Mais ou menos por aí Plant. Mestrinhos pra todo lado, em todas a religiões. Realmente religião é um saco, como já disse em algum post por aí, acho que aqui mesmo, prefiro religiosidade. Esse é o lado bom do Daime
Tira fora a fogueira das vaidades.
Lá existem tarefas e postos,
pessoas que fazem e botam banca.
Pessoas que já fizeram e botam banca.
Até pessoas que não fazem porra nenhuma e também botam banca.
Muito neguinho tá vendendo daime a Euro.
O Mestre Irineu nunca vendeu uma gota.
Aliás, dizem que ele não vendia nada.
Contam os contemporâneos que ele plantava horta e arroz e distribuía a colheita entre os vizinhos.
Só pegava o necessário pra comer e distribuía o excedente.
Nunca fez um trabalho de Daime sem entrar na fila da secretaria e dar sua contribuição que é o procedimento padrão nas igrejas do Daime, mas tem muito bacana que não dá um centavo lá. Fazer o chá e levar o ritual tem custos e estes devem ser rateados. Não é para ganhar grana. Não é bilheteria essa cobrança que existe, é custeio. Contribuição em torno de 20 paus tá mais que bom.
Além disso diziam que ele tinha uma força lendária nos seus mais de 1,90 m de altura, muito carinho, doçura e serenidade. Uma pessoa adorável.
Mas a doutrina pura dele praticamente não existe mais. Na série da Rede Globo mostraram um pouco do centro da viúva dele, dona Peregrina. É o centro que ainda mantém a originalidade, mas existem trocentas linhas derivadas, trabalhos inventados, mil hinários. Mil "invenções de moda"
E essa é só uma das linhas brasileiras de uso da ayahuasca.
Tem muitas outras: barquinha, UDV, tem até um grupo chamado OI - Oasqueiros Independentes.
Mas aprendi lá que o legal mesmo é se concentrar e os hinos servem pra isso.
Além de trazerem a singeleza brejeira do brasileiro na maneira de expressar.
Tirando os preconceitos são bonitos e até poéticos.
Mas como mantras são repetitivos mesmo.
É muito santo, muito Jesus, muito papaizinho, mamãezinha, virgem maria, solzinho, florzinha... meio meloso pra quem está de fora.
Mas estando lá dentro, no momento do aperto, o conforto que você recebe da corrente dá vontade de cantar e cantar e cantar.
Dá até pena quando está amanhecendo e o hinário está acabando.
O hinário do Mestre possui 132 hinos (129 na verdade).
Quando tá lá pelo 110 já começo a lamentar pela proximidade do fim, acredita?
Mas atualmente estou afastado pelos motivos que falei: Comércio, falta de identificação com o Mestre e fogueira de vaidades. Tenho feito cultos domésticos com um casal amigo junto com minha esposa. Só nos quatro cantamos um hinário completo.
O efeito do chá é top demais. Te joga na parede e te faz ver seu eu.
Tipo, se você tiver feito algo errado, errado mesmo, e "se perdoou" até covardemente, durante o efeito você lembra disso. Sente culpa. Sofre.
Já sofri por lembrar de mal jeito no tratamento com meus filhos.
Já sofri por não ter socorrido um cachorro atropelado na estrada.
Já sofri por um cara que eu soube que tinha suicidado. E nem conheci o cara. Muito louco.
Eu perguntava pra Deus porque eu estava ali sofrendo por um cara que nem nunca tinha visto.
Mas é um papo muito pesado, tem hora.
Cada um tem sua experiência lá.
Todas são muito válidas e nos direcionam ao auto conhecimento.
Muito bom isso.
Vale a pena.
Abraços manos.
Qualquer coisa estamos aí.
Na tranquilidade e na paz.
Valeu()ssssss)