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“O brasileiro é o novo japonês!”, exclamou um funcionário do stand da loja Planeta Ganja assim que cheguei na “3ª Copa Cannabis Uruguay” junto de vários conterrâneos emocionadíssimos, largando o dedo em seus smartphones. De fato, seja em Cochabamba, Cuzco, Buenos Aires ou Montevidéu é impossível circular sem cruzar com grupos de turistas brasileiros barulhentos fazendo uma tonelada de selfies por minuto, para em seguida pedir a senha do wi-fi e congestionar a rede subindo álbuns e álbuns de fotos pra tirar onda com quem tá na terrinha no feice, insta e zapzap. No fim de semana passado, além dos habituais turistas coxinhas de sempre, Montevidéu recebeu vários narcoturistas canábicos. Uma legião de ativistas, entusiastas, cultivadores e jornalistas especializados em maconha levantaram fumaça na terra dos Charrua, vindo não só do Brasil, mas da Argentina, Chile, Colômbia e países do norte. Os brasileiros podiam não ser a maioria do bonde, mas certamente foram os que mais fizeram barulho — e fumaça. A Copa Uruguay já é realizada há três anos. As duas primeiras aconteceram em total clandestinidade, mas desta vez o alvoroço foi maior por conta de tratar-se da primeira Copa após a lei que legaliza a maconha no Uruguai entrar em vigor. Pela primeira vez o evento de entrega dos prêmios foi realizado de portas abertas ao público, numa boate ao lado do lúdico Parque Rodó, à margem do Rio da Prata, reunindo mais de 1600 fumetas. Para isso, o evento teve de se adaptar às novas regras, o que causou alguns desconfortos e polêmicas como veremos à seguir. É interessante lembrar que no Uruguai a maconha é descriminalizada há décadas por uma lei de 1975, que por incrível que pareça foi criada durante a ditadura militar local. Embora essa lei garantisse o direito de usar maconha em qualquer lugar (salvo lugares fechados aonde qualquer tipo de fumo é proibido), o cultivo e comércio da planta permanecia ilegal, e como essa lei (assim como a nossa) não especificava quantidades que diferenciem o usuário de traficante, eventualmente algum cultivador ia preso. A cena começou a mudar quando em 2011 o casal Juan Vaz e Laura Blanco fundaram a AECU, a Asociación de Estudios del Cannabis del Uruguay. O casal, que planta maconha desde os anos noventa, vivia uma vida autossustentável numa chácara criando vacas, porcos e galinhas, além de uma horta comestível e canábica quando sua utopia foi frustrada por uma operação policial que botou Juan por trás das grades por onze meses. “Estávamos deitados nós dois e nossos três filhos assistindo ao filme dos Simpsons quando seis policiais invadiram a propriedade portando fuzis. Levaram as plantas, computadores, monitores e tudo de valor que podiam. O cárcere mudou tudo! Depois do cárcere tivemos que nos tornar ativistas”, me contou às lágrimas Laura que hoje preside a AECU. Detalhe de um cultivo caseiro no Uruguai Desde então a AECU se esforçou em não só defender outros cultivadores presos, como apresentar um projeto de lei legalizando os clubes canábicos que acabou tendo certa influência no anuncio do presidente Pepe Mujica em 2012 de uma proposta inédita no mundo de regulamentação do cultivo e comércio da maconha. “No nosso projeto defendíamos basicamente que o controle da maconha ficasse na mão dos clubes de cultivadores. No projeto atual o controle da maconha fica na mão do governo e o acesso pode ser feito à todo mundo, talvez esse projeto seja até mais democrático, e temos de nos adaptar”, explica Laura.Sempre cauteloso e pressionado pela ONU, Mujica optou por caminhar à passos lentos, atrasando várias vezes a data de conclusão do projeto, que entraria em vigor agora em junho, mas foi adiado para o inicio do ano que vem. No entanto, uma espécie de anistia foi declarada para os próximos seis meses, aonde cultivadores e clubes não serão perseguidos. Os cultivadores recebem as amostras que vão julgar neste potinhos. Cada amostra vem com uma fichinha dessas para anotar as notas. Para quem não é familiar, as Copas Canábicas sul-americanas costumam seguir mais ou menos o modelo da “Copa del Plata”, realizada anualmente desde 2001 na Argentina de forma clandestina. Cultivadores podem se inscrever doando cinco gramas de suas colheitas. Essa amostra passa por uma primeira curadoria e se for aprovada é fotografada, recebe um número de identificação e então é dividida numa cota que é distribuída à um júri especializado e outra que é repartida entre os próprios cultivadores, que recebem cinco amostras de 1g cada. Todos então dão notas baseadas na condição física, aroma, sabor e efeito. Nas copas canábicas do Brasil (já foram pelo menos quatro) e da Argentina, por motivos de segurança celulares e câmeras são proibidos e os competidores só recebem suas amostras no dia do evento, cujo local é revelado horas antes. No entanto, como a nova regulamentação uruguaia proíbe degustações públicas (num artigo que já ganhou apelido de “artigo Copa Uruguai”), os cultivadores receberam as amostras dois dias antes do evento e teriam de chegar lá no evento já com a nota. E foi aí que fudeu tudo. Para os visitantes brasileiros a Copa Cannabis Uruguay, muito se pareceu com a Copa das Copas. Muita expectativa, muita emoção, um tanto de desorganização, falhas de comunicação e tretas mil entre maconheiros. Quem conseguiria imaginar que uma disputa entre maconheiros pudesse esquentar ânimos tal qual uma briga de torcidas organizadas? O estereótipo do maconheiro pacífico e apático está longe da realidade. Já outros estereótipos como esquecer de passar recados importantes e uma incrível habilidade de se perder em autoestradas retas, sem saídas ou retornos são regra. Grafite do lado de fora da “Planeta Ganja” Na quinta-feira anterior ao domingo do evento houve uma festa de abertura da growshop Planeta Ganja, instalada num incrível casarão de 1930 que chega com a meta de trabalhar apenas com produtos de altíssima qualidade, importados da Holanda, para atender a demanda dos clubes de cultivadores. A casa ainda está em obras, mas quando concluída contará com espaço para oficinas de cultivo e um imenso jardim de inverno no terraço, para aulas práticas. A ideia é atender não só ao cultivador caseiro como principalmente aos clubes canábicos. “Growbox” espécie de estufa para o cultivo caseiro a exposição na Copa Cannabis Uruguay. Segundo a nova lei uruguaia, qualquer cidadão residente pode se registrar na IRCCA (Instituto de Regulación y Control del Cannabis, que deve começar a funcionar só ano que vem) e optar por três meios de acess: o auto-cultivo (aonde ele terá direito a ter em sua residência até seis plantas em floração), comprar em farmácias (que venderão cannábis cultivada pelo governo, mas que ainda estão longe de começar a funcionar) ou associar-se à um clube canábico. Os clubes são associações civis de quinze a quarenta e cinco sócios que podem ter até 99 plantas e colher 40g mensais cada. Até agora, existe apenas um clube operando no Uruguai, o El Piso (algo como “O Térreo”) que opera dentro dos limites impostos do governo e aguarda apenas a criação da IRCCA para se legalizar totalmente. Uma das imposições do governo em especial ainda os preocupa, o local aonde os sócios devem retirar sua cota mensal deve ser o mesmo em que a canábis é cultivada — o que implica que os 45 sócios conheçam o local do cultivo. Atualmente a maconha do El Piso é cultivada numa sala num edifício de escritórios no centro de Montevidéu acima de qualquer suspeita, e apenas três pessoas conhecem sua localização. A preocupação em revelar o local para tanta gente é uma questão de segurança. Roubos à cultivos tem sido muito comuns no Uruguai, principalmente quando ele é em exterior – “Eu cultivava no terraço da minha casa, aí os caras que vieram instalar a fibra ótica na minha rua viram de cima do poste e roubaram três plantas minhas”, explica Diego Garcia, que atualmente é o jardineiro responsável por cuidar das 99 plantas do clube El Piso. Portanto, antes de mais nada é preciso saber bem quem são essas pessoas que estão se associando, além de calcular custos, e planejar o método de cultivo. Quarenta gramas para 45 associados tratam-se de 1,8 kg por mês, para atingir essa meta é preciso de tempo e muito planejamento, o mais interessante é que salvo o jardineiro, que recebe salário, o clube não tem fins lucrativos, conseguindo produzir maconha de altíssima qualidade a cerca de 2,60 dólares a grama. “Você precisa decidir como vai plantar, se for no interior você precisa de um investimento maior em equipamento e vai ter uma despesa de eletricidade altíssima, mas se você plantar em exterior, você precisa contratar uns caras com armas para vigiar o seu cultivo!” explica Diego. Este maluco viajou mais de 3 mil km com este bagulho e não conseguiu competir. Um grupo de mais ou menos trinta brasileiros, a maioria usuária do fórum Growroom, dentre pelo menos sete cultivadores com amostras, ativistas, jornalistas, amigos e abas começaram a desembarcar na cidade no meio da semana. Alguns dizem que foi por falha de comunicação e outros por má vontade, mas no final das contas os cultivadores brasileiros não conseguiram se inscrever na Copa. A ativista Laura, uma das organizadoras da Copa, tentou armar uma Copa Internacional em Villa Serrano, uma cidade de campo a 140 km da capital. Acabou sendo a maior roubada, pois só os brasileiros compraram a ideia, e tudo que eles queriam era ganhar dos argentinos numa copa canábica (e tenho certeza que ganhariam). Frustrados com a misteriosa não participação na Copa, os brasileiros resolveram competir mesmo assim, organizando no dia seguinte da não-Copa de Villa Serrano sua própria Copa paralela num hotel no centro histórico de Montevidéu que deve ter sido decorado pelo diretor de arte dos filmes do Almodovár. O pessoal se dividiu em dois quartos, num os próprios cultivadores, no outro, bem mais cheio, o resto da galera. Cada cultivador se inscrevia com um bud e dois baseados. Primeiro o bud circulava para que pudesse ser feita uma apreciação visual, em seguida os baseados rolavam e o pessoal votava numa cédula improvisada. Num cantinho do quarto da muvuca o cultivador Coruja exibia um arsenal de extrações, que oferecia pra galera via dab. O ápice da Copa foi lá por volta de meia-noite quando o sujeito de mullets na portaria do hotel chegou e disse: “olha só, vocês podem fazer festa com cinquenta convidados de fora, fazer barulho pra caralho e fumar um monte de maconha, tá maneiro! Vocês só não podem fazer isso no corredor ok? Ah! E rola essa bola pra cá...”. Amostra da Copa Growroom Uruguai circulando. Cédula de votação da Copa Growroom Uruguai. Ao final a Copa Growroom no Uruguai terminou com a Chemdawg x Double Diesel e a Cinderella 99 do cultivador “Não Compre Plante” em primeiro e segundo lugar respectivamente, e a Cinderella 99 do cultivador Coruja em terceiro. Alguns dos jurados da Copa Cannabis Uruguay deram um rasante no evento brazuca e ficaram impressionados com a qualidade dos extratos do Coruja. Como os extratos são julgados apenas pelo júri especial, ainda havia tempo de inscrevê-los, o que foi feito no dia seguinte mediante pressão dos dois ganhadores da Copa Growroom que também haviam levado extratos. Coleção de extratos do cultivador Coruja. Para quem ainda não tá ligado os extratos são a nova onda da maconha. Trata-se de uma maneira de aproveitar os “trimmings”, as folhas resinadas não-fumáveis que nascem nas flores da canábis. Utilizando gás butano, solventes e inúmeras técnicas diferentes é possível separar totalmente as substâncias medicinais e psicoativas da canábis de suas fibras e matéria orgânica criando esses extratos superpotentes. Com a consistência variando do óleo à pedrinhas, a melhor maneira de consumir estes extratos é através do dab, uma modalidade canábica que utiliza um bong adaptado aonde uma peça de titânio ou vidro é aquecida com um maçarico até ficar incandescente. A extração é colocada nessa peça incandescente com uma espécie de ferramenta de dentista e o calor da peça vaporiza o óleo sem combustão. Em lugares como na Califórnia e no Colorado, onde a produção dos extratos é legalizada, cultivadores dispõem de inúmeros equipamentos modernosos para produzir e testar estes extratos. Já na ilegalidade isso fica muito difícil, tornando muito arriscada e complicada a produção destes – “Quando se usam solventes é necessário um processo muito cauteloso de purga para não deixar nenhum resíduo na extração, devemos lembrar que esses solventes são muito prejudiciais à saúde. E ao mesmo tempo, sem danificar os terpenóides, que carregam o sabor e aroma da planta” disse Chirry Willy, experiente cultivador argentino que já ganhou a Copa del Plata várias vezes e integra o júri especial da Copa Uruguay desde sua primeira edição. Seja de carro, armas ou bagulho, toda feira que se preze tem sempre umas gatinhas nos estandes. Esta doida veio de carona de Curitiba sem grana nenhuma no bolso pra Copa do Uruguai. No domingão, após uma tarde de muitos porros na feirinha que reunia vários estandes de parafernália, produtos para cultivo e bancos de semente, finalmente chegou a hora da premiação, precedida de um breve show de stand-up aonde ninguém riu, pois estava chapado demais para entender as piadas. A primeira categoria a ser anunciada foi a de extrações, com um breve discurso do Chirry Willy: “A disputa entre as extrações estava bem acirrada, até que hoje a tarde eu pude provar duas extrações de nível muitíssimo superior às demais, e que foram as campeãs”. Tratavam-se de extrações feitas a partir de duas Cinderellas brazucas, a de Não Compre Plante no segundo lugar e a do Coruja em primeiro. Foram momentos emocionantes, em que a galera gritava “Brasil Porra!” na plateia e os cultivadores se enchiam de lágrimas. Vários estandes entreteram o público por horas. Em seguida vieram as premiações para erva, entre cada anuncio, uma breve “charla” de Chirry: “Devemos lembrar sempre que os padrões que estamos estabelecendo com estas Copas são os padrões que serão adotados para a maconha medicinal amanhã. Portanto devemos ter extrema atenção ao controle de pragas, à umidade, para não criar fungos. Lembremos que trata-se sobretudo de uma planta medicinal!”. Diego Garcia exibe seu troféu na sede da AECU. A grande campeã da noite foi a Chocolope x Chamdawg D1, cultivada por Diego Garcia no clube El Piso. Os juízes também ressaltaram que esta se destacava das demais e Diego teve de assumir que nunca teria conseguido cultivar uma planta dessa qualidade em sua casa, afinal graças ao clube ele dispôs de equipamento de qualidade e sobretudo um ano de experimentação e trabalho árduo. “Espero que ano que vem possamos criar uma categoria “Clubes” e elevar cada vez mais o nível da disputa”, disse Juan Vaz. Alguém que eu não me lembro quem era recebendo um prêmio. O Uruguai pode ainda não ser a Amsterdã do sul com que muitos sonham, principalmente já que o acesso da maconha ao turista está longe de ser liberado — esse assunto nem sequer é discutido no processo de regulamentação. No entanto é inegável reconhecer a ousadia do presidente Mujica em aceitar o custo político de assumir publicamente o compromisso de legalizar a maconha em seu pequeno país. Também é inegável reconhecer os esforços da AECU em trabalhar junto com o governo para criar um dos projetos de regulação de maconha mais interessantes do mundo. O projeto ainda não é perfeito, mas é apaixonante — não visa o lucro, enquanto os clubes de cultivadores se esforçam para manter o custo da grama abaixo dos 3 dólares, o governo promete que a maconha vendida nas farmácias custará 1 dólar a grama, menos que o prensado paraguaio. O fato é que a pequena nação do Rio da Plata vem atraindo muita atenção e investimentos internacionais. Esperamos só que deixem os cultivadores brasileiros competir ano que vem. Se no futebol a gente é 7x1, na maconha não tem Maracanazo pra ninguém. Matias Maxx é editor-chefe da revista semSemente. Fonte: Vice12 points
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Magistrado afirma que uns drogados serão presos e outros assinarão mandados de prisão Fausto Macedo quinta-feira 24/07/14 Em artigo, juiz debate proibiçãode drogas e criminalização de usuários “Ontem foi domingo e me droguei muito”, diz o juiz de Direito Gerivaldo Neiva, do Estado da Bahia, em artigo publicado no seu blog. Baiano de Irecê, Gerivaldo, desde 1990 na magistratura, é membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD) e da Comissão de Direitos Humanos da mais influente entidade da toga, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). É porta voz no Brasil do movimento Law Enforcement Against Prohibition (Leap-Brasil). “Comecei por volta das 13h e só fui parar depois das 22h. Éramos uns poucos amigos e amigas, casais amigos, e quase todos se drogaram também. Uns mais e outros menos”, diz o texto. Foto: Divulgação Gerivaldo é o juiz da Comarca de Conceição do Coité, município com 65 mil habitantes a 210 quilômetros de Salvador. Ele atua nas duas varas, a cível e a criminal, com um acervo total de 5 mil processos. “Domingo que vem tem mais churrasco com os amigos, muita cerveja e ressaca na segunda-feira, mas também terá muita galera fumando maconha, cheirando cocaína e fumando pedras de crack”, finaliza o texto de Gerivaldo. “A diferença é que uns, por conta da droga usada, cor da pele e condição social, serão presos e condenados e outros, enquanto cidadãos respeitáveis, tomarão um engov ou epocler e assinarão mandados de prisão.” LEIA A ÍNTEGRA DO ARTIGO DO JUIZ GERIVALDO*: “Ontem foi domingo e me droguei muito. Comecei por volta das 13h e só fui parar depois das 22h. Éramos uns poucos amigos e amigas, casais amigos, e quase todos se drogaram também. Uns mais e outros menos. Petiscamos durante o dia e só no final da festa é que resolvemos comer algo mais consistente. Sorrimos muito e também tivemos momentos de conversa séria. Eu, por exemplo, quando me drogo, tenho momentos de euforia e de silêncio. Passo horas ouvindo as pessoas e outras horas com o olhar perdido. Depois, peço desculpas e retorno à euforia e boas risadas. Um desses meus amigos gosta muito de misturar e reclama que não está sentindo nada, embora todos os demais percebam seu visível estado de euforia. Outro amigo tem sempre um copo de água ao lado, mas poucas vezes bebe a água. Outro tem o ciclo bem rápido e em poucas horas passa da sobriedade para a euforia, silêncio e sono; depois, quando os demais ainda estão na fase da euforia, ele já está completamente recuperado e começa do zero. Outro não come nada e justifica que se comer não consegue continuar se drogando e sente muito sono. Outro, ao contrário, tem sempre um prato de petiscos ao lado e justifica que não consegue se drogar sem comer. Outro, talvez só eu saiba disso, provoca vômito cada vez que vai ao sanitário para continuar se drogando e parecer sóbrio. Drogas são drogas e ponto final. Todas elas alteram nossa percepção sensorial e, em consequência, a forma de ver o mundo. Esta relação das drogas com cada pessoa é única. Drogas é uma coisa e o efeito delas é algo absolutamente pessoal. Busca-se, portanto, algo entre a pessoa e a droga. Este algo é único e individual e reflete exatamente a história da pessoa com os efeitos da droga. Então, como cada um tem sua própria história, a relação dessa história com a droga também será uma história própria. Por causa disso, uns usam drogas apenas uma vez e não gostam, outros conseguem usar por muitos anos e não se tornam dependentes e outros não conseguem mais parar de usar depois da primeira experiência, tornando-se um usuário dependente. Independentemente do caráter de legal ou ilegal, lícita ou ilícita, todas as drogas são drogas e estabelecem as mesmas relações com o usuário, pois não sabem se são permitidas ou não. Assim, o uso do tabaco pode causar um profundo bem estar ao fumante, embora possa causar inúmeros tipos de câncer. Da mesma forma, o álcool pode oferecer alegria e euforia e, ao mesmo tempo, causar uma infinidade de problemas à saúde de quem ingere álcool. Adentrando às drogas consideradas ilícitas, a cocaína pode causar sensação de autoconfiança e poder, mas pode também comprometer a saúde de quem cheira ou injeta. Também a maconha pode relaxar e proporcionar viagens leves e lentas, mas também pode causar mal à saúde de quem fuma. O ponto comum é que todas as drogas podem causar a dependência e se tornar um problema para o usuário, seus familiares e comunidade. No fim, o problema a ser enfrentado e discutido é por que alguns usuários se tornam dependentes e problemáticos e outros não. Sendo assim, como jamais conseguiremos acabar com as substâncias que alteram nossa percepção sensorial, interessa muito mais entender a mente humana, as tragédias pessoais e a desigualdade social do que proibir e criminalizar as drogas. Pensando assim, fico a me perguntar, qual o fundamento jurídico, legal, histórico, filosófico, moral, religioso ou de qualquer outra natureza para considerar marginais e bandidos pessoas que usam algum tipo de droga? E mais, também me pergunto, por que as drogas fabricadas pela indústria capitalista, a exemplo do tabaco, álcool, ansiolíticos e antidepressivos, são consideradas lícitas e, inexplicavelmente, as drogas que não passam pela indústria capitalista são consideradas ilícitas, a exemplo da maconha e cocaína? Será, por fim, que o detalhe em comum seja exatamente este: a indústria capitalista? Voltando ao começo, ontem fiz um churrasquinho em casa e convidei os amigos para matar a saudade, jogar conversa fora, comentar os jogos da Copa no Brasil e as consequências na campanha política, lembrar das aventuras passadas, dos tempos difíceis, empanturrar de carnes e, principalmente, tomar muitas cervejas. Abasteci o freezer com algumas caixas de cerveja, preparei costelinhas de porco e carneiro com toque final de alecrim; coração de frango, coxinhas da asa de frango, costela de boi ao forno com papel alumínio, calabresa mista apimentada (uma delícia!) e, como não poderia deixar de ser, saborosas picanhas com dois dedinhos de gordura. Na manhã seguinte, como sou de carne e osso, tinha as mãos trêmulas, boca seca, dificuldade de raciocinar e uma sede insaciável, ou seja, estava de ressaca. Sei, por fim, que no mesmo domingo milhões de pessoas fizeram a mesma coisa e outros milhões usaram drogas consideradas ilícitas. Muitos, como eu, trabalharam normalmente no dia seguinte e outros, não tenho dúvidas, por conta exatamente de sua relação com as drogas, continuaram usando abusivamente e causando problemas à sua família e comunidade. No mais, é muito provável que muitos policiais militares, que poderiam estar presentes em algum churrasco e provavelmente também de ressaca, resultado das cervejinhas do domingo, irão prender em flagrante jovens pobres, negros, periféricos e excluídos com pequenas porções de maconha ou crack, conduzindo-os a algum delegado, também de ressaca, que irá indiciá-lo, mais pela cor da pele e condição social, como traficante de drogas. Em seguida, algum representante do Ministério Público, também participante do churrasquinho do domingo, irá representar pela prisão preventiva com fundamento puro e simples na “garantia da ordem pública” e, por fim, seu destino será escrito indelevelmente como acusado por tráfico de drogas quando as mãos trêmulas e boca sedenta de algum juiz de direito lhe decretar a prisão preventiva e lhe esquecer na prisão. Domingo que vem tem mais churrasco com os amigos, muita cerveja e ressaca na segunda-feira, mas também terá muita galera fumando maconha, cheirando cocaína e fumando pedras de crack. A diferença é que uns, por conta da droga usada, cor da pele e condição social, serão presos e condenados e outros, enquanto cidadãos respeitáveis, tomarão um engov ou epocler e assinarão mandados de prisão. * Juiz de Direito (Ba), membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD), membro da Comissão de Direitos Humanos da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e Porta-Voz no Brasil do movimento Law Enforcement Against Prohibition (Leap-Brasil) fonte: http://blogs.estadao.com.br/fausto-macedo/magistrado-afirma-que-uns-drogados-serao-presos-e-outros-assinarao-mandados-de-prisao/6 points
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A Polícia Militar de Eldorado apreendeu na tarde desta quinta-feira (24), aproximadamente 930 kg de maconha, cerca de 9 kg de crack e caixas de munição calibres, 44mm, 9mm e 32. Segundo a PM, a droga e as munições testavam sendo transportadas em uma caminhonete Mitsubishi/Triton, com placas de Ferraz de Vasconcelos (SP) e foi encontrada abandonada. Em vários tabletes havia a figura do “Capitão Presença” e com o dizer “100% Paraguay”. Já em outros tabletes a frase em espanhol era “Promoción Especial”. Segundo o delegado titular da Delegacia de Eldorado, Dr. Claudineis Galinari, que assumiu as investigações, o que chamou a atenção da polícia foi à forma humorística usada pelos traficantes ao embalarem a droga para comercialização. A mesma embalagem que foi apreendida em Nova Andradina em 27 de novembro de 2013, foi apreendida nesta quinta (24) em Eldorado - Foto: Arquivo/Jornal da Nova O mesmo tipo de embalagem foi apreendida em Nova Andradina pela Rádio Patrulha da PM no dia (27) de novembro do ano passado, quando a equipe realizava abordagem a veículos no entroncamento da rodovia MS-276 com a MS-473, em Nova Andradina, saída para Taquarussu, quando os policiais visualizaram um veículo VW/Santana, com placas LYK-2839 de Manoel Ribas (PR) e tentaram abordar, o condutor saiu em alta velocidade no sentido Taquarussu, em seguida foi alcançado e preso, no carro havia 460 kg de maconha com a mesma marca do “Capitão Presença”. fonte:http://onebase.com.br/noticia/fronteira/48,33624,pm-de-eldorado-apreende-maconha-embalada-com-figura-do-aacapit%C3%A3o-presen%C3%A7aaa5 points
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Minhas reflexões as x vezes são chatas mas é isto: Todo Mundo se cansa de manter a postura,os nossos papéis na sociedade são tão metódicos e previsíveis/rotineiros que encobrem nossa necessidade de sermos livres para gritar ,experimentar, correr para outros horizontes. O sistema te "Obriga" vestir o Fardo da hipocresia,alguns levam uma vida inteira agindo a meia-boca outros este Fardo parece pesado demais para sustentar tanto tempo. Vamos brindar a liberdade,ela é toda nossa!2 points
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Homem de 63 anos afirma ter se curado de câncer usando óleo de maconha O avô Mike Cutler teve células cancerígenas no fígado curadas após se medicar com óleo caseiro. Em sua luta contra o câncer, ele afirma que conseguiu curar-se da doença utilizando um medicamento muito polêmico e pouco habitual: óleo de Cannabis sativa, a famosa maconha. Mike Cutler tem 63 anos e, em 2009, após um desmaio em seu local de trabalho, foi diagnosticado com a doença, recebendo um transplante em novembro daquele ano. Três anos depois, a doença atacou novamente, no novo órgão que haviam lhe dado. Desesperado para sobreviver, ele começou a procurar na internet muitas formas alternativas de cura. Após ver um vídeo no YouTube, que descrevia o uso do óleo de maconha como uma forma de curar o câncer, ele resolveu experimentar. Três dias após tomar a droga, sua terrível dor desapareceu. Em sua última biópsia, realizada em maio deste ano, no Royal Free Hospital, em Londres, foi constatado o desaparecimento das células cancerosas de seu organismo. Um porta-voz do hospital confirmou que o Sr. Cutler não havia recebido qualquer tratamento contra o câncer desde seu transplante, em novembro de 2009. O pedreiro aposentado, que reside em Hastings, disse que o medo de morrer foi o principal motivo para a busca de alternativas no tratamento. “Tudo que eu tinha naqueles dias negros era meu laptop. Foi aí que comecei a procurar alguma coisa que pudesse me ajudar. Eu não podia aceitar que ia morrer”, explicou Cutler. "Quando descobri que estava curado, fiquei chocado. Eu sou um homem de família normal, não um drogado. Eu tinha uma doença grave e foi justamente isso que me ajudou”, relatou. Depois de comprar a droga através de um revendedor, ele começou a montar suas próprias cápsulas a partir do óleo, tomando uma por dia. Quando seus sintomas desapareceram depois de três dias, ele passou a cultivar a própria planta de Cannabis sativa em casa, para manter um suprimento constante de medicação. Sr. Cutler foi um dos palestrantes em evento recente que discutia o uso medicinal da maconha, juntamente com o professor David Nutt e a Membro do Parlamento Britânico Caroline Lucas, no Centro Comunitário de Brighton. Atualmente, Cutler está envolvido em campanhas para mudanças na lei, com o objetivo de permitir que o óleo e outras formas medicinais de maconha sejam legalizadas para tratamentos. Uma pesquisa publicada na semana passada por cientistas da Universidade de East Anglia, revelou que o principal ingrediente psicoativo encontrado naCannabis, o tetrahidrocanabinol (ou THC), ajuda a combater o crescimento de células cancerosas. De acordo com o Dr. Kat Arney, gerente de comunicações científicas do Cancer Research UK, os experimentos ajudam na compreensão de como os canabinóides afetam as células cancerosas em um nível molecular. "Isso poderia levar a tratamentos mais eficazes contra o câncer no futuro, mas ainda não há dados suficientes que comprovem que a planta ou canabinóides podem ser efetivos no tratamento, de forma totalmente segura”, explica. De acordo com dados da mesma instituição, os canabinóides ajudam a controlar o cérebro e sua atividade nervosa, o metabolismo energético, a função do coração, o sistema imunológico e até mesmo fatores da reprodução. Em função dessas descobertas, uma série de instituições têm intensificado suas pesquisas sobre o uso da maconha como uma droga medicinal. Fonte: http://www.jornalciencia.com/saude/mente/4185-homem-de-63-anos-afirma-ter-se-curado-de-cancer-usando-oleo-de-maconha- Fonte: DailyMail2 points
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Os grandes cultivadores aparecem na adversidade, e adversidade é o que não falta para os growers brasileiros...1 point
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Texto foda, Matias!!! Essa galera do GR sempre nas maiores aventuras! E o cultivo doméstico continua sendo a maior contracultura (ou cultura underground?) deste início de século!1 point
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O pessoal que fez o cartum e o presa devem estar orgulhosos. ahhahahaha Já tinha visto maconha do Batman, do Hulk, Homem-Aranha, não podia faltar o melhor super-herói de todos, o único que salva.1 point
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Nao se surpreenda se isso acontecer...ainda iremos ver mt coisa desse tipo... Esse semana mesmo fikei sabendo que os cultivadores nas plantações do sertao no nordeste brasileiro estao começando a trabalhar com plantas hibridas, e que por sinal, mt melhores e com menos sementes que as habituais. Como as plantas sao basicamente sativas puras, de floraçao longa, tlz essa "migração" seja justamente para ter plantas mais potentes, ciclos mais curtos e maconha mais forte...Vai saber neh...1 point
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Fantástico. Se os bazucas tivessem conseguido se inscrever tenho certeza que ficariam em primeiro com os Buds também. Eu e a patroa quase perdemos um vôo no ano passado por causa dum extrato desses do coruja, até hj nunca fumamos nada igual. Parabéns a galera que compareceu!1 point
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A mina caroneira é mó loca, gente fina. Já trombei ela em alguns eventos aqui na city1 point
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https://www.youtube.com/watch?v=kLlVaHSQE10&list=PLYp_4psvsGyPbx_q4QU0JohpdzvMyrKxx&index=131 point
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Yes yes indeed, i smoke lots o' weed! Afro old school in tha house!! vamo q vamo irmandade!! PAZ!!1 point
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Não é bem assim, Canhamoman. Se a decisão não for cassada, a decisão permanecerá válida e deverá ser cumprida pelo Estado. Embora a decisão não vincule a ANVISA ou a Receita, certamente essas duas entidades não vão largar o governo na mão, pagando multa e a própria decisão serve de fundamento para o Estado fazer o pedido na ANVISA e na Receita. Uma decisão judicial é lei... Note que o Estado não vai recorrer no mérito, ao menos é o que está na matéria, mas somente vai solicitar um prazo maior, o que é razoável... E, além disso, essa decisão abre a brecha para que outras decisões nesse sentido sejam tomadas. O certo mesmo era mandar citar a ANVISA e a Receita, o que talvez o Estado também peça.... Abs1 point
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Clássica apresentação de 2002, pra quem curte, vale apertar o play e deixar...1 point
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Felizes De uma maneira geral, geral Estamos vivos Aqui agora brilhando como um cristal Somos luzes Que faíscam no caos...1 point
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Um dia planto um prensado desses, psicodélico e alucinógeno hahahahahahah dando cambalhotas hahahahahahahah tu não fumou ganja não irmão pode pá !!!!!!1 point
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A maioria fuma buscando algum benefício(são centenas) que ela oferece. Mesmo o pessoal que não pode cultivar e que compra no mercado ilegal está buscando o "conforto" que ela traz.(Quem não sente algum conforto não volta a fumar.) A intensidade do conforto em uma planta limpa é muito maior né?!.Ideal. =~'> Fumando páia ou green,a maioria busca a "terapia" dela! Mesmo ilegal e subestimada...1 point
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clica com o botão direito no video e copia a url depois só colar no post !! toma esse reggae !1 point
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eu tomava ansiolíticos anos atrás. Não sei se tem a ver com a cannabis, mas faz tempo que abandonei. O que não tem preço pra mim é não precisar fazer corre, ficar ouvindo promessa de patrãozinho "semana que vem chega" em vão, perder um sábado com um conhecido qualquer, só porque ele sabe de algum fulano que tenha, quando eu gostaria de fazer algo diferente.1 point
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vamos deixar de lado o off topic e o grower que foi preso alguma noticia?1 point
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Perto de se tornar o primeiro bilionário da produção da erva, o empresário holandês Arjan Roskan falou ao Terra e apoiou movimento global pela legalização da cannabis O holandês Arjan Roskam deu início ao seu império de empresas de cannabis com a abertura de seu primeiro Green House Coffeeshop em Amsterdã, em 1992. Hoje o empresário conhecido como "Rei da Maconha" possui quatro coffee shops; lidera a Green House Seed Company, encarregada em procurar, manejar geneticamente, manter bancos de cannabis e vender as sementes; administra uma empresa especializada em nutrientes para o vegetal; além de uma produtora de documentários sobre expedições em busca de raras plantas de maconha no mundo --o Strain Hunters. Roskam deve se tornar em breve o primeiro bilionário da produção de maconha --negócio que se tornou ilegal na maior parte do mundo durante o século XIX, mas manteve-se permitido para uso religioso em localidades da Ásia. Roskam tenta alcançar a normalização do comércio global da cannabis, seja para uso recreativo ou medicinal, e várias celebridades já visitaram seus coffe shops em Amsterdã, como o rapper Eminem, os cantores Lenny Kravitz e Alicia Keys e o boxeador Mike Tyson. Em entrevista ao Terra, o produtor de maconha avalia de forma positiva as recentes mudanças na legislação do Uruguai, do estado do Colorado (nos Estados Unidos) e os recentes movimentos pela legalização da maconha, como a celebração do Dia Internacional em 20 de abril e a marcha marcada para 26 de abril, em São Paulo. Confira a entrevista: 'Rei da machonha' em viagem de prospecção na Colômbia Terra - Com tantas marchas em todo o mundo em favor da legalização da maconha, é possível dizer que estamos diante de uma "revolução verde"? A revolução verde definitivamente começou. O ano de 2014 é o ponto de inflexão global de legislação da maconha. Há não somente grandes desenvolvimentos no Colorado, Washington, Nova York, como também em outros estados importantes, como o Alasca e Oregon --ambos já tinham maconha recreativa na cédula de votação para o ano passado. Atualmente existem clubes sociais de cannabis na Nova Zelândia, Espanha, Bélgica, França, Alemanha e também na Holanda... Os países e os políticos estão cometendo erros, mas esperemos que também aprendam com seus erros. Por exemplo, a legalização da cannabis pode ter um impacto negativo sobre os agricultores pobres em áreas rurais, se eles não estiverem envolvidos no ciclo de produção quando a cannabis for legalizada. Se grandes empresas corporativas receberem esses contratos, esses pobres agricultores vão perder a renda do cultivo. Terra - Como foi sua primeira experiência com a maconha? Incrível. Com 15 anos fumei meu primeiro baseado em Amsterdã. Terra - O que o senhor destacaria como aspectos positivo e negativo do consumo de cannabis? Como positivo, uma atmosfera tranquila, é muito social e um estimulante para dormir muito bom. Não vejo efeitos negativos se usado sabiamente. Terra - O senhor tem hoje uma empresa que é referência na de produção e consumo de cannabis. Existe algo que ainda deseja alcançar em seu campo de trabalho? Sim, que o mundo inteiro tenha acesso ao nosso produto em cada cidade. A Green House Seed Company é o negócio de cannabis de maior sucesso no mundo. Somos vencedores de vários prêmios internacionais --ganhamos 39 vezes a High Times Cannabis Cups, além de vários prêmios privados em muitos países, somos líder em genética de maconha. Fui aclamado Rei da Maconha pelo número recorde de prêmios ao longo de minha carreira. Comecei a colecionar genética e variedades locais de todo o mundo há 25 anos, e a caça ainda é relativa! A genética da nossa empresa são o resultado de anos de criação intensiva. Todas as cepas têm propriedades medicinais e recreativas excepcionais, bem como perfis de terreno particulares que garantem aromas e sabores únicos. Terra - A Holanda é mundialmente famosa por sua abordagem tolerante quanto ao consumo de cannabis. Que aspectos da política holandesa o senhor considera que poderiam ser seguidos por outros países? E o que ainda poderia ser melhorado? Atualmente, a “porta dos fundos” ainda não está organizada. Isso significa que todas as compras feitas pelo coffee shop ocorrem no mercado ilegal. Estamos tentando mudar isso e introduzimos um sistema que promove uma cadeia transparente. Arjam Roskam com sua equipe buscando novas cannabis na América do Sul Terra - O Uruguai se tornou o primeiro país a legalizar a comercialização da maconha. Como o senhor vê esta iniciativa do presidente José Mujica? É um movimento muito positivo, mas há um monte de coisas no seu plano original que podem ser mudadas. Eletricidade, infra-estrutura, pesquisa, desenvolvimento, teste, educação, bibliotecas genéticas, certificação e custos com pessoal não tornarão possível produzir maconha em um grau de qualidade superior por um preço tão baixo. Se você quiser competir com o mercado ilegal e eliminar esse mercado, você tem que oferecer um produto melhor. Se a qualidade não for pelo menos básica, mas o preço for barato, as pessoas ainda vão comprar maconha de melhor qualidade no mercado ilegal em vez de comprar maconha barata do governo. Mas é uma grande medida de José Mujica para legalizar a maconha e é um bom exemplo para o resto do mundo. Terra - O senhor esteve recentemente rodando a América do Sul em busca de novas plantas. Como definiria sua viagem? Nossas viagens são muito intensas. Arriscamos nossa segurança para educar o mundo sobre como certas regiões dependem da produção de cannabis para se sustentar. Terra - E o senhor já encontrou alguma planta especial no Brasil? A "Mango Rosa" é uma grande variedade de canabis com origem no Brasil. Terra - Amsterdã está cheia de turistas brasileiros que se demonstram aficionados ou pelo menos curiosos em relação aos coffee shops. Como o senhor descreveria o cliente brasileiro? Os brasileiros estão entre os melhores clientes de nossos coffee shops. São muito simpáticos e extrovertidos e esperam que, um dia, suas próprias políticas sejam alteradas para refletir uma legislação semelhante em seu país. fonte:http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/para-rei-da-maconha-a-revolucao-verde-ja-comecou,3eb93101ebe85410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html1 point
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Fui pro Chile em 2012 e levei 4 cigarros no bolso. De boa.1 point
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Nada como tomar um banho depois de fumar uma morra, parece que voce acabou de nascer.1 point