Germina
Trabalho no grow com afinco e cuidado
Sempre aceso na boca o meu baseado
Das flores mais lindas estou acompanhado
Marginalizado, mas contra a farsa do Estado
Cultivado, me moldado neste novo tempo e estado
Que me trouxe menos dor e me deixou mais centrado
É fato, meu sangue indígena, antepassado tragado
Era sábio o danado e deixou seu sereno sacro marcado no espaço
Soma os insumos nos sacos e soca nos sulcos ávido
Os tais pesados carregam cernes e sobem nas veias
Saem roxos nas mãos da parteira ou saem em leis e penas
Entendam dor e consequência em uma rima sem pena
Semeia na sementeira a semente acima e acena
Na cena a menina curvada como bailarina
Cresceu, rompeu a superfície e se anima
Supérfluos tensivos insistem em proibi-la
É arte, alguém grita
Que rota essa sina
Nos tirou a Sativa
Por pinga