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  1. Amigos, Não que eu seja dono da razão, de forma alguma, mas posso tentar trazer uma visão mais científica (sou médico). É bem sabido pela literatura médica que o cigarro está fortemente associado à gastrite e à doença do refluxo gastroesofágico. Não se deve confundir refluxo com a doença do refluxo. Refluxo é algo fisiológico, que todos nós temos, porém quando este fenômeno começa a se intensificar e ficar mais frequente, temos os problemas da doença do refluxo. A causa mais comum de refluxo é uma hipotonia (enfraquecimento) do esfíncter esofagiano inferior (é a região final do esôfago, que tem uma pressão mais elevada pra se manter fechado). Como podem ver, não há um músculo específico fechando o esfincter (como no ânus, por exemplo), é simplesmente uma região de maior pressão, onde atravessa o diafragma (ligando o tórax ao abdome). Porém em alguns casos, há um defeito anatômico, chamado de hérnia hiatal, onde há um deslizamento ou deslocamento do estômago para cima. Bom amigos, mas essa causa de hernia de hiato corresponde à menor parcela das causas. A grande maioria das pessoas tem um defeito funcional do estômago, onde há um desequilíbrio entre secreção ácida e proteção. Esse desequilíbrio pode ser devido à nicotina (mentolado ou não), devido à algum estresse, à má alimentação, exageros alimentares, etc... Esse desequilíbrio gera a síndrome dispéptica, a popular "gastrite", que é aquela queimação, aquela azia, aquele desconforto gástrico que a gente sente. Quando combinamos essa situação, à situação de fraqueza do esfincter do esôfago, esse ácido reflui, causando danos à mucosa esofagiana (que n é protegida contra ácido), podendo subir até a boca e aspirarmos em pequenas quantidades, causando sintomas como rouquidão, tosse, etc... A maior parte do tratamento se baseia em mudanças de hábitos de vida, como mudanças alimentares: evitar refeições copiosas, fazer 6-7 refeições diárias em menor quantidade e melhor qualidade, comer frutas, evitar alimentos formadores de gás (cebola, brocolis, alface, couve-flor, ovo, feijoada, ...), evitar se alimentar menos de 1h antes de dormir e dormir com a cabeceira da cama elevada. Além desses, se possível, reduzir a carga de stress diária, ou resolver algum fator estressante naquele momento (coisas que dependem 100% do indivíduo). Com essas mudanças apenas, a pessoa já pode melhorar, sem necessidade de medicamento. É muito importante evitar o cigarro também, além de relaxar o esfincter esofagiano inferior, facilitando o refluxo, ele causa 1001 malefícios pros outros órgãos e sistemas. Eu confesso que fumei bastante durante a faculdade, mas me vi num ponto que ou eu pararia ou ficaria viciado por muito tempo =/. Posso ajudar a orientar alguém que desejar parar, caso necessitem. Voltando, em casos mais graves, que mesmo com essas mudanças não há melhora, fazemos o tratamento com omeprazol ou semelhante, mas sempre com o objetivo de retirar assim que possível o medicamento.
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