from the commish have been when he's handing down penalties to players busted toking or possessing pot. Interestingly, the NFL player's union doesn't outright ban medical cannabis, as Pro Football Talk has discovered. Language in the collective bargaining agreement struck by the union and the NFL only bans the "illegal use" of marijuana. It doesn't specify whether "illegally" means federally or at the state level. Ironically, a portion of the ESPN interview focused on Goodell's more cautious policy towards athlete injuries and rehabilitation. "The most important thing we can do is when you have this injury is treat it conservatively," he said. And a therapeutic, natural plant might be a really good place to start.1 point
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A única argumentação é que o jr4ianam tem o mesmo IP do user que abriu o tópico! E o vocabulário é esse, se não gostou volta pros seus outro fóruns!1 point
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Toma no buraco, chupador de bolas, que vocabulário é esse ? Olha o nível. Já acabou os argumentos ? Está fraco de contra argumentação.1 point
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Ai meu deus.... declaradamente ateu! é o fim dos tempos.... HAHAHAHAHAHAHA se bobiar, a maioria é ateu... dizaê.... EDIT: Meu, tem que deixar esse topico vivo... e passar pro APPP1 point
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Putz! Fomos desmascarados! Nosso plano de dominação global via cooptação da juventude maconheira foi descoberto! O que será agora de nossa ditadura bolchevista stalinista! E tudo ia tão bem, teriamos conseguido tudo se não fossem esses garotos intrometidos e esse cachorro...1 point
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1º parabens por ter coragem de se abrir mesmo que seja virtual,é dificil demais assumir essa parte de sou viciado e estou na merda . 2º brother a farinha que vc esta usando é lixo,se fosse a exportação aqui da baixada pela quantidade vc ja teria morrido facil,oque vc esta cheirando é lidocaína e cafeina em pó misturada a cocaina prensada que ja vem batizada resumindo isso nao é pó de verdade. 3º eu usei essa porra muito tempo estou limpo a 17 anos como? tive que ter uma OVERDOSE pra conseguir parar,isso aos meus 17 anos enrolei a lingua jogando fliperama,massagem cardiaca e a porra toda e vivi to aqui. 4º só tem duas maneiras de vc largar esse vicio maldito,uma é morrendo,vc vai usar usar e usar e uma hora vai infartar e ponto acabou a vida pra vc,nao vai ver seus filhos se tiver,se nao tiver nao terá e nao vai viver uma das melhores coisas da vida o AMOR de pai,a outra maneira de largar é assumir de vez o problema e procurar ajuda médica,junto com a familia(importante a familia estar junto nesse momento ou pessoas que tenham carinho por vc),se afastar dos "amigos" que usam,internação tbm é bem viável quando vindo de vontade propria. 5ºamigo cold DIGA NÃO sua mente é mais forte do que tudo amigo,quando vc acredita nisso. espero de coração que tudo corra bem e caso tome algumas atitudes,como talvez a internação venha aqui e nos conte pq desabafar desta maneira que vc fez tbm da forças pra parar de vez. Um abraço e que a tua força seja vitoriosa nesse problema que vc enfrenta1 point
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Sai dessa irmão... Eu gosto muito dessa porra, e tenho um segredinho bom pra ficar longe disso, um não, varios, muita maconha e muita distancia!!! Cara se tu ta vendo que não esta te fazendo bem, enche os cornos de maconha bate um laricão e segura a fissura... Mudar de ares tbm resolve e xoxota tbm é uma maravilha uma bela piriquita é capaz de fazer milagres!!! Fica a dica!!! Boa sorte e força ai!!!1 point
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ai meu deulssss...... tu chegou ontem, e quer cagar regra??? mermão, cultivador fala de preço sim; cultivando maconha, ou uva, ou cana, ou laranja etc... agora quer censurar falar de preços??? por que seria estimular a pessoas??? pooorra, ninguem ta apontando arma pra ninguem pra vender maconha (que seria bom)... apenas debatemos preços na atual conjectura. se vc foi seduzido pelo dinheiro sinto muito.... engraçado isso devido ao seu avatar1 point
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Para todos q querem ententer um pouco o funcionamento do "x" e do q é o proceder na cadeia... coisas d "'sujeito homem"' q se eu não soubesse... tinha virado presunto rapidinho.... muito boa a tese do mano Adalton... Adalton Marques Apesar de inscrever-se na tradição kantiana para pensar o conhecimento, Durkheim considera preciso ultrapassa-la, evitando assim a alternativa do apriorismo e do empirismo. Para tanto, lança os fundamentos de uma sociologia do conhecimento, identificando as categorias do conhecimento com as representações coletivas, dando, portanto, uma resposta positiva (transpõem as velhas questões epistemológicas para a ciência positiva dos fatos sociais) e empírica (coloca as categorias no âmbito dos fenômenos sociais, recuperando seu vínculo empírico) a este problema. Deste modo, no projeto durkheimiano as formas de classificação não são mais universais, mas, além de arbitrárias, são objetivações das determinações próprias da sociedade (Pinheiro, 2004; Bourdieu, 2000; Durkheim, 2003). Embasados por esta teoria, tentaremos demonstrar como um complexo conjunto de regras existente no interior do mundo prisional e denominado pelos próprios presos de “proceder”, pode ser entendido nos termos de um sistema classificatório, pois faz, entre outras coisas, ordenar hierarquicamente o mundo prisional em diferentes espaços, tempos, grupos etc, separados nitidamente por linhas demarcatórias que são do conhecimento de todos aqueles pertencentes a esta população (Durkheim & Mauss, 1981). Veremos que seu conteúdo alterou-se ao longo do tempo, ou seja, enquanto alguns acordos e regras que estavam diretamente ligados a ele perderam sua validade outros entraram em vigência recentemente. No entanto, veremos também que estas mudanças históricas não alteraram sua capacidade de organizar a experiência cotidiana da população carcerária e a divisão espacial do espaço prisional. A partir de nosso material coletado – três entrevistas com ex-presidiários em outubro de 2004; conversas com sete ex-presidiários, com dois filhos e um irmão de ex-presidiários e com a mãe de um preso ao longo do ano de 2005; entrevistas acompanhadas de relatos etnográficos com o diretor do núcleo de educação, dois funcionários e dois presos da Penitenciária José Parada Neto em fevereiro de 2006; e, por fim, análises de letras de rap – verificamos a existência de um complexo conjunto de regras que perpassa parte da experiência cotidiana no interior do mundo prisional, balizando a forma de se pedir licença para ficar em uma determinada cela, a forma de se despedir no dia em que for concedida a liberdade, o modo de se portar durante os dias de visita, os esportes, as formas adequadas de utilização do banheiro e de conservação da higiene nas celas, o modo específico da conduta dos evangélicos, a escolha das vestimentas, os acordos econômicos, as trocas materiais, a distinção entre presos de acordo com os motivos que os levaram à prisão e de acordo com a história destes antes mesmo do cárcere, as resoluções de litígios entre presos, enfim, as decisões sobre quem deve ser punido por não cumprir tais regras e como deve ser punido segundo sua falta. Verificamos também que todas estas distintas regras estão compactadas, pela população carcerária, numa única categoria nativa: o “proceder”. Até onde nossa pesquisa nos permitiu aferir, o verbo proceder não é tomado pelos indivíduos que habitam o mundo prisional para indicar uma ação, mas, sobretudo, para indicar um atributo do indivíduo. De tal forma que não é dito “ele procede”, mas sim, “ele tem proceder”. Assim sendo, são acusados de “não ter proceder” aquele que não pagou uma dívida de drogas, aquele enquadrado no artigo 213 do código penal (estuprador), aquele que olhou para o familiar de um preso no dia de visita, aquele que não mantém a higiene dentro da cela, aquele que permanece sem camisa durante as refeições, aquele que delata seus companheiros à administração prisional etc . Esta dicotomia “ter proceder” vs “não ter proceder” produz uma divisão espacial do ambiente prisional entre “convívio” e “seguro” (ou “amarelo”)(ou seguro de cú..n.t). A seguir descreveremos as características de cada um destes espaços e inseriremos uma reprodução gráfica da Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado (Tremembé II) elaborada por um de nossos entrevistados que por lá passou, considerada válida para a Penitenciária José Parada Neto (Guarulhos I) segundo um funcionário da mesma. Cremos que esta ilustração nos ajuda na compreensão da divisão espacial no mundo prisional: O “Convívio” é o espaço habitado pelos indivíduos que se reconhecem como cumpridores do conjunto de regras do “proceder”, cujo não cumprimento implica em exclusão deste espaço; ou seja, é lá o lugar dos indivíduos que “tem proceder”. É o espaço daqueles que mantém a honra, pautada no cumprimento de suas regras severas, seja pelo próprio senso de honra ou pelo medo da reprovação diante da opinião pública e conseqüentemente das punições cabíveis (Bourdieu, 2002b). É o espaço daqueles que são “ladrões” ou “bandidos”, daqueles que honram seus nomes e, portanto, são “homens” – adjetivos dados aos indivíduos que tem “proceder”. Trata-se, portanto, de um espaço investido de sacralidade, onde a honra de cada indivíduo que ali habita é constantemente provada, ou, dito de outra forma, onde a opinião pública está, a todo instante, julgando as ações de cada individuo. A honra destes indivíduos está no cumprimento dos compromissos, na conduta digna no cotidiano da cadeia e na preservação do próprio nome. Por sua vez o “seguro” (ou “amarelo”) é o espaço que abriga aqueles presidiários que jamais conseguiriam manter suas vidas habitando o “convívio”. Trata-se de uma criação institucional, um mecanismo criado para salvaguardar os presos ameaçados por outros. É o lugar daqueles que, certamente seriam punidos com a morte por não se adequarem às regras do “proceder”. Cabe aqui enfatizar uma pequena diferença na trajetória dos habitantes deste espaço, a fim de mostrar um pouco da lógica desta composição. Este espaço é composto por indivíduos que quando presos vão direto para o “seguro” sem poder ao menos pisar no “convívio”, tais como, estupradores, “pé de pato” (justiceiros), indivíduos que tem “inimigos” no “convívio” e querem evitar o confronto etc; e, por indivíduos que, habitando o “convívio”, acabam por quebrar as regras do “proceder” e não restando outra opção, fora a morte, pedem proteção institucional e se abrigam no “seguro”. Entre estes últimos estão indivíduos que devem droga para traficantes do “convívio”, indivíduos que se envolvem em “quiaca” (briga) e não estão dispostos a matar ou morrer, enfim, indivíduos infratores de alguma regra do “proceder” que não pode ser relevada pelos demais detentos. Este é, portanto, o espaço daqueles que perderam a liberdade de estar entre os presos “comuns”, daqueles que além de punidos pela sociedade, foram punidos pelos detentos. Trata-se, portanto, de uma espécie de esconderijo criado pela administração carcerária para os indivíduos que estão com suas vidas ameaçadas no “convívio”. Desta forma, podemos dizer que a distinção da população carcerária passa por mecanismos institucionais, no entanto, o cerne da distinção, permanece na moral proposta pelo “proceder”. Desta breve exposição sobre o “proceder” podemos tirar uma primeira conclusão, segundo a qual, ele cumpre a função de associação e dissociação, ou melhor, de distinção entre a população carcerária. O que queremos dizer é que os habitantes do “convívio” se reconhecem como os portadores legítimos do “proceder” e é isso que os distinguem dos demais (Bourdieu, 2003). No entanto, apesar do cumprimento deste conjunto de regras ser considerado por todos os nossos entrevistados uma condição sine qua non para um indivíduo ser reconhecido como um “homem de proceder”, verificamos que alguns acordos e regras perderam sua validade ao longo do tempo enquanto outros surgiram mais recentemente, mas que durante seus períodos de vigência todos trouxeram ou trazem em seu âmago a classificação e hierarquização da população carcerária entre os que “tem” e os que “não tem proceder”. Nossa tarefa final, portanto, consiste em descrever e analisar dois relatos de parentes de (ex) presidiários que ilustram o surgimento de um trato entre presos na segunda metade da década de 1970 e a imposição política do PCC no século XXI dentro das unidades prisionais do Estado de São Paulo e, por conseguinte, elucidar como em ambas as configurações o que se arvora é determinar o que é estar de acordo com o “proceder”. O primeiro destes relatos foi feito pelo filho de um ex-presidiário que permaneceu no cárcere de 1976 a 1992, sendo a maior parte deste período na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru). Entre as histórias de quando visitava seu pai na prisão que nos relatou e as que lhe foram contadas pelo próprio pai, a que mais interessa para este artigo é a do surgimento da gíria “bola de meia”, exatamente por estar profundamente ligada à categoria nativa de “proceder” e de “convívio”. De acordo com este relato, os primeiros anos de prisão de seu pai foram vividos na carceragem de um distrito policial (DP), local onde aguardava o julgamento que o transferiria para Casa de Detenção. Na carceragem deste DP havia apenas o espaço da cela que era dividido pelos presos e um pequeno banheiro com apenas uma privada. Portanto, no interior daquele espaço havia somente os corpos destes homens, seus trajes e uma latrina. Somada a esta situação, a administração carcerária não permitia que nenhum artefato que pudesse ser transformado em arma chegasse à cela. A radicalidade desta política impedia até a entrada de recipientes de água no interior da cela, restando aos presos, portanto, apenas a água da privada. No entanto, um carcereiro que terminava seu turno de trabalho às seis horas da manhã passou a oferecer aos presos um balde de água potável, sob a condição de ser mantido o sigilo sobre aquele ato e de ser devolvido o balde em segundos. Diante de tal circunstância, os presos realizaram um trato que consistia em lavar a privada todos os dias às cinco e meia da manhã, antes da oferta de água, tapando seu fundo com uma bola feita de meias para despejar e conservar a água potável recebida e devolver rapidamente o balde ao carcereiro. A partir de então, os presos deveriam permanecer sem urinar ou defecar até o momento em que a água tivesse sido totalmente consumida ou ao anoitecer, pois neste instante retirava-se a bola de meias e autorizava-se a utilização da privada para saciar as necessidades fisiológicas de cada um. Às cinco e meia da manhã do dia posterior iniciava-se o ciclo novamente. Neste rígido trato o bem estar coletivo estava antes do individual; pouco importava se um indivíduo estivesse no limite de suas necessidades fisiológicas, pois a água deveria ser conservada até o final. Não havia a possibilidade de todos sentirem sede para que um não sentisse vontade de urinar ou defecar. Aqueles que não conseguiram conter suas vontades fisiológicas durante a vigência destas regras foram assassinados ou mandados para o “seguro”. Portanto, uma das condições para permanecer no “convívio” era conseguir adaptar-se ao ritmo da coletividade, anulando, deste modo, o ritmo das próprias vontades fisiológicas. Vemos, assim, como este trato produzia um sistema classificatório capaz de organizar a temporalidade da vida social, a divisão espacial da carceragem e a distinção e hierarquização daquela população entre os capazes e os não capazes de “ficar na bola de meia”, ou seja, entre os aptos a permanecer no “convívio” e os condenados a morte ou a viver no “seguro”. Segundo aquele rapaz, seu pai dizia que uma das condições para se “ter proceder” é a disposição para “ficar na bola de meia”. O mais impressionante é que meus entrevistados mais jovens (que permaneceram presos de 1995 em diante) também consideram que “ficar na bola de meia” é uma qualidade de quem “tem proceder”, sem, no entanto, saberem de histórias parecidas à que aqui foi contada, ou seja, sobre o surgimento desta gíria. Basicamente, dizem que “ficar na bola de meia” é saber aguardar o momento certo para tomar alguma atitude, é saber se conter para não produzir uma contenda com outros, enfim, é dominar a si próprio para não cair em alguma enrascada. Apesar destes presos mais jovens não terem precisado se organizar para fundar um trato idêntico ao que foi descrito acima, veremos a partir do outro relato que eles fundaram um novo trato, também ancorado na dicotomia “ter proceder” ou “não ter proceder”, capaz de organizar a experiência cotidiana do mundo prisional. O segundo relato foi-nos contado pela mãe de dois ex-presidiários e de um presidiário encarcerado desde 2004, ao qual esta história se refere. Inicialmente ela contou-nos sobre a prisão do filho no ano de 2004, junto com um amigo, por cometerem um assalto a mão armada, quando foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Santo André onde permaneceram alguns meses. Segundo ela, esta cadeia estava sob o domínio do Primeiro Comando da Capital (PCC) e nela todos os presos solicitavam à administração prisional para não serem transferidos para cadeias que não estivessem sob o controle da mesma facção, pois isto certamente os levaria a confrontos mortais com os líderes de outras facções. Pelo menos estes dois rapazes tiveram seus pedidos atendidos, sendo transferidos para o CDP Joaquim Fonseca Lopes (Parelheiros). Numa das visitas feita a seu filho, já em Parelheiros, esta mãe ficou perplexa ao verificar uma grande bandeira feita em lençol branco, hasteada no pátio da prisão, com a menção “Paz, Justiça e Liberdade” no ponto mais alto, um grande revolver desenhado no meio, quatro dígitos seguido da sigla PCC mais abaixo e ainda mais abaixo (e em letras menores) três dígitos seguido da sigla CV (Comando Vermelho). Ao indagar a seu filho sobre o significado daquela bandeira, ele respondeu que enquanto ela estivesse estendida não poderia haver qualquer acerto de contas no interior da prisão, e que, portanto, nos dias de visita impreterivelmente ela estaria hasteada. Explicou que isso fazia parte da proposta política do “Partido” (PCC) e da “Cevera” (CV), pois, em todas as cadeias dominadas por eles estavam decretadas duas ordens centrais: 1) a conservação da paz entre os presos do “convívio”, não podendo, portanto, haver acerto de contas e assassinatos entre presos sem a prévia consulta dos “irmãos”, indivíduos pertencentes ao “Partido”; e, 2) a obrigação de todos no propósito comum de “quebrar cadeia” (tentar constantemente fugir) e “bater de frente com a polícia” (decretar guerra contra o corpo policial). Ainda no regime anterior ao predomínio do PCC os litígios entre presos eram levados ao pátio da prisão e debatidos entre os “faxinas” – presos altamente considerados pelo seu histórico no mundo do crime e por terem “proceder” e, portanto, elevados à condição de detentores do monopólio para administração das contendas entre presos – para que assim se chegasse a decisão sobre quem se mantinha como “homem de proceder” e qual a sentença para o outro. No entanto, havia um grande número de facções convivendo no interior das unidades prisionais, produzindo e resolvendo litígios que não passavam pela opinião dos “faxinas”. Este foi o ponto de inflexão que caracterizou o declínio dos antigos “faxinas” da posição que ocupavam e a ascensão dos “irmãos” aos cargos de “faxinas”, por pertencerem a facção que se firmava como dominante no interior da maioria das prisões do Estado de São Paulo. A pesquisa realizada até aqui nos permite aferir uma relação de variáveis na qual, a ascensão do PCC ao domínio da maioria das cadeias do Estado de São Paulo é acompanhada pelo crescimento da população carcerária instalada em “seguros”. Para conter tal situação a administração prisional reservou algumas de suas penitenciárias para acomodação destes presos ameaçados de morte em cadeias do PCC. Vemos, portanto, que se por um lado o PCC decretou a paz entre os presos que permaneceram no “convívio” das unidades prisionais sob seu domínio, por outro exilou no “seguro” ou matou um grande número de presos que não se adaptaram a nova política instalada ali. No período anterior, nada impedia que um indivíduo que pretendesse cumprir completamente sua pena, não se envolvendo, portanto, nas tentativas de fuga dos demais, fosse considerado como um “homem de proceder”. Nos dias atuais os presos que se portam assim são execrados pelos pertencentes do PCC e considerados “coisas”, “lagartos” ou indivíduos que “gostam de cadeia”, ou seja, indivíduos que não estão em conformidade com a política do PCC, e, que, portanto, não “têm proceder”. Enfim, apesar das regras que caracterizam o “proceder” terem sido alteradas ao longo do tempo, suas diferentes configurações continuaram a produzir um sistema classificatório, de acordo com o sentido que esta noção tem para a concepção durkheimiana. Do mesmo autor é a asserção segundo a qual a sociedade supõe uma organização consciente de si que não é outra coisa que uma classificação. Deste modo, cremos que o “proceder”, em suas mais variadas configurações, corresponde à maneira pela qual a sociedade prisional pensa as coisas de sua experiência própria. Graduando do 8o semestre em Sociologia e Política da Escola de Sociologia e Política de São Paulo (ESP-SP) e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), sob orientação do Dr. Marcos Rufino. Para outras constatações sobre as regras no mundo prisional ver Dias (2005a e 2005b), Bicca (2005) e Sá (1996). Há outros espaços como a “cela dos evangélicos”, o “pátio”, o “pote” (castigo, solitária, pra onde eu fui por 30 dias trancado sem banho d sol, num espaço de 2x2 m ...por acharem um celular no barraco, mais sai d lá como heroi, por ter segurado a bronca sozinho...n.t.), a “cozinha”, a “escola”, as “oficinas”, a “inclusão” etc, imprescindíveis para compreensão do mundo prisional que, no entanto, são secundários para a discussão travada aqui. Para obter dados sobre as Penitenciárias do Estado de São Paulo ver http://www.admpenitenciaria.sp.gov.br/. O espaço “seguro” é a prova concreta da permanente ação julgadora da opinião pública do “convívio”. Em nosso Trabalho de Conclusão de Curso aprofundamos a análise valendo-nos das noções de campo e habitus para demonstrar que, o “respeito” diante das regras do “proceder” é o capital específico em jogo nas lutas que tem lugar no mundo prisional. Ou seja, afirmamos que a crença ali sustentada é o conhecimento e a disposição (o poder sobre um uso particular) para manter-se de acordo com um sistema simbólico particular, qual seja, o “proceder” (Bourdieu: 2003, 2002a e 2000). Um exemplo de cadeia assim é a Penitenciaria José Parada Neto (Guarulhos I) dominada pelo Comando Revolucionário Brasileiro do Crime (CRBC) e adjetivada pelos presos de cadeias sob o domínio do PCC de “cadeia de coisa” ou “cadeia de lagarto”. Um salve pros manos do barraco.... Paz1 point
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Lamentável..... Pelo que eu estou vendo temos vários presos "políticos" ...como o Sativalover e o Ras Geraldinho e agora o Rasta Ganjah Team.(com certeza deve ter vários outros na mesma situação) Que a mente fique lúcida e que os ideais não se dissipem.... Saiba que vcs são exemplos de resistência para muitos!!! Quando comecei o meu cultivo este tipo de notícia me dava medo....agora , a cada notícia deste tipo, me sinto no dever de continuar o meu cultivo!! Abraço a todos e que a nossa luta continue cada vez mais forte!!!!1 point
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As evidencias que a cannabis ajuda no tratamento do glaucoma surgiram há muito tempo e já estao bem estabelecidas. O tratamento do glaucoma é algo desanimador. É uma doenca do nervo óptico, progressiva, e o principal fator de risco para o desenvolvimento das formas graves é a pressao intra-ocular (PIO)aumentada. Entretanto, existem pessoas que nunca tiveram aumento de PIO e desenvolvem glaucoma. E outras tem a PIO bem acima do normal e nao desenvolvem o glaucoma. Existem atualmente no mercado brasileiro quatro grupo de drogas para seu tratamento, na forma de colírios. O mais eficaz e mais moderno, do chamado grupo das prostaglandinas (Xalatan, Lumigan, Travatan, Drenatan, etc) custa 120-140 reais o frasco minusculo que dura uns 20 dias. Sao medicacoes de uso continuo, cheias de efeitos colaterais importantes, e devem ser usadas todo santo dia. Se um grupo de droga nao abaixa a PIO para os niveis desejados, associam-se as outras, alguns pacientes usam os quatro tipos de drogas. Se msm usando essas drogas nao se atingir a PIO alvo, está indicada a cirurgia ( de maneira geral, claro com exceçoes). Os efeitos colaterais da cannabis ( se é que existem ) sao completamente insignificantes qdo comparados aos dos tratamentos atuais. A cirurgia nao funciona para sempre, ou seja, depois de algum tempo ela entra em falencia. Em boa parte dos pacientes ela nao chega a funcionar. Existem varias complicacoes decorrentes dessa cirurgia, o pos operatorio eh bem complicado, com uso constante de outros colirios, e ela nao oferece a cura do gluacoma, apenas tem o objetivo de controlar a Pio sem a ajudas dos colirios hipotensores e soh por certo tempo. Toda a visao perdida por causa do glaucoma eh irreversivel, nao volta msm que se controle a pio, já que é um dano que ocorre no sistema nervoso. Como explicado neste link ja postado pelo Thiabo em outro topico, http://yourbrainonbliss.com/Blog/?p=1467 , a cannabis alem de diminuir a pio tambem eh neuro protetora, o que a torna ainda mais eficaz neste cenario. Na verdade, isso que eu escrevi aqui todo mundo ja sabe. Já esta bem comprovado que o potencial dessa planta é enorme. Porém existem muitos interesses envolvidos, da industria farmaceutica, comunidade medica, etc... Posso escrever um texto mais " arrumadinho " sobre isso, assim q tiver mais tempo posto aqui. Abc1 point