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Tudo que PPerverso postou
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Novo é proibir, coisa de 100 anos pra cá. Brasília here we go!!!
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A composição da Comissão do Senado já tinha sido postada no tópico sobre a Comissão de Juristas que se debruçaram sobre o projeto de novo Código Penal. O moderador podia fazer um merge com as informações que foram postadas sobre os Senadores...
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O kringor tava passando por problemas profissionais dada a conectividade que existe entre buscas pelo nome dele no google e a atuação dele no growroom, uma reles coincidência? os reptilianos dizem que não.
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Pior que não basta legalizar, mas tem que regulamentar!!! Mas vamos um passo de cada vez que ta dando certo
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Manga rosa x Blue rocket - votação sem premiação
topic respondeu ao Donkeydick de PPerverso em Eventos e Competições
E a finalização da votação foi 23 de agosto de 2003 -
Manga rosa x Blue rocket - votação sem premiação
topic respondeu ao Donkeydick de PPerverso em Eventos e Competições
2? tá mais pra 9 heim -
Código Penal Senado define comissão que analisará novo CP Tweetar 18/7/2012 O Senado definiu a composição da comissão que analisará o projeto do novo CP. O grupo, formado pelos senadores indicados pelos blocos partidários, discutirá mudanças antes da votação do projeto pelo plenário da Casa. As propostas serão anexadas ao texto que propõe o novo CP. O anteprojeto, que traz mudanças polêmicas como a criminalização do bullying e jogos de azar e descriminalização do porte de drogas para consumo, foi elaborado por uma comissão de juristas presidida pelo ministro do STJ Gilson Dipp e teve como relator o procurador da República Luiz Carlos Gonçalves. São titulares da comissão os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB/SP), Antonio Carlos Valadares (PSB/SE), Armando Monteiro (PTB/PE), Benedito de Lira (PP/AL), Clovis Fecury (DEM/MA), Eunício Oliveira (PMDB/CE), Jorge Viana (PT/AC), Magno Malta (PR/ES), Pedro Taques (PDT/MT) e Ricardo Ferraço (PMDB/ES). Os suplentes são Ana Rita (PT/ES), Eduardo Amorim (PSC/SE), Gim Argello (PTB/DF), Jayme Campos (DEM/MT), José Pimentel (PT/CE), Luiz Henrique (PMDB/SC), Marta Suplicy (PT/SP), Sérgio Souza (PMDB/PR) e Vital do Rêgo (PMDB/PB).
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Mato a cobra e mostrou o pau!!!
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Menor De Idade Fumar Maconha E Ai?Oque Vcs Acham?
topic respondeu ao duz1ka de PPerverso em Comportamento
As quatro terríveis verdades sobre a relação entre as drogas ilícitas e a ciência (parte 4 de 4) A quarta terrível verdade sobre a relação entre as drogas ilícitas e a ciência é que é que tanto a idolatria do conhecimento científico quanto a alegação de que “não se tem dados confiáveis para legalizar” são falácias ideológicas travestidas de respeitabilidade científica ou de cautela com o objetivo de manter indefinidamente a falida política proibicionista. Nunca na história da humanidade “uma base confiável de dados” foi critério decisivo para a tomada das mais importantes decisões políticas. Pelo contrário, inúmeras vezes as decisões políticas foram e são tomadas não somente na ausência de qualquer base confiável de dados como também contra todas as indicações de amplas bases de dados. Quando há interesse de justificar a ideologia proibicionista, entretanto, a exigência de perfeito conhecimento com absoluta validade científica é invocada como condição sine qua non para a tomada de decisões. Por que isso? Os motivos são vários. Ciência como desculpa protelatória O motivo mais óbvio para utilizar a ciência como suporte ideológico para a ideologia proibicionista é que sempre se pode alegar “falta de consenso”, independentemente do quanto esteja evidente para um observador racional que o conhecimento naquele campo de estudo esteja muito bem consolidado. Isso acontece porque é fácil encontrar “cientistas” que digam praticamente qualquer coisa em troca de dinheiro, de exposição na mídia e até de aceitação em uma comunidade religiosa. Exemplos famosos de “cientistas” que dizem qualquer coisa em troca do estímulo certo são os da indústria do tabaco, que durante décadas sustentou que “não havia prova” de que o cigarro causasse câncer, das indústrias do petróleo e do carvão, que até hoje sustentam que “não há prova” que exista aquecimento global em função do consumo de combustíveis fósseis e dos psicólogos crsitãos fundamentalistas que insistem em “tratar” homossexuais para convertê-los à heterossexualidade. Com base nas declarações desse tipo de “cientista”, muitas vezes detentores de cargos importantes em instituições públicas como universidades ou centros de pesquisa – de onde exercem poderes que nada tem a ver com a correção de seus argumentos e com a qualidade de suas pesquisas – é que, com o apoio da mídia proibicionista, se mantém durante anos ou décadas a ilusão de que “não se tem dados suficentes” ou mesmo que os dados existentes apontam na direção exatamente oposta à realidade. Ciência como desculpa ideológica Usar supostas lacunas no conhecimento científico como fundamento para manter a cautela parece lógico e responsável, quando na verdade é um mero subterfúgio para impor uma decisão predeterminada. Isso acontece porque a maioria das pessoas não vai além de uma análise muito superficial quando aquilo que é dito por uma figura de autoridade encontra eco em seus próprios preconceitos, mesmo quando a ideologia travestida de ciência é imediatamente desmascarada. Um exemplo nítido e recente desse fenômeno foi a pataquada pseudo-científica protagonizada por Ronaldo Ramos Laranjeira, professor titular de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Instituto Nacional de Políticas sobre Álcool e Drogas (Inpad/CNPQ), e Ana Cecília Petta Roselli Marques, doutora pela Unifesp, pesquisadora do Inpad/CNPQ. Eles afirmaram, em um artigo intitulado “Maconha, o dom de iludir”, que “não existe indicação terapêutica para utilizar maconha que já seja aprovada pela ciência” e que “até hoje há poucos estudos controlados, com amostras pequenas, e resultados que não superam o efeito das substâncias tradicionais, que não causam dependência”. Ora, estas afirmações são claramente falsas, como imediatamente alertaram Sidarta Ribeiro, professor titular de neurociências da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), João R. L. Menezes, professor adjunto da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e coordenador do simpósio sobre drogas da Reunião SBNeC (Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento) 2010, Juliana Pimenta, psiquiatra da Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro e Stevens K. Rehen, professor adjunto da UFRJ. Eles esclareceram, em um artigo intitulado “Ciência e fraude no debate da maconha”, que “dezenas de artigos científicos atestam a eficácia da maconha no tratamento de glaucoma, asma, dor crônica, ansiedade e dificuldades resultantes de quimioterapia, como náusea e perda de peso” e que “a maconha foi selecionada ao longo de milênios por suas propriedades terapêuticas, e seu uso medicinal avança nos EUA, Canadá e em outros países”. O que vai permanecer circulando como argumento entre os proibicionistas, entretanto, é que “não existe indicação terapêutica para utilizar maconha que já seja aprovada pela ciência”, pois esta, apesar de ser uma informação falsa, foi dita por alguém que ocupa um “cargo de cientista” e isso basta para quem nutre os mesmos preconceitos negar a validade ou mesmo a existência do posterior esclarecimento da verdade. Ciência como desculpa sanitária O argumento pela suposta proteção à saúde pública é dos mais usados pelos proibicionistas. Como expliquei em outro artigo, está claro que a saúde é argumento falso para proibição da maconha tanto pela existência de inúmeros outros fatores que são muito mais danosos à saúde e que são totalmente ignorados pelos proibicionistas quanto pela evidência de que os proibicionistas não se importam com todo o sofrimento evitável e com as inúmeras vidas que poderiam ser salvas fazendo uso do potencial nutricional e terapêutico da maconha. O que precisa ficar claro é que o mesmo argumento vale para todas as outras drogas. A cocaína já teve largo uso na medicina ocidental. O ópio foi largamente utilizado na medicina oriental e dele deriva a morfina, hoje utilizada em todo o mundo. O ecstasy já teve amplo uso em psicoterapia. Ou seja: se todas essas substâncias já foram consideradas suficientemente seguras para uso em situações específicas, então necessariamente elas possuem um certo grau de segurança também para propósitos recreativos. Até mesmo o crack já teve um impacto positivo na saúde pública! Isso aconteceu quando o crack substituiu a cocaína injetada como droga de abuso de preferência e assim fez despencar os índices de transmissão de HIV nos presídios e provavelmente em outras comunidades de viciados em drogas injetáveis. Quem achar que eu estou louco por afirmar tal sandice, morda a língua, porque quem afirma isso é o famoso Dr. Drausio Varella, conhecido por sua ortodoxia científica: “No ambiente marginal de cidades como São Paulo, a cocaína injetável foi substituída pelo crack. Para dar uma idéia, em 1989, no auge da epidemia de cocaína injetável, num estudo epidemiológico por nós conduzido na Casa de Detenção (Carandiru), encontramos 17,3% dos presos infectados pelo HIV. A repetição desse estudo em 1995, em plena era do crack, mostrou que a prevalência havia caído para 13,7%. E para 8,5%, em 1998, quando ninguém mais injetava droga na veia.” (Drausio Varella) Para quem não se deu conta, este é um caso espontâneo de redução de danos, no qual a droga que reduziu o sofrimento e que salvou muitas vidas foi nada mais, nada menos, que o tão demonizado crack. Se tivesse dependido dos “especialistas” a autorização para substituir a cocaína injetável pelo crack fumado, como estratégia parcial de um projeto de redução de danos, a prevalência do HIV não teria caído de 17,3% em 1989 para 8,5% em 1998. Quanto sofrimento evitável teria se agravado e quantas vidas teriam sido perdidas devido a preconceitos e ideologias? Talvez menos do que hoje em dia está se agravando o sofrimento e perdendo vidas devido a preconceitos e ideologias que impedem a substituição do crack pela maconha, conforme os estudos de Dartiu Xavier. Mas os “especialistas” proibicionistas continuam dizendo que “drogas fazem mal à saúde, e por isso devem ser proibidas”, independentemente de todas as evidências de que esse nível rasteiro de simplificação não corresponde aos interesses, às necessidades e à realidade da sociedade, sendo portanto responsáveis pela geração de muito sofrimento evitável e pela destruição de muitas vidas. Ciência como desculpa humanitária Quando um “especialista” proibicionista insiste que para evitar sofrimento, as drogas devem ser proibidas , não é difícil verificar se ele está sendo sincero: basta perguntar se ele se importa com o sofrimento de um jovem de 18 anos que tem sua vida destruída não pela substância, mas pela prisão em função do porte de alguma quantidade de droga. Ou com o sofrimento da família deste jovem. Confrontado com o sofrimento dos “infratores”, normalmente o discurso dos proibicionistas muda de “sofrimento” para “responsabilidade”, mostrando de modo inequívoco que o discurso da evitação do sofrimento é apenas um subterfúgio para justificar a imposição da ideologia proibicionista, não uma preocupação sincera com o bem estar das pessoas sobre as quais incidirão as conseqüências da proibição. Com o mesmo descaso, os proibicionistas ignoram – ou fingem ignorar – que a dinâmica social e econômica do uso, do abuso e do comércio de drogas ilícitas é tanto mais daninha para os diretamente envolvidos e para a sociedade em geral quanto maior a repressão exercida. Se a proibição aumenta o preço da droga, torna o tráfico mais lucrativo e portanto mais atraente para a população miserável, que importa? Basta investir um pouquinho de nada dos impostos do contribuinte no salário de outros miseráveis para que eles se matem um aos outros, fazendo uma faxina nos andares de baixo da pirâmide social. O problema só começa a ser preocupante quando a violência e a corrupção atingem os andares superiores da pirâmide social. Aí surgem as campanhas de conscientização e cobranças pelo recrudescimento da repressão que só servem para piorar a situação nos extratos inferiores da sociedade e aumentar a insegurança de todos. Enquanto os “especialistas” proibicionistas insistem em recomendar a proibição e fomentar a repressão, a máquina de moer carne humana viva enriquece o crime organizado e abastece a política e a mídia com os elementos que necessários para justificar suas “ações sociais”. Tudo muito humanitário. Ciência como desculpa diversionista De todos os citados, o principal motivo para apresentar a questão das drogas como dependente do conhecimento da ciência é que isso desvia o foco do verdadeiro debate, que não tem nada a ver nem com ciência em si, mas com cidadania, segurança pública e Direitos Humanos. Colocar a questão das drogas em termos tais que a opinião dos supostos “especialistas” é valorizada acima da avaliação política – que pode e deve ser feita por todo cidadão consciente e participativo na definição dos rumos da sociedade - implica seqüestrar o debate do âmbito da cidadania para o âmbito da tecnocracia e da pressão de grupos de interesse raramente interessados no bem estar de terceiros. A ciência é a melhor estratégia de que dispomos para levantar dados e analisá-los de modo coerente para embasar decisões técnicas, mas de modo algum é a senhora de nossa cidadania. Se a ciência mostra que a droga “x” faz mal deste e daquele modo, este é um dado objetivo que está dentro do escopo da ciência, mas isso não implica que esta informação dê norte a qualquer política. Fazendo bem ou fazendo mal, é da alçada da cidadania e do livre arbítrio de cada cidadão decidir pelo uso ou não uso de tal substância. Ao Estado não cabe tutelar a consciência, nem a moralidade, nem a vontade do indivíduo, mas regular as relações sociais. É lícito e necessário que ofereça ao cidadão uma educação de alta qualidade, que o capacite a formar senso crítico e desenvolver habilidades cognitivas que lhe permitam absorver, compreender e avaliar criteriosamente as informações sobre o uso de quaisquer substâncias de tal modo que possa decidir de modo consciente e bem informado se esse uso é adequado ou não para si. Ao Estado cabe também oferecer a todos os cidadãos condições dignas de vida e oportunidades de desenvolvimento pessoal que o liberem de qualquer necessidade de fuga da realidade motivada pela desigualdade social opressiva, excludente e humilhante que conduz a escolhas desesperadas ao invés de escolhas lúcidas. Se o Estado tenta fazer mais do que isso, usando como fundamento o conhecimento científico, está se afastando de sua responsabilidade e passando a intervir na esfera privada, ditando padrões de comportamento alheios aos que lhe cabe legislar, que são apenas aqueles necessários para manter a harmonia das relações sociais, evitando a injustiça e a opressão. Conclusão Nestes assuntos quem tem que ter a última palavra não são os cientistas, não são os políticos e não é o Estado, somos eu e você, cidadãos de mente livre, senso crítico e bem informados, capazes de discernir o que é melhor para cada um de nós sem a necessidade de alguém que nos diga como devemos pensar e nos comportar. Se não é assim que funciona hoje, é sinal que, apesar do alerta de George Orwell, o Grande Irmão zela por nós. -
Menor De Idade Fumar Maconha E Ai?Oque Vcs Acham?
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As quatro terríveis verdades sobre a relação entre as drogas ilícitas e a ciência (parte 3 de 4) A terceira terrível verdade sobre a relação entre as drogas ilícitas e a ciência é que todos os cientistas que demonstram que estas drogas não possuem efeitos negativos tão terríveis quanto a ideologia proibicionista procura fazer crer, ou que possuem efeitos positivos em determinadas circunstâncias, sofrem ataques pessoais que visam sua desmoralização tanto na comunidade científica quanto na grande mídia, que distorce suas informações, não publica seus esclarecimentos e oferece amplo espaço para seus detratores. Recentemente assistimos perplexos uma batalha pública de desqualificações pessoais devida à divulgação na imprensa da informação de que a maconha fumada é a melhor droga de suporte para o tratamento da dependência de crack: “Havia um grupo de pacientes no nosso serviço de tratamento contra o crack que não conseguia largá-lo pelas maneiras tradicionais, eles mencionaram para a equipe médica que a única maneira que eles conseguiam se manter longe do crack era quando eles usavam maconha e, normalmente, quando estamos tratando algum dependente, falamos para não usar nenhuma droga, mas como todos eles falavam a mesma coisa, que a maconha estava ajudando, resolvemos investigar esse fenômeno. Nós os acompanhamos por um ano, fazendo o uso de maconha, tentando largar o crack. A surpresa foi que, depois de seis meses, 68% tinha largado o uso de crack através do uso da maconha, e mais surpresa ainda foi que depois eles não ficaram dependentes da maconha, eles pararam espontaneamente de usar maconha, nem trocaram uma dependência pela outra.” (Dartiu Xavier da Silveira) Esta é simplesmente a maior taxa de recuperação já registrada em um tratamento único contra a dependência do crack, o que deveria ser recebido com entusiasmo pela comunidade científica e pela comunidade médica. Um estudo que alega ter descoberto um tratamento capaz de promover a maior taxa de recuperação já registrada na luta contra a dependência do crack é algo tão positivo que este estudo deveria ter sido imediatamente repetido por diversos grupos independentes para ser rapidamente validado ou invalidado devido à grande importância que a epidemia de crack tem para a sociedade. Qual foi, entretanto, a reação de boa parte da comunidade científica brasileira e também da imprensa? A pior e mais baixa possível: ao invés de repetir o estudo, trataram de desqualificar o pesquisador. Zero Hora, do alto de sua incontestável qualificação como periódico científico especializado, abre sua reportagem sobre o estudo de Dartiu Xavier com a seguinte afirmação taxativa: “A pesquisa paulista que aponta a maconha como remédio para derrotar o vício em crack é considerada inválida e até mesmo irresponsável na comunidade científica brasileira.” Logo a seguir a reportagem cita a fala de Dartiu Xavier, segundo o qual “A dependência de maconha é muito menos agressiva do que a do crack. Nesses casos, a maconha funcionou como porta de saída do vício.” apenas para servir de gancho para mais uma desqualificação: “Não é o que pensam especialistas em dependência química.” Helloooooo? Dartiu Xavier é especialista em dependência química. Afirmar que o que ele diz “não é o que pensam especialistas em dependência química” é uma desqualificação pessoal clara, pois transmite a idéia de que ele não tem competência para divergir dos “verdadeiros especialistas”. Segue então a afirmação de que Dartiu Xavier teria “fugido do debate” em um Congresso Brasileiro de Psiquiatria, nos seguintes termos: “Ele não teve peito de ir. O experimento não tem a menor credibilidade científica. Foi muito criticado quando veio a público, anos atrás. Foi feito com poucas pessoas, seguidas durante pouco tempo. Dizer que a maconha pode fazer algum bem beira a irresponsabilidade. É dar as costas para a ciência.” (Sérgio de Paula Ramos, ex-presidente e atual membro do conselho consultivo da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), também psiquiatra.) Vamos analisar estas afirmações. Em primeiro lugar, “ele não teve peito de ir” é lá coisa que se diga de um colega de profissão em uma arena de debate de idéias científicas? Ou é uma fanfarronice mais apropriada a quem tem interesse em atacar a imagem e a credibilidade profissional de um desafeto? Em segundo lugar, ao afirmar que “dizer que a maconha pode fazer algum bem beira a irresponsabilidade”, ou seja, ao colocar a questão em termos morais e fechar as portas à qualquer avaliação racional, como exige a boa ciência, o sujeito mostra abertura para a investigação criteriosa e independente ou deixa evidente que tem uma opinião preconceituosa e inquestionável a despeito do resultado de qualquer estudo científico? Em terceiro lugar, meu caro leitor, veja os cargos que a pessoa que fez essas afirmações grosseiras e moralistas ocupa e me diga com sinceridade: você acha realmente que este é um caso isolado e que esta entidade não promoverá nenhuma outra pressão ou constrangimento contra pesquisadores e instituições que ousarem propor pesquisas cujos resultados possam contrariar as opiniões deste indivíduo? Mas isso não é tudo. Vou pular as inverdades sobre maconha ser “porta de entrada para drogas mais pesadas”, uma falácia tão fácil de identificar que não entendo como alguém ainda pode perpetrar sua divulgação sem corar de vergonha, e analisar a última parte da reportagem, cuja seqüência de ataques contra Dartiu Xavier e seu estudo é concluída com as afirmações de outro psiquiatra: “O psiquiatra Félix Kessler, do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), também afirma que o estudo de Silveira é muito contestado em termos metodológicos. Uma das falhas seria o trabalho não levar em conta se outros fatores, como família e emprego, conduziram os dependentes observados à abstinência. – Do jeito como o estudo foi feito, não é possível dizer que foi a maconha que fez os pacientes deixarem de usar crack, como dá a entender – disse Kessler.” Helloooooo? Quer dizer então que o estudo de Dartiu Xavier conseguiu a façanha de testar uma hipótese absolutamente ousada em um grupo de “cinquenta pacientes usuários de crack que não respondiam a tratamento por remédios” (confiram a informação no quadro em letrinhas pequenas ao pé da página da reportagem de Zero Hora) justamente no único grupo de usuários de crack no mundo capaz de reagir com tamanha eficiência apenas com o apoio da família e do emprego? Esse é o tipo de crítica que “cola” muito bem na cabeça do povão, que não tem qualquer noção de estatística e não é capaz de perceber a falácia, mas o leitor do meu blog sabe que comigo o desvio padrão é mais embaixo. O que este crítico fez foi inverter o ônus da prova de modo descabido. Em ciência, alegações excepcionais requerem provas excepcionais. A alegação de Dartiu Xavier é a de que o resultado excepcional foi causado por um tratamento excepcional (uso de maconha), o que não é uma alegação excepcional. Já a alegação deste crítico é de que o resultado excepcional pode ter sido causado por um tratamento absolutamente convencional que raramente surte efeito razoável (apenas apoio da família e emprego), o que é uma alegação excepcional. Quem tem que provar como um tratamento convencional poderia fugir ao padrão observado na maioria dos casos e produzir os resultados excepcionais obtidos neste experimento é o crítico, pois o pesquisador original apresentou um argumento com uma lógica interna muito mais sólida e cautelosa. Entretanto, perante o público leigo é fácil promover a confusão entre a excepcionalidade do tratamento e a excepcionalidade da relação entre o tratamento e seu resultado. Mas quantas pessoas que leram a notícia em Zero Hora vão ler a identificação da falácia e a correção do raciocínio no Pensar Não Dói? Sob a alegação de que não encontrou Dartiu Xavier, Zero Hora não publicou a opinião dele nem de qualquer pessoa que tenha a mesma opinião que ele, apesar de existirem muitos pesquisadores que pensam de modo semelhante. Óbvio, né? Pra que ter o trabalho de dar meia dúzia de telefonemas se é mais fácil dar a entender que Dartiu Xavier estava se escondendo com medo de falar? Conhecendo-se o compromisso de Zero Hora com a agenda proiobicionista, fica fácil perceber por que dois detratores de Dartiu Xavier receberam espaço para atacá-lo e por que nem ele nem qualquer um disposto a defendê-lo foi entrevistado. Mas eu dei uma grande volta mostrando os ataques pessoais e intimidatórios contra Dartiu Xavier e contra as supostas falhas metodológicas de seu trabalho para chegar a uma simples perguntinha: - Dada a imensa importância de que se reveste a epidemia de crack e dado que os críticos afirmaram ter dúvidas sobre a hipótese científica de altíssima relevância postulada por Dartiu Xavier, alegando que a amostra utilizada no experimento foi pequena demais, acompanhada por tempo pequeno demais e com sabe-se lá quais outros supostos problemas metodológicos, então por que em dez anos estes pesquisadores não trataram de testar a hipótese de usar a maconha como tratamento para dependência de crack realizando estudos com amostras mais significativas e metodologias mais confiáveis? R: porque os proibicionistas querem distância da verdade. Sim, querido leitor, você já leu a frase anterior em algum lugar. Foi no meu artigo anterior sobre o mesmo tema. Infelizmente às vezes eu sou obrigado a repetir o óbvio. -
Menor De Idade Fumar Maconha E Ai?Oque Vcs Acham?
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As quatro terríveis verdades sobre a relação entre as drogas ilícitas e a ciência (parte 2 de 4) A segunda terrível verdade sobre a relação entre as drogas ilícitas e a ciência é que, como a maioria dos estudos são financiados por entidades públicas ou privadas com indisfarçável compromisso com a agenda proibicionista, praticamente nenhum estudo proposto por pesquisadores isentos recebe financiamento, o que promove a hegemonia dos pesquisadores com viés proibicionista tanto na realização de estudos quanto nas comissões responsáveis pela aprovação da publicação de estudos em periódicos científicos. A imposição ideológica proibicionista sobre os pesquisadores ocorre, portanto, em pelo menos duas frentes: a primeira no momento da produção de conhecimento e a segunda no momento da publicação do conhecimento. Logo que eu concluí o mestrado em ecologia, uma amiga me solicitou auxílio para desenvolver o delineamento amostral para um projeto de pesquisa em saúde pública. Ela pretendia usar o mesmo grupo como amostra ao longo do mestrado e do doutorado, realizando um trabalho extenso do tipo que chamamos de “acompanhamento de coorte“, para pesquisar a relação entre o consumo de Cannabis durante a gestação e a amamentação, as condições de saúde e o desenvolvimento cognitivo das crianças. Ela sabia que esse era o tipo de pesquisa que eu adoraria fazer e que eu não admitiria produzir nada menos que um delineamento amostral perfeito. Pensa daqui, pensa de lá, eu propus um modelo de pesquisa triplo-cego: os pacientes não saberiam o que estaria sendo pesquisado; os médicos, psicólogos e pedagogos responsáveis pelas avaliações das mães e das crianças não saberiam o que nem quem estaria sendo pesquisado; e os estatísticos responsáveis pela análise dos dados não saberiam o que, nem quem, nem por quem estaria sendo pesquisado. Deste modo ninguém a não ser minha amiga e o orientador dela saberia o que estava sendo feito, logo não poderia haver qualquer alegação de impropriedade ou viés de análise. Ela objetou, entretanto, que a banca examinadora poderia alegar que ela e o orientador dela pudessem ter algum viés de análise em função de algum posicionamento político referente à questão da legalização da Cannabis ou algo semelhante. Resolvi o problema transformando o estudo em um quádruplo-cego: bolei um método de seleção de amostra que permitiria que nem mesmo ela e o orientador dela saberiam quem era quem entre os pacientes estudados. OBS: minha proposta original era tão radical que o resultado da pesquisa só seria descoberto no meio da apresentação, com a abertura de um envelope lacrado com os dados que permitiriam identificar que grupo correspondia a que tratamento. Esse envelope seria confiado a um membro da comissão de curso antes do início da pesquisa e aberto somente na metade da apresentação da tese, momento em que a própria pesquisadora e seu orientador descobririam, juntamente com a banca examinadora, qual era o resultado da pesquisa. Esta é uma solução extremamente radical, que exigiria aprovação prévia da comissão de curso, mas garantiria total isenção e inviabilizaria qualquer objeção subjetiva aos resultados da pesquisa. Minha amiga agradeceu nos seguintes termos: “brilhante idéia, Sr. Spock, mas prefiro propor um projeto que tenha alguma chance de ser aprovado por um comitê de pesquisa terrestre”. Enfim, divago. Definido um modelo de estudo tradicional porém muito elegante, o problema crucial passava a ser como garantir uma amostragem o mais perfeitamente possível pareada (mães com mesmas características em tudo o mais exceto no que diz respeito ao consumo de Cannabis) e ao mesmo tempo aleatorizada (sem viés na escolha das integrantes do estudo). Encontrar um método neutro de seleção de amostra pareada para avaliar as conseqüências do uso de uma substância ilegal em um estudo pelo menos triplo-cego era extremamente difícil. Não poderíamos contar para as pessoas pesquisadas o que estava sendo pesquisado, porque isso poderia alterar seu comportamento e viciar a amostra. Não poderíamos utilizar métodos não autorizados pelas pessoas pesquisadas para detectar se elas consomem a substância, porque isso é ilegal e não seria aprovado pelo comitê de ética. E não poderíamos pedir aos médicos para colaborar com a seleção da amostra, porque isso violaria a objetividade das futuras avaliações clínicas. Mas ela minha amiga estava certa ao supor que eu não me contentaria com um delineamento amostral menos que perfeito. Resolvi o problema consultando o comitê de ética e a assessoria jurídica da universidade, redigindo um termo de consentimento informado que garantia total anonimato em todas as fases da coleta de dados, da avaliação clínica, da análise estatística e da divulgação dos resultados da pesquisa, mas que nos dava ampla liberdade para testar livremente qualquer coisa que quiséssemos em qualquer amostra clínica. De posse de tal termo de consentimento informado, poderíamos testar laboratorialmente a presença ou não de THC nos exames de sangue do prá-natal e nas amostras de leite materno, selecionando assim usuárias e não-usuárias de Cannabis para o pareamento do estudo sem jamais entrar em contato com estas pacientes nem mesmo saber seus nomes. Tudo que precisaríamos fazer seria debulhar todo o banco de dados do hospital em busca das mães da coorte de interesse, testar o sangue e o leite de todas elas em busca de THC e metabólitos, usar um programa de análise multivariada para selecionar os melhores pareamentos, identificar cada uma somente pelo código numérico que é associado a cada paciente e assim acompanhar cada uma das selecionadas pelo programa sem saber se é usuária ou não, nem qual é o seu pareamento, até depois que a análise estatística final estivesse pronta. Bingo! A essas alturas você deve estar pensando: “que estudo legal, estou louco para saber que resultados foram obtidos”, certo? Pois é, nós também gostaríamos de saber que resultados teria este estudo. O projeto foi imediatamente rejeitado à primeira menção da palavra “Cannabis” sob a alegação de que o departamento não queria correr o risco de ter suas verbas de pesquisa reduzidas pela entidade mantenedora caso a pesquisa concluísse que pudesse haver algum benefício advindo do consumo da Cannabis. Veja bem, caro leitor: o projeto tinha sido tão bem planejado que qualquer conclusão seria inequívoca, sem espaço para alegações de impropriedades técnicas ou ideológicas. Justamente por isso foi rejeitado. Esta dinâmica perversa contamina de tal maneira a comunidade científica que minha amiga não conseguiu encontrar um orientador naquela instituição, mesmo tendo mudado seu tema de dissertação. Segundo nos informou o único membro da comissão de curso que mostrou interesse pelo projeto, a negativa generalizada ocorreu porque o diretor do curso temia que ela mudasse de idéia novamente e insistisse em desenvolver o tema original, o que acabaria por criar problemas para o departamento. Tanto ter que publicar um resultado favorável à maconha quanto ter que cancelar o vínculo da estudante com o curso após um ano ou dois de estudo subsidiado seriam eventos que descontentariam a entidade mantenedora daquela universidade. Portanto, o diretor “desencorajou a aceitação” da minha amiga pelos demais professores. Falando diretamente, ela foi barrada e acabou tendo que fazer seu mestrado sobre outro tema, em outra universidade, onde prudentemente não comentou este episódio com quem quer que fosse. Esse tipo de manipulação dos temas de pesquisa aceitos em função de pressões exercidas por organismos financiadores ocorre tanto em universidades privadas quanto em universidades públicas, variando apenas o grau com que é explicitada a orientação para não pesquisar certos temas e não correr o risco de descobrir certas verdades. Se este estudo fosse realizado segundo protocolos rigorosos que impossibilitassem a desqualificação da pesquisa, então haveria sólida base científica para ignorar, refutar ou recomendar o uso de maconha fumada durante a gestação e a amamentação, com vistas à saúde e ao desenvolvimento cognitivo das crianças. Se os proibicionistas tivessem tanta convicção de que o resultado do estudo seria que “maconha faz mal para os filhos das fumantes”, este seria exatamente o tipo de estudo que eles deveriam ter maior interesse em financiar. Mas eles não o fazem. Por quê? R: porque os proibicionistas querem distância da verdade. É como eu já disse antes: ao contrário dos pesquisadores que se preocupam de fato com a saúde, com o bem-estar e com os direitos fundamentais das pessoas, descobrir e tornar pública a verdade é um risco que os proibicionistas não querem correr. -
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http://arthur.bio.br/2010/08/04/drogas/as-quatro-terriveis-verdades-sobre-a-relacao-entre-as-drogas-ilicitas-e-a-ciencia-parte-1-de-4 As quatro terríveis verdades sobre a relação entre as drogas ilícitas e a ciência (parte 1 de 4) A primeira terrível verdade sobre a relação entre as drogas ilícitas e a ciência é que, tanto devido à proibição quanto à má formação científica de nossos pesquisadores, praticamente nenhum estudo sobre drogas é feito com o rigor metodológico necessário para que tenha validade científica. Há muitos anos atrás, quando eu ainda estava cursando a faculdade de biologia, eu estava discutindo sobre a qualidade dos artigos científicos em geral com um amigo que era bibliotecário e trabalhava na biblioteca do Instituto de Biociências da UFRGS. Ele dizia que confiava nos cientistas, eu dizia que apesar de ainda estar cursando a graduação era capaz de identificar erros metodológicos na maioria dos artigos que lia. Então ele propôs uma aposta, valendo um lanche no bar da biologia. Ele selecionaria um assunto ao acaso, nós abriríamos a base de dados, escolheríamos um artigo ao acaso e usaríamos as palavras-chave daquele artigo para selecionar outros vinte artigos que eu deveria analisar e apontar falhas metodológicas. Se dos vinte e um artigos eu encontrasse falhas em onze ou mais, eu ganharia a aposta, caso contrário ele venceria. Objetei. Argumentei que mais de metade dos artigos científicos com erros metodológicos seria um descalabro absurdo, portanto deveria bastar que eu encontrasse erros em apenas cinco dos vinte e um. E ele disse: “negativo, tu disseste que a maioria dos artigos que tu lias tinha problemas, maioria é 50% mais um, então são onze”. Gelei. Mas eu tinha um trunfo na manga. “Certo, já que queres ser tão preciosista, terás que concordar que, se esse rigor todo vale para para meu uso da palavra ‘maioria’, então também tem que valer para meu uso da expressão ‘artigos que eu lia’, ou seja, quem escolhe o tema sou eu, porque eu é que sei sobre que tema eu lia.” Ele concordou. Alguém aí adivinha sobre que assunto fomos buscar artigos na base de dados? Ponto para o internauta que disse “sobre drogas ilícitas”. Gente, foi covardia. Nada menos que dezessete dos vinte e um artigos selecionados do modo proposto tinham problemas metodológicos graves. As batatas fritas estavam deliciosas. Má ciência O erro mais freqüente foi de delineamento amostral, ou seja, problemas relativos à escolha da amostra. Se o delineamento amostral está errado, não adianta medir tudo direitinho e meter os dados numa fórmula porque o número que a fórmula vai cuspir representará apenas a amostra, não a população. Nenhuma extrapolação válida pode ser feita a partir de tais dados. No popular, um artigo assim não presta pra nada, por mais que pareça tudo muito bonitinho, muito lógico e muito bem desenhadinho em tabelas e gráficos coloridos. A impropriedade mais comum era selecionar a amostra de usuários para o estudo em clínicas, hospitais e delegacias, mostrar o quanto esses usuários eram problemáticos e então extrapolar este perfil para toda a população de usuários e alardear o quanto seria perigoso e potencialmente catastrófico se o uso de drogas se alastrasse. O que tem de errado selecionar usuários nestes locais? Simples: estes usuários não representam de modo algum a população de usuários, porque são selecionados justamente entre os mais problemáticos, os que já tiveram ou causaram tantos problemas que acabaram tendo graves problemas de saúde ou com a lei. Um estudo deste tipo tem tanta validade para falar da população de usuários quanto um estudo sobre as conseqüências do uso de álcool teria se selecionasse os usuários a partir da lista de espera para transplante de fígado. Outro problema freqüente era a incrível quantidade de falácias post hoc ergo propter hoc. Essa falácia consiste em pressupor que uma coisa que apenas aconteceu antes seja necessariamente causadora de um evento posterior. Nós estamos acostumados a ver esse tipo de falácia todos os dias na grande mídia: “homicida esfaqueia a própria mãe trezentas e trinta e três vezes após fumar maconha”. Ora… e daí que ele fumou maconha? Se ele tivesse bebido um copo de água antes de matar a mãe, será que a chamada seria “homicida esfaqueia a própria mãe trezentas e trinta e três vezes após beber água”? Não? Então fica evidente que a chamada está tentando induzir o leitor a concluir falaciosamente que a droga causou a violência. Ainda que haja inúmeros outros dados na reportagem, o estrago na mente do receptor da mensagem já está feito, porque a informação mais destacada é a que fica na memória. O mesmo tipo de coisa acontecia nos artigos científicos. Os resumos (ou “abstracts”) e as conclusões diziam “fumar maconha aumenta risco de esquizofrenia”. Aí eu lia o artigo atentamente e descobria que na verdade “os dados sugerem um discreto aumento da freqüência de episódios de esquizofrenia, na ordem de um milésimo de ponto percentual, em usuários crônicos que fumaram mais de uma tonelada de maconha por dia nos últimos oitenta anos”. Tecnicamente não dá pra negar que um discreto aumento em casos muito específicos sob condições muito especiais seja um “aumento”. Mas pelo mesmo raciocínio também não dá pra negar que comida gordurosa aumenta as chances de doença cardíaca e nem por isso tem gente por aí querendo criminalizar o x-burguer nem prender os donos de lancherias por tráfico de gordura. E olha que morre vinte e uma vezes mais gente por má alimentação do que pelo consumo de todas as drogas ilícitas somadas. Outra coisa que acontecia muito era o uso de fórmulas estatísticas sem observar os pressupostos de aplicação dos testes. Fulano reunia os dados e metia na fórmula sem se preocupar se o tamanho da amostra era suficiente, se os dados seguiam a distribuição estatística necessária, etc. Isso entre muitos outros erros escandalosos, falácias maquiadas e argumentos tendenciosos. Má legislação Verdade seja dita: apesar das graves limitações acadêmicas de inúmeros pesquisadores, o pior entrave para a produção de boa ciência sobre as drogas hoje ilícitas é justamente o fato de serem ilícitas. A maior culpa por não termos uma boa produção científica nesta área é daqueles caras lá em Brasília. Suponha que você queira fazer um estudo sobre os efeitos fisiológicos do crack. A coisa mais lógica a fazer seria levar alguns voluntários para dentro de um laboratório, colocar um acesso venoso e meia dúzia de sensores diversos neles e fornecer a droga com pureza e quantidade controladas para avaliar os efeitos de cada unidade real consumida. Isso é o que deveria ser feito. Agora tente conseguir autorização e financiamento para fazer isso. Isso tem que ficar bem claro: A legislação brasileira impede o desenvolvimento da ciência. O resultado é que as políticas brasileiras sobre drogas são fundamentadas na ignorância e no preconceito. O caso recente de uma pesquisa que demonstrou que a maconha é a melhor droga de suporte para tratar a dependência do crack é emblemático: os cientistas comprometidos com a agenda proibicionista estão crucificando o pesquisador que divulgou este resultado, promovendo ataques pessoais, repetindo a velha lenga-lenga de clichês batidos… e o estudo não pode ser reproduzido em outras instituições porque pesquisadores e voluntários que tentarem fazer um estudo desta natureza podem acabar na cadeia. A impossibilidade de fazer estudos adequados é tudo que o pessoal comprometido com a agenda proibicionista mais deseja manter. Imagine que o mesmo estudo fosse repetido em uma centena de universidades no Brasil. Ou em uma dezena, que seja. Se os mesmos resultados do estudo original fossem obtidos por pesquisadores independentes de outras instituições, estes caras que hoje dizem que isso é um absurdo e que o cara que fez o estudo original tem que ser enforcado no arame farpado teriam que aceitar a verdade e passar a recomendar o tratamento mais eficaz. Mas se os resultados de diversos estudos promovidos por pesquisadores independentes de outras instituições desmentissem o estudo original, ficaria definitivamente estabelecido que o estudo original era falho e bye-bye pra carreira acadêmica do autor daquela loucura. Por que então não se replica este estudo com um grupo de cinqüenta usuários em cada capital do Brasil em que exista uma Universidade Federal, com o Ministério da Saúde acompanhando de perto os protocolos utuilizados em cada experimento? R: porque os proibicionistas querem distância da verdade. Se este estudo fosse repetido segundo protocolos aprovados pelo pesquisador que desenvolveu o estudo original, para evitar falsificação na reprodução do experimento, então haveria sólida base científica para refutar ou recomendar o uso de maconha fumada para tratar a dependência de crack. Ao contrário dos pesquisadores que se preocupam de fato com a saúde, com o bem-estar e com os direitos fundamentais das pessoas, descobrir e tornar pública a verdade é um risco que os proibicionistas não querem correr. -
Rolou uma gravidez aí não foi?
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Não fica na encolha não Thiabo, tapa o rosto de seu irmão naquilo que possa servir para o reconhecimento da pessoa que está sendo fotografada e mostra apenas aquilo que é interessante de ser observado, ou seja, as manchas do vitiligo. E se possível, com uma máquina fotográfica, e não um celularzinho. A causa agradece.
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topic respondeu ao sano de PPerverso em Segurança e Leis
Era só tirar aquela partezinha com papel alumínio né brother, eu lembro sim... Cara, com relação à transação penal, ela nada mais é do que o réu aceitar cumprir a pena sem que o processo siga até o final, com a possibilidade de ser condenado pelo crime. A única coisa interessante é a manutenção da primariedade já que o processo é arquivado sem a prolação de sentença. As penas são brandas, ou seja, não incluem a prisão, apenas prestação de serviços à comunidade, doação de valores à instituições, admoestação verbal, participação em reuniões de grupos como A.A. N.A, entrevista com psicólogo ,etc. Ou seja, caso você venha a ser pego por algum delito relacionado a entorpecentes que seja entendido como porte, ou cultivo para uso próprio (art. 28), caso o processo seja julgado no sentido de condená-lo, as penas serão aquelas que você teria cumprido caso tivesse efetuado a transação penal. Com relação à baixa do seu registro penal, como seu processo já transitou em julgado, a lei não retroage para beneficiá-lo da maneira como você está imaginando. Isso ocorreria se o seu processo estivesse em fase de recurso ou ainda em andamento, mas pelo seu relato você inclusive já cumpriu a pena. Essa sua dúvida não é das mais simples para responder, talvez algum consultor com mais prática de direito penal possa responder mais diretamente ao ponto. Espero ter ajudado -
Passa a bola pra moderação do medicinal, que chegando nas cabeças esse assunto eles dão uma força e tal
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Po playmogil, tradução de google é aquela coisa, serve para dar uma lida, mas não como tradução propriamente dita. Antigamente faziam uns mutirões de tradução aqui, mandavam adesivo e o escambau...
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Junta forças com a namorada e vão as duas serem rainhas de seu reino encantado de liberdades e responsabilidades.
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Força aí Aromabuds, tenho um grande amigo que foi contaminado pela Hepatite C nos anos 70 e que está passando pelo tratamento, dá pra ver na cara dele o quanto é sofrido fazer o tratamento. Já li uma coisa ou outra sobre cannabis e hepatite, mas não saberia lhe dizer a fonte, mas que o uso de cannabis medicinal em muito serve para amenizar o sofrimento do paciente.
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Po crazy, acho que você tem umas opiniões totalmente reacionárias e preconceituosas as vezes mano, ta ligado que eu falo sem querer em nenhum momento te ofender ou discordar para polemizar. O viciado que tá tão na merda que ta roubando para sustentar seu vício não precisa de punição cara, ele precisa de tratamento, ele precisa de uma aproximação do Estado mas pela via da saúde, do assistente social, do tratamento não compulsório e sem isolamento, uma série de medidas de redução de danos, concientização, mas não punição. Punição para doentes é algo pavoroso cara, terrível
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Força pro Grower!!!! A cada um que for preso, serão centenas que viverão em uma sociedade mais aberta e menos preconceituosa. Veremos um mundo diferente, aguarde e verá
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41 folhas de maconha, divididas em cinco pés plantados em cinco vasos, só se for