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http://stopthedrugwar.org/chronicle/2015/mar/31/here_comes_italy_next_country_le by psmith, March 31, 2015, 02:27am, (Issue #880) Posted in: Decriminalization Marijuana -- Personal Use Marijuana Legalization News Feature Politics Outside US An effort to legalize marijuana is getting underway in the Italian parliament, with some 60 lawmakers having signed onto a motion to do just that by the time it was rolled out three weeks ago. Now, the "all party" group is getting to work on the twin tasks of drafting an actual bill and getting it enacted into law. The effort is being led by Sen. Benedetto Della Vedova, who is also Italy's undersecretary of state for foreign affairs. Della Vedova was a long-time member of the country's Nonviolent Radical Party, but was elected to parliament as a member of the centrist Scelta Civica. The Radicals are a small but influential party that has called for drug legalization since the 1970s, including for marijuana, and Della Vedova's pot politics go back to the last century as well. He and other Radicals were arrested for publicly distributing hashish at an anti-prohibitionist rally in 1995. They didn't get much political traction then, but times have changed. Della Vedova is a senator, not an agitator; there is support from within the governing coalition and even from within law enforcement; and the Italian public seems to be ready to relax the marijuana laws. A little more than a year ago, the country's top court threw out a 2006 law that put marijuana in the same legal category as heroin and cocaine and swelled the country's prison population. That Berlusconi-era approach has been replaced by a sort of decriminalization, where users face misdemeanor charges, but only fines or administrative penalties, such as suspension of a driver's license. But people caught growing plants still face possible jail time. That softening of the marijuana laws went largely unopposed and unremarked upon. A more remarkable indication of changing attitudes was the February release of the National Anti-Mafia Directorate's annual report. That report from Italy's top crime-fighting organization said frankly that marijuana prohibition had failed and that it was time to consider legalization. Senator Benedetto Della Vedova (sceltacivica.it) In view of "the failure of prohibition," the group will draft "a pragmatic, non-ideological bill" regulating marijuana, thus diverting profits from organized crime," Senator Della Vedova told reporters as he announced the measure. "Repressive action has totally failed." The time has come, he said. "This is a bipartisan proposition from members of the parliament of different political backgrounds," Della Vedova said. "This shows that even in Italy, a pragmatic approach, based on a rigorous cost-benefit analysis, is now increasingly popular in the political and cultural debate, not only outside but also inside the parliament." The idea is picking up steam, Carmelo Palma, technical coordinator for the parliamentary working group, told Drug War Chronicle this week. "The group has now reached more than a hundred members, and it's very rare that a group of concerned legislators get together during a session to attempt to co-draft a bill," he said. "This is more than just a nice beginning." Most of the signatories are from the ruling center-left Democratic Party, although some members of right parties have signed on as well. Prime Minister Matteo Renzi hasn't commented on the push, but has previously gone on record supporting the decriminalization of "soft drugs." The parliamentary group met for the first time last Thursday to select a coordinator who will gather the various legalization proposals put forward, and there is a meeting to review the scientific evidence around marijuana that will take place in May or June. After that, said Palma, will come a public meeting before parliament recesses for the summer. Radical Party UN representative Marco Perduca (flickr.com) The process will take some time, but that's to be expected, said Radical Party United Nations representative Marco Perduca, who served in Italy's Senate from 2008 to 2013. "Some sort of consensus legalization model needs to emerge," he told the Chronicle. "Being an 'all-party' group, there are different approaches, from the super-libertarian to the statist. I think what is clear is that all aspects will have to be regulated, from production to consumption through commercialization." Perhaps a limited duration trial program would be the way to go, he suggested. "In any case, personal cultivation should always be allowed at home, and commercial production should also be allowed with clear rules," Perduca offered. "As far as selling is concerned, both cannabis social clubs and coffee shops could be models to adopt." Perduca was willing see limitations -- at least temporarily -- on quantities that could be purchased, but rejected restricting sales to citizens, as the Dutch have tried to do in a bid to head off "drug tourism." Marijuana legalization is desirable for both moral and practical reasons, the Radical said. "Isn't a freer world a good enough answer?" he asked. "Money spent to bust pot smokers has always been money wasted, and legalizing marijuana would allow us to not only invest in other public policies, but also promote a model of where the state doesn't tell you what to do, but allows you to make your own choices in an informed way." It isn't going to happen this month, or probably even this year, but marijuana legalization seems to be on its way in Italy. If that's the case, Italy could lead the way for the rest of Europe. Pot is decriminalized in several countries, and Holland famously turns a blind eye to its famous cannabis coffee shops, but no European country has yet followed the lead of Uruguay and that small but growing number of US states that have freed the weed. Italy "Tradução livre" - a.k.a. sinta-se livre para traduzir Em suma, uma liga multipartidária de parlamentares italianos assinou uma moção para legalizar a maconha. Já estão esboçando a proposta de lei e articulando sua aprovação. O líder disso tudo é o Senador Bennedetto Della Vedova, antigo membro do Partido Radical Não Violento, mas eleito ao Senado pelo Partido centrista Scelta Civica. O Partido Radical é um pequeno mas influente partido que luta pela legalização das drogas inclusive a maconha deste os anos 70, inclusive o Senador Della Vedova foi preso em 1995 distribuindo hash em um protesto antiproibicionista. Eles não obtiveram muito resultado político até então mas os tempos mudaram. Della Vedova é um senador, não um agitador, há suporte vindo tanto da coalizão governista quanto da polícia (law enforcement) e os Italianos parecem prontos para relaxar as leis da maconha. A pouco mais de um ano, a corte suprema repeliu uma lei de 2006 que colocou a maconha na mesma categoria legal do que a heroína e a cocaína e inchou a população prisional do país. Aquela estratégia da era-Berlusconi foi substituída por um tipo de descriminalização, usuários enfrentavam denúncias por crimes de menor potencial ofensivo, hoje apenas multas e penalidades administrativas. Porém pessoas pegas cultivando plantas ainda encaram um possível tempo na cadeia. Aquela flexibilização da lei de drogas recebeu nenhuma oposição e críticas. Um indicativo mais notável das mudanças de atitude foi o lançamento em Fevereiro do Relatório Nacional Anual do Diretorado Anti-Máfia. Esse relatório da maior organização de combate ao crime da Itália disse de forma franca que a proibição da maconha falhou e que era tempo de considerar a legalização. Senador Benedetto Della Vedova - aquele da distribuição de hashish numa marcha contra a proibição (sceltacivica.it) Em face do "fracasso da proibição", o grupo irá esboçar uma "proposta de lei pragmática, não ideológica regulamentando a maconha, assim, desviando seus lucros do crime organizado," o senador Della Vedova contou aos reporteres ao anunciar a medida. "Ações de repressão falharam completamente". O tempo chegou, disse ele. "Essa é uma proposição bipartidária de membros do parlamento com diferentes origens políticas" disse Della Vedova. "Isso mostra que até na Itália, uma abordagem pragmática, baseada em rigorosa análise custo-benefício é agora crescentemente popular no debate cultural e político, não apenas fora mas também dentro do parlamento. A Ideia está ganhando embalo, contou essa semana Carmelo Palma, coordenador técnico do grupo de trabalho parlamentar ao DRUG WAR CHRONICLE. "O grupo agora cresceu para mais de cem membros, e é bastante raro que um grupo de legisladores se entendam durante uma sessão para uma tentativa de co-esboçar a proposta de lei. Isso é mais do que um bom começo" disse ele. A maior parte dos signatários são do partido governista de centro-esquerda Partido Democrático, apesar de alguns membros dos partidos de direita também terem assinado. O Primeiro Ministro Matteo Renzi não comentou o impulso legislativo, mas já declarou anteriormente apoiar a descriminalização de "drogas leves". O grupo parlamentar se reuniou pela primera vez Terça para selecionar um coordenador que ira juntar as várias propostas de legalização e há uma reunião para revisar as evidências científicas a respeito da maconha que irá acontecer em Maio ou Junho. Depois disso, disse Palma, ocorrerá uma reunião pública antes que do recesso de verão do parlamento. Representante do Partido Radical UN Marco Perduca (flickr.com) O processo tomará um certo tempo, mais isso é de se esperar, disse o representenate do Partico Radical Nações Unidas Marco Perduca, que teve mandato no Senado Italiano entre 2008 e 2013. "Há de emergir algum um modelo de legalização fruto de consenso", ele contou ao Chronicle. "Sendo um grupo suprapartidário, há diferentes abordagnes, desde o super-libertário ao estatista. Eu acho que é claro que todos os aspectos terão que ser regulados, dá produção ao consumo através da comercialização". Talves um experimento de duração limitada possa ser o caminho, ele sugeriu. "Em qualquer caso, o cultivo pessoal doméstivo deve sempre ser permitido, e a produção comercial deve ser permitida com regras claras", Perduca sugeriu. "No que tange a vendas, ambos clubes/cooperativas e coffee shops poderiam ser modelos a serem adotados". Perduca se posiciona favorável à limites - ao menos temporários - de quantidades que poderiam ser compradas, mas rejeita restringí-las aos cidadãos (italianos), como os Holandeses tentaram fazer para diminuir o "turismo da droga". A legalização da maconha é desejável por ambas as razões, morais e prátivas, disse o Radical. "Um mundo mais livre não é uma resposta boa o bastante?" ele perguntou. "Dinheiro gasto para prender consumidores de maconha sempre foi dinheiro disperdiçado, e legalizando a maconha poderia nos permitir investir em outras políticas públicas, mas também promover um modelo onde o estado não diga a você o que fazer, mas permite que você faça suas próprias escolhas de forma informada". Não vai acontecer este mês, ou provavalmente este ano, mas a legalização da maconha parece estar a caminho na Itália. Se este é o caso, a Itália poderia abrir o caminho para o resto da Europa. A maconah é descriminalizada em diversos países, e a Holanda a tem tolerado em seus notórios coffee shops, mas nenhum país Europeu seguiu a deixa do Uruguay e daquele crescente número de estados dos Estados Unidos que liberaram a maconha.8 points
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Alias, você só está aqui nesse espaço dizendo isso, porque lhe proporcionamos esse espaço para que você possa escrever isso. E só te proporcionar isso já é um ATIVISMO gigante Quem quer cultivar muitas vezes precisa de sementes. O seedsman faz uma publicidade de seus produtos e compra quem quer e está afim de correr o risco. Entre os membros da comunidade comprarem sementes em sites duvidosos e no seedsman, prefiro que comprem no seedsman que nos apoia e vende produtos de qualidade. Correr o risco o cara vai correr se quiser comprar sementes, independente de onde e ponto. Não faltam avisos nos tópicos do fórum alertando sobre os problemas na importação de sementes. Agradecemos por levantar esse assunto.7 points
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Cade esses "ativistas" que foram banidos? O que eles estão fazendo pela causa? Me mostra um que faz mais pela mudança na lei quanto a Maconha que o Growroom! Esse seu discursinho é típico de falador, gente que planta vento e depois reclama quando colhe tempestade. Até parece que só compram por causa do banner. Aqui todos são maiores de 18 anos e sabem dos riscos legais que envolvem o cultivo de cannabis no Brasil. Importar semente de maconha está sendo erroneamente enquadrado como tráfico internacional por muitas autoridades no Brasil. Ao mesmo tempo em muitos casos estão sendo julgados como fato atípico. Alguns exemplos recentes e de três tribunais diferentes: PENAL. PROCESSO PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. IMPORTAÇÃO SEMENTE FRUTOS AQUÊNIOS DA PLANTA CANNABIS SATIVA LINNEU (MACONHA). INEXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DE PRÁTICA CRIMINOSA. ATIPICIDADE. PRECEDENTES. RECURSO IMPROVIDO. 1. Examinando os autos, o que se verifica, de fato, é a inexistência de indícios da prática do crime de tráfico de entorpecente, não sendo o caso, sequer, de tentativa. 2. Quando muito, poder-se-ia cogitar de ato preparatório - não punível, art. 31, Código Penal - de produção de maconha e não de preparação, como exigido no art. 33, § 1º, I, da Lei 11.343/2006, porquanto não se pode preparar a droga a partir de semente de Cannabis sativa Linneu que não contém a substância THC, portanto não constitui matéria-prima para preparação de droga, e nem possui em si mesma substância capaz de causar efeito entorpecente, nos termos da manifestação técnica dos peritos que firmaram o laudo pericial. 3. Considerando que a semente não possui nela própria as condições e qualidades químicas necessárias para, mediante transformação, adição etc., produzir a droga proibida, não se obtendo maconha da semente em si, forçoso concluir que se trata de fato atípico. 4. Recurso em Sentido Estrito improvido. (Recurso em Sentido Estrito nº 0000257-03.2014.4.01.3805/MG, 3ª Turma do TRF da 1ª Região, Rel. Mário César Ribeiro. j. 18.11.2014, unânime, e-DJF1 05.12.2014). DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. SEMENTES DE CANNABIS SATIVA. NÃO CONFIGURAÇÃO COMO MATÉRIA-PRIMA DESTINADA A PRODUÇÃO DE DROGAS. CONDUTA ATÍPICA. INEXISTÊNCIA DO CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS. MERO ATO PREPARATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE DE DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DO ART. 28, § 1º DA LEI 11.343/06. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO DESPROVIDO. 1 - Os fatos objeto da denúncia referem-se à importação de 49 (quarenta e nove) sementes de maconha pelo réu no ano de 2012 através de duas encomendas, havendo apreensão dos pacotes pela Equipe de Despachos Aduaneiros dos Correios e de Inspetoria de Receita Federal em São Paulo. O Ministério Público Federal enquadrou a conduta como importação de matéria-prima para a produção de drogas e tráfico de drogas. 2 - O laudo nº 262/2013 da Polícia Federal de fls. 86/95 atestou que o material apreendido consistia em frutos aquênios da planta Cannabis sativa Linneu, popularmente conhecida como maconha. O exame destacou que as sementes não apresentam em sua composição a substância tetraidrocanabinol (THC). Somente a planta originada dos frutos questionados poderia vir a produzir substâncias entorpecentes e/ou psicotrópicas nos termos da Portaria SVS/MS nº 344/98. Assim, a princípio, as sementes apreendidas não podem ser consideradas como substância capaz de causar dependência física ou psíquica. 3 - Julgado esclarecedor do TRF-3 - HC: 25590 SP 0025590-03.2013.4.03.0000, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL TORU YAMAMOTO, Data de Julgamento: 12.11.2013, PRIMEIRA TURMA. 4 - A conduta praticada pelo acusado seria atípica, uma vez que a semente não possui em si qualidades químicas entorpecentes, como ficou evidenciado pelo laudo pericial, tornando-se necessário o seu cultivo para então se obter o entorpecente proibido. 5 - Também não se pode concluir pela existência do crime do crime de tráfico internacional de drogas do art. 33, I da Lei 11.343/06, pois a importação das sementes sem a presença do tetraidrocanabinol (THC) configuraria apenas um ato preparatório, não punível nos termos do art. 31 do CP. E mais, ainda que a semente possuísse em si mesma substância capaz de causar efeitos entorpecentes, a quantidade apreendida não se mostra suficiente para demonstrar que o réu objetivava a traficância da droga através do seu plantio. 6 - O crime do art. 28, § 1º, da Lei 11.343/06 consuma-se com a realização das condutas previstas nos núcleos verbais (semear, cultivar, ou colher), o que não ocorreu. Ainda que se cogitasse que a aquisição de sementes configuraria ato preparatório para a prática do delito, tal conduta, na forma tentada, afigura-se impunível, vez que o preceito secundário do tipo não comporta combinação com o § 1º do art. 14 do CP. 7 - Recurso em sentido estrito desprovido. (Recurso em Sentido Estrito nº 2013.51.01.013332-3/RJ (3596), 2ª Turma Especializada do TRF da 2ª Região, Rel. Convocado Simone Schreiber. j. 14.05.2014, maioria, e-DJF2R 09.07.2014). RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - IMPORTAÇÃO DE SEMENTES DE CANNABIS SATIVA - ART. 33, § 1º, INCISO I, DA LEI 11.343/06 - AS SEMENTES DE MACONHA NÃO CONSTITUEM MATÉRIA - PRIMA - OBJETO MATERIAL DO DELITO - CONDUTA ATÍPICA - RECURSO DESPROVIDO. I - Por entender que a conduta imputada ao recorrido caracteriza-se como ato preparatório impunível, o Juízo a quo rejeitou a denúncia. II - A importação de semente de maconha não configura o delito do artigo 33 - § 1º-I, da Lei nº 11.343/06 que se refere à matéria prima destinada à preparação de substância entorpecente. III - A semente de maconha não é a matéria-prima, porquanto não possui nela própria as condições e qualidades químicas necessárias para, mediante transformação, adição etc., produzir o entorpecente proibido. Não se obtém a maconha da semente em si, mas só da planta que resultar da semente, se esta sofrer transformação por obra da natureza e produzir as folhas necessárias para tanto. IV - A semente é pressuposto lógico e antecedente para a configuração do tipo penal descrito no art. 33, § 1º, inciso II, da Lei nº 11.343/06, em que o legislador tipificou como sendo crime a conduta de semear, cultivar ou colher plantas destinadas à preparação da droga. No caso dos autos, o apelante não iniciou os atos executórios consistentes em semear, cultivar ou colher plantas destinadas à preparação de droga, pois sequer chegou a ter as sementes apreendidas em sua posse. V - Recurso desprovido. (Recurso em Sentido Estrito nº 000.8881-71.2013.4.03.6181, 11ª Turma do TRF da 3ª Região, Rel. José Lunardelli. j. 09.12.2014, maioria, DE 08.01.2015). A questão é simples, não quer ter chance de ter dor de cabeça esquece a maconha, vai beber cerveja que ta liberado. Se importar sementes saiba que é possível ser intimado pela PF para responder.7 points
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Você levantou um ponto válido, concordo com você que é de mal gosto anunciar seedbank nesse momento. Talvez seja algo a se levar para os admins considerarem. Mas o jeito que você acusou o growroom de pensar só no lucro, de ser hipócrita, de banir gente injustamente... mano, pega leve aí... O site precisa se manter, e como você deve saber aqueles anúncios estão ali desde a época em que todos compravam sementes sem nenhuma preocupação. Você tá esculachando os caras de graça, mais respeito ao trabalho deles por favor?4 points
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cara, eu acho o seguinte o fórum é para maiores de idade, ou seja só tem pessoa responsável pelas atitudes, ninguém aqui é criança, todos são responsáveis pelas próprias atitudes tanto em compra como plantio. se liga irmão, se fosse escrito click e ganha um virus ( você iria clickar?).4 points
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PESSOAL, ESTAMOS VENDO QUE MUITOS USERS AINDA NÃO ESTÃO CONSCIENTES DO PERIGO QUE CORREM AO IMPORTAR SEMENTES. NO CENÁRIO ATUAL ESTÁ MUITO ARRISCADO PEDIR SEMENTES DO EXTERIOR, EXISTEM MUITOS RELATOS DE INTIMAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL E PEDIDOS DE SOCORRO AO SOS@GROWROOM.NET. APESAR DE POUCOS CASOS RESULTAREM EM PRISÃO, ALGUNS SÃO ENQUADRADOS EM TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS, O QUE PODE RENDER GRANDES DORES DE CABEÇA E ALTOS GASTOS COM ADVOGADOS. ENTÃO NOSSA RECOMENDAÇÃO É QUE NÃO COMPREM, NO FÓRUM NÃO É PERMITIDO QUALQUER TIPO DE NEGOCIAÇÃO OU DOAÇÃO E PODE RENDER BANIMENTO SUMÁRIO. EIS NOSSA OPINIÃO, SE FOREM PEDIR PEÇAM POR PRÓPRIA CONTA E RISCO.4 points
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2 de Abril de 2015 08h40 Justiça decide que médico que plantava maconha em casa não é traficante Em mais um caso envolvendo cultivadores de maconha, a Justiça de São Paulo decidiu que um jovem médico flagrado plantando Cannabis não cometeu crime de tráfico e que a erva apreendida era para o seu consumo. Na decisão, a juíza Silvana Amneris Rôlo Pereira Borges, da 6ª Vara Criminal de Santos, afirma que “não há prova a indicar que a droga produzida pelo acusado fosse destinada ao consumo de terceiros”. Em janeiro do ano passado, policiais chegaram à república estudantil onde o jovem morava, em Santos, depois de um denúncia. Lá, foram encontrados cinco vasos da planta e artefatos para cultivo, além de um recipiente de vidro contendo 14 gramas de maconha e uma sacola com 70 gramas. O médico chegou a ficar preso durante dois dias, mas sua defesa conseguiu a revogação da prisão preventiva. No último dia 12 de março, saiu decisão em favor da desclassificação do crime. "Em uma análise preliminar, tanto o delegado como o Ministério Público de São Paulo entenderam que era tráfico. Inicialmente, a nossa medida foi conseguir a revogação da prisão preventiva para que ele aguardasse o julgamento em liberdade. Depois da denúncia por tráfico, demonstramos que ele não passava de um mero usuário", afirma o advogado de defesa, Marcelo José Cruz. Um dos argumentos do jovem é que ele decidiu cultivar a erva para não financiar o tráfico de drogas. Segundo a decisão, o médico “explicou que sempre entrava em um conflito psicológico, porque tinha que comprar do traficante, ter contato com o criminoso, e não aceitava isso”. Com a desclassificação do crime, ao jovem foi imposta pena de prestação de serviços à comunidade, pelo período de um mês Fonte: FátimaNews3 points
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lembremos que quem trabalha aqui é por amor a camisa somente. e banimento tem que pedir com muita força mesmo pra rolar. nunca é no primeiro aviso. agora sobre o aviso em destaque vou levar pra admin do fórum. sobre os banners, é aquilo que o wet falou mesmo.....3 points
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Não QUERENDO COLOCAR PÂNICO PARA QUEM TEM ENCOMENDA APREENDIDA, RECEBI Intimação DE UMA COMPRA QUE FIZ EM JUNHO DE 2013 4 SEMENTES DO MERCACANABIS, TO UMA PILHA DE NERVOS AQUI...3 points
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Desculpa galera por estender a história do banner , mas não aguentei! Pô , quer dizer que não pode ter banner de seedbank no fórum porque muito irmão tá importando semente e rodando? então borá lá fechar o GROWROOM só porque tem muito irmão rodando por cultivar Cannabis na sua humilde residência influenciado por este fórum maldito , há váhhhhhh! Na minha opinião se o cara quer ir contra a lei do país e cultivar mesmo assim , tem que conhecer e entender o risco! Se um ser estúpido resolve entrar no fórum decidido a importar semente e presta mais atenção no banner de seedbank e no tópico de seedbanks sem estudar os tópicos de apreensão e intimação , ah me perdoem mas esse tem quisifude mesmo! O cara vai fazer uma parada proibida no Brasil, não estuda o assunto , não reflete , roda com a PF e a culpa é do banner? Pra mim esse cara ou é burro ou otário ou ignorante ou estúpido... ou overall. Sério galera , vamos deixar os admins do fórum em paz, afinal quem aqui não queria estar ganhando dinheiro com um fórum de ativismo e cultivo de Cannábis, não é culpa deles se existem seres estúpidos que não medem as consequências dos seus atos!Estes aloprados tem que optar por cultivar orquídeas e não Cannábis , sem desmerecer quem cultiva orquídeas... Daí com essa conversa já vem o papinho que os admins não estão nem aí com o "ativismo" e agora só se importam em monetizar o fórum , pra mim isso é papinho de piá de prédio que aprendeu ontem a dizer "contra senso" e já pensa que vai ganhar um Nobel pelo seu apurado senso crítico. Cada uma que a gente é obrigado a ler...tasqueopariu Bateu no GR bateu em mim mermão huahauauhauhua2 points
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Não uso o growroom a mais desde 2008 e fico muito triste com essas notícias, pois voltaei a acessar para montar um grow que foi uma das melhores experiências que tive, mas em apenas 30 minutos olhando o fórum reparei em diversos moderadores alertando sobre os riscos de importar e usuários dizendo que seeds chegaram e comemorando cada um analisa o risco e decide por si só... o site oferece gratuitamente informação de qualidade sem cobrar um centavo e vc critica a maneira que eles tem pra levantar dinheiro isso pra mim é contra senso2 points
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"Em qualquer caso, o cultivo pessoal doméstico deve sempre ser permitido" Que lindo!!! VAAAAAMO BRASIL! Tá passando da hora fiote de cruz credo!!2 points
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Lembro que quando a nova Lei de Drogas no Brasil saiu em 2006, um amigo me falou empolgado. Em 2008 comecei a plantar na varanda do prédio. A sativona saia pela varanda de tão grande, quase alcançando o andar de cima, e isso com uns 5 ou mais prédios na frente, ninguem falava nada ! Em 2012 tivemos a marcha em Sao Paulo, com a guerra com a polícia, repercussão nacional. Pouco tempo depois o sindico veio me pedir pra tirar a planta e os vizinhos dos prédios da frente começaram a gritar palavras de ódio, dizendo que iam ligar pra polícia toda vez que me viam na varanda fumando o meu beck. Moral da história, o povo brasileiro é um bando de idiotas sem noção, infelizmente.2 points
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Cabelo preso é uma tragédia. O Brasil é uma terra de caipiras, com um povinho pior que os piores rednecks americanos e esperar qualquer tipo de bom senso desta terra é burrice. Tristíssimo mesmo esse tópico, espero que o cabelo saia o mais rápido possível desta. Plantar sua maconha é a coisa mais digna e corajosa que um usuário pode fazer, mas que for embarcar nessa tem que estar ciente do risco que é e tem que se cercar de todos os meios possíveis e imagináveis para evitar que a dignidade e a coragem se voltem contra si. E decidir que o plantio não vale a pena pelo risco também não é vergonha para ninguém. Cada um cada um. Ser um usuário no Brasil é viver no submundo. Muita sorte para o cabelo.2 points
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Não é sobre cannabis.... eu sei que Fernando pessoa é fudidamente irônico e fodástico e nunca sabemos se ele tá avacalhando com todo mundo... mas fico pensando... se esse banqueiro não é mesmo melhor que muito ativista de discurso ... que fala pra carai... mas não faz PO!%$@ nenhuma.... Cuida da tua vida e se olha no espelho antes de abrir a boca e falar mal. Façam mais e falem menos ! O B A N Q U E I R O A N A R Q U I S T A (Texto Completo) - Fernando Pessoa Tínhamos acabado de jantar. Defronte de mim o meu amigo, o banqueiro, grande comerciante e açambarcador notável, fumava como quem não pensa. A conversa, que fora amortecendo, jazia morta entra nós. Procurei reanimá-la, ao acaso, servindo-me de uma idéia que me passou pela meditação. Voltei-me para ele, sorrindo. - É verdade: disseram-me há dias que V. em tempos foi anarquista... - Fui, não: fui e sou. Não mudei a esse respeito. Sou anarquista. - Essa é boa! V. anarquista! Em que é que V. é anarquista?... Só se V. dá à palavra qualquer sentido diferente... - Do vulgar? Não; não dou. Emprego a palavra no sentido vulgar. - Quer V. dizer, então, que é anarquista exatamente no mesmo sentido em que são anarquistas esses tipos das organizações operárias? Então entre V. e esses tipos da bomba e dos sindicatos não há diferença nenhuma? - Diferença, diferença, há... Evidentemente que há diferença. Mas não é a que V. julga. V. duvida talvez que as minhas teorias sociais sejam iguais às deles?... - Ah, já percebo! V., quanto às teorias, é anarquista; quanto à prática... - Quanto à prática sou tão anarquista como quanto às teorias. E quanto à prática sou mais, sou muito mais, anarquista que esses tipos que V. citou. Toda a minha vida o mostra. - Hein?! - Toda a minha vida o mostra, filho. V. é que nunca deu a esta cousas uma atenção lúcida. Por isso lhe parece que estou dizendo uma asneira, ou então estou brincando consigo. - Ó homem, eu não percebo nada!... A não ser..., a não ser que V. julgue a sua vida dissolvente e anti-social e dê esse sentido ao anarquismo... - Já lhe disse que não - isto é, já lhe disse que não dou à palavra anarquismo um sentido diferente do vulgar. - Está bem... Continuo sem perceber... Ó homem, V. quer-me dizer que não há diferença entre as suas teorias verdadeiramente anarquistas e a prática da sua vida - a prática da sua vida como ela é agora? V. quer que eu acredite que V. tem uma vida exatamente igual à dos tipos que vulgarmente são anarquistas? - Não; não é isso. O que eu quero dizer é que entre as minhas teorias e a prática da minha vida não há divergência nenhuma, mas uma conformidade absoluta. Lá que não tenho uma vida como a dos tipo dos sindicatos e das bombas - isso é verdade. Mas é a vida deles que está fora do anarquismo, fora dos ideais deles. A minha não. Em mim - sim, em mim, banqueiro, grande comerciante, açambarcador se V. quiser -, em mim a teoria e a prática do anarquismo estão conjuntas e ambas certas. V. comparou-me a esses parvos dos sindicatos e das bombas para indicar que sou diferente deles. Sou, mas a diferença é esta: eles (sim, eles e não eu) são anarquistas só na teoria; eu sou-o na teoria e na prática. Eles são anarquistas e estúpidos, eu anarquista e inteligente. Isto é, meu velho, eu é que sou o verdadeiro anarquista. Eles - os dos sindicatos e das bombas (eu também lá estive e saí de lá exatamente pelo meu verdadeiro anarquismo) - eles são o lixo do anarquismo, os fêmeas da grande doutrina libertária. - Essa nem ao diabo a ouviram! Isso é espantoso! Mas como concilia V. a sua vida - quero dizer a sua vida bancária e comercial - coma as teorias anarquistas? Como o concilia V., se diz que por teoria anarquista entende exatamente o que os anarquistas vulgares entendem? E V., ainda por cima, me diz que é diferente deles por ser mais anarquista do que eles - não é verdade? - Exatamente. - Não percebo nada. - Mas V. tem empenho em perceber? - Todo o empenho. Ele tirou da boca o charuto, que se apagara; reacendeu-o lentamente; tirou o fósforo que se extinguia; depô-lo ao de leve no cinzeiro; depois, erguendo a cabeça, um momento abaixada, disse: - Oiça. Eu nasci do povo e na classe operária da cidade. De bom não herdei, como pode imaginar, nem a condição, nem as circunstâncias. Apenas me aconteceu ter uma inteligência naturalmente lúcida e uma vontade um tanto ou quanto forte. Mas esses eram doms naturais, que o meu baixo nascimento me não podia tirar. ``Fui operário, trabalhei, vivi uma vida apertada; fui, em resumo, o que a maioria da gente é naquele meio. Não digo que absolutamente passasse fome, mas andei lá perto. De resto, podia tê-la passado, que isso não alterava nada do que se seguiu, ou do que lhe vou expor, nem do que foi a minha vida, nem do que ela é agora.'' ``Fui um operário vulgar, em suma; como todos, trabalhava porque tinha que trabalhar, e trabalhava o menos possível. O que eu era, era inteligente. Sempre que podia, lia coisas, discutia coisas, e, como não era tolo, nasceu-me uma grande insatisfação e uma grande revolta contra o meu destino e contra as condições sociais que o faziam assim. Já lhe disse que, em boa verdade, o meu destino podia ter sido pior do que era; mas naquela altura parecia-me a mim que eu era um entre a quem a Sorte tinha feito todas as injustiças juntas, e que se tinha servido das convenções sociais para mas fazer. Isto era aí pelos meus vinte anos - vinte e um o máximo - que foi quando me tornei anarquista.'' Parou um momento. Voltou-se um pouco mais para mim. Continuou, inclinando-se mais um pouco. - Fui sempre mais ou menos lúcido. Senti-me revoltado. Quis perceber a minha revolta. Tornei-me anarquista consciente e convicto - o anarquista consciente e convicto que hoje sou. - E a teoria, que V. tem hoje, é a mesma que tinha nessa altura? - A mesma. A teoria anarquista, a verdadeira teoria, é só uma. Tenho a que sempre tive, desde que me tornei anarquista. V. já vai ver... Ia eu dizendo que, como era lúcido por natureza, me tornei anarquista consciente. Ora o que é um anarquista? É um revoltado contra a injustiça de nascermos desiguais socialmente - no fundo é só isto. E de aí resulta, como é de ver, a revolta contra as convenções sociais que tornam essa desigualdade possível. O que lhe estou indicando agora é o caminho psicológico, isto é, como é que a gente se torna anarquista; já vamos à parte teórica do assunto. Por agora, compreenda V. bem qual seria a revolta de um tipo inteligente nas minhas circunstâncias. O que é que ele vê pelo mundo? Um nasce filho de um milionário, protegido desde o berço contra aqueles infortúnios - e não são poucos - que o dinheiro pode evitar ou atenuar; outro nasce miserável, a ser, quando criança, uma boca a mais numa família onde as bocas são de sobra para o comer que pode haver. Um nasce conde ou marquês, e tem por isso a consideração de toda a gente, faça ele o que fizer; outro nasce assim como eu, e tem que andar direitinho como um prumo para ser ao menos tratado como gente. Uns nascem em tais condições que podem estudar, viajar, instruir-se - tornar -se (pode-se dizer) mais inteligentes que outros que naturalmente o são mais. E assim por aí adiante, e em tudo... ``As injustiças da Natureza, vá: não as podemos evitar. Agora as da sociedade e das suas convenções - essas, por que não evitá-las? Aceito - não tenho mesmo outro remédio - que um homem seja superior a mim por o que a Natureza lhe deu - o talento, a força, a energia; não aceito que ele seja meu superior por qualidades postiças, com que não saiu do ventre da mãe, mas que lhe aconteceram por bambúrrio logo que ele apareceu cá fora - a riqueza, a posição social, a vida facilitada, etc. Foi da revolta que lhe estou figurando por estas considerações que nasceu o meu anarquismo de então - o anarquismo que, já lhe disse, mantenho hoje sem alteração nenhuma.'' Parou outra vez um momento, como a pensar como prosseguiria. Fumou e soprou o fumo lentamente, para o lado oposto ao meu. Voltou-se, e ia a prosseguir. Eu, porém, interrompi-o. - Uma pergunta, por curiosidade... Por que é que V. se tornou propriamente anarquista? V. podia ter-se tornado socialista, ou qualquer outra cousa avançada que não fosse tão longe. Tudo isso estava dentro da sua revolta... Deduzo do que V. disse que por anarquismo V. entende (e acho que está bem como definição do anarquismo) a revolta contra todas as convenções e fórmulas sociais e o desejo e esforço para a abolição de todas... - Isso mesmo. - Por que escolheu V. essa fórmula extrema e não se decidiu por qualquer das outras... das intermédias?... - Eu lhe digo. Eu meditei tudo isso. É claro que nos folhetos que eu lia via todas essas teorias. Escolhi a teoria anarquista - a teoria extrema, como V. muito bem diz - pelas razões que vou dizer em duas palavras. Fitou um momento cousa nenhuma. Depois voltou-se para mim. - O mal verdadeiro, o único mal, são as convenções e as ficções sociais, que se sobrepõem às realidades naturais - tudo, desce a família ao dinheiro, desde a religião ao Estado. A gente nasce homem ou mulher - quero dizer, nasce para ser, em adulto, homem ou mulher; não nasce, em boa justiça natural, nem para ser marido, nem para ser rico ou pobre, como também não nasce para ser católico ou protestante, ou português ou inglês. É todas estas coisas em virtude das ficções sociais. Ora essas ficções sociais são más por quê? Porque são ficções, porque não são naturais. Tão mau é o dinheiro como o Estado, a constituição de família como as religiões. Se houvesse outras, que não fossem estas, seriam igualmente más, porque também seriam ficções, porque também se sobreporiam e estorvariam as realidades naturais. Ora qualquer sistema que não seja o puro sistema anarquista, completamente, é uma ficção também. Empregar todo o nosso desejo, todo o nosso esforço, toda a nossa inteligência para implantar, ou contribuir para implantar, uma ficção social em vez de outra, é um absurdo, quando não seja mesmo um crime, porque é fazer uma perturbação social com o fim expresso de deixar tudo na mesma. Se achamos injustas as ficções sociais, porque esmagam e oprimem o que é natural no homem, para que empregar o nosso esforço em substituir-lhes outras ficções, se o podemos empregar para as destruir todas? ``Isto parece-me que é concludente. Mas suponhamos que o não é; suponhamos que nos objetam que isto tudo estará muito certo, mas que o sistema anarquista não é realizável na prática. Vamos lá a examinar essa parte do problema.'' ``Por que é que o sistema anarquista não seria realizável? Nós partimos, todos os avançados, do princípio, não só de que o atual sistema é injusto, mas de que há vantagem, porque há injustiça, em substituí-lo por outro mais justo. Se não pensamos assim, não somos avançados, mas burgueses. Ora de onde vem este critério de justiça? Do que é natural e verdadeiro, em oposição às ficções sociais e às mentiras da convenção. Ora o que é natural é o que é inteiramente natural, não é metade, ou um quarto, ou um oitavo de natural. Muito bem. Ora, de duas coisas, uma: ou o natural é realizável socialmente ou não é; em outras palavras, ou a sociedade pode ser natural, ou a sociedade é essencialmente ficção e não pode ser natural de maneira nenhuma. Se a sociedade pode ser natural, então pode haver a sociedade anarquista, ou livre, e deve haver, porque é ela a sociedade inteiramente natural. Se a sociedade não pode ser natural, se (por qualquer razão que não importa) tem por força que ser ficção, então do mal o menos; façamo-la, dentro desse ficção inevitável, o mais natural possível. Qual é a ficção mais natural? Nenhuma é natural em si, porque é ficção; a mais natural, neste nosso caso, será aquela que pareça mais natural, que se sinta como mais natural? É aquela que estamos habituados. (V. compreende: o que é natural é o que é do instinto; e o que não sendo instinto, se parece em tudo com o instinto é o hábito. Fumar não é natural, não é uma necessidade do instinto). Ora qual é a ficção social que constitui um hábito nosso? É o atual sistema, o sistema burguês. Temos pois, em boa lógica, que ou achamos a sociedade natural, e seremos defensores do anarquismo; ou não a julgamos possível, e seremos defensores do regime burguês. Não há hipótese intermédia. Percebeu?...'' - Sim, senhor; isso é concludente. - Ainda não é bem concludente... Ainda há uma outra objeção, do meu gênero, a liquidar... Pode concordar-se que o sistema anarquista é realizável, mas pode duvidar-se que ele seja realizável de chofre - isto é, que se possa passar da sociedade burguesa para a sociedade livre sem haver um ou mais estados ou regimes intermédios. Quem fizer essa objeção aceita como boa, e como realizável, a sociedade anarquista; mas palpita-lhe que tem que haver um estado qualquer de transição entre a sociedade burguesa e ela. ``Ora muito bem. Suponhamos que assim é. O que é esse estado intermédio? O nosso fim é a sociedade anarquista, ou livre; esse intermédio só pode ser, portanto, um estado de preparação da humanidade para a sociedade livre. Essa preparação ou é material, ou é simplesmente mental; isto é, ou é uma série de realizações materiais ou sociais que vão adaptando a humanidade à sociedade livre, ou é uma simples propaganda gradualmente crescente e influente, que vai preparando mentalmente a desejá-la ou aceitá-la.'' ``Vamos ao primeiro caso, a adaptação gradual e material da humanidade à sociedade livre. É impossível; é mais que impossível: é absurdo. Não há adaptação material senão uma cousa que já há. Nenhum de nós se pode adaptar materialmente ao meio social do século XXIII, mesmo que saiba o que ele será; e não se pode adaptar materialmente porque o século XXIII e o seu meio social não existem materialmente ainda. Assim, chegamos à conclusão que, na passagem da sociedade burguesa para a sociedade livre, a única parte que pode haver de adaptação, de evolução ou de transição é mental, é a gradual adaptação dos espíritos à idéia da sociedade livre... Em todo o caso, no campo da adaptação material, ainda há uma hipótese...''' - Irra com tanta hipótese!... - Ó filho, o homem lúcido tem que examinar todas as objeções possíveis e de as refutar, antes de se poder dizer seguro da sua doutrina. E, de mais a mais, isto tudo é em resposta a uma pergunta que V. me fez... - Está bem. - No campo da adaptação material, dizia eu, há em todo o caso um outra hipótese. É a da ditadura revolucionária. - Da ditadura revolucionária como? - Como eu lhe expliquei, não pode haver adaptação material a uma coisa que não existe, materialmente, ainda. Mas se, por um movimento brusco, se fizer a revolução social, fica implantada já, não a sociedade livre (porque para essa não pode a humanidade ter ainda preparação), mas uma ditadura daqueles que querem implantar a sociedade livre. Mas existe já , ainda que em esboço ou em começo, existe já materialmente qualquer coisa da sociedade livre. Há já portanto uma coisa material, a que a humanidade se adapte. É este o argumento com que as bestas que defendem a ``ditadura do proletariado'' a defenderiam se fossem capazes de argumentar ou de pensar. O argumento, é claro, não é deles: é meu. Ponho-o, como objeção, a mim mesmo. E, como lhe vou mostrar..., é falso. ``Um regime revolucionário, enquanto existe, e seja qual for o fim a que visa ou a idéia que o conduz, é materialmente só uma coisa - um regime revolucionário. Ora um regime revolucionário quer dizer uma ditadura de guerra, ou, nas verdadeira palavras, um regime militar despótico, porque o estado de guerra é imposta à sociedade por uma parte dela - aquela parte que assumiu revolucionariamente o poder. O que é que resulta? Resulta que quem se adaptar a esse regime, como a única coisa que ele é materialmente, imediatamente, é um regime militar despótico, adapta-se a um regime militar despótico. A idéia, que conduziu os revolucionários, o fim, a que visaram, desapareceu por completo da realidade social, que é ocupada exclusivamente pelo fenômeno guerreiro. De modo que o que sai de uma ditadura revolucionária - e tanto mais completamente sairá, quanto mais tempo essa ditadura durar - é uma sociedade guerreira do tipo ditatorial, isto é, um despotismo militar. Nem mesmo podia ser outra coisa. E foi sempre assim. Eu não sei muita história, mas o que sei acerta com isto; nem podia deixar de acertar. O que saiu das agitações políticas de Roma? O Império Romano e seu despotismo militar. O que saiu da Revolução Francesa? Napoleão e seu despotismo militar. E V. verá o que sai da Revolução Russa... Qualquer coisa que vai atrasar dezenas de anos a realização da sociedade livre... Também o que era de se esperar de um povo de analfabetos e de místicos?...'' ``Enfim, isto já está fora de conversa... V. percebeu o meu argumento?'' - Percebi perfeitamente. - V. compreende portanto que eu cheguei a esta conclusão: Fim: a sociedade anarquista, a sociedade livre; meio: a passagem, sem transição, da sociedade burguesa para a sociedade livre. Esta passagem seria preparada e tornada possível por uma propaganda intensa, completa, absorvente, de modo a predispor todos os espíritos e enfraquecer todas as resistências. É claro que por ``propaganda'' não entendo só a pela palavra escrita e falada: entendo tudo, ação indireta ou direta, quanto pode predispor para a sociedade livre e enfraquecer a resistência à sua vinda. Assim, não tendo quase resistência nenhuma que vencer, a revolução social, quando viesse, seria rápida, fácil, e não teria que estabelecer nenhuma ditadura revolucionária, por não ter contra quem aplica-la. Se isto não pode ser assim, é que o anarquismo é irrealizável; e, se o anarquismo é irrealizável, só é defensável e justa, como já lhe provei, a sociedade burguesa.'' ``Ora aí tem V. por que e como eu me tornei anarquista, e por que e como rejeitei, como falsas e anti-naturais, as outras doutrinas sociais de menor ousadia.'' ``E pronto... Vamos lá continuar a minha história.'' Fez explodir um fósforo, e acendeu lentamente o charuto. Concentrou-se, e de aí a pouco prosseguiu. Havia vários outros rapazes com as mesmas opiniões que eu. A maioria era de operários, mas havia um ou outro que o não era; o que todos éramos era pobres, e, que me lembre, não éramos muito estúpidos. A gente tinha uma certa vontade de propaganda, de espalhar as nossas idéias. Queríamos para nós e para os outros - para a humanidade inteira - uma sociedade nova, livre destes preconceitos todos, que fazem os homens desiguais artificialmente e lhes impõem inferioridades, sofrimentos, estreitezas, que a Natureza lhes não tinha imposto. Por mim, o que eu lia confirmava-me nestas opiniões. Em livros libertários baratos - os que havia ao tempo, e eram já bastantes - li quase tudo. Fui a conferências e comícios dos propagandistas do tempo. Cada livro e cada discurso me convencia mais da certeza e da justiça das minhas idéias. O que eu pensava então - repito-lhe, meu amigo - é o que penso hoje, a única diferença é que então pensava-o só, hoje penso-o e pratico-o. - Pois sim; isso, até onde vai, está muito bem. Está muito certo que V. se tornasse anarquista assim, e vejo perfeitamente que V. era anarquista. Não preciso mais provas disso..., como é que saiu de aí sem contradição... Isto é, mais ou menos já calculo... - Não, não calcula nada... Eu sei o que V. quer dizer... V. baseia-se nos argumentos que acaba de ouvir, e julga que eu achei o anarquismo irrealizável e por isso, como lhe disse, só defensável e justa a sociedade burguesa - não é?... - Sim, calculei que fosse mais ou menos isso... - Mas como o podia ser, se desde o princípio da conversa lhe tenho dito e repetido que sou anarquista, que não só o fui mas o continuo sendo? Se eu me tivesse tornado banqueiro e comerciante pela razão que V. julga, eu não era anarquista, era burguês. - Sim, V. tem razão... Mas então como diabo...? Vá lá, vá dizendo... - Como lhe disse, eu era (fui sempre) mais ou menos lúcido, e também um homem de ação. Essas são qualidades naturais; não mas puseram no berço (se é que tive berço), eu é que as levei para lá. Pois bem. Sendo anarquista, eu achava insuportável ser anarquista passivamente, só para ir ouvir discursos e falar nisso com os amigos. Não: era preciso fazer qualquer coisa! Era preciso trabalhar e lutar pela causa dos oprimidos e das vítimas das convenções sociais! Decidi meter ombros a isso, conforme pudesse. Pus-me a pensar como é que eu poderia ser útil à causa libertária. Pus-me a traçar o meu plano de ação. ``O que quer o anarquista? Liberdade - a liberdade para si e para os outros, para a humanidade inteira. Quer estar livre da influência ou da pressão das ficções sociais; quer ser livre tal qual nasceu e pareceu no mundo, que é como em justiça deve ser; e quer essa liberdade para si e para todos os mais. Nem todos podem ser iguais perante a Natureza: uns nascem altos, outros baixos; uns fortes, outros fracos; uns mais inteligentes, outros menos... Mas todos podem ser iguais de aí em diante; só as ficções sociais o evitam. Essas ficções sociais é que era preciso destruir.'' ``Era preciso destruí-las... Mas não me escapou uma coisa: era preciso destruí-las... mas em proveito da liberdade, e tendo sempre em vista a criação da sociedade livre. Porque isso de destruir as ficções sociais tanto pode ser para criar liberdade, ou preparar o caminho da liberdade, como para estabelecer outras ficções sociais diferentes, igualmente más porque igualmente ficções. Aqui é que era preciso cuidado. Era preciso acertar com um processo de ação, qualquer que fosse a sua violência ou a sua não-violência (porque contra as injustiças sociais tudo era legítimo), pelo qual se contribuisse para destruir as ficções sociais sem, ao mesmo tempo, estorvar a criação da liberdade futura; criando já mesmo, caso fosse possível, alguma coisa da liberdade futura. ``É claro que esta liberdade, que deve haver cuidado em não estorvar, é a liberdade futura e, no presente, a liberdade dos oprimidos pelas ficções sociais. Claro está que não temos que olhar a não estorvar a ``liberdade'' dos poderosos, dos bem situados, de todos que representam as ficções sociais e têm vantagens delas. Essa não é liberdade; é a liberdade de tiranizar, que é o contrário da liberdade. Essa pelo contrário, é o que mais devíamos pensar em estorvar e em combater. Parece-me que isto está claro...'' - Está claríssimo. Continue... - Para quem quer o anarquismo a liberdade? Para a humanidade inteira. Qual é a maneira de se conseguir a liberdade para a humanidade inteira? Destruir por completo todas as ficções sociais? Já lhe antecipei a explicação, quando, por causa da sua pergunta, discuti os outros sistemas avançados e lhe expliquei como e por que era anarquista... V. lembra-se da minha conclusão?... - Lembro... - ... Uma revolução social súbita, brusca, esmagadora, fazendo a sociedade passar, de um salto, do regime burguês para a sociedade livre. Esta revolução social preparada por um trabalho intenso e contínuo, de ação direta e indireta, tendente a dispor todos os espíritos para a vinda da sociedade livre, e a enfraquecer até ao estado comatoso todas as resistências da burguesia. Escuso de lhe repetir as razões que levam inevitavelmente a esta conclusão, a dentro do anarquismo; já lhe expus e V. já a percebeu. - Sim. - Essa revolução seria preferivelmente mundial, simultânea em todos os pontos, ou os pontos importantes, do mundo; ou não sendo assim, partindo rapidamente de uns para outros, mas em todo o caso, em cada ponto, isto é, em cada nação, fulminante e completa. ``Muito bem. O que poderia eu fazer para esse fim? Só por mim, não a poderia fazer a ela, à revolução mundial, nem mesmo poderia fazer a revolução completa na parte referente ao país onde estava. O que podia era trabalhar, na inteira medida do meu esforço, para fazer a preparação para essa revolução. Já lhe expliquei como: combatendo, por rodos os meios acessíveis, as ficções sociais; não estorvando nunca ao fazer esse combate ou a propaganda da sociedade livre, nem a liberdade futura, nem a liberdade presente dos oprimidos; criando já, sendo possível, qualquer coisa da futura liberdade.''' Puxou fumo; fez uma leve pausa; recomeçou. - Ora aqui, meu amigo, pus eu a minha lucidez em ação. Trabalhar para o futuro, está bem, pensei eu; trabalhar para os outros terem liberdade, está certo. Mas então eu? Eu não sou ninguém? Se eu fosse cristão, trabalhava alegre mente pelo futuro dos outros, porque lá tinha a minha recompensa no céu; mas também, se eu fosse cristão, não era anarquista, porque então as tais desigualdades sociais não tinham importância na nossa curta vida: eram só condições da nossa provação, e lá seriam compensadas na vida eterna. Mas eu não era cristão, como não sou, e perguntava-me: mas por quem é que eu vou me sacrificar nisto tudo? Mais ainda: por que é que eu me vou sacrificar? ``Vieram-me momentos de descrença; e V. compreende que era justificada... Sou materialista, pensava eu; não tenho mais vida que esta; para que hei de ralar-me com propagandas e desigualdades sociais, e outras histórias, quando posso gozar e entreter-me muito mais se não me preocupar com isso? Quem tem só esta vida, quem não crê na vida eterna, quem não admite lei senão a Natureza, quem se opõe ao Estado porque ele não é natural, ao casamento porque ele não é natural, ao dinheiro porque ele não é natural, porque cargas-d'água é que defende o altruísmo e o sacrifício pelos outros, ou pela humanidade, se o altruísmo e o sacrifício também não são naturais? Sim, a mesma lógica que me mostra que um homem não nasce para ser casado, ou para ser português, ou para ser rico ou pobre, mostra-me também que ele não nasce para ser solidário, que ele não nasce senão para ser ele-próprio, e portanto o contrário de altruísta e solidário, e portanto exclusivamente egoísta.'' ``Eu discuti a questão comigo mesmo. Repara tu, dizia eu para mim, que nascemos pertencentes à espécie humana, e que temos o dever de ser solidários com todos os homens. Mas a idéia de `dever' era natural? De onde é que vinha esta idéia de `dever'? Se esta idéia de dever me obrigava a sacrificar o meu bem-estar, a minha comodidade, o meu instinto de conservação e outros meus instintos naturais, em que divergia a ação dessa idéia da ação de qualquer ficção social, que produz em nós exatamente o mesmo efeito?'' ``Esta idéia de dever, isto de solidariedade humana; só podia considerar-se natural se trouxesse consigo uma compensação egoísta, porque então, embora em princípio contrariasse o egoísmo natural, se dava a esse egoísmo uma compensação, sempre, no fim de contas, o não contrariava. Sacrificar um prazer, simplesmente sacrificá-lo, não é natural; sacrificar um prazer a outro, é que já está dentro da Natureza: é, entre duas cousas naturais que se não podem ter ambas, escolher uma, o que está bem. Ora que compensação egoísta, ou natural, podia dar-me a dedicação à causa da sociedade livre e da futura felicidade humana? Só a consciência de dever cumprido, do esforço para um fim bom; e nenhuma destas coisas é uma compensação egoísta, nenhuma destas coisas é um prazer em si, mas um prazer, se o é, nascido de uma ficção social, como pode ser o prazer de ser imensamente rico, ou o prazer de ter nascido em um boa posição social.'' ``Confesso-lhe, meu velho, que me vieram momentos de descrença... Senti-me desleal à minha própria doutrina, traidor a ela... Mas em breve passei sobre tudo isto. A idéia de justiça cá estava, dentro de mim, pensei eu. Eu sentia-a natural. Eu sentia que havia um dever superior à preocupação só cá do meu destino. E fui para diante na minha intenção.'' - Não me parece que essa decisão revelasse uma grande lucidez da sua parte... V. não resolveu a dificuldade... V. foi para diante por um impulso absolutamente sentimental... - Sem dúvida. Mas o que lhe estou contando agora é a história de como me tornei anarquista, e de como o continuei sendo, e continuo. Vou-lhe expondo lealmente as hesitações e as dificuldades que tive, e como as venci. Concordo que, naquele momento, venci a dificuldade lógica com o sentimento, e não com o raciocínio. Mas V. há de ver que, mais tarde, quando cheguei à plena compreensão da doutrina anarquista, esta dificuldade, até então logicamente sem resposta, teve a sua solução completa e absoluta. - É curioso... - É... Agora deixe-me continuar na minha história. Tive esta dificuldade, e resolvi-a se bem que mal, como lhe disse. Logo a seguir, e na linha dos meus pensamentos, surgiu-me outra dificuldade que também me atrapalhou bastante. ``Estava bem - vamos lá - que estivesse disposto a sacrificar-me, sem recompensa nenhuma propriamente pessoal, isto é, sem recompensa nenhuma verdadeiramente natural. Mas suponhamos que a sociedade futura não dava em nada do que eu esperava, que nunca havia a sociedade livre, e que diabo é que eu, nesse case, me estava sacrificando? Sacrificar-me a uma idéia sem recompensa pessoal, sem eu ganhar nada com o meu esforço por essa idéia, vá; mas sacrificar-me sem ao menos ter a certeza de que aquilo para que eu trabalhava, existiria um dia, sem que a própria idéia ganhasse com o meu esforço - isso era um pouco mais forte... Desde já lhe digo que resolvi a dificuldade pelo mesmo processo sentimental por que resolvi a outra; mas advirto-o também que, do mesmo modo que a outra, resolvi esta pela lógica, automaticamente, quando cheguei ao estado plenamente consciente do meu anarquismo... V. depois verá... Na altura do que lhe estou contando, saí-me do apuro com uma ou duas frases ocas. `Eu fazia o meu dever para com o futuro; o futuro que fizesse o seu para comigo'... Isto, ou cousa que o valha...'' ``Expus esta conclusão, ou, antes estas conclusões, aos meus camaradas, e eles concordaram todos comigo concordaram todos que era preciso ir para a frente e fazer tudo pela sociedade livre. É a verdade que um ou outro, dos mais inteligentes, ficaram um pouco abalados com a exposição, não porque não concordassem, mas porque nunca tinham visto as coisas assim claras, nem os bicos que estas coisas têm... Mas enfim, concordaram todos... Iríamos todos trabalhar pela grande revolução social, pela sociedade livre, quer o futuro nos justificasse, quer não! Formamos um grupo, entre gente certa, e começamos uma grande propaganda - grande, é claro, dentro dos limites doo que podíamos fazer. Durante bastante tempo, no meio de dificuldades, embrulhadas, e por vezes perseguições, lá fomos trabalhando pelo ideal anarquista.'' O banqueiro, chegado aqui, fez uma pausa um pouco mais longa. Não acendeu o charuto, que estava outra vez apagado. De repente teve um leve sorriso, e, com o ar de quem chega ao ponto importante, fitou-me com mais insistência e prosseguiu, clarificando mais a voz e acentuando mais as palavras. - Nesta altura, disse ele, apareceu uma coisa nova. ``Nesta altura'' é modo de dizer. Quero dizer que, depois de alguns meses desta propaganda, comecei a reparar numa nova complicação, e esta é que era a mais séria de todas, esta é que era séria a valer... ``V. recorda-se, não é verdade? Daquilo em que eu, por um raciocínio rigoroso, assentei que devia ser o processo de ação dos anarquistas... Um processo, ou processos, quaisquer pelo qual se contribuisse para destruir as ficções sociais sem, ao mesmo tempo, estorvar a criação da liberdade futura, sem, portanto, estorvar em coisa nenhuma a pouca liberdade dos atuais oprimidos pelas ficções sociais; um processo que, sendo possível, criasse já alguma coisa da liberdade futura...'' ``Pois bem: uma vez assente este critério, nunca mais deixei de o ter presente... Ora, na altura da nossa propaganda em que estou falando, descobri uma coisa. No grupo de propaganda - não éramos muitos; éramos quarenta, salvo erro - dava-se este caso: criava-se tirana.'' - Criava-se tirania?... Criava-se tirania como? - Da seguinte maneira... Uns mandavam em outros e levavam-nos para onde queriam; uns impunham-se a outros e obrigavam-nos a ser o que eles queriam; uns arrastavam outros por manhas e por artes para onde eles queriam. Não digo que fizessem isto em coisas graves; mesmo, não havia coisas graves ali em que o fizessem. Mas o fato é que isto acontecia sempre e todos os dias, e dava-se não só em assuntos relacionados com a propaganda, como fora deles, em assuntos vulgares da vida. Uns iam insensivelmente para chefes, outros insensivelmente para subordinados. Uns eram chefes por imposição; outros eram chefes por manha. No fato mais simples isto se via. Por exemplo: dois dos rapazes iam juntos por uma rua fora; chegavam ao fim da rua, e um tinha que ir para a direita e outro para a esquerda; cada um tinha conveniência em ir para o seu lado. Mas o que ia para a esquerda dizia para o outro, ``venha V. comigo por aqui''; o outro respondia, e era verdade, ``Homem, não posso; tenho que ir por ali'' por esta ou aquela razão... Mas afinal, contra sua vontade e sua conveniência, lá ia com o outro para a esquerda... Isto era uma vez por persuasão, outra vez por simples insistência, uma terceira vez por um outro motivo qualquer... Isto é, nunca era por uma razão lógica; havia sempre nesta imposição e nesta subordinação qualquer coisa de espontâneo, de como que instintivo... E como neste caso simples, em todos os outros casos; desde os menos até aos mais importantes... V. vê bem o caso? - Vejo. Mas que diabos há de estranho nisso? Isso é tudo quanto há de mais natural... - Será. Já vamos a isso. O que lhe peço que note é que é exatamente o contrário da doutrina anarquista. Repare bem que isto se passava num grupo pequeno, num grupo sem influência nem importância, num grupo a quem não estava confiada a solução de nenhuma questão grave ou decisão sobre qualquer assunto de vulto. E repare que se passava num grupo de gente que se unira especialmente para fazer o que pudesse para o fim anarquista - isto é, para combate, tanto quando possível, as ficções sociais, e criar, tanto quando possível, a liberdade futura. V. reparou bem nestes dois pontos? - Reparei. - Veja agora bem o que isto representa... Um grupo pequeno, de gente sincera (garanto-lhe que era sincera!), estabelecido e unido expressamente para trabalhar pela causa da liberdade, tinha, no fim de uns meses, conseguido só uma coisa de positivo e concreto - a criação entre si de tirania. E repare que tirania... Não era uma tirania derivada da ação das ficções sociais, que, embora lamentável, seria desculpável, até certo ponto, ainda que menos em nós, que combatíamos essas ficções, que em outras pessoas; mas enfim, vivíamos em meio de uma sociedade baseada nessas ficções e não era inteiramente culpa nossa se não pudéssemos de todo fugir à sua ação. Mas não era isso. Os que mandavam nos outros, ou os levavam para onde queriam, não faziam isso pela força do dinheiro, ou da posição social, ou de qualquer autoridade de natureza fictícia, que se arrogassem; faziam-no por uma ação de qualquer espécie fora das ficções sociais, uma tirania nova. E era uma tirania exercida sobre gente essencialmente oprimida já pelas ficções sociais. Era, ainda por cima, tirania exercida entre si por gente cujo intuido sincero não era senão destruir tirania e criar liberdade. ``Agora ponha o caso num grupo muito maior, muito mais influente, tratando já de questões importantes e de decisões de caráter fundamental. Ponha esse grupo a encaminha os seus esforços, como o nosso, para a formação de um sociedade livre. E agora diga-me se através desse carregamento de tiranias entrecruzadas V. entrevê qualquer sociedade futura que se pareça com uma sociedade livre ou com um humanidade digna de si própria...''' - Sim: isso é muito curioso... - É curioso, não é?...E olhe que há pontos secundários também muito curiosos... Por exemplo: a tirania do auxílio... - A quê? - A tirania do auxílio. Havia entre nós quem, em vez de mandar nos outros, em vez de se impor aos outros, pelo contrário os auxiliava em tudo quanto podia. Parece o contrário, não é verdade? Pois olhe que é o mesmo. É a mesma tirania nova. É do mesmo modo ir contra os princípios anarquistas. - Essa é boa? Em quê? - Auxiliar alguém, meu amigo, é tomar alguém por incapaz; se esse alguém não é incapaz, é ou fazê-lo tal, ou supô-lo tal, e isto é, no primeiro caso uma tirania, e no segundo um desprezo. Num caso cerceia-se a liberdade de outrem; no outro caso parte-se, pelo menos inconscientemente, do princípio de que outrem é desprezível e indigno ou incapaz de liberdade. ``Voltemos ao nosso caso... V. vê bem que este ponto era gravíssimo. Vá que trabalhássemos pela sociedade futura sem esperarmos que ela nos agradecesse, ou arriscando-nos, mesmo, a que ela nunca viesse. Tudo isso, vá. Mas o que era demais era estarmos trabalhando para um futuro de liberdade e não fazermos, de positivo, mais que criar tirania, e não só tirania, mas tirania nova, e tirania exercida por nós, os oprimidos, uns sobre os outros. Ora isto é que não pode ser...'' ``Pus-me a pensar. Aqui havia um erro, um desvio qualquer. Os nossos intuitos eram bons; as nossas doutrinas pareciam certas; seriam errados os nossos processos? Com certeza que deveriam ser. Mas onde diabo estava o erro? Pus-me a pensar nisso e ia dando em doido. Um dia, de repente, como acontece sempre nestas coisas, dei com a solução. Foi o grande dia das minhas teorias anarquistas; o dia em que descobri, por assim dizer, a técnica do anarquismo.'' Olhou-me um momento sem me olhar. Depois continuou, no mesmo tom. - Pensei assim... Temos aqui uma tirania nova, uma tirania que não é derivada das ficções sociais. Então de onde é que ela derivada? Será derivada das qualidades naturais? Se é, adeus sociedade livre! Se uma sociedade onde estão em operação apenas as qualidades naturais dos homens - aquelas qualidades com que eles nascem, que devem só à Natureza, e sobre as quais não temos poder nenhum -, se uma sociedade onde estão em operação apenas essas qualidades é um amontoado de tiranias, quem é que vai mexer o dedo mínimo para contribuir para a vinda dessa sociedade? Tirania por tirania, fique a que está, que ao menos é aquela a que estamos habituados, e que por isso fatalmente sentimos menos que estaríamos uma tirania nova, e com o caráter terrível de todas as coisas tirânicas que são diretamente da Natureza - o não haver revolta possível contra ela, como não há revolução contra ter que morrer, ou contra nascer baixo quando se preferia ter nascido alto. Mesmo, eu já lhe provei que, se por qualquer razão não é realizável a sociedade anarquista, então deve existir, por ser mais natural que qualquer outra salvo aquela, a sociedade burguesa. ``Mas seria esta tirania, que nascia assim entre nós, realmente derivada das qualidades naturais? Ora o que são as qualidades naturais? São o grau de inteligência, de imaginação, de vontade, etc., com que cada um nasce - isto no campo mental, é claro, porque as qualidades naturais físicas não vêm para o caso. Ora um tipo que, sem ser por uma razão derivada das ficções sociais, manda noutro, por força que o faz por lhe ser superior em uma ou outra das qualidades naturais. Domina-o pelo emprego das suas qualidades naturais. Mas há uma coisa a ver: esse emprego das qualidades naturais será legítimos, isto é, será natural?'' ``Ora qual é o emprego natural das nossas qualidades naturais? O servir os fins naturais da nossa personalidade. Ora dominar alguém será um fim natural da nossa personalidade? Pode sê-lo; há um caso em que pode sê-lo: é quando esse alguém está para nós num lugar de inimigo. Para o anarquista, é claro, quem está num lugar de inimigo, é qualquer representante das ficções sociais e da sua tirania; mais ninguém, porque todos os outros homens são homens como ele e camaradas naturais. Ora, V. bem vê, o caso da tirania, que tínhamos estado criando, era exercida sobre homens como nós, camaradas naturais, e, mais ainda, sobre homens duas vezes nossos camaradas, porque o eram também pela comunhão do mesmo ideal. Conclusão: esta nossa tirania, se não era derivada das ficções sociais, também não era derivada das qualidades naturais; era derivada duma aplicação errada, duma perversão, das qualidades naturais. E essa perversão, de onde é que provinha?'' ``Tinha que provir de uma de duas cousas: ou de o homem ser naturalmente mau, e portanto todas as qualidades naturais serem naturalmente pervertidas; ou de uma perversão resultante da longa permanência da humanidade numa atmosfera de ficções sociais, todas elas criadoras de tirania, e tendente, portanto, a tornar já instintivamente tirânico o uso mais natural das qualidades mais naturais. Ora, destas duas hipóteses, qual é que seria a verdadeira? De um modo satisfatório - isto é, rigorosamente lógico ou científico - era impossível determinar. O raciocínio não pode entrar com o problema, porque ele é de ordem histórica, ou científica, e depende do conhecimento de fatos. Por seu lado, a ciência também nos não ajuda, porque, por mais longe que recuemos na história, encontramos sempre o homem vivendo sob um ou outro sistema de tirania social, e portanto sempre num estado que nos não permite averiguar como é o homem quando vive em circunstâncias pura e inteiramente naturais. Não havendo maneira de determinar ao certo, temos que pender para o lado da maior probabilidade; e a maior probabilidade está na segunda hipótese. É mais natural supor que a longuíssima permanência da humanidade em ficções sociais criadoras de tirania faça cada homem nascer já com as suas qualidade naturais pervertidas no sentido de tiranizar, do que supor que qualidades naturais podem ser naturalmente pervertidas, o que, de certo modo, representa una contradição. Por isso o pensador decide-se, como eu me decidi, com uma quase absoluta segurança, pela segunda hipótese.'' ``Temos, pois, que uma coisa é evidente... No estado social presente não é possível um grupo de homens, por bem intencionados que estejam todos, por preocupados que estejam todos só em combater as ficções sociais e em trabalhar pela liberdade, trabalharem juntos sem que espontaneamente criem entre si tirania, sem criar entre si uma tirania nova, suplementar à das ficções sociais, sem destruir na prática tudo quanto querem na teoria, sem involutariamente estorvar o mais possível o próprio intuito que querem promover. O que há a fazer? É muito simples... É trabalharmos todos para o mesmo fim, mas separados.'' - Separados? - Sim. V. não seguiu o meu argumento? - Segui. - E não acha lógica, não acha fatal esta conclusão? - Acho, sim, claro... Disse eu: trabalharmos todos para o mesmo fim, mas separados. Trabalharmos todos para o mesmo fim anarquista, cada um contribui com o seu esforço para a destruição das ficções sociais, que é para onde o dirige, e para a criação da sociedade livre do futuro; e trabalhando separados não podemos, de modo nenhum, criar tirania nova, porque nenhum tem ação sobre o outro, e não pode portanto, nem, dominando-o, diminuir-lhe a liberdade, nem, auxiliando-o, apagar-lha. ``Trabalhando assim separados e para o mesmo fim anarquista, temos as duas vontades - a do esforço, e a da não criação de tirania nova. Continuamos unidos, porque o estamos moralmente e trabalhamos do mesmo modo para o mesmo fim; continuamos anarquistas, porque cada um trabalha para a sociedade livre; mas deixamos de ser traidores, voluntários ou involuntários, à nossa cousa, deixamos mesmo de poder sê-lo, porque nos colocamos, pelo trabalho anarquista isolado, fora da influência deletéria das ficções sociais, no seu reflexo hereditário sobre as qualidades que a Natureza deu.'' ``É claro que toda esta tática se aplica ao que eu chamei de período de preparação para a revolução social. Arruinadas as defesas burguesas, e reduzida a sociedade inteira ao estado de aceitação das doutrinas anarquistas, faltando só fazer a revolução social, então, para o golpe final, é que não pode continuar a ação separada. Mas nessa altura, já a sociedade livre estará virtualmente chagada; já as coisas serão de outra maneira. A tática a que me refiro só diz respeito à ação anarquista em meio da sociedade burguesa, como agora, como no grupo a que eu pertencia.'' ``Era esse - até que enfim! - o verdadeiro processo anarquista. Juntos, nada valíamos, que importasse, e, ainda por cima, nos tiranizávamos, e nos estorvávamos uns aos outros e às nossas teorias. Separados, pouco também conseguiríamos, mas ao menos não estorvávamos a liberdade, não criávamos tirania nova; o que conseguíamos, pouco que fosse, era realmente conseguido, sem desvantagem nem perda. E, de mais a mais, trabalhávamos assim separados, aprendíamos a confiar mais em nós mesmos, a não nos encostarmos uns aos outros, a tornarmo-nos mais livres já, a prepararmo-nos, tanto pessoalmente, como aos outros pelo nosso exemplo, para o futuro.'' ``Fiquei radiante com essa descoberta. Fui logo expô-la aos meus camaradas... Foi uma das poucas vezes em que fui estúpido na minha vida. Imagine V. que eu estava tão cheio da minha descoberta que esperava que eles concordassem...'' - Não concordaram, é claro... - Repontaram, meu amigo, repontaram todos! Uns mais, outros menos, tudo protestou!... Não era isso!... Isso não podia ser!... Mas ninguém dizia o que era ou o que é que havia de ser. Argumentei e argumentei, e, em resposta aos meus argumentos, não obtive senão frases, lixo coisas como essas que os ministros respondem nas câmaras quando não têm resposta nenhuma... Então é que eu vi com que bestas e com que covardões estava metido! Desmascararam-se. Aquela corja tinha nascido para escravos. Queriam ser anarquistas à custa alheia. Queriam a liberdade, logo que fossem os outros que lha arranjassem, logo que lhe fosse dada como um rei dá um título! Quase todos eles são assim, os grandes lacaios! - E V., escamou-se? - Se me escamei! Enfureci-me! Pus-me aos coices. Dei por paus e por pedras. Quase que me peguei com dois ou três deles. E acabei por me vir embora. Isolei-me. Veio-me um nojo àquela carneirada toda, que V. não imagina! Quase que descri no anarquismo. Quase que decidi não me importar mais com tudo aquilo. Mas, passados uns dias, voltei a mim. Pensei que o ideal anarquista estava acima destas quizílas. Eles não queriam só brincar aos libertários? Não estava eu para brincar num caso desses. Eles não tinham força para combater senão encostados uns aos outros, e criando, entre si, um simulacro novo da tirania que diziam querer combater? Pois que o fizessem, os parvos, se não serviam para mais. Eu é que não ia ser burguês por tão pouco. ``Estava estabelecido que, no verdadeiro anarquismo, cada um tem que, por sua própria forças, criar liberdade e combater as ficções sociais. Pois por minha própria forças eu ia criar liberdade e combater as ficções sociais. Ninguém queria seguir-me no verdadeiro caminho anarquista? Seguiria eu por ele. Iria eu só, com os meus recursos, com a minha fé, desacompanhado até do apoio mental dos que tinham sido meus camaradas, contra as ficções sociais inteiras. Não digo que fosse um belo gesto, nem um gesto heróico. Foi simplesmente um gesto natural. Se o caminho tinha que ser seguido por cada um separadamente, eu não precisava de mais ninguém para o seguir. Bastava o meu ideal. Foi baseado nestes princípios e nestas circunstâncias que decidi, por mim só, combater as ficções sociais.'' Suspendeu um pouco o discurso, que se lhe tornara quente e fluido. Retomou-o de ali a pouco, com a voz já mais sossegada. - É um estado de guerra, pensei eu, entre mim e as ficções sociais. Muito bem. O que posso eu fazer contra as ficções sociais? Trabalho sozinho, para não poder, de modo nenhum, criar qualquer tirania. Como posso eu colaborar sozinho na preparação da revolução social, na preparação da humanidade para a sociedade livre? Tenho que escolher um de dois processos, dos dois processos que há; caso, é claro, não possa servir-me de ambos. Os dois processos, são a ação indireta, isto é, a propaganda, e a ação direta, de qualquer espécie. ``Pensei primeiro na ação indireta, isto é, na propaganda. Que propaganda poderia eu fazer só por mim? À parte esta propaganda que sempre se vai fazendo em conversa, com este ou aquele, ao acaso e servindo-nos de todas as oportunidades, o que eu queria saber era se a ação indireta era um caminho por onde eu pudesse encaminhar a minha atividade de anarquista energicamente, isto é, de modo a produzir resultados sensíveis. Vi logo que não podia ser. Não sou orador e não sou escritor. Quero dizer, sou capaz de falar em público, se for preciso, e sou capaz de escrever um artigo de jornal; mas o que eu queria averiguar era se o meu feitio natural indicava que, especializando-me na ação indireta, de qualquer das duas espécies ou em ambas, eu poderia obter resultados mais positivos para a idéia anarquista que especializando os meus esforços em qualquer outro sentido. Ora a ação é sempre mais proveitosa que a propaganda, exceto para os indivíduos cujo feitio os indica essencialmente como propagandistas - os grandes oradores, capazes de eletrizar multidões e arrastá-las atrás de si, ou os grandes escritores, capazes de fascinar e convencer com os seus livros. Não me parece que eu seja muito vaidoso, mas, se o sou, não me dá, pelo menos, para me envaidecer daquelas qualidades que não tenho. E, como lhe disse, nunca me deu para me julgar orador ou escritor. Por isso abandonei a idéia da ação indireta como caminho a dar à minha atividade anarquista. Por exclusão de partes, era forçado a escolher a ação direta, isto é, o esforço aplicado à prática da vida, à vida real. Não era a inteligência, mas a ação. Muito bem. Assim seria.'' ``Tinha eu pois que aplicar à vida prática o processo fundamental de ação anarquista que eu já tinha esclarecido - combater as ficções sociais sem criar tirania nova, criando já, caso fosse possível, qualquer coisa da liberdade futura. Ora como diabo se faz isso na prática?'' ``Ora o que é combater na prática? Combater na prática é a guerra, é uma guerra, pelo menos. Como é que se faz guerra às ficções sociais? Antes de mais nada, como é que se faz guerra? Como é que se vence o inimigo em qualquer guerra? De uma de duas maneiras: ou matando-o isto é, destruindo-o; ou aprisionando-o, isto é, subjugando-o, reduzindo-o à inatividade. Destruir as ficções sociais não podia eu fazer; destruir as ficções sociais só o podia fazer a revolução social. Até ali, as ficções sociais podiam estar abaladas, cambaleando, por um fio; mas destruídas, só o estariam com a vinda da sociedade livre e a queda positiva da sociedade burguesa. O mais que eu poderia fazer nesse sentido era destruir - destruir no sentido físico de matar - um ou outro membro da classes representativas da sociedade burguesa. Estudei o caso, e vi que era asneira. Suponha V. que eu matava um ou dois, ou uma dúzia de representante da tirania das ficções sociais... O resultado? As ficções sociais ficariam abaladas? Não ficariam. As ficções sociais não são como um situação política que pode depender de um pequeno número de homens, de um só homem por vezes. O que há de mau nas ficções sociais são elas, no seu conjunto, e não os indivíduos que as representam senão por serem representantes delas. Depois, um atentado de ordem social produz sempre uma reação; não só tudo fica na mesma, mas, as mais das vezes, piora. E, ainda por cima, suponha, como é natural, que, depois de um atentado, eu era caçado; era caçado e liquidado, de uma maneira ou outra. E suponha que eu tinha dado cabo de uma dúzia de capitalistas. Em que vinha isso tudo dar, e resumo? Com a minha liquidação, ainda que não por morte, mas por simples prisão ou degredo, a causa anarquista pedia um elemento de combate; e os doze capitalistas, que eu teria estendido, não eram doze elementos que a sociedade burguesa tinha perdido, porque os elementos componentes da sociedade burguesa não são elementos de combate, mas elementos puramente passivos, pois o `combate' está, não nos membros da sociedade burguesa, mas no conjunto de ficções sociais, em que essa sociedade assenta. Ora as ficções sociais não são gente, em quem se possa dar tiros... V. compreende bem? Não era como o soldado de um exercito que mata doze soldados de um exército contrário; era como um soldado que mata doze civis da nação do outro exército. É matar estupidamente, porque não se elimina combatente nenhum... Eu não podia portanto pensar em destruir, nem no todo nem em nenhuma parte, ficções sociais. Tinha então que subjugá-las, que vencê-las subjugando-as, reduzindo-as à inatividade.'' Apontou para mim o indicador direito súbito. - Foi o que eu fiz! Retirou logo o gesto, e continuou. - Procurei ver qual era a primeira, a mais importante, das ficções sociais. Seria a essa que me cumpria, mais que a nenhuma outra, tentar subjugar, tentar reduzir à inatividade. A mais importante, da nossa época pelo menos, é o dinheiro. Como subjugar o dinheiro, ou, em palavras mais precisas, a força, ou a tirania do dinheiro? Tornando-me livre da sua influência, da sua força, superior portanto à influência, reduzindo-o à inatividade pelo que me dizia respeito a mim. Pelo que me dizia respeito a mim, compreende V.?, porque eu é que o combatia; se fosse reduzi-lo à inatividade pelo que respeita a toda a gente, isso não seria já subjugá-lo, mas destruí-lo, porque seria acabar de todo com a ficção do dinheiro. Ora eu já lhe provei que qualquer ficção social só pode ser ``destruída'' pela revolução social, arrastada com as outras na queda da sociedade burguesa. ``Como podia eu tornar-me superior à força do dinheiro? O processo mais simples era afastar-me da esfera da sua influência, isto é, da civilização; ir para um campo comer raízes e beber água das nascentes; andar nu e viver como animal. Mas isto, mesmo que não houvesse dificuldade em fazê-lo, não era combater uma ficção social; não era mesmo combater: era fugir. Realmente, quem se esquiva a travar um combate não é derrotado nele. Mas moralmente é derrotado, porque não se bateu. O processo tinha que ser outro - um processo de combate e não de fuga. Como subjugar o dinheiro, combatendo-o? Como furtar-me à sua influência e tirania, não evitando o seu encontro? O processo era só um - adquiri-lo, adquiri-lo em quantidades bastante para lhe não sentir a influência; e em quanto mais quantidade o adquirisse, tanto mais livre eu estaria dessa influência. Foi quando vi isto claramente, com toda a força da minha convicção de anarquista, e toda a minha lógica de homem lúcido, que entrei na fase atual - a comercial e bancária, meu amigo - do meu anarquismo.'' Descansou um momento da violência, novamente crescente, do seu entusiasmo pela sua exposição. Depois continuou, ainda com um certo calor, a sua narrativa. - Ora V. lembrasse daquelas duas dificuldades lógicas que eu lhe disse que me haviam surgido na princípio da minha carreira de anarquista consciente?... E V. lembra-se de eu lhe dizer que naquela altura as resolvi artificialmente pelo sentimento e não pela lógica? Isto é, V. mesmo notou e muito bem, que eu não as tinha resolvido pela lógica... - Lembro-me, sim... - E V. lembra-se de eu lhe dizer que mais tarde, quando acertei por fim com o verdadeiro processo anarquista, as resolvi então de vez, isto é, pela lógica? - Sim. - Ora veja como ficaram resolvidas... As dificuldades eram estas: não é natural trabalhar por qualquer coisa, seja o que for, sem uma compensação natural, isto é, egoísta; e não é natural dar o nosso esforço a qualquer fim sem ter a compensação de saber que esse fim se atinge. As duas dificuldades eram estas; ora repare como ficam resolvidas pelo processo de trabalho anarquista que o meu raciocínio me levou a descobrir como sendo o único verdadeiro... O processo dá em resultado eu enriquecer; portanto, compensação egoísta. O processo visa ao conseguimento da liberdade; ora eu, tornando-me superior à força do dinheiro, isto é, libertando-me dela, consigo liberdade. Consigo liberdade só para mim, é certo; mas é que como já lhe provei, a liberdade para todos só pode vir com a destruição das ficções sociais, pela revolução social. O ponto concreto é este: viso liberdade, consigo liberdade: consigo a liberdade que posso... E veja V.: à parte o raciocínio que determina este processo anarquista como o único verdadeiro, o fato que ele resolve automaticamente as dificuldades lógicas, que se podem opor a qualquer processo anarquista, mais prova que ele é o verdadeiro. ``Pois foi este o processo que eu segui. Meti ombros à empresa de subjugar a ficção dinheiro, enriquecendo. Consegui. Levou um certo tempo, porque a luta foi grande, mas consegui. Escuso de lhe contar o que foi e o que tem sido a minha vida comercial e bancária. Podia ser interessante, em certos pontos sobretudo, mas já não pertence ao assunto. Trabalhei, lutei, ganhei dinheiro; trabalhei mais, lutei mais, ganhei mais dinheiro; ganhei muito dinheiro por fim. Não olhei o processo - confesso-lhe, meu amigo, que não olhei o processo; empreguei tudo quanto há - o açambarcamento, o sofisma financeiro, a própria concorrência desleal. O quê?! Eu combatia as ficções sociais, imorais e antinaturais por excelência, e havia de olhar a processos?! Eu trabalhava pela liberdade, e havia de olhar as armas com que combatia a tirania?! O anarquista estúpido, que atira bombas e dá tiros, bem sabe que mata, e bem sabe que as suas doutrinas não incluem a pena de morte. Ataca uma imoralidade com um crime, porque acha que essa imoralidade pede um crime para se destruir. Ele é estúpido quanto ao processo, porque, como já lhe mostrei, esse processo é errado e contraproducente como processo anarquista; agora quanto à moral do processo ele é inteligente. Ora o meu processo estava certo, e eu servia-me legitimamente, como anarquista, de todos os meios para enriquecer. Hoje realizei o meu limitado sonho de anarquista prático e lúcido. Sou livre. Faço o que quero, dentro, é claro, do que é possível fazer. O meu lema de anarquista era a liberdade; pois bem, tenho a liberdade, a liberdade que, por enquanto, na nossa sociedade imperfeita, é possível ter. Quis combater as forças sociais; combati-as, e, o que é mais, venci-as.'' - Alto lá! Alto lá! disse eu. Isso estará tudo muito bem, mas há uma cousa que V. não viu. As condições do seu processo eram, como V. provou, não só criar liberdade, mas também não criar tirania. Ora V. criou tirania V. como açambarcador, como banqueiro, como financeiro sem escrúpulos - V. desculpe, mas V. é que disse -, V. criou tirania. V. criou tanta tirania como qualquer outro representante das ficções sociais, que V. diz que combate. - Não, meu velho, V. engana-se. Eu não criei tirania. A tirania, que pode ter resultado da minha ação de combate contra as ficções sociais, é uma tirania que não parte de mim, que portanto eu não criei; está nas ficções sociais, eu não ajuntei a elas. Essa tirania é a própria tirania das ficções sociais; e eu não podia, nem me propus, destruir as ficções sociais. Pela centésima vez lhe repito: só a revolução social pode destruir as ficções sociais; antes disso, a ação anarquista perfeita, como a minha, só pode subjugar as ficções sociais, subjugá-las em relação só ao anarquista que põe esse processo em prática, porque esse processo não permite uma mais larga sujeição dessas ficções. Não é de não criar tirania que se trata: é de não criar tirania nova, tirania onde não estava. Os anarquistas, trabalhando em conjunto, influenciando-se uns aos outros como eu lhe disse, criam entre si, fora e à parte das ficções sociais, uma tirania; essa é que é uma tirania nova. Essa, eu não a criei. Não a podia mesmo criar, pelas próprias condições do meu processo. Não, meu amigo; eu só criei liberdade. Libertei um. Libertei-me a mim. É que o meu processo, que é, como lhe provei, o único verdadeiro processo anarquista, me não permitiu libertar mais. O que pude libertar, libertei. - Está bem... Concordo... Mas olhe que, por esse argumento, a gente quase que é levado a crer que nenhum representante das ficções sociais exerce a tirania... - E não exerce. A tirania é das ficções sociais e não dos homens que as encarnam; esses são, por assim dizer, os meios de que as ficções se servem para tiranizar, como a faca é o meio que se pode servir o assassino. E V. decerto não julga que abolindo as facas abole os assassinos... Olhe... Destrua V. todos os capitalistas do mundo, mas sem destruir o capital... No dia seguinte o capital, já nas mãos de outros, continuará, por meio desses, a sua tirania. Destrua, não os capitalistas, mas o capital; quantos capitalistas ficam?... Vê?... - Sim; V. tem razão. - Ó filho, o máximo, o máximo, o máximo que V. me pode acusar de fazer é de aumentar um pouco - muito muito pouco - a tirania das ficções sociais. O argumento é absurdo, porque como já lhe disse, a tirania que eu não devia criar, e não criei, é outra. Mas tem mais um ponto fraco: é que, pelo mesmo raciocínio, V. pode acusar um general, que trava combate pelo seu país, de causar ao seu país o prejuízo do número de homens do seu próprio exercito que teve que sacrificar para vencer. Quem vai à guerra, dá e leva. Consiga-se o principal; o resto... - Está muito bem... Mas olhe lá outra coisa... O verdadeiro anarquista quer a liberdade não só para si, mas também para os outros... Parece-me que quer a liberdade para a humanidade inteira... - Sem dúvida. Mas eu já lhe disse que, pelo processo que descobri que era o único processo anarquista, cada um tem de libertar-se a si próprio. Eu libertei-me a mim; fiz o meu dever simultaneamente pra comigo e para com a liberdade. Por que é que os outros, os meus camaradas, não fizeram o mesmo? Eu não os impedi. Esse é que teria sido o crime, se os tivesse impedido. Mas eu nem sequer os impedi ocultando-lhes o verdadeiro processo anarquista; logo que descobri o processo, disse-o claramente a todos. O próprio processo me impedia de fazer mais. Que mais podia fazer? Compeli-los a seguir o caminho? Mesmo que o pudesse fazer, não o faria, porque seria tirar-lhes a liberdade, e isso era contra os meus princípios anarquistas. Auxiliá-los? Também não podia ser, pela mesma razão. Eu nunca ajudei, nem ajudo, ninguém, porque isso, sendo diminuir a liberdade alheia, é também contra os meus princípios. V. o que me está censurando é eu não ser mais gente que uma pessoa só. Por que me censura o cumprimento do meu dever de libertar, até onde eu o podia cumprir? Por que não os censura antes a eles por não terem cumprido o deles? - Pois sim, homem. Mas esses homens não fizeram o que V. fez, naturalmente, porque eram menos inteligentes que V., ou menos fortes de vontade, ou... - Ah, meu amigo: essas são já as desigualdades naturais, e não sociais... Com essas é que o anarquismo não tem nada. O grau de inteligência ou de vontade de um indivíduo é com ele e com a Natureza; as próprias ficções sociais não põem praí nem prego nem estopa. Há qualidade naturais, como eu já lhe disse, que se pode presumir que sejam pervertidas pela longa permanência da humanidade entre ficções sociais; mas a perversão não está no grau da qualidade, que é absolutamente dado pela Natureza, mas na aplicação da qualidade. Ora uma questão de estupidez ou de falta de vontade não tem que ver com a aplicação dessas qualidade, mas só com o grau delas. Por isso lhe digo: essas são já absolutamente as desigualdades naturais, e sobre essas ninguém tem poder nenhum, nem há modificação social que a modifique, como não me pode tornar a mim alto ou a V. baixo... ``A não ser... A não ser que, no caso desses tipos, a perversão hereditária das qualidades naturais vá tão longe que atinja o próprio fundo do temperamento... Sim, que um tipo nasça para escravo, nasça naturalmente escravo, e portanto incapaz de qualquer esforço no sentido de se libertar... Mas nesse caso..., nesse caso..., que têm eles que ver com a sociedade livre, ou com a liberdade?... Se um homem nasceu para escravo, a liberdade, sendo contrária à sua índole, será para ele uma tirania''' Houve uma pequena pausa. De repente ria alto. - Realmente, disse eu, V. é anarquista. Em todo o caso, dá vontade de rir, mesmo depois de o ter ouvido, compara o que V. é com o que são os anarquistas que praí há... - Meu amigo, eu já lho disse, já lho provei, e agora repito-lho... A diferença é só esta: eles são anarquistas só teóricos, eu sou teórico e prático; eles são anarquistas místicos, e eu científico; eles são anarquistas que se agacham, eu sou um anarquista que combate e liberta... Em uma palavra: eles são pseudo-anarquistas, e eu sou anarquista. E levantamos-nos da mesa Lisboa, janeiro de 1922.2 points
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Olá growlera... To disponibilizando aki p/ vcs esse puta livro, em sua mais recente edição, do mestre Jorge Cervantes: Marijuana Horticulture - The Indoor/Outdoor Medical Growers Bible O livro é sensacional. Bem completo e detalhado. Abrange todos os temas relevantes ao auto-cultivo. Tem 512 páginas e 1120 fotos/imagens coloridas que realmente ilustram cada detalhe. Informação sobre growrooms, estufas, indoor, outdoor, cannabis medicinal, segurança, iluminação, fertilização, nutrientes, hidroponia, sensemillas, solo, SOG, SCROG, sementes, vegetação, plantas mãe, clonagem, floração, colheita, cura, doenças, pestes, polinização, produção de hashish, calendário e check-list, etc... Em suma, é um ótimo livro, tanto pros iniciantes quanto para os experientes. :pulafuma: Separei o livro em 3 partes pq ele é bem grande. São no total 506 MB: 1° parte - 203 MB 2° parte - 174 MB 3° parte - 132 MB OBS: O livro está em inglês1 point
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eae rapaziada eu cuto pra carlaho le e dicuti sobre os livros q eu li.......então eu tava lendo Alice no pís das maravilha uma versão bem loca comentada por um cra especialista em carroll recomendo!!!!! Agora to lendo Sidarta do hermann hesse....o próximo ja ta agendado 1984! Que livro vc esta lendo agora?1 point
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O que mais me deixa abismado é a pessoa alegar " que geral está se fudendo" por causa do "banner piscando a mil no topo do GROWROOM".... mas tem que ser muito infeliz com essa argumentação ridícula! O cara chega em casa todo lenhado de unhada, marca de batom na cueca, a esposa pergunta o que houve, ele diz : " -Amor, tinha um neon piscando a mil , umas mulheres dançando de biquini... quando vi, já era tarde" A famosa desculpinha INFAME. A SEEDSMAN , EM NOSSO IDIOMA , no link DÚVIDAS FREQUENTES, DIZ CLARAMENTE logo nas 2 primeiras perguntas, podem conferir=> : http://www.seedsman.com/pt/faq 1) Posso encomendar para o país onde eu sou residente? R. Nós enviamos para todos os paises. Porém, recomendamos que você verifique a legislação de seu país para confirmar se você pode comprar legalmente os produtos que vendemos. Todos os produtos vendidos no site são legais para venda no Reino Unido e na Europa. Nao nos responsabilizamos por pessoas que não agem de acordo com a legislação de seus países e não aconselhamos ninguém a fazê-lo. 2) É permitido cultivar sementes de cannabis? Se não, por que vocês as vendem? No Reino Unido e na Europa é legal a posse, compra e venta de sementes de cannabis, mas é ilegal germinar e cultivá-las, segundo as leis nacionais de drogas. Cada país tem suas próprias leis sobre as drogas que estão mudando constantemente, por isso sugerimos que você estude sua própria legislação local. Nossas sementes são vendidas como souvenirs para preservação genética e para ajudar a proteger o patrimônio genético do cannabis para uso futuro e para investigação. Onde o cultivo de cannabis é ilegal, sugerimos o armazenamento de sementes até que haja mudanças nas leis. As sementes que vendemos são apenas sugeridas para a germinação em países onde é legal fazê-lo. Então esse MI MI MI é inadmissível, inútil, incompreensível, descabido e ridículo em um fórum para adultos. Aqui o foco é cultivo de cannabis. Não é de rosa, nem de girassol, nem de lentilha. Fingir ser um bobão é uma coisa, passar atestado de otário na frente de todos é o fim. "Desavisado", "eu não sabia" , "fui de inocente" é conversinha para boi dormir e aqui não tem "garotinho juvenil".1 point
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odos nós podemos cair na onda de baixa auto-estima. Não se entregue. Equilibre sua vida. Faça uma natação.. tem umas garotas bonitas e a agua relaxa. Vai se sentir melhor. Sai dessa onda de ficar ligado. Isso vai te destruir. Seu corpo está cansado e nunca a droga vai ser suficiente. Se liga parceiro.1 point
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Pelo que li é um e-cig e só dá pra usar aquelas essências que são vendidas em tabacaria Boa! Sim, nos modelos atuais os problemas já foram resolvidos. PS: Hoje uma mouthpiece pro ascent de madeira do 'ed's tnt' chega pra mim Edit - como prometido:1 point
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Galera é o seguinte to começando meu grow agora na estufa e tal e queria saber oq fazer se por algum motivo algo sair errado e a policia bater na minha porta... Minha idéia é não cultivar mais de uma planta mas em casa como manejo animais exóticos (todos em conformidade com as leis)possuo uma balanca de precisão em casa na qual uso para pesar os animais e suas refeições. Além disso possuo um rifle m4a1 de pressão (ponta laranja conforme a lei e nota fiscal de compra) que uso em alguns eventos de airsoft. Será que os cops encanariam com essas coisas? Podem entender tudo errado e esse é meu maior medo! Tenho um caderno onde ficam anotados os pesos diarios de refeicao e dos proprios animais1 point
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tu que é estudante de medicina deve ter uma noção do que a cocaína e esses estimulantes fazem nos teus neurotransmissores, pra ti viciar e perder o rumo é dois palito. esquece essa porra de ecstasy, cocaína e essas merdas de estimulantes de dopamina e serotonina, isso é coisa de frutinha irmão, vai te trazer a falsa ilusão do prazer e o efeito rebote é muito maior que qualquer psicodélico. dopamina tem que vir naturalmente, se não tá conseguindo é porque tem alguma coisa errada na tua vida pessoal, e é nisso que tu deve focar: desenvolvimento pessoal. começa a treinar irmão, monta uma dieta, fica grande, compra um bom perfume, sapato, pega 150 pila ai e faz um bom corte de cabelo, tratamento de pele/dente e vai nessas festinhas top aí e pega essa mulherada da medicina que eu sei que tem em peso. confiança é o tu precisa meu caro. nas tuas condições, dar um teco trancado no quarto é chutar o banco com a corda no pescoço.1 point
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Vou morar na garagem e transformar meu quarto num grow nunca antes visto na historia desse pais.1 point
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Salve Salve GaleRa. Passando pra fazer a contagem dos votos. A votação terminou quase empatada, mas temos um vencedor!! Parabéns Mano CATNIP!!! Esse concurso foi seu, com 8 votos!!! Manda uma MP pro RickRoller perguntando como que faz pra retirar o prêmio!!! Segue a lista de apuração com os candidatos, número de votos e donos dos votos. Pren-No-More ----------- 2 --------------- VicenteP420, brunosensi Mitocondria -------------- 7 --------------- Kayalove, FabrícioOlho, iceee, Kenny42, JapaFungi, Catnip, Maconheirodostrilhos Plant Scientist ----------- 4 --------------- naturehigh, loucaço, Coruja Verde, Agatha6 ice ------------------------- 4 --------------- PufPufPass, OGKush, black flag, Mascara Verde pedrero ------------------- 2 --------------- Kiutiano, AlmaRasta catnip --------------------- 8 --------------- SouthIndica, Rasporteiro, Wolf13, RafaSkank, Bah, NPD, ntfsmount, Ilex p. Sivuca -------------------- 1 --------------- Jean Baptisate de lamarck Galo Cinza --------------- 2 --------------- Alien_code, CannaCult Namastê ------------------ 2 --------------- Doug Fanny, Nandu_BR Brunosensi --------------- 3 --------------- Unisonic, BeginnerFarmer, dig420 Gorila Velho ------------- 5 --------------- Kryptos, Gabriel Ls, Pedrero, Cannman, Peu Evandron ----------------- 3 --------------- Namastê, itl, eastsideLB Kryptos -------------------- 2 --------------- paulier, Tok naopossodizer ----------- 1 --------------- cormaya Fiquem a vontade para auditar o resultado, já que tô aqui terminando uma bomba e posso ter viajado. KKKKKK1 point
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melhor disco do jayz é a beyonce https://www.youtube.com/watch?v=4paFnKXY9Zs&index=19&list=PLlsfbPOCMnDvibZpY6pp84GQb93WT48aW Cause we astro travellin, smokin sticky green,then we mental over madlib instrumentals https://www.youtube.com/watch?v=ddp4NiFRTD41 point
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Uma coisa que não entendo, claro não tenho esse conhecimento gigantesco intelectual que você aparentemente mostrar ter, mais uma coisa muita clara de perceber para qualquer leigo que para pra pensar é que no capitalismo se o governo não controla o mercado, quem controla ele são os grandes empresários, os donos de multinacionais, e uma elite muito restrita, e controlam de acordo com seus interesses, o que com certeza não favorece a nação e sim uma pequena minoria. Então ao meu modo de ver essa conversa de que o mercado regula sozinho de livre mercado, só convence quem tem os meios de produção nas mãos, pois ficará na mãos deles o controle do mercado. E o grande problema de toda ideia, conceito, teoria, é a forma de como é aplicado nunca segue o que foi escrito, sendo sempre distorcida. Abrax !1 point
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Salve Rick, vou deixar a pisadura do cavalo sangrar mais um pouquinho. é conveniente nesse momento. Estou com outros afazeres mais importantes para reeleger Dilma. peace.1 point
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oi! antes de iniciar sua leitura bora dar uma germinadinha, pois está começando a JANELA EXCELENTE DE GERMINAÇÃO DE OUTUBRO de 2012!!! http://www.growroom....380#entry956628 PARA LER E VIAJAR 4 TEORIA DOS PRISMAS DE CRISTAL de ALTISSIMA DEFINIÇÃO ou simplesmente.. dissecando a luz. Por mais que se criem ferramentas e sistemas luminosos que consigam "fragmentar" a luz e ministrar estes comprimentos de onda de forma totalmente harmonica e eficiente para as plantas, os cientistas chegarão aos "limites" da partilha de energia quantica nos comprimentos de onda para a planta realizar a fotossíntese harmonicamente. Observando um passo além, por causa disso nem pensar em reaproveitar a energia luminosa contida no fluxo de fotons emitido e absorvido pela planta uma unica vez apenas.. .. Como este limite acredito ainda estar bem longe de ser encontrado, imaginei uma "rota" alternativa onde os comprimentos de onda desdobram-se sem perda de eficiencia luminosa, fazendo com que apenas 1 (um) feixe luminoso original, seja redirecionado para dezenas, centenas ou milhares de plantas, sem perda da energia luminosa original. É fato que a distancia da fonte luminosa em relação ao objeto iluminado é fundamental para o acontecimento de uma fotosintese plena, então através de ferramentas ainda não inventadas, tipo prismas de altissima definição, juntamente com espelhos e lentes consigam fazer que, mesmo distante, o feixe luminoso opere eficientemente a qualquer distancia favorecendo a fotossintese para todas as plantas inseridas neste sistema de iluminação hight tech ainda não imaginado redirecionando sem nenhuma perda quantica cada particula de foton, e ainda reaproveitando estes fotons em outras "passadas" pelo mesmo "circuito" ou "set" de vasos cultivados, continuamente.. O resultado seria um cultivar multi-facetado, onde apenas uma lampada emissora de energia luminosa proveria uma quantidade sem-fim de plantas postas para entrar em floração sem nenhuma perda de eficencia luminosa.. será possível? por exemplo, imagino uma lampada de 180 watts de LEDs provendo energia para a realização da fotossintese de um sem numero de especies indicas, sativas, etc, tendo toda a sua emissão dos cumprimentos de onda direcionada e partilhada por este conjunto de prismas, espelhos e lentes, gerando os mesmos 180 watts de energia luminosa a cada uma das plantas envolvidas neste sistema, sem perda de eficiencia.. se pensar mais além, continuamente. esta seria uma boa utilização para os aceleradores de partículas. acelerar continua e controladamente os os fotons fornecidos para todas as estufas de vegetais (todos) de uma cidade.. pensando mais além ainda, desenvolveria um sistema de captação de excedente de energia fotoluminosa com pequenos paineis fotovoltaicos, no estilo destes que captam a energia solar. este sistema seria acoplado na base da terra do vaso, voltado pra lampada de cultivo, assim captando toda a energia contida nos fotons que já forneceram energia luminosa pra planta e já "passaram" pelo vaso, retornando a um "acumulador" de enegia fotoelétrica (não deve existir ainda, acho..) e assim fazendo deste sitema um motocontinuo eterno. deixa eu parar por aqui! brisa, né? .. Se pararmos para pensar, é uma teoria que representa uma solução simples Igual a tantas outras teorias bem sucedidas por resoluções simples. (nota do editor:) no meio da correção deste post, me veio outra idéia, que já é outra sessão deste post, neste formato de fábrica de idéias, pra vocês refletirem a respeito. os posts desta série virão assim, idéias, idéias.. Aproveitando que a tua mufa tá aquecida com tanta informação pra pensar, aproveita e leia mais essa ideia aqui: PENSANDO MAIS ALÉM.. =================================================================== se tratarmos o excesso de cultivar domestico como se fossem latinhas de aluminio, tais como as empresas de reciclagem fazem, o Estado poderia colocar a disposição de todos os brasileiros "postos" de compra e venda de safras. geraria empregos e impostos, aumentaria a arrecadação e o THC que fosse auferido seria encaminhado para se transformar em remédio para toda população brasileira. se parar pra pensar,, cultivar a própria maconha está tão banal quanto reciclar latinha de aluminio.. por que não aproveitar a idéia? =================================================================== fui!1 point
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Nossa liberdade ta complicada de ser alcançada, mas torçamos para que seja alcançada da melhor forma possível. Hoje um amigo meu me mandou fotos de um outdoor com 8 plantas estilo Jorge Cervantes, coisa linda de se ver, arvore se formando. Que vontade de crescer minhas plantinha em pleno solzão e com espaço total para elas. Detalhe, as 8 dele são bem distintas uma da outra. Haze, Maroc, AK, Colombiam, Lemon Kush, Sleestack. muito legal a coisa lá . Só nessa brincadeira de ter strains diferentes já ultrapassa tranquilo as 6 plantas, ainda mais se você quiser selecionar a melhor de cada, ai piorou, esse esquema de 6 plantas só permite você plantar, e não selecionar, cruzar, curtir mesmo o cultivo, quem gosta de clone vai ficar complicado também. Seeds regulares então heheh já penso planta 6 espera 1 mês de vega e quando manda pra flora 3 ou pior ainda 4 se mostram macho, e ai ? Vai Usar seus 400 / 600 W de hps pra duas ? Osso não. Tem mais essa a energia aqui no Brasil é muitoooo cara. Pra ficar legal tem fazer um esquema com maes e clones, vega e flora, adaptado pro tamanho de seu consumo. Vamos supor que temos 3 mães de linhagens diferentes já selecionadas, 4 clones começando a vegetar e 4 na 4 ou 5 semana de 12/12, vegetando os clones um mês, deixando maior que no Sog para render aproximadamente 50 g por planta seco. Total de 200 grs vamos supor. Porém 200 grs para 2 meses (se formos otimistas e as plantas terminarem a flora com no máximo 60 dias). 100 grs é um consumo médio na minha opinião, alguns fumam mais alguns menos. Este é um modelo de perpetual vegetando bem os clones. No total seriam 11 plantas, e isso se você só quiser manter 3 mãezinhas mesmo, limitando a sua escolha na hora da nova safra. Por exemplo, eu gostaria de ter mães com diversar caracteristicas, menor, maior, rende mais, rende menos, mais cheirosa, mais resinada, mais pedrada, mais eufórica, mais medicinal, High CBD, com buds mais densos menos densos ( para poder escolher qual safra fazer dependendo da humidade da epoca do ano), uma verde, uma roxa, uma preta....Enfim, porque eu nunca vou poder ter isso ? Tem gente que pode achar maluquice, mas muitos aqui tmb pensam assim, são malucos por suas plantinhas e teriam sim uma de cada, mais de 100 plantas e não seria traficante, tenho certeza. Então vamos ajudar dando idéias pro pessoal ai do Jurídico que tá sempre pedindo nossa participação, para que possamos alcançar esse sonho. E que se liberar, torcer para que nós realmente possamos curtir a vontade nosso presente da natureza. O que realmente não se pode TOLERAR é um cidadão de bem ser humilhado, julgado e mal visto por quem não tem um pingo de informação, pais de fámilia presos e difamados, jovens que combatem o tráfico por iniciativa própria, Gente de BEM, realmente de bem, indo parar dentro de presídios com gente da pior espécie. Absurdo, inaceitável to revoltado se de escrever. SOCORRO, pede ajuda pra quem ??? Além de legalizar descriminalizar era necessária uma retratação universal. abraço a todos1 point
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Rasta não é um cabelo, E sim uma nova concepção. Kaya não é uma droga, E sim a santa Elevação. Vai, irmão Rastafari, Espante o mal pra lá, E combata a corrupção. Cumpra a sua missão. És um soldado de Jah, E um general da Revolução. Jah não te dá uma cruz maior do que você consegue carregar. Arme-se, camarada rasta, Diga agora seu basta!1 point
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FUMAR MACONHA... É DIZER AO ESTADO QUE NÃO IMPORTA OQUE ELE O PROÍBA DE FAZER VOCÊ IRÁ FAZER OQUE FOR DA SUA VONTADE DE LIVRE ARBÍTRIO FUMAR MACONHA... É TER DECORADO DE COR O PARÁGRAFO DA BÍBLIA “E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.” FUMAR MACONHA... É PRESENCIAR O COLEGA AO LADO FUMANDO 20 CIGARROS DE NICOTINA EM UM PERÍODO DE 24 HORAS E AINDA TER QUE OUVIR: "MACONHA VAI TE MATAR UM DIA" FUMAR MACONHA... É FRITAR O ULTIMO OVO DA GELADEIRA, E VALORIZAR UM OVO FRITO COMO SE FOSSE O PRATO MAIS CARO DO MELHOR BAQUETE FUMAR MACONHA... É COMPARTILHAR SEU ULTIMO CAMARÃOZINHO PRA "SALVAR" UMA RODA DE MAIS DE 5 PESSOAS SABENDO QUE TAMBÉM SERÁ "SALVO" UM DIA Á LEALDADE DE PESSOAS QUE ACABOU DE CONHECER FUMAR MACONHA... É TER A CONSCIÊNCIA QUE PROÍBIR UMA SEMENTE CRIADA POR DEUS É ABSURDO E FORA DE COMPREENSÃO FUMAR MACONHA... É PELO MENOS UM DIA NA VIDA, SEM COMETER CRIME ALGUM TER TIDO QUE DESVIAR DE UM POLICIAL PAGO PARA SERVIR E LHE PROTEGER FUMAR MACONHA... É COMPREENDER A MUSICA DE UMA FORMA ÚNICA IMPOSSÍVEL DE SER COMPREENDIDA DA MESMA FORMA COM O AUXILIO DA MESMA POR MAIS QUE TENTEM PROVAR O CONTRÁRIO. FUMAR MACONHA... É SABER OQUE ESTA USANDO, CONHECER SUAS CAUSAS ASSUMIR SER USUÁRIO SEM O MENOR PESO NA CONSCIÊNCIA FUMAR MACONHA... É COMPREENDER O MUNDO DE UM FORMA COMPLETAMENTE DIFERENTE E INÉDITA DE QUEM NUNCA O FEZ... PELO MENOS UMA UNICA VEZ NA VIDA FUMAR MACONHA... É NECESSÁRIO PARA UMA VIDA SEM PRECONCEITOS!1 point
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PAZ senhor, por favor, tranquilidade, felicidade verdadeira. e talvez consenso geral seja melhor do que a escolha, que pode ser discrimativa e que pode gerar discuções desnecessárias, que pode gerar brigas, e que pode gerar até... infelizmente não rima mais me inspira.1 point
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ai eu dichavo..tu dichava sai de caminhada pelas estradas caminhando a pé pedindo carona violão nas costas eu fui pra sao tomé ele dichava dichavamos dichavado q é pra nóis pode fumar... comecei cedo ainda era rapaizinho qdo eu fumei unzinho.. Ventania sai de caminhada pelas estradas caminhando a pé pedindo carona violão nas costas eu fui pra sao tomé1 point
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puta essa do bob é de 1000 grau...pena q a q minha mãe compro é em inglês...ai ela me conto mais ou menos tem várias datas das letras discografia....eu tambem ja vi um monte de documentario dele na tv.....1 point