Dizi digo. dizi digo. Diziii... digo. Dizo digo, dizi digo, dizi digo, dizi digo, dizo digo
Diziiiiiii..... digo. Dizi digo. Dizi digo. Diziiiii... digo.
Agora faço o que disseram que não dava
Pode avisa pra ela, do lado de lá...
Que meu quintal agora, hoje, é o que tá, é o que pá
Então tira os zóio gordo pras minhas flores não murchar
Privacidade eu cultuo no meu lar
Faço o que quero com minha macooo.... nha.
Não fique tão azedooooo.... na.
É só comprar lá na boooooo... ca.
Não vou viajar pra Noronha
Não vou procurar por vergonha
Não sou boa companhia
E ainda assim, pai de família
Um verso reverso na trilha
Uma sombra de noite a esquiva
Na esquina não trava o gatilho nem rima
Sem vácuo, sem calo, destrincho na linha
Minha cara é feia igual de bandido
Criado azarado lá no Campo Limpo
Sofrendo todo o fardo de ali ter nascido
Agora vagabundo nato, intelectual favelado
Meu sorriso engana os fracos
Minha ira um estrondo, um tiro, um traço
De graça muita morte por motivo bizarro
Mesmo fora carrego a atitude debaixo do braço
Nem sempre ajudo quem precisa
Se foram muitos dos que eu conhecia
Ficou foi só as minhas Marias
Mulher e filha
Campo Limpo sofrido foi pic terrorista
Mó putaria, gira gira giro flex da porra da policia
Se joga, sai da linha de tiro, policia é bandido
Isso que a gente chama de brincadeira de menino
Só não foi a infância completa
Cirurgia feita por médico de merda
Não imbecil não foi a porra da guerra
Foi o cerol do menino sem teto
Foi a filha da puta de merda
Madame da dona Josefa
Pediu para ela fazer hora extra
Sem alteração sem mais pão
Essa foi a sentença
O menor bolado com os branco brincando
Foi pipa, foi linha, foi tornozelo
Acende um bolado na laje do fundo
Cheio pipa e sangue
O menor todo treme
Nem sabe se ele come hoje
Tem um pipa, uma linha e fabricou dores
O menor dos doutores
Largado sozinho sem direito a nada
Sem rima, sem vida, sem pai, só quadrada
Com fome, com raiva, com 13 no pente de prata
Ele dita a rima, da letra pro bonde da cabra
Nos anos 90 surfei no trem da Barra Funda
RZO, deu a letra, confira
Assim que é, é... sem proceder não para em pé.
Então firma a porra do pé no bagulho
No começo o perrengue, é, assim que é
Pensando naquilo que foi e no que não é
O proceder arriscou e eu nunca botei muita fé
Sabe comé que é... já falei que na banca não cola mané
Vivência violência, favela brazil
Puto que partiu, fui mais um desses mil
Mas não quis não sabia, ou não me deixaram
Histórias distintas, tenho raciocinado
Meu pai foi presente com espancamentos
Minha mãe olho roxo e sem dente direito
O filha da puta fazia e não tava nem vendo
Cresci sem exemplo, fui homem primeiro
Não durmo no ponto
Estiquei uma vela, só remo sem vento
Fumei foi um cone, já era sem tempo
Maconha me acolhe, desfaz um detento
Como posso no poço do passo pesado
Morrendo por vias de fato
Não ficar fadado ao fracasso
Dos que somam sou sempre lembrado
Eu encaro, e pulo de pé no peito
Se mexer com quem tenho respeito
Teve vários que subiu, sumiu, surgiu e sucumbiu
Mais uma vez, pesado mesmo, aqui é pic de preto
Mais um irmão, na função, jardineiro
Trazendo um palavrão, um verso e um pensamento
Que só é hoje, surgindo com o tempo
Do vento silêncio de uma brisa boa de abrigo
“atrasado eu to um pouco sim, to, eu acho”...
Por que se importar com o que tenho tragado?
Do fato velado é que faz-me bem um bocado
Ao fado que trago de parecer almofadado falando pálido
Tenho muito cuidado
Tortuosos são nossos caminhos
Porque nos levaram a um vil moralismo
Que golpe sinistro
De um cinismo cósmico
Comporão o kórun clero, credo
Comem porcos, consomem pilhas
Formam restos, soam primas
Formam gestos, todos hipócritas
Toda vida é feita de fracassos e sucessos
De acertos e adeptos, errados e sinceros
De perversos e pretensos pleitos
Dos austeros e maldosos vetos
Assombros fazendo quem somos
Afronto até ontem eu tomo e ainda sou todo em escombro
Resgatado pelo Som do meu chão de inicio
Heróis de raiz, crime e ritmo
Favela matriz, meu eu lírico
Mesmo com o risco do jogo infeliz
Corpo e alma, eu estico
Fácil? E o cê, que me diz? Digo.
Digo que onde nasci nasce os fortes
Faço inversões, virei algozes
Sendo um dos seus tremores
Sou mais um, novos valores
Meus sonhos são sólidos dizeres
Vieram de saberes de gente de entenderes
Perduraram pelo tempo passado e o presente
Ponho em xeque, todo dia, todos eles
Os anos que vem quem me conte
Se não te fizerem mais forte
Não valem nem duram bastante
Se levante e se põe adiante
Cresci com mulher sendo hoje
Mais homem do que ele foi ontem
Tem homem ganhando como civilização
Separando a mulher o seu monte
Ela não é só parte ela é quem gera a gente
A Natureza é mãe e deus sabe
Deus mesmo se for escolher
Escolheu sendo deusa do viver
Nem vem, não canto os rumores
Quem vem, o que vendo são flores
O que tem, a cor de sabores
Refém sou dos seus desfavores
Que entendam quem somos
Que rufem os surdos
Aos pobres foram dadas as vozes
Da erva que se planta e que cresce
Tão Santa como se voltasse o Cristo
Tamanho são seus benefícios
Seus usos já são científicos
Insisto que se mude o prescrito
Sem os meus amores
Meus frutos de suores
Meu samba de elite
Meu sonho de equipe
Não se mexe em raça de time
Nem se mata por raça ou por time
Nem quem joga de graça ou por vinte
Ninguém troca de cor ou de time
Nem camisa com qualquer um patife
Já falei o negócio é o seguinte
A rede globo, mentira é uma crise
Veio o tombo, que sequela que segue
Joga o jogo, resistência tem sempre
Não se mede o real pela pele
Nem o sangue pode fazer esse teste
A beleza mora no seu caráter
A moral é só mais uma tese
O que vende é o que se prefere
Eu permaneço imóvel no cerne
Sinto febre e raiva gritante
Curo com amor e maconha constantes
O certo não é mais o certo esqueça o filme
Do mundo de ponta cabeça que se exibe
O certo sendo o errado protagonista
A pobre ovelha atuou como predador sendo presa
Espero que entenda
Não uso metáfora
Espero quem queima
Pra passar o sábado
Sem passar a repassar preces prefeitas
Em compassos passados sem pressa nem prensa
Pelos pasmos que pousam seus passos passados pelo sistema
Mas colam sem pano com trapo
O tênis já todo rasgado
Dão um ralo lá no fliperama
Dia e noite por um pão com pingado
Tão chamando cereal de patrão
E se achando os donos do balão
Só que não, cheguei de outra nação
Me adiantei com mais precaução
Mas a marofa falava mais alto
Cidadão de bem(mais alto) rotulando o novato
Vagabundo que usa narcótico
Planta maconha e vende pro tráfico
Que se esbarrem todos no inferno
Dando todos a mão pro diabo
Pois mataram gente Honesta
E fizeram genocídios históricos
Não quero rever a História
Nem quero algum prêmio Nobel
Pretendo aprender no caminho
E, com sorte, plantar o meu mel
Dissabores tão nobres
Que pilham as vozes
Daqueles que pagaram por vezes
Pra manter a mentira deles
Bem mais do que nunca ninguém mereceu
O mal do mundo nunca morreu
O sol raiou e se dissipou
E o tempo se entornou e o ser se entenebrou
São muito sombrios nossos tempos.
São muitos os tempos sombrios
Faltam os tempos sublimes
Para virem sublimar o Brasil.
b.b.