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Olá, bom dia a todos. Vim aqui contribuir nesse tópico com minha experiência no assunto. Eu fui grower durante mais de dez anos, e sempre mantive o lema "o segredo do segredo é o segredo" nos cultivos para uso próprio. No entanto, com o tempo e vendo amigos e colegas pedirem e receberem sementes em casa com toda a conveniência, resolvi arriscar e pedir genéticas superiores para meu quartinho... Estava dando tudo certo, no entanto, um pedido feito no início de 2012 acabou por ser apreendido pela alfândega da receita federal, que o repassou para a PF. Já havia esquecido o assunto e atribuído a não chegada da encomenda a algum erro nos Correios quando, no início de 2013 (quase um ano após o pedido), um discreto policial federal à paisana apareceu no prédio de apartamentos onde moro perguntando sobre mim a um porteiro e deixando telefone de contato. Liguei imediatamente e na mesma hora já sabia do que se tratava; marquei com o agente de me encontrar em outro bairro que não o meu para receber a intimação. O agente foi polido e disse que o caso seria relacionado a drogas mas que, se fosse sério mesmo, já teriam feito operação em minha residência, e não apenas uma intimação... Desesperado, meu mundo caiu e precisei de muita calma, força, fé e racionalidade para saber qual o melhor caminho para me safar desta situação. Nunca havia tido nenhum envolvimento com a polícia (com excessão de um ou outro "achaque" da PM quando era adolescente) e sempre fui cidadão "exemplar", do tipo que estuda, trabalha, ajuda a avó etc... Um amigo e também ex-grower, que, por uma infeliz coincidência, também havia sido pego com sementes apenas um mês antes, me falou do Growroom e da possibilidade de uma assistência jurídica sobre um assunto nebuloso que poucos advogados conhecem a fundo. Escrevi email para o SOS Growroom, pedindo indicação de advogado e instruções jurídicas mas, para minha surpresa, o Sano já marcou uma reunião comigo, junto com Big Cunha, no escritório no centro do Rio; ambos assumiram minha defesa, recusaram qualquer tipo de pagamento e me surpreenderam e me emocionaram com sua solidariedade e amor a uma causa, a do combate à injustiça. No dia do depoimento, fui acompanhado por Big Cunha, que, com sua calma e bom humor, ajudou a dissipar toda a tensão daquele momento. Em 2013, ainda não eram tantos casos como agora, não havia tanta jurisprudência favorável. Tive também a "sorte" de ainda não haver tantos e tantos casos desse tipo, o que possibilitou uma ajuda mais próximo do Growroom, time fantástico ao qual serei eternamente grato por toda a vida (sem exageros). No dia D, o delegado foi objetivo e razoável, me pediu para contar a "história das sementes" e não fez muitas perguntas. Minha linha de defesa, já combinada com o time Growroom, foi de assumir a verdade sobre o pedido das sementes, alegando redução de danos à sociedade e a mim mesmo, e dizendo também que provavelmente ficaria com as sementes até haver algum tipo de legalização no país, antes de plantá-las. Depois do depoimento, só me restaria esperar pela manifestação do Ministério Público Federal. O mais difícil nesse tipo de caso é segurar a onda da espera, da ansiedade, da paranoia e da insegurança em relação ao futuro. Pesquisei muito, e achei desde casos de arquivamento sumário quanto de denúncias de ações penais graves de tráfico internacional de drogas. Tive muita sorte, pois não houve indiciamento por parte do delegado e o Procurador da República no meu caso pediu o arquivamento por atipicidade, baseando-se em jurispridência bem recente do TRF-3 (SP). No entanto, houve um complicador quando o Juiz (isso já em início de 2014, quase um ano após o depoimento) negou competência para o caso e tentou transferir para a jurisdição de São Paulo, onde ocorrera a apreensão. Fiquei desesperado, e corri para o time Growroom (Sano e Big Cunha) que acompanhava meu caso de perto. Ambos articularam um pedido de habeas corpus, muito bem escrito e fundamentado, em que faziam a defesa pelo trancamento imediato do inquérito, pela permanência da jusridição no RJ (pela facilidade que haveria numa eventual defesa em ação penal) e uma bela defesa do caráter e dos antecedentes da minha pessoa. Isso tudo pouco antes de começar a Copa do Mundo... O julgamento do habeas corpus foi favorável à manutenção do processo no RJ (vitória inesperada) mas o julgamento do pedido de arquivamento ficaria mesmo com o Juiz de primeira instância, que se dignou a decidir sobre o caso somente 6 meses depois (final de 2014), após insistentes idas de Big Cunha à Vara Federal para ver o que estava acontecendo. Finalmente, o Juiz decidiu homologar o arquivamento por atipicidade do fato (tese mais favorável de todas) e, até ocorrer a eliminação das sementes e todo o processamento burocrático, o inquérito policial foi finalmente arquivado esta semana última de setembro de 2015. Queria reiterar o quão fantástica e maravilhosa foi a atuação de Sano e Big Cunha com toda a atençao e carinho que deram a meu caso. Imagino que hoje em dia seria mais difícil essa dedicação, pois as apreensões de algumas passaram para milhares e a coisa toda tomou um tom social e político, com avanços como o julgamento da inconstitucionalidade do artigo 28 da lei de drogas em curso no Supremo. Big Cunha foi até o fim no meu caso, assim como em outros em que ele atuou até o seu desligamento do Growroom (por outros motivos). Sano está levando a batalha, com bons argumentos jurídicos e humanistas, até as altas instâncias legislativas e judiciárias deste país, e está de parabéns! Realmente foi um período bem difícil da minha vida, pois além de lidar com todas as dificuldades "normais" da vida (dinheiro, trabalho, família, relacionamentos etc.) havia sempre essa sombra da mão pesada da Justiça, em que você fica à mercê do entendimento de um Procurador e de um Juiz, já que a lei é ambígua e aberta a todo tipo de interpretações. A ideologia e as experiências dos operadores do direito contam mais o que a letra da lei, nesse caso, e é possível, juridicamente falando, um mesmo fato ser considerado desde um "não-crime" (fato atípico) até tráfico internacional de drogas (crime equiparado ao hediondo, sem progressão de pena, perdão ou sursis). E essa insegurança é o que pode matar a vida emocional e social do cidadão envolvido neste tipo de inquérito, além do fato de, durante o curso do inquérito, não poder ser pego com mais nada de errado em sua vida. Fechei o meu Grow, parei de queimar um na rua, evitei mesmo sair à noite para bares e festas para não ficar vulnerável ou ser envolvido em confusões alheias. Passei a valorizar mais a vida em família, em casa e cuidando da saúde, pois um abalo emocional deste perturba o sistema imunológico de qualquer um. Sou praticante de meditação, o que me ajudou muito nos momentos mais difíceis quando parecia não haver esperança, pois fica sempre a pulga trás da orelha em relação a futuros empregos e concursos públicos se chegasse a haver um julgamento por tráfico (que felizmente não houve, nem ação penal nem julgamento). Estudei muito os temas de direito penal e processual penal pertinentes ao meu caso, quem quiser tirar alguma dúvida pode mandar pro meu inbox sem problemas. Quanto a dicas de cultivo, infelizmente me aposentei da vida de Grower e dedico minha energia e tempo a outros projetos culturais. Quero de verdade agradecer, mais uma vez, de coração, ao Growroom, ao Sano e ao Big Cunha, cujo trabalho e empenho foi melhor do que qualquer advogado criminalista poderia oferecer, mesmo se eu tivesse os 30 mil para pagar pela minha defesa. Ofereci pagar-lhes pelo menos uma ajuda de custo, o que eles sempre negaram. Me coloco a disposição para ajudar, no que for possível, outros casos deste tipo. Quem quiser trocar mais ideias sobre o assunto pode enviar mensagem para meu inbox. Desejo a melhor sorte do mundo para todos aqueles injustamente respondendo a inquéritos policiais por causa de ervas ou sementes, o que contraria toda a ideia de direito natural do ser humano de cultivar e consumir o que considera bom para si mesmo. O maconheiro é perseguido na cultura hegemônica careta brasileira, enquanto o bêbado é exaltado nos comerciais de cerveja. O baseadinho é criminalizado enquanto o Rivotril vicia milhares. No futuro, a criminalização da cannabis será vista como hoje vemos a escravidão, como algo bizarro e cruel, que nega o direito humano básico da Liberdade. Obrigado e bom domingo a todos.7 points
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enquanto isso em SC... Apelação Criminal n. 2015.400069-1 Relator: Juiz Mauricio Mortari APELAÇÃO CRIMINAL. CONDENAÇÃO POR PORTE DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE PARA USO PRÓPRIO. ART. 28 DA LEI DE DROGAS. PROVA SUFICIENTE DA AUTORIA E DA MATERIALIDADE. NÃO OBSTANTE, TRATA-SE DE CONDUTA ATÍPICA EM FACE DA INCONSTITUCIONALIDADE DA NORMA INCRIMINADORA. PROTEÇÃO À SAÚDE PÚBLICA QUE NÃO PODE SER PROMOVIDA PELO DIREITO PENAL, MORMENTE PORQUE A CONDUTA EM ANÁLISE ATINGE SOMENTE A SAÚDE DO USUÁRIO DE DROGAS. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ALTERIDADE, SEGUNDO O QUAL A AUTOLESÃO NÃO É PUNÍVEL. PREVALÊNCIA DO DIREITO FUNDAMENTAL QUE PROTEGE A INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE E DA VIDA PRIVADA (ART. 5º, X, DA CF). OFENSA AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL ISONOMIA EM FACE DA AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE NA DISTINÇÃO ENTRE OS CONSUMIDORES DE DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS, MESMO PORQUE A CRIMINALIZAÇÃO NÃO SE MOSTRA EFICAZ COMO MEIO DE EVITAR O CONSUMO DE TAIS SUBSTÂNCIAS. APLICAÇÃO SELETIVA DO DIREITO PENAL A PONTO DE OFENDER O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. DIANTE DOS DIVERSOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS VULNERADOS, POSSÍVEL O RECONHECIMENTO DA INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL SEM REDUÇÃO DO TEXTO DO ART. 28 DA LEI N. 11.343/06. RECURSO PROVIDO PARA ABSOLVER O ACUSADO. http://emporiododireito.com.br/inconstitucionalidade-material-do-delito-de-porte-de-drogas-para-uso-pessoal-e-reconhecida-pela-quarta-turma-de-recursos-de-criciuma-sc/ CHUPEM MAIS ESSA PESSIMISTAS AGOURENTOS!!! A vitória pode até tardar, mas virá.6 points
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Temos algumas ideias de financiamento para as atividades de ativismo e apoio jurídico. Mas lidar com dinheiro é algo sério e precisa ser bem pensado.3 points
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#LiberdadeCabelo Já raiou a liberdade Já raiou a liberdade3 points
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Uma coisa aprendi sobre essa casa nesse tempo que to aqui, o papel dela é ser vanguarda, sempre foi, e vai continuar sendo. Vamos nos organizar mais. Muitas idéias na cabeça e pouco tempo pra colocar em prática. Vejo o que acontece no mundo, Holanda, Espanha, Uruguai, EEUU... Aqui também temos nossa história. Desde 2002 essa casa constrói uma nova realidade. Ainda ta cedo pra falar sobre o Amicus, só quando o despacho for publicado.2 points
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sano, a importância jurídica já é eenorme! Eles já estão lendo uma petição de um ente com sede na internet! Já é uma revolução jurídica. Já consideraram que o GR existe. Bizarro. Muitos parabéns, de verdade mesmo. Mandou muito na argumentação e o STF, pelo menos, já aceitou. A casa não é grande, mas as pilastras são fortes!2 points
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https://m.facebook.com/events/746746582117713?acontext={"ref"%3A3%2C"action_history"%3A"null"}&aref=3&ref=bookmarks1 point
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Apaga a fumaça do revolver da pistola manda a fumaça do cachimbo pra cachola..A violencia toma conta da cidade a sociedade põe a culpa nas autoridades....Não é vantagem descriminalizar para o crime e os mal informados que apoiam o crime sem se dar conta.Tirando isso não tenho duvida que toda a sociedade vai se beneficiar.1 point
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Entrevista - Paulo Cesar Fraga http://www.cartacapital.com.br/sociedade/brasil-produz-40-da-maconha-que-consome-3589.html "Maconha brasileira abastece 40% do mercado nacional" por Marcelo Pellegrini — publicado 21/07/2015 04h44 Pesquisador relata funcionamento do chamado "Polígono da Maconha", onde agricultores pobres do sertão nordestino fornecem matéria-prima para organizações criminosas Polícia Federal faz a queima de um plantio de maconha escondido entre a caatinga O Brasil não é mais somente uma rota do tráfico internacional de narcóticos. Hoje, o País é o maior consumidor de drogas da América do Sul e também um dos maiores produtores, em parte graças às plantações no chamado "Polígono da Maconha", na região sertaneja do Nordeste. "Há um mito de que a maconha consumida no Brasil venha do Paraguai, de que não é um problema nosso", afirma o sociólogo Paulo Cesar Fraga, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). "Na verdade, a agricultura familiar e tradicional do sertão nordestino já produz 40% da maconha consumida no País", diz. Formado por 13 cidades (Salgueiro, Floresta, Belém de São Francisco, Cabrobó, Orocó, Santa Maria da Boa Vista, Petrolina, Carnaubeira da Penha e Betânia, todas em Pernambuco, e Juazeiro, Curaçá, Glória e Paulo Afonso, na Bahia), o Polígono da Maconha surgiu graças a uma confluência de fatores, no topo das quais está o baixo investimento dos governos no desenvolvimento da região. Para Fraga, o governo deveria rever sua política de repressão ao plantio, o que poderia ajudar no desenvolvimento dos municípios afetados pela produção e também os pequenos agricultores, que acabam submetidos às regras do crime organizado. Dados da Polícia Federal mostram que 1kg de maconha rende para um agricultor da erva cerca de 150 a 200 reais, enquanto que a maconha é vendida nas capitais entre 600 e mil reais. Leia a entrevista: CartaCapital: A maconha cultivada no Polígono da Maconha é responsável pelo abastecimento de qual fatia do mercado nacional? Paulo Fraga: Há um mito de que a maconha consumida no Brasil venha do Paraguai, de que não é um problema nosso. No entanto, estima-se que a maconha do Vale do São Francisco abasteça cerca de 40% do mercado nacional, ficando restrita às capitais, às regiões metropolitanas e ao interior do Nordeste. A maior parte da maconha consumida no Brasil vem do Paraguai e abastece os principais mercados como Rio, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e as regiões metropolitanas e as cidades de médio e pequeno porte dos estados do Sul e Sudeste. O Brasil é considerado o quinto maior produtor de maconha das Américas, mas sua produção não consegue abastecer todo o mercado nacional. Somos grandes consumidores. CC: É possível estimar os valores envolvidos nesta cadeia produtiva? PF: Não arriscaria valores, pois não há fontes ou projeções muito seguras. O que se pode dizer é que houve época em que os recursos do plantio tinham muito impacto nas cidades locais. Isso mudou e hoje o impacto é menor. Apesar de não se ter uma política agrária consistente para a região, os programas sociais e ações de desenvolvimento nos últimos anos tiveram impactos mais relevantes. A crise que se avizinha pode significar um quadro como o que víamos o final do anos 1990, em que a pobreza extrema era muito presente na região, a violência era alarmante e a migração da violência do tráfico migrava para outras criminalidades mais facilmente. No final dos anos 1990, das 10 cidades com maior taxa de homicídios no país, três ficavam na região do Polígono da Maconha. CC: O que explica o plantio de maconha na região do Nordeste denominada Polígono da Maconha? PF: A presença da maconha na região vem de longa data, mas o cultivo se intensifica com o surgimento de um mercado no País. Esse surgimento estava atrelado à contracultura nos anos 1970 e teve produção recorde a partir da década de 90. No entanto, a explicação para o plantio de maconha na região do Vale do São Francisco não está apenas relacionada a um fator histórico ou de um mercado consumidor. O deslocamento de agricultores para a construção de hidrelétricas no rio e o crescimento do agronegócio também têm uma parcela significativa na explicação deste fenômeno. O agronegócio, ao mesmo tempo que criou rotas de escoamento, não foi uma alternativa viável de emprego para os trabalhadores rurais. Se somarmos a isso as péssimas condições para o desenvolvimento dos produtos agrícolas tradicionais, em uma região de seca e de baixíssimo investimento governamental, temos os elementos propícios para o crescimento dos plantios ilícitos de cannabis. CC: O senhor disse que, além dos elementos econômicos e sociais, historicamente o cultivo de maconha sempre esteve presente nesta região. É isso mesmo? PF: Há registros da presença de cannabis na região desde a segunda metade do Século XIX. O inglês Richard Burton, navegando pelo Rio São Francisco, identificou a planta e chamou a atenção para o fato de o clima e da vegetação serem propícios ao desenvolvimento de seu cultivo para ser usado comercialmente, na indústria têxtil. Já nos anos 1930, Jarbas Pernambucano, estudioso de questões sociais envolvendo o uso da maconha, revela a presença de plantios para fins de abastecimento dos incipientes mercados de Salvador e Recife. Nos anos 1950, em seu livro O Homem do Vale do São Francisco, Donald Pierson descreve situações de uso coletivo da maconha e de plantio em, pelo menos, cinco localidades. Nesta mesma época, já há preocupação das autoridades brasileiras com a repressão do plantio nessa região. O Polígono da Maconha compreende 13 cidades do sertão pernambucano e baiano. Mais ao norte, desponta outro polo produtor no Maranhão e Pará CC: A repressão ao plantio de maconha ocorre desde os anos 80. Por que ela não foi capaz de acabar com essa prática? PF: Não adianta reprimir sem dar maiores alternativas ao plantio ilícito. É preciso ações como um maior financiamento do pequeno produtor, apoio ao escoamento da produção, integrar as áreas produtivas com os mercados consumidores, amenizar o convívio com a seca e mudar a nossa política de repressão às drogas. Estamos no século XXI e não podemos mais utilizar a desculpa de que a seca é um flagelo. Nessa mesma região, o agronegócio prospera. O problema, com certeza, não é a falta de água. CC: Há interesse de grupos familiares ou de políticos regionais em manter essa atividade, que é altamente lucrativa? PF: Enquanto houver esses problemas de infraestrutura para a agricultura local, haverá o plantio de cannabis. Mas é lamentável que o Brasil não reveja suas leis sobre a produção de cannabis e essa região não possa se transformar em um polo legal para fins medicinais do uso de cannabis, por exemplo, ou de produção têxtil e, mesmo, para fins recreativos. Sei que a questão não é simples, mas precisamos enfrentá-la. Em um possível cenário em que a maconha seja liberada, esta região poderia ser aquela que teria o monopólio da produção, notadamente, no sistema de agricultura familiar. A maconha, então, traria melhores condições de vida para o sertanejo. Porque vamos ainda colocar trabalhadores rurais na cadeia ou na vida do crime? Quem ganha com isso? Com certeza, não é o pequeno agricultor. Quem mais se beneficia não é o pequeno agricultor, mas o atravessador e o "patrão", como na agricultura tradicional. CC: Qual é o perfil do trabalhador envolvido neste plantio? PF: O trabalhador envolvido no plantio da cannabis não se diferencia do agricultor tradicional. São agricultores pobres, que não têm muitas condições de uma vida mais digna de consumo e bem estar fora do plantio ilícito. Muitos deles em uma época do ano plantam o produto tradicional como o algodão, o pimentão, o tomate e, em outra parte do ano, se envolvem no plantio de cannabis. Ou seja, utilizam o plantio de cannabis como forma de complementar sua renda. Outros se dedicam mais intensificadamente e estão mais atrelados à rede criminosa. Mas é importante frisar que a grande maioria dos agricultores locais não têm qualquer relação com o plantio de cannabis. CC: O plantio envolve a família toda? PF: Nos anos 1990 era mais comum ver jovens, adolescente e até criança no plantio. Os programas governamentais implementados nas últimas décadas tiveram um impacto positivo de expor menos esse público às condições de trabalho, na maioria das vezes, penosas. Hoje, quando se utiliza força de trabalho infanto-juvenil é mais na hora da colheita, pois ela precisa ser rápida para evitar roubos de outros grupos ou não ser apanhados pela polícia, que prefere agir na repressão no momento da colheita para aumentar o prejuízo. Muitos jovens, filhos e netos de agricultores atingidos pelas barragens do Rio São Francisco tiveram sua primeira experiência agrícola no plantio de cannabis. CC: É um plantio organizado em grandes propriedades ou em agricultura familiar? PF: Não há latifúndio ou plantios em áreas muito extensas porque isso facilitaria bem mais as tarefas de identificação das polícias, principalmente a Polícia Federal, que hoje já faz um trabalho mais eficiente de identificação de plantios por imagem de satélites. Ademais, plantios muito extensos são de mais difícil organização, planejamento e controle. CC: Então, como os trabalhadores se envolvem neste plantio? PF: Os trabalhadores se envolvem, geralmente, de três formas. A primeira é como assalariado. Sendo contratado por um período, para plantar, cuidar e colher. Pode ser, também, no sistema de meeiro, quando cuida de uma porção de terra e depois divide o produto com quem chamam de "patrão", uma pessoa que geralmente nem conhecem. A terceira forma é como agricultura familiar. Em qualquer um dos três modos, o pequeno agricultor envolvido não tem controle do preço final do produto e se insere de maneira subalterna, em um elo de produção e venda em que há mais atores. O agricultor é o elo mais frágil da cadeia e é quem mais sofre com a repressão porque está na ponta do processo e mais desprotegido. CC: Em quais terras ocorre a produção de maconha? PF: Devido ao fato da legislação brasileira prever terras para desapropriação para fins de reforma agrária em áreas onde forem encontrados plantios ilícitos, as plantações se fazem, geralmente. em terras abandonadas, de propretário desconhecido ou em áreas públicas, inclusive de preservação, como a caatinga. No entanto, com a intensificação das ações de erradicação dos plantios nos últimos anos, volta-se a utlizar plantios em pequenas proriedades, em quantidades de covas reduzidas, para evitar a identificação, e nas ilhas do Rio São Francisco. CC: O plantio acontece o ano todo? PF: Sim, é possível plantar o ano todo, pois não há muita variação e a cannabis é uma planta bem adaptada. O que se busca é variar o período para se evitar as ações de erradicação de plantio. CC: Existe relação entre o uso de agrotóxicos nessas plantações e uma maior frequência das incursões da polícia nesta região? PF: Agrotóxico, no sentido do defensor agrícola para evitar pragas, não. Mas, em relação a uso de produtos para acelerar a produção, sim. Historicamente o plantio de cannabis na região era feito sem a utilização de adubos químicos para evitar o aumento do preço de custo da produção. No entanto, o aumento da eficiência das ações de erradicação das polícias, prevendo ações em períodos de colheitas de quatro meses, levou à utilização de adubos químicos para acelerar o tempo da colheita. Hoje é possível ter ciclos de dois meses.1 point
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A parada é tão sinistra qe um simples julgamento vai demora meses, os cara vai fica brecando isso o quanto eles podem, não é vantagem pra ninguem descrimilazar a não ser para o usuario1 point
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Fala Brother, bem, pelo menos na capital Belém, não é assim não. Pra você ter ideia 10g de prensado custa 50 reais em média, com muita sorte você consegue por 40, em boca quem sabe por 35... Rola sim umas strains soltinhas vez ou outra (que sabe-se lá pq qualquer maconha sem ser prensada o pessoal chama por lá de "kunk" huaehuae) mas o preço... ja vi conhecido meu dar 35reais em 1g, fora que pra conseguir uma strain boa o cara tem que ser bem relacionado. Majoritariamente por lá o que rola é o prensado. Já ouvir falar que no interior a situação é um pouco melhor, no entanto nada de absurdo. Ou o seu primo era um puta comprador e sacava muita coisa ou sei lá... é papo hueahuaeuhe.1 point
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Bom dia, planeta! #RE635659 #cultivocaseiro #descriminalizaSTF Data do Andamento: 02/10/2015 Andamento: Certidão Observações: CERTIDÃO DE RETIFICAÇÃO DE AUTUAÇÃO: inclusão como "amicus curiae" da ANPV e GROWROOM.NET1 point
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Isso é bom né? DataAndamentoÓrgão JulgadorObservaçãoDocumento02/10/2015 Certidão CERTIDÃO DE RETIFICAÇÃO DE AUTUAÇÃO: inclusão como "amicus curiae" da ANPV e GROWROOM.NET1 point
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IMHO, Interesses pessoais, hipocrisia, tráfico de influência, tudo isso infelizmente faz parte do jogo da política. Essa palhaçada com os ministérios por exemplo, aquilo é política, mesmo sendo um tapa na cara do povo a forma como vem sendo conduzido. A questão é que o direito deveria ser apolítico. Se há influência política, logo, podemos concluir que não vivemos em um estado de direito. Concordo. Tem muito nego aí nas redes sociais falando "STF está legislando agora?", o que é uma grande falácia! Legalizar só legislando, ou seja, no congresso. O que o STF faz é julgar algo que foi legislado. No caso, o julgamento quer é tratar se o que foi legislado no Art. 28 é ou não constitucional, se o estado pode ou não se meter na vida das pessoas da forma como faz o Art. 28. Esqueçam essa palavra "legalizar" no momento. O negócio não é legalização. Agora é sobre o direitos do indivíduos. Temos também que brigar com essas abobrinhas que andam dizendo de STF querer legislar. O STF tem todo o direito de julgar se uma lei é ou não constitucional. Assim como a pouco o fez sobre financiamento de campanhas eleitorais.1 point
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Essa informação é real, o Ministro do STJ estendeu o HC para todos os Réus. Acredito que amanhã serão soltos.1 point
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Se não podemos ser amigos da corte, vamos la na frente estender umas faixas e expor nossa opinião. Seria legal a participação do máximo de inscritos do GR, mesmo quem for de outras cidades. Para isso é importante que marcamos uma data legal para todos. O que acha? Um smoke in STF ou Overgrow the STF!1 point
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os três segundo me falaram. mas acho que a ficha só vai cair mesmo quando eles derem as caras aqui de novo.1 point
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Não tô conseguindo quotar black,to meio emo esse mês rrsrs https://www.youtube.com/watch?v=TssTJWVcQoE https://www.youtube.com/watch?v=j24Wi0-iXe4 fizeram uns discs em pt,bem mais ou menos mais ou menos,não escutei tudo,nem com calma,mas do que escutei,não viajei muito não,nozes!1 point
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Acho que esses dados são furados, se fosse a 10 anos atrás, e mais em cidades do nordeste ate podia ser, mais de uns anos pra cá é raro achar maconha nacional, e quando aparece a qualidade é pessíma. Tenho passado por varios estados nos ultimos anos, e gostaria muito de reencontrar os fumos que rolavam a 10 anos, como manga rosa e cabeça de nego, porém é mais facil remendar pneu de trem andando, alias, ate prensado de qualidade ta cada vez mais dificil de achar em muitas regioes do Brasil, fumo top atualmente só o home made, (feito em casa!!!).1 point
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