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Nem diz à PF que pagava a policiais metade do faturamento com tráfico Em depoimento de nove horas, traficante informou à PF nomes de policiais suspeitos<p class="materia_controles"> Maria Mazzei, do R7 | 11/11/2011 às 15h32 | Atualizado em: 11/11/2011 às 16h03 Felipe Dana / AP Nem tentou fugir escondido no porta-malas de um Corolla Publicidade Após ser preso ao tentar fugir da Rocinha (zona sul do Rio), o traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, disse em depoimento à PF (Polícia Federal) que ao menos metade do que ganhava com a venda de drogas era entregue a policiais na forma de propina. Ele informou à PF o nome de alguns dos policiais - civis e militares - suspeitos de pegar o chamado "arrego", assim como as delegacias e batalhões em que eles atuam. Veja as fotos da prisão Nem também relatou, de forma detalhada, algumas situações de extorsão por parte de policiais. Segundo o traficante, ao menos duas vezes, o caixa mensal de venda de drogas fechou sem lucro em razão do pagamento de propinas. Nem contou no depoimento que alguns policiais iam à Rocinha mais de uma vez no mês para recolher o "arrego". O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse na tarde sexta-feira (11) que ainda não teve acesso ao depoimento. - Não tive acesso ao depoimento, mas faço votos que essa pessoa [Nem] revele detalhes do funcionamento do tráfico e da conduta de agentes públicos. Beltrame disse ainda que a Corregedoria da Polícia Civil deverá ouvir o traficante Nem, que está preso em Bangu 1, para tentar elucidar o caso. - Qualquer informação que ele passar poderá nos ajudar a projetar uma investigação onde a gente tenha resultados práticos. Em conversa informal com agentes federais, Nem disse ter orientado traficantes da comunidade a não reagirem quando a favela for tomada para início da implantação da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). A previsão é de que a retomada do território ocorra no domingo (13). Nem disse ainda que a maioria dos criminosos já deixou a comunidade, mas que muitos continuam no local. Após ser preso, na madrugada desta quinta-feira (10), Nem passou a noite na sala do delegado da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), na sede da superintendência da PF, na zona portuária. Ele recusou a comida oferecida pelos policiais. Na sede da PF, Nem ligou para a mãe e mandou um recado aos filhos para que não faltassem à escola. Entretanto, a movimentação de policiais na favela desde o início desta semana fez com que quase 5.000 alunos de escolas públicas ficassem sem aulas. Ao lado de Nem, outros 11 criminosos, entres policiais civis, PMs e comparsas do traficante, foram levado para o Complexo Penitenciário de Bangu. Um policial militar reformado, apontado como segurança do traficante, foi levado para o BEP (Batalhão Especial Prisional), em Benfica, zona norte. De lá, ele deve seguir para um presídio federal de segurança máxima, conforme anunciou o governador Sérgio Cabral (PMDB). Cabral disse esperar que a ocupação da comunidade transcorra sem confrontos. <p class="materia_coluna" id="r7SeeAlso"> Confira também Movimento no porta-mala chamou atenção da polícia Congo desconhece homem que se passou como cônsul em fuga de Nem Traficante cogitava se render, diz PM Beltrame: "ainda há muito a ser feito" O secretário estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, classificou a prisão do traficante Nem como um grande passo no combate ao crime organizado, mas ressaltou que ainda há muito que fazer. - Nós demos um passo importante, mas ainda há muito a ser feito. Prender pessoas, apreender armas, drogas e munição é importante, mas precisamos acabar com o território, o porto seguro do comando paralelo. Essa é a grande vitória, porque a simples ameaça da perda de território onde o tráfico dominava vulnerabilizou essas pessoas. Eles saíram do seu reduto e foram presos. A quebra desse paradigma é o nosso grande trunfo. Para Beltrame, a captura do chefe da venda de drogas na Rocinha aconteceu graças à integração entre as polícias Militar, Civil e Federal e os setores de inteligência dessas instituições. Quanto ao processo de pacificação da comunidade em São Conrado, que estaria previsto para começar neste domingo, o secretário preferiu não confirmar a data. - A Rocinha será ocupada, terá uma força policial. O dia que isso vai acontecer ainda depende de uma análise dos resultados já obtidos. Os policiais dirigiam quatro carros. A prisão aconteceu perto do Shopping da Gávea e em frente ao jóquei. Com o grupo, foram apreendidos os quatro carros utilizados pelos policiais, três fuzis, dez pistolas e joias de ouro. Assista aos vídeos:
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Alunos Entram Em Confronto Com A Polícia Militar Na Usp
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ÉPOCA - Paulo Moreira Leite ÉPOCA – Paulo Moreira Leite Guerra de ilusões e fantasmas na USP 08:08, 9/11/2011 Paulo Moreira LeitePolítica Tags: PM, Universidade Quem chegasse à 91a. delegacia de Policia Civil de São Paulo, na manhã de ontem encontraria um ambiente de paz. Na rua, três ônibus de cortinas negras, fechadas, traziam os 70 estudantes detidos que, pouco a pouco, seriam chamados a prestar depoimento sobre a invasão da reitoria da USP. No lado de dentro, delegados e policiais conversavam com os primeiros repórteres que apareceram. A idéia, disse um delegado, era denunciar os estudantes por um ato de desobediência, incontornável depois que eles não acataram a ordem da Justiça de deixar a reitoria. O passo seguinte seria um “Termo Circunstanciado de Ocorrencia”, documento que é menos relevante do que o célebre Boletim de Ocorrencia usado até para batida de automóvel. Feito isso, se dizia, eles seriam enviados para casa. Ao meio dia, a conversa havia mudado. Chamado para atuar nessas horas, o deputado estadual do PT Adriano Diogo compareceu a um encontro fechado com tres delegados e uma delegada envolvidos diretamente no caso. O deputado me pediu para acompanhá-lo como testemunha. Naquele momento, pretendia-se enquadrar os estudantes em três artigos. Além da desobediência, haveria o dano qualificado de patrimonio, em função de depredações encontradas na reitoria, e até por crime ambiental, por causa de pinturas nas paredes. (Ao longo do dia, essa postura mudaria mais uma vez e se abandonaria a acusação por crime ambiental.) “NÃO CHEGAMOS AOS CABEÇAS’ Na reunião com Adriano Diogo, os delegados disseram que eram crimes graves. Avisaram que iriam pedir a prisão provisória dos estudantes e que já estavam procurando presídios onde pudessem ser alojados. Lembrando que a única hipótese de escapar era pagar a fiança, que, estipulada inicialmente em R$ 1050, fora rebaixada para um salário minimo, um deles disse: “dificilmente todos poderão ir para um mesmo lugar. Eles serão divididos. Quem sabe tenham de passar a primeira noite aqui.” Um delegado insinuou que o deputado do PT poderia pagar a fiança. Adriano Diogo ficou irritado. Era uma tentativa de colocar o partido por trás de uma mobilização política que é comandada por estudantes cujo esquerdismo desafia padrões da pura racionalidade política. Fazendo ironia, ele perguntou se o delegado estava falando em propina ou se queria receber na forma de emendinha. Uma explicação para a mudança de atitude da polícia é tecnica. Decidira-se por uma punição branda logo cedo, quando não havia sido feito um levantamento completo dos estragos na reitoria. “Depois se viu que a coisa era mais grave,” disse um assessor da Secretaria de Segurança. Mas ganhou curso em conversas entre pessoas envolvidas com a desocupação uma explicação política: os policiais foram instruídos a aplicar punições mais duras como parte de um esforço de imagem do governador Geraldo Alckmin. Como a maioria da população não enxerga o movimento dos estudantes com simpatia, uma reação considerada enérgica seria uma forma de associar Alckmin com uma preocupação em defesa da ordem. “Até segunda ordem a ordem é dar o exemplo,” me disse, ironico, um dos policiais que recebera os jornalistas pela manhã. No encontro com Adriano Diogo, um dos delegados falou que as redes sociais deixavam claro que havia muito repúdio da população contra os estudantes. É um argumento estranho, já que o grau de periculosidade de uma pessoa não pode ser medida por sua aprovação maior ou menor no Ibope, nas colunas sociais ou na internet. O problema são os fatos. O deputado perguntou se não era uma punição demasiada. ”Ainda é pouco,” disse um delegado, que acrescentou, num tom que embutia até uma certa possibilidade de ampliar os interrogatórios e quem sabe, as investigações: “ainda não chegamos aos cabeças,” acrescentou, referindo-se aos sindicatos de funcionários da USP que mantém um convívio estreito com as organizações dos estudantes. Um pouco antes, a policia montou uma dessas vitrines fotograficas com parte do material encontrado na reitoria. Eram caixas de fogos de artifício, que um jornal descreveu erradamente como morteiro. Também foram exibidas meia duzia de garrafas de coquetéis Molotov. Os estudantes negam que tivessem levado o material para lá. O cenário ficou seriamente prejudicado, porém. Esse material foi apreendido quando os estudantes já não se encontravam na reitoria, o que pode dar credibilidade ao argumento de que era uma armação. No encontro com o deputado, o mesmo delegado prosseguiu: “não enquadramos posse de arma de fogo. Seria pior ainda para eles, pois é inafiançável.” A sentença era dura: “eles vão ter o que procuraram.” O tom da conversa era este. Por uns minutos, parecia que estávamos diante de uma equipe policial que acabara de apanhar um grupo subversivo dos anos 60 e 70. Minha impressão era que montara-se uma combinação de enganos. Lá fora, muitos estudantes diziam — com convicção — que seu movimento expressa a alvorada de um levante popular, exemplo do que acontece com a insurreição estudantil no Chile, a revolta dos indignados na Espanha, a ocupação de Wall Street e tudo mais. Na sala com os delegados, ouvia-se argumentos típicos da polícia política do regime miltar. Os confrontos políticos fazem parte da vida em sociedade. São mais claros e produtivos quando seus protagonistas sabem do que falam. Tornam-se confusos e desgastantes quando se baseiam em ilusões. A sensação ali na delegacia era de um espetáculo no qual nenhum dos protagonistas tinha idéia do enredo que estava representando. Não é obrigatório ter consciência de tudo o tempo inteiro. Mas quando enganos mútuos acontecem é mais fácil caminhar-se para o erro e o desastre. Nessa situação, as pessoas tomam iniciativas e atitudes sem base no conhecimento da realidade, o que torna difícil atingir objetivos pretendidos. Ao contrário do que ocorreu em outras situações políticas, quando os estudantes eram aplaudidos ao fazer passeatas nas grandes cidades, hoje eles estão fechados em seu próprio mundo, conversando com eles mesmos. Isso se reflete em sua atitude em relação a USP, a mais respeitada universidade do país, sonho tão distante da vida da maioria dos brasileiros que eles sequer conseguem imaginar que seus filhos possam alcançá-lo, um dia. Ao sabe que iria me levar para a 91a. delegacia, o taxista lembrou que o rádio havia noticiado que este seria o destino dos estudantes e observou: “aquele movimento deles tá meio fraquinho, né…” Andando pela delegacia, Adriano Diogo não conseguia evitar um leve riso irônico ao relembrar a origem da ocupação da reitoria. “Os conservadores do PSOL e do PSTU eram contra,” diz ele, mudando o tom de voz na palavra “conservador,” mencionando a sigla mais à esquerda do Congresso brasileire e uma organização de atuação extraparlamentar, que rompeu com a CUT e hoje anima uma corrente sindical agressiva e voluntariosa, o Comlutas. Estudantes ligados ao PSOL e ao PST, que dirigem do DCE, eram contrários a invasão da reitoria. Numa assembléia tumultuada, onde cada parte acusa a outra de dar mais um golpe clássico em deliberações estudantis, os alunos favoraveis assumiram os trabalhos e decidiram fazer a invasão. Um dirigente de uma das tendencias mais antigas dentro do Partido dos Trabalhadores apareceu na delegacia para encontrar dois militantes que participaram da invasão sem saber direito por que. “Nós discutimos e explicamos porque não deviamos apoiar essa ação. Mas, depois que a assembléia aprovou a invasão, eles acabaram entrando no bolo.” O mundo estudantil sempre teve a fisionomia de um aquário mas, neste caso, as particularidades parecem maiores do que a média. As duas ou três organizações que estiveram à frente da invasão da reitoria exibem um radicalismo que um dia teve suas ligações com o pensamento de Leon Trotski, o primeiro líder comunista a reconhecer que o regime saído da revolução russa de 1917 caminhava para um fracasso que poderia produzir um retorno ao capitalismo. Eles detestam a mídia, questionam a distribuição de renda ocorrida nos últimos anos como puro consumismo. Uma estudante me disse que a luta deles é difícil porque estão combatendo “essa democracia.” A fraqueza desses estudantes em relação a própria massa estudantil é enorme. Nas últimas eleições para o DCE, uma chapa conservadora mostrou uma presença que não se via há muitas décadas. Muitos se perguntam o que teria acontecido se os votos de uma faculdade onde essa chapa tinha boa penetração tivessem sido anulados. A maioria dos observadores acredita que só irá crescer na próxima eleição. Há concretamente um choque de civilizações entre estudantes e a PM. Habituada a fazer seu trabalho junto às parcelas humildes da população, que não tem meios de defesa nem canais de denúncia e reivindicação, ao atravessar a universidade a PM entra em rota de colisão com um mundo diferente, com outros códigos e discursos — e mais poder de retaliação. Em vez de encontrar cidadãos socialmente indefesos, os soldados estão diante de brasileiros e brasileiras que tem outra condição social. As estatisticas informam que as universidades públicas estão longe de constituir um abrigo exclusivo de filhinhos de papai, como sustentam os advogados de sua privatização, mas são uma instituição que abriga pessoas que estão condenadas a agir e reagir como personagens de nossa elite cultural. Essa possibilidade de resistência dificulta a aplicação, nas universidades, do simples jogo bruto que é comum em outros lugares. Ontem ouvi três histórias de violência que chamaram a atenção: 1- Uma estudante de Filosofia me disse que passou 40 minutos de pavor e agressão, por volta das cinco da manhã, quando começou a desocupação. Foi arrastada e jogada no chão, teve sua câmara de filmar e fotografar quebrada. Ao gritar por socorro, foi silenciada com um instrumento de borracha enfiado em sua boca. Mais tarde, apertaram seu pescoço com um cassetete. Quando me deu um depoimento, chorou várias vezes e mostrou o lábio com manchas internas escuras, que eram marcas da agressão, disse. 2- Um estudante de Letras contou que foi apanhado pela PM do lado de fora da reitoria. Derrubado, foi algemado, enquanto um PM usava o pé para apertar sua cabeça contra o chão. O pai deste estudante, um funcionário público, disse que viu imagens da cena na câmara de um cinegrafista de TV que cobria a cena. “Minha mulher também viu e não pára de chorar até agora. Era tão estranho ver aquela cena que eu não conseguia acreditar que fosse meu filho.” 3 – Um terceiro estudante me mostrou um corte no supercilio esquerdo por baixo de um curativo grosseiro, com esparadrapo. Disse que fora agredido por um PM durante a desocupação da reitoria. “Ele me acertou com um escudo,” disse o estudante. PROTESTO COM APOIO DE MINISTRO Entrevistei o major PM Sofner, da Comunicação Social. Perguntei sua resposta a estes depoimentos. O major me disse que haviam apurado e que não era nada sério. Perguntei especificamente sobre o depoimento daquela estudante que foi arrastada, empurrada, jogada no chão. Ele me disse que não era verdade mas que estavam investigando. O ar era de quem não acreditava naquilo. Mas também parecia pura formalidade diante de um jornalista. Vamos combinar que não há comparação possível entre a violencia cotidiana da PM contra a população humilde de São Paulo e das grandes cidades brasileiras. Por essa critério, a atuação dos policiais com os estudantes poderia ser classificada como educadíssima. (nota do sandino: hahahahaahahahahaha só rindo) O ministro da Educação e candidato a prefeito de São Paulo Fernando Haddad – antigo aluno da USP – condenou publicamente a invasão, um apoio que os estudantes comemoravam discretamente em volta daqueles onibus em que ficaram detidos durante 17 horas. Talvez não haja mais curioso sinal dos tempos do que um protesto estudantil com apoio de ministro da Educação. Mas Haddad declarou que a universidade “não é cracolandia” e uma das vítimas da violencia da PM reclamou porque “nós não achamos que seria correto fazer na cracolandia o que fizeram na USP.” O esforço de criminalização dos estudantes inclui a técnica de dizer e repetir a besteira de que eles não passam de maconheiros interessados em livrar-se da PM para fumar seus baseados à vontade. É injusto, mentiroso e irresponsável. Basta ler jornais para ter uma idéia das mazelas que envolvem a Polícia Militar e é importante que se discuta isso. A PM tem uma postura agressiva em relação a estudantes, quando poderia ter uma atuação mais ponderada. Precisa ser controlada e dirigida e isso cabe à quem responde por seus serviços, a reitoria. Mesmo que se diga que é proibido fumar maconha, é preferível ver a PM cuidado de crimes mais graves e importantes quando faz seu trabalho na USP. Mas não concordo com sua reivindicação, ”Fora PM.” Como a maioria dos brasileiros, acho que a segurança é um direito da população e um dever do Estado. A população quer tranquilidade para trabalhar, andar pela rua, divertir-se. A menos que se prove que os dados divulgados são falsos, o que não se fez até o momento, a entrada da PM na USP trouxe benefícios evidentes neste quesito. Sei que a corporação acumula um comportamento violento e autoritário que vai muito além do razoável. Isso está errado e é inaceitável. Mais perturbadores, ainda, são relatos de ações de espionagem política sobre as organizações dos estudantes e sobre o sindicato de funcionários da USP. Numa das assembléias anteriores a invasão, um grupo de cidadãos à paisana, que se dizia jornalistas, teve um comportamento típico de agentes provocadores, dando pontapés e cometendo agressões contra estudantes. O debate sobre segurança é atual e tem uma dimensão nacional. Mas nenhuma proposta de reforma ou mesmo reconstrução da PM, autoriza que se dispense o serviço da corporação. A boa educação política ensina que é preciso separar as coisas. Numa democracia, todos precisam aprender isso. A presença da PM na universidade não pode servir de desculpa para agressões contra estudantes. ---------------------- no final ele cagou o pau..... as estatísticas demostram sim que PM na USP em nada afetou os índices de criminalidade é só olhar na página 26 deste tópico. -
Rocinha Será Invadida Logo Mais As 5 H De Hoje! 12/11/11
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prepara a pipoca! vão sentar o pipoco em pobre! vagabundo matador tb... mas principalmente pobre sem terno e sem gravata! o circo já tá todo armado -
A Legalização Da Maconha Em Debate - Professor João Menezes
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adorei o final... TUDO ISSO ... sem usar a polícia. ou seja... sem gastar esforço com repressão 10% do PIB pra educação já! 100% do pré sal -
o curumim fumou um dubom com o pajé! ahahahaha
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mais um tromadon 100 mg... alguem ja tomou?
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Alunos Entram Em Confronto Com A Polícia Militar Na Usp
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Alunos: "queremos discutir a pm no campus" Reitor: "vá reclamar com o bispo!" afinal ele tá lá não democraticamente. Fica agora, minha pergunta Como discutir com os politicos?Também quero saber fangorn, como se discute com os que mandam... se tao ca$#@% pra vc... eles so enxergam voto.. isso sim mexe com eles -
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Quarta-feira, Novembro 09, 2011 USP - O que a mídia não viu e o debate inteligente que perdemos O baseado não tem nada a ver com a questão. Começou bem antes disso, na verdade. Se você leu jornais e revistas, deve achar que todos os alunos que querem a PM fora são comunistas, maconheiros, desocupados, filhinhos de papai, etc. Então, peço que leia este texto. Principalmente se acha que o assunto é uma perda de tempo. Primeiro, eu sou contra a ocupação da reitoria. Segundo, é fato que a lista de coisas erradas parece não ter fim. Fiquei puto porque os radicais conseguiram destruir o debate. Afastaram a imprensa (bateram inclusive), misturaram críticas ao capitalismo, até molotov tinha ontem (suprema idiotice). Mas a estupidez pra mim termina aí. Não acredite que a maior parte das pessoas lá está protestando a favor do comunismo, leninismo ou qualquer ismo antigo. Não é verdade, embora seja sempre legal divulgar esse símbolo, a reação das pessoas é forte e imediata. O que está realmente mobilizando a parte pensante do grupo é um debate bem complexo sobre autonomia universitária, que tem raízes históricas (até medievais) e um conceito educacional relevante. Não é à toa que Harvard tem uma polícia universitária. Aliás, são muito eficientes (isso não quer dizer que não tenha assaltos, eu soube de dois casos enquanto estive lá). De qualquer forma, parece evidente que vale discutir sim. Principalmente porque esta ainda é a principal universidade do País e precisa ser um modelo para o resto (que péssimo trabalho alunos e reitoria tem feito até agora). E a discussão é a seguinte: a universidade pública se inspira em um modelo em que os alunos podem influenciar a gestão do espaço. Então a briga começou quando este reitor foi escolhido de uma maneira que os alunos consideram arbitrária (existe um protocolo e os alunos consideram que ele não foi seguido). E começaram os embates. Aí o reitor – se sentindo inseguro – pediu ao governador para colocar a PM lá. Um mês depois do convênio ser assinado, uma aluna foi baleada. Para os alunos, parecia que a segurança não tinha melhorado nada. A segurança é de fato um tema polêmico, mas é complexo e merecia sim ser discutido. A área da USP é grande demais e mal iluminada, então o contingente necessário para dar segurança teria de ser enorme. E isso não vai acontecer. Por isso, os alunos preferem iluminação e um sistema de vídeo. Some isso ao fato de que existe um longo histórico de truculência, alunos de todo tipo e perfil já reclamaram contra a PM e existe uma quantidade grande de casos engavetados. Enxergue isso do ponto de vista da autonomia universitária (pesquise o tema, se tiver interesse). O aluno consciente se sente ferido sem receber nada (nem segurança) em troca. Inclusive, a PM já respondeu até a professores que não estão lá para dar segurança ao indivíduo e sim ao patrimônio. Será que não vale mesmo a pena discutir um modelo melhor? A movimentação dos estudantes foi estúpida porque foi feita da forma errada e no momento errado. Mas o fato é que o debate não tem nada a ver com fumar maconha e sim com um conceito importante e que merecia ser discutido. Pena que nenhum jornalista teve cérebro pra abordar isso em uma matéria. Dá muito mais ibope fazer matéria caricata, mesmo que a consequência seja incentivar o preconceito nos outros. Bom trabalho, imprensa. postado por Godinho às <a class="post-footer-link" href="http://ideianarede.blogspot.com/2011/11/usp-o-que-midia-nao-viu-e-o-debate.html" title="permanent link"> 6:14 PM ----- discordo só um pouco do godinho Enquanto os seres pensantes não forem livres, o governo vai continuar a tolher a educação.... a questao da maconha embora muitos não admitam está em pauta sim nas reivindicações dos estudantes num CONTEXTO MAIOR e muiro menos MESQUINHO do que somente legalizar por legalizar é dar cultura e educação corrigir injustiças históricas -
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o numero de policiais foi pra quem os estudantes nao pjdessem reagir e nao gerar violencia.... na minha opiniao nao deveriam mobilizar tanto dinheiro publico pra tal... deixa que os caras da usp se entendam... dogo... vc defende o combate da violencia com mais violencia... falou q gas de pimenta eh pouco voce nao é passivel da minha atençao que bom q todos fossem como vc.. pq sinceramente.. nao da pra discutir com gente assim -
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retiradi de http://blogs.estadao...ha-nao-e-crime/ posse de maconha não é crime Num estado autoritário, o grupo que toma o poder considera seus opositores inimigos. A matemática é simples: utiliza todos os meios de repressão para manter a ordem interna. A polícia passa a agir não a favor do cidadão, mas contra. Durante a ditadura brasileira, a ausência da PM nos campi universitários foi a munição que precisávamos para acabar com ela. Neles, iniciamos os movimentos pela Anistia e Liberdades Democráticas. As primeiras passeatas e manifestações saíram dos campi. A sociedade civil, inclusive a Igreja, rompeu com o regime depois do movimento estudantil reorganizado. Num estado democrático, deveríamos dar boas-vindas à presença da PM na USP, para combater a epidêmica violência urbana e dar segurança aos alunos. No entanto, herança de tempos atrás, as rondas passaram a dar batidas em estudantes a procura de entorpecentes. E flagrou três deles com maconha. A prisão causou protestos, quebra-quebra e a ocupação de prédios da administração. Não é de hoje que a polícia passa muito tempo revistando a juventude em busca de uma ponta de maconha, para um achaque. A prática existe desde que sou jovem. Nas ruas e estradas. Nos postos policiais rodoviários, em que dão uma geral em nossos carros, enquanto passam carros e cargas roubadas, armas e contrabando. Quem já não foi parado nos postos de Paraty e Penedo e não levou uma geral? No Rio, basta ver uma placa de São Paulo que a PM faz uma revista dura. E se acha algo, extorsão na certa. A sociedade brasileira quer que parte da força policial continue “perdendo tempo” com usuários comuns? Os três estudantes da USP foram levados para a delegacia e liberados horas depois. Alguns defenderam a ação da polícia. Afinal, fumar maconha é crime, e uspianos não deveriam se sentir acima da lei. Errado. A Lei 11.343/06, que entrou em vigor em 2006, revogou a n° 6.368/76 e instituiu novas normas reguladoras quanto à posse de tóxicos (artigo 28). O crime de porte de substância entorpecente para uso próprio não impõe mais pena de detenção ou reclusão. As sanções previstas são de cunho sócio educativo, como prestação de serviços e admoestação verbal. Se o artigo 28 não prevê pena de detenção ou reclusão, está descriminalizada a conduta do porte de entorpecentes para uso próprio. O jurista Luiz Flávio Gomes escreveu: “Se legalmente, no Brasil, crime é a infração penal punida com reclusão ou detenção, não há dúvida que a posse de droga para consumo pessoal com a nova lei deixou de ser crime, porque as sanções impostas para essa conduta, advertência, prestação de serviços à comunidade e comparecimento a programas educativos, não conduzem a nenhum tipo de prisão. Aliás, justamente por isso, tampouco essa conduta passou a ser contravenção penal, que se caracteriza pela imposição de prisão simples ou multa.” “Em outras palavras: a nova lei de tóxicos, no art. 28, descriminalizou a conduta da posse de droga para consumo pessoal. Retirou-lhe a etiqueta de infração penal, porque de modo algum permite a pena de prisão. E sem pena de prisão não se pode admitir a existência de infração penal no nosso país”, completou. Sua tese está disponível no site www.jusnavegandi.com.br. Não é melhor avisar a PM? Não prestaria um serviço melhor se estivesse atrás dos verdadeiros criminosos? Marcelo Rubens Paiva -
colete de 9mm? existe colete que para bala de fuzil? enfim... que sua alma descanse em paz
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Stencil - Ativismo Urbano - Troca De Imagens
topic respondeu ao Nouz de sandino em Ativismo - Cannabis Livre
descobri que é muito f% os recortar os serrilhados eh mais facil recortar as pequenas folhas como folhas de mandiocas (bordas lisas) tem maquina de adesivo que corta essas parada vetorizada ai fica show e tu imprime praticamente o que quiser esquema de fôrma em cima de fôrma. pra desenhos com mais detalhes... ja que o papel eh molenga,... numa forma estao detalhes e na outra o esboco tu pinta uma forma e depois a outra -
Movimento De Cartas Cannabicas - Poste Fotos Aqui!
topic respondeu ao d.quixote de sandino em Ativismo - Cannabis Livre
manos... tomei um tromadon e fui pra guerrilha... to com folhinhas! novidades? -
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entonces "vamos embora que esperar nao é saber" PAZ e amor... tá faltando! juro q acabei de escrever isso... vei um vagalume aqui no pc... loco! -
Rocinha Será Invadida Logo Mais As 5 H De Hoje! 12/11/11
topic respondeu ao Babilonrage de sandino em Notícias
j'a come'cou a especula'cao imobiliaria... vista privilegiada.... só falta acabar com todos aqueles pobres né governador? educacao? nao! poe na linha com policia! ate a copa do mundos e a olimpiadas... a coisa vai relativamente funcionar depois o sistema por si só se corrompe... tempos repressivos estes, abram os olhos -
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topic respondeu ao verdegulho de sandino em Notícias
blz insanebrain, conversei com VÄRIAS pessoas e ninguém quebrou e baguncóu nada! tanto é que os documentos e a burocracia universitária estavam intactos.... a policia que entrou quebrando tudo! enquanto os estudantes estavam sentados ouvia-se o barulho deles revirando tudo! A unica "depredacao" (assumidamente! por sinal) foram as pixações, "protestos politicos" segundo os ocupantes.... bastante questionavel sim, mas quando o estudante erra, muros sao pixados e portas sao quebradas... mas quando a policia erra ela MATA! e quando o reitor erra e abusa do poder do seu cargo na universidade mais importante do pais... nao acontece nada com o fdp se o problema é exclusivamente da usp então porque tanta mídia (que alias já tava tudo esquematizada e posicionada antes da ação e com a orientação verbal da policia pra obter os "melhores angulos") e pra que tanta polícia, afinal nao é problema da usp? se eles sao apenas 0,4% pq fazem tanto estardalhaço nao será pq essa minoria apesar de não ser unanimidade não esta fazendo muito mais do que o restante os outros 99% que apoiam a violencia gratuita e a acao militar acima de qualquer solucão... dizem que 500 reais ficou barato, e que deveriam ser presos e apanhar mais...\ que que todos esse 99% realemnte pensem assim pq se querem resolver o problema da violência com mais violência e repressão não precisa nem perder tempo argumentando com esse tipo. difícil é argumentar com quem não perde a linha. -
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enquanto isso quem desmatou ate 1500 hectares entre 2001 e 2008 na amazonia esta isento de refvlorestar.... 300 mil fazendas! e quem nao desmatou faz papel de otario foi no mesmo dia do show da midia sensacionalista e a invasao da pm na usp,a comissao de " ciencia" e ' tecnologia" , junto com a comissao de " meio ambiente" cedeu nesse ponto acima e encamoinhou o tezto para aprecia'c~ao dos demais senadores um policial disparou uma arma nao letal contra um ESTUDANTE quye tava l'a nio congresso protestando... disse que estava reagindo com viol^encia.... mas as imagens mostra o estudante com as maos para o alto antes mesmo do disparo ser feito... o policial foi afastado... ningu'em falou mais nada... na verdade a reportagem toda no JN durou 10s..... enquanto perdi a conta de quantos minutos o RODAS e ALCKIMIN falaram na rede bobo.... papagaios de pirata da rede bobo, massa de manobra... etc outro fato.... o pr'edio da reitoria era MORADIA ESTUDANTIL destinada a alunos de baixa renda... mas foi desocupado e virou instrumento do governador para minitorar o movimento estudantil e manter a opiniao vigente nos papagaios da rede bobo o predio da antiga reitoria existe ate hoje... -
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papagaio de pirata da rede bobo... esses 0,0000001% só fodem pq gente que pensa que nem você e que s';o sabe ser papagaio da rede bobo alimenta nem lendo os relatos de quem é contra a ocupação você evolui... nasce de novo o cara vem me postar uma materia DA VEJAA!!!! kkkkkk comédia cada vez mais queimando seu filme o playboy morreu pq nao quis entregs o blindado dele enquanto a pm tava dando dura em estudante das sociais (sim pq so eles tem aparencia " supspeita' pra serem enquandrados por polkicias dentro da usp)... uma aluna da biologia foi baleada no rosto na politecnica no acesso da raposo em frente ao pq. dos principes.... fora da usp.... a VEJA 'e mesmo muito parcial!!! hahahah olha o relato DE QUEM TAVA LA VALEU!! falo!!!!!!!!!! -
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Esclarecendo o caso USP (pra quem vê de fora) por Jannerson Xavier <http://www.facebook.com/profile.php?id=1109586701>, quarta, 9 de Novembro de 2011 às 16:04 Somos alunos da ECA-USP e visto a falta de imparcialidade da mídia com referência aos últimos acontecimentos ocorridos dentro da Universidade de São Paulo, cremos ser importante divulgar o cenário real do que realmente se passa na USP. Alguns fatos importantes que gostaríamos de mostrar: - O incidente do dia 27/10/11, quando 3 alunos foram pegos portando maconha, *NÃO* foi o ponto de partida das reivindicações estudantis. Aquele foi o estopim para insatisfações já existentes. - Portanto, gostaríamos de explicitar que a legalização da maconha, seja dentro da Cidade Universitária ou em qualquer espaço público, não é uma reivindicação estudantil. Alguns grupos até estão discutindo essa questão, mas ela* NÃO* entra na pauta de discussões que estamos tendo na USP. - Os alunos da USP* NÃO* são uma unidade. Dentro da Universidade há diversas unidades (FFLCH, FEA, Poli, etc.) e, dentro de cada unidade, grupos com diferentes opiniões. Por isso não se deve generalizar atitudes de minorias para uma universidade inteira. O que estamos fazendo, isso no geral, é sim *discutir** *a situação atual em que se encontra a Universidade. - O Movimento Estudantil, responsável pelos eventos recentes, *NÃO* é uma organização e tampouco possui membros fixos. Cada ação é deliberada em assembleia por alunos cuja presença é facultativa. O que há é uma liderança desse movimento, composta principalmente por membros do DCE (Diretório Central dos Estudantes) e dos CAs (Centros Acadêmicos) de cada unidade. Alguns são ligados a partidos políticos, outros não. - Portanto, os *meios* pelos quais o Movimento Estudantil se mostra (invasões, pixações, etc.) não são decisão de maiorias e, portanto, são passíveis de reprovação. Seus *fins (ou seja, os pontos reais que são discutidos)*, no entanto, têm adesão muito maior, com 3000 alunos na assembleia do dia 08/11. - Apesar de reprovar os meio usados pelo Movimento Estudantil (invasões, depredação), *não podemos desligitimar as reivindicações* feitas por esses 3000 alunos. Os fatos não podem ser resumidos a uma atitude de uma parcela muito pequena dos universitários. Sabendo do que esse movimento *NÃO* se trata, seguem suas reinvidicações: *DISCUSSÃO DO CONVÊNIO PM-USP / MODELOS DE SEGURANÇA NA USP* A reivindicação estudantil não é: PM FORA DO CAMPUS, mas antes *SEGURANÇA DENTRO DO CAMPUS*. Os estudantes crêem na relação dessas reivindicações por três motivos: *A PM não é o melhor instrumento para aumentar a segurança,* pois a falta de segurança da Cidade Universitária se deve, entre outros fatores, a um planejamento urbanístico antiquado, gerando grandes vazios. Iluminação apropriada, política preventiva de segurança e abertura do campus à populacão (gerando maior circulação de pessoas) seriam mais efetivas. Mas, acima de tudo... *A Guarda Universitária deve ser responsável pela segurança da universidade. * Essa guarda já existe, mas está completamente sucateada. Falta contingente, treinamento, equipamento e uma legislação amparando sua atuação. Seria muito mais razoável aprimorá-la a permitir a PM no campus, principalmente porque... *A PM é instrumento de poder do Estado de São Paulo sobre a USP, que é uma autarquia* e, como tal, deveria ter autonomia administrativa. O conceito de Universidade pressupõe a supremacia da ciência, *sem submissão a interesses políticos e econômicos*. A eleição indireta para reitor, com seleção pessoal por parte do governador do Estado, ilustra essa submissão. O atual reitor João Grandino Rodas, por exemplo, era homem forte do governo Serra antes de assumir o cargo. *POSTURA MAIS TRANSPARENTE DO REITOR RODAS / FIM DA PERSEGUIÇÃO AOS ALUNOS* Antes de tudo, independentemente de questões ideológicas, *Rodas está sendo investigado pelo Ministério Público de São Paulo por corrupção*, sob acusação de envolvimento em escândalos como nomeação a cargos públicos sem concurso (inclusive do filho de Suely Vilela, reitora anterior a Rodas), criação de cargos de Pró-Reitor Adjunto sem previsão orçamentária e autorização legal, e outros. No mais, *suas decisões são contrárias à autonomia administrativa que é direito de toda universidade*. Depois de declarar-se a favor da privatização da universidade pública, suspendeu salários em ocasiões de greve, anunciou a demissão em massa de 270 funcionários e, principalmente, moveu processos contra alunos e funcionários envolvidos em protestos políticos. *Rodas, em suma: foi eleito indiretamente, faz uma gestão corrupta e destrói a autonomia universitária.* Você pode estar pensando… *MAS E O ALUNO MORTO NO ESTACIONAMENTO DA FEA-USP, ENTRE OUTRAS OCORRÊNCIAS? * Sobre o caso específico, *a PM fazia blitz dentro da Cidade Universitária na noite do assassinato.* Ainda é bom lembrar que a presença da PM já vinha se intensificando desde sua primeira entrada na USP, em Junho/2009 (entrada permitida por Rodas, então braço-direito de Serra). Mesmo assim, ela não alterou o número de ocorrências nesse período comparado com o período anterior a 2009.* *Ao contrário, iniciou um policiamento ostensivo, regularmente enquadrando alunos, mesmo em unidades nas quais mais estudantes apoiam sua presença, como Poli e FEA. *MAS E A DIMINUIÇÃO DE 60% NA CRIMINALIDADE APÓS O CONVÊNIO USP-PM?* São dados corretos. Porém a estatística mostra que *esta variação não está fora da variação anual na taxa de ocorrências dentro do campus ( * http://bit.ly/sXlp0U *)*. A PM, portanto, não causou diminuição real da criminalidade na USP antes ou depois do convênio. Lembre-se: ela já estava presente no início do ano, quando a criminalidade disparou. *MAS, AFINAL, PARA QUE SERVE A TAL AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA?* Serve para que a Universidade possa cumprir suas funções da melhor maneira possível. De maneira simplista, são elas: *- Melhorar a sociedade com pesquisas científicas,* sem depender de retorno financeiro imediato*.* - Formar cidadãos com um verdadeiro senso crítico, *pois mera especialização profissional é papel de cursos técnicos e de tecnologia*. *Importante: autonomia universitária total não existe.* O dinheiro vem sim do Governo, do contribuinte, porém a autonomia universitária não serve para tirar responsabilidades da Universidade, *mas sim para que ela possa cumprir essas responsabilidades melhor.* *COMO ISSO ME AFETA? POR QUE EU DEVERIA APOIA-LOS?* As lutas que estão ocorrendo na USP são localizadas, mas tratam de temas * GLOBAIS*. São duas bandeiras: *SEGURANÇA* e *CORRUPÇÃO*, e acreditamos que opiniões sobre elas não sejam tão divergentes. Alguém apoia a corrupção? Alguem é contra segurança? O que você acha mais sensato: *- Rechaçar reivindicações justas por conta de depredações e atos reprováveis de uma minoria, ou;* *- Aderir a essas mesmas reivindicações, propondo ações mais efetivas?* Você tem a liberdade de escolher, contra-argumentar ou mesmo ignorar. Mas lembre-se de que liberdade só existe com esclarecimento. Esperamos ter contribuído para isso. Se você se interessa pelo assunto, pode começar lendo este depoimento: http://on.fb.me/szJwJt Bárbara Doro Zachi Jannerson Xavier Borges PS: Já que a desconfiança é com a mídia, evitamos linkar material de qualquer veículo. -
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Desabafo de quem tava lá [Reintegração de Posse] por Shayene Metri <http://www.facebook.com/profile.php?id=100001592482437 >, terça, 8 de Novembro de 2011 às 23:10 Cheguei na USP às 3h da manhã, com um amigo da sala. Ia começar o nosso 'plantão' do Jornal do Campus. Outros dois amigos já estavam lá. A ideia era passar a madrugada lá na reitoria, ou pelas redondezas. 1) para entender melhor a ocupação, conhecer e poder escrever melhor sobre isso tudo. 2) para estarmos lá caso a PM realmente aparecesse para dar um fim à ocupação. Conversa vai, conversa vem. O tempo da madrugava passava enquanto ficávamos lá fora, na frente da reitoria, conversando com alunos da ocupação. Alguns com posicionamentos bem definidos (ou inflexíveis), outros duvidando até das próprias atitudes. A questão é: os alunos estavam lá e queriam chamar atenção para a causa (ou as causas, ou nenhuma causa)...e, por enquanto, era só. Não havia nada quebrado, depredado ou destruído dentro da tão requisitada reitoria (a única marca deles eram as pixações). A ocupação era organizada, eles estavam divididos em vários núcleos e tinham medidas pra preservar o ambiente. Aliás, nada de Molotov. Mais conversa foi jogada fora, a fogueira que aquecia se apagou várias vezes e eu levantei a pergunta pra alguns deles: e se a PM realmente aparecesse lá logo mais? Seria um tiro no pé dela? Ela sairia como herói? Os poucos que conversavam comigo (eram uns 4, além dos amigos da minha sala) ficaram divididos. "Do jeito que a mídia está passando as coisas, eles vão sair como heróis de novo", disse um. "Se ele vierem vai ter confronto e isso já vai ser um tiro no pé deles", disse outra. Mas, numa coisa eles concordavam: poucos acreditavam que a PM realmente ia aparecer. Eu achava que a PM ia aparecer e muito provavelmente isso que me fez ficar acordada lá. Não demorou muito e, pronto, muita coisa apareceu. A partir daí, meu relato pode ficar confuso, acho que ainda não vou conseguir organizar tudo que eu vi hoje, 08 de novembro. Muitos PMs chegaram, saindo de carros, motos, ônibus, caminhões. Apareceram helicópteros e cavalaria. Nem eu e, acredito, nem a maior parte dos presentes já tinham visto tanto policial em ação. Estávamos em 5 pessoas na frente da reitoria. Dois estudantes que faziam parte da ocupação, eu e mais 2 amigos da minha sala, que também estavam lá por causa do JC. Assim que a PM chegou, tudo foi muito rápido: os alunos da ocupação que estavam com a gente sugeriram: "Corram!", enquanto voltavam para dentro da reitoria. Os dois amigos que estavam comigo correram para longe da Reitoria, onde a imprensa ainda estava se posicionando para o show. Eu, sabe-se lá por qual motivo, joguei a minha bolsa para um dos meninos da minha sala e voltei correndo para frente da reitoria, no meio dos policiais que avançavam para o Portão principal [e único] da ocupação. Tentei tirar fotos e gravar vídeos de uma PM que estava sendo violenta com o nada, para nada. Os policiais quebravam as cadeiras no carrinho, faziam questão do barulho, da demonstração da força. Os crafts com avisos dos estudantes, frases e poemas eram rasgados, uma éspecie de símbolo. Enquanto tudo isso acontecia, parte da PM impedia a imprensa de chegar perto da área, impedindo que os repórteres vissem tudo isso. Voltando para confusão onde eu tinha me enfiado: os PMs arrombaram a porta principal, entraram (um grupo de mais ou menos 30, eu acho) e, logo em seguida, fecharam o portão. Trancaram-se dentro da reitoria com os alunos. Coisa boa não era. Depois disso, o outro grupo de PMs,que impedia a mídia de se aproximar dessas cenas que eu contei , foi abrindo espaço. Quer dizer, não só abrindo espaço, mas também começando (ou fortalecendo) uma boa camaradagem para os repórteres que lá estavam atrás de cenas fortes e certezas. *"Me sigam para cá que vai acontecer um negócio bom pra filmar ali agora", disse um dos militares para a enxurrada de "jornalistas".* A cena era um terceiro grupo de PMs, arrombando um segunda porta da reitoria, sob a desculpa de que queria entrar. O repórter da Globo me perguntou (fui pra perto deles depois da confusão em que me meti com os policiais no início): *"os PMs já entraram, não? Por que eles tão tentando por aqui também?". *Respondi: *"sim, já entraram. E provavelmente estão fazendo essa cena pra vocês terem algum espetáculo pra filmar" * A palhaçada organizada pelos policiais e alimentada pelos repórteres que lá estavam continuou por algumas horas. A imprensa ia contornando a reitoria, na esperança de alguma cena forte. Enquanto isso, PM e alunos estavam juntos, dentro da Reitoria, sem ninguém de fora poder ver ou ouvir o que se passava por lá. Quem tentasse entrar ou enxergar algo que se passava lá na Reitoria, dava de cara com os escudos da tropa de choque, até o fim. Enquanto amanhecia, universitários a favor da ocupação, ou contra a PM ou simplesmente contra toda a violência que estava escancarada iam chegando. Os alunos pediam para entrar na reitoria. Eu pedia para entrar na reitoria. Tudo que todo mundo queria era saber o que realmente estava acontecendo lá dentro. A PM não levava os estudantes da ocupação para fora e o pedido de todo mundo era "queremos algo às claras". Por que ninguém pode entrar? Por que ninguém pode sair? Enquanto os alunos que estavam do lado de fora clamavam para entrar, ouvi de um grupo de repórteres (entre eles, SBT): *"Não vamos filmar essas baboseiras dos maconheiros não! O que eles pedem não merece aparecer". *Entre risadas, pra não perder o bom humor. Além dos repórteres que já haviam decidido o que era verdade ou não, noticiável ou não, tinham pessoas misturadas a eles, gritando contra os estudantes, xingando. Eu mesma ouvi muitas e boas como *"maconheirazinha", "raça de merda" e "marginal" . * Os estudantes que enfrentavam de verdade os policiais que faziam a 'corrente' em torno da Reitoria eram levados para dentro. Em questões de segundos, um estudante sumia da minha frente e era levado pra dentro do cerco. Para sabe-se lá o que. Lá pras 7h30, depois de muito choro, puxões e algumas escudadas na cara, comecei a ver que os PMs estavam levando os estudantes da ocupação para dentro dos ônibus. Uma menina foi levada de maneira truculenta, essa foi a única coisa que meu 1,60m de altura conseguiu ver por trás de uma corrente da tropa de choque. Enquanto eu tentava entrar no cerco, para entender a história, a grande mídia já estava lá dentro. Fui conversar com um militar, explicar da JC. Ouvi em troca *"ai, é um jornal da usp. De estudantes, não pode. Complica".* Os ônibus com os alunos presos saíram da USP. Uma quantidade imensa de outros alunos gritavam com a PM. Eu e os dois amigos da minha sala (aqueles da madrugada) pegamos o carro e fomos para a DP. Na DP, o sistema era o mesmo e meu cansaço e raiva só estavam maiores. Enjoo e dor de cabeça, era o meu corpo reagindo a tudo que eu vi pela manhã. Alunos saiam de 5 em 5 do ônibus para dentro da DP. Jornalistas amontoados. Familiares chegando. Alunos presos no ônibus, sem água, sem banheiro, sem comida, mas com calor. Pelo menos por umas 3h foi assim. Enquanto a ficha caia e eu revisualizava todo o horror da reintegração de posse, outras pessoas da minha sala mandavam mensagens para gente, de como a grande imprensa estava cobrindo o caso. Um ato pacífico, né Globo? Não foi bem isso o que eu vi, nem o que o JC viu, nem o que centenas de estudantes presenciaram. Enfim, sou contra a ocupação. Sempre tive várias críticas ao Movimento Estudantil desde que entrei na USP. Nunca aceitei a partidarização do ME. Me decepciono com a falta de propostas efetivas e com as discussões ultrapassadas da maioria das assembléias. Mas, nada, nada mesmo, justifica o que ocorreu hoje. Nada pode ser explicação pra violência gratuita, pro abuso do poder e, principalmente, pela desumanização da PM. Não costumo me envolver com discussões do ME, divulgar textos ou participar ativamente de algo político do meio universitário. Mas, como poucos realmente sabem o que aconteceu hoje (e eu acredito que muita coisa vai ser distorcida a partir de agora, por todos os lados), achei que valeria a pena escrever esse texto. Taí o que eu vi. momento em que os primeiros PMs entraram na reitoria http://www.facebook.com/notes/shayene-metri/desabafo-de-quem-tava-l%C3%A1-reintegra%C3%A7%C3%A3o-de-posse/233831886679892 -
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é contra o proibicionismo também. a USP (maioria) é a favor da sociedade. O reitor é corrupto pra quem não sabe... e não existe democracia na usp.... criou cargos de pro-reitor sem consulta orcamentaria... portanto ocupação e protestos são as únicas formas de lutar, ninguém realemente perguntou a comunidade acadêmica se ela era a favor da pm na usp, pq simplesmente a USP, infelizmente, está 25 anos atrasada em relação a democracia e não existem meios democráqticos que façam com que essa consulta realmente atenda a comunidade .... rodas foi o segundo mais votado (as eleicoes p/ reitor sao apenas uma minoria que participam, sem poder de realemente eleger nada!) pq mesmo ele sendo o segundo mais votado, como era alinhado de geraldo alkimin e particou de seu governo, foi DECRETADO REITOR. -
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http://elefanteimaginario.wordpress.com/2011/11/11/sobre-a-pm-na-usp-e-mais-um-pouco/ Sobre a PM na USP e mais um pouco Posted on 11 November, 2011 by Elefante Imaginário Eu não queria muito escrever sobre isso. Mas conto, constrangidamente, o principal motivo que me faz escrever: Eu sabia da polêmica da PM na USP, antes dos acontecimentos recentes, mas só de longe. Li um pouco a respeito, conversei com alguns amigos, mas o assunto foi ficando pra trás. E não acho que essa distância seja só pelo fato de eu estar do outro lado do mundo. Mesmo em São Paulo, mesmo do lado da USP, a grande maioria das pessoas também está muito longe – não porque são alienados, insensíveis, reacionários ou seja o que for, mas por que a vida é muito rápida em envolver a gente nos problemas cotidianos, sem deixar muito espaço pro resto. Enfim, estava eu aqui, a cabeça e as horas cheias de de japonês, estudos, de bobagens e histórias sobre privadas. Um belo dia acordei e vi uma notícia, postada por uma amiga. Era uma notícia da Folha de S. Paulo, sobre o confronto de estudantes com a PM, por causa de 3 alunos que portavam maconha. E aqui está a parte constrangedora. Eu li e pensei Ah, meu saco, agora vão começar uma briga porque a molecada quer fumar maconha em paz? Fuma em casa, porra. Era isso que estava noticiado. Eu não confio na Folha, já vi pessoalmente a incongruência absurda entre que eles noticiam o que acontece dentro da USP. Não li querendo acreditar em tudo o que me diziam. Mas o fato é que quando você está longe, e lê uma notícia por cima, como quase todo mundo lê as notícias, não costuma lembrar de todos os outros fatores que ela deixou de fora. Ninguém mencionava qual era o comportamento da PM em relação aos alunos, com ou sem maconha. Se a presença dela tinha efetivamente aumentado a segurança nas áreas que precisam de segurança. Ou num plano maior, a maneira como se decidiu que a PM estaria ali, a maneira como se decidiu que este reitor estaria ali, nem como ele tem se comportado em relação aos alunos. Ainda tenho vários amigos dentro da USP ou muito próximos a ela e logo me lembrei, ou fui lembrada, de todas essas questões. Essa primeira impressão durou pouco, mas foi chocante quando percebi o que tinha me acontecido. Chocante ver o quanto somos suscetíveis ao que a notícia conta, quando não damos um pouco mais de reflexão ao assunto. E pouca gente que não está realmente dentro do problema faz isso. Um Datena ou um Reinaldo Azevedo são tão absurdos nos seus discursos que é difícil se deixar levar pelo que eles dizem (quero crer que meus caros leitores concordam comigo nesse ponto). Mas as notícias, no seu tom “imparcial” e seu formato que finge dar todas as informações necessárias sobre um assunto, fazem a gente achar que sabe o que está acontecendo e do que está falando. É perigoso. Então farei o que eu posso, a distância: divulgar, mesmo que seja modestamente e pra uns poucos leitores, outras opiniões sobre o assunto que me parecem mais esclarecidas do que as da Folha de S. Paulo (essa é particularmente chocante) e cia. Espero que alguns de vocês tenham paciência de ler (principalmente os links lá embaixo, mais interessantes do que meus próprios comentários). * * * Antes de mais nada, queria deixar claro que a oposição aqui não é simplesmente “PM tentando proteger mocinhas de estupradores” versus “molecadinha à toa que quer fumar um em paz”. A discussão fica sempre nessa coisa tacanha, em que se assume que os estudantes são vagabundos drogados, que a polícia é segurança, e que nenhuma lei pode ser discutida. Mas o caso dos 3 estudantes não foi o motivo de todo o confronto, foi o estopim de tensões que já existiam, em relação a como o governo e a reitoria têm tratado a universidade. Ou seja, as discussões vão – deveriam ir – muito além da maconha, dos alunos que vestem roupas da GAP ou não, que deveriam ter apanhado mais na infância ou não. Esse esclarecimento feito por alunos da ECA resume bem os assuntos em pauta. (Edit: gosto muito da análise nesse texto linkado, mas tem uma coisa que não gosto: o título “Esclarecendo”. Não é o que eu quero fazer aqui. Não acho que tudo o que se precisa fazer seja contar “a verdade”. O que quero fazer é falar sobre as questões em jogo. É mostrar outros pontos de vista, outras narrativas do que tem acontecido. E, principalmente, outras refllexões a respeito de tudo isso. ) Sobre a relação de PM e segurança, é difícil conseguir uma análise confiável sobre o número de crimes antes e depois da entrada da polícia. (A Folha falou em 92%, tendo como fonte, muito imparcial, a própria PM. Mas examinando um período mais amplo, dá pra ver que a oscilação é normal, já que maio costuma ser um pico e depois disso vem o período das férias, com pouco movimento. Também é difícil contabilizar porque nem todas as ocorrências são registradas no mesmo lugar). Mas, independentemente do que ela esteja fazendo em outras áreas, o ponto é que revistar alunos na entrada da FFLCH, uma das áreas mais movimentadas da USP, simplesmente porque eles tem “perfil de marginal” não vai impedir estupros ou assaltos. Ou seja, mesmo que você seja a favor da presença na PM no campus pra garantir a segurança, não é simples afirmar que é isso o que ela está fazendo, e muito menos que é a isso que os alunos estão se opondo. O movimento estudantil é cheio de problemas. Tem muita politicagem, tem grupos pouco abertos ao diálogo e tem muita gente maluca. Participar das assembléias pode ser quase tão estressante quanto ler a Veja. Mas isso não é motivo pra deslegitimar todo e qualquer esforço por parte do estudantes de se questionar o jeito como as coisas estão e de se manifestar. Porque as coisas não estão bem. (Alguém acha, de verdade, sinceramente, que estão?) Eu acho que esse é justamente um motivo pra discutir esses esforços, criticar o que não funciona, pensar novas possilidades, tentar trazer a participação de pessoas novas. Defender que o questionamento dos estudantes é válido não significa concordar com todas as suas atitudes nem com todas as suas reinvindicações. (No quesito coisas-estando-bem, sem nem entrar em grandes questões ideológicas: sempre penso, ao ver alunos de outras unidades xingando o movimento, se eles achariam a mesma coisa caso não coubessem dentro da suas salas de aula. Não falo em salas com ar condicionado, com microfone, com cadeiras estofadas. Nem mesmo com cadeiras combinando. Só uma sala em que você caiba.) Mas não digo isso só da USP. A questão de como a autoridade lida com a população em São Paulo, e de como faz uso da polícia pra isso, vai muito além das salas de aula e da reitoria, é claro. Ela tem que ser discutida. (Repito: alguém acha, de verdade, sinceramente, que está tudo indo bem?) Sei de muita gente que gostaria de se colocar sobre a USP ou sobre outros casos, que está indignada, cansada de ouvir histórias de violência e ver notícias distorcidas, mas que não fala sobre isso pelo desânimo de achar que não vai fazer diferença. Eu também. Tenho a sensação desesperançosa de que as pessoas determinadas a chamar os alunos de maconheiros vagabundos continuarão a fazer isso exatamente do mesmo jeito, ignorando qualquer outro argumento que esteja no caminho. Mas como não adianta desanimar de vez, posto isso na esperança de que possa gerar reflexão. É um espaço modesto e são muito poucos leitores. Mas quem sabe… talvez alguém que até agora não tinha pensado tanto sobre o assunto se interesse em saber mais. Talvez essa pessoa fale sobre isso com mais alguém. Talvez a única versão da história não precise ser a de uma mídia que diz que os estudantes ousam questionar o status quo porque seus cérebros não estão prontos. Abaixo, alguns links de gente que falou melhor que eu: Pablo Ortellado: A cortina de fumaça da segurança na USP Vladimir Safatle: Abaixo da lei Vladimir Safatle: Zero e Um (texto curto e bom sobre o binarismo em discussões políticas) Guerra de ilusões e fantasmas na USP (relato muito interessante sobre o dia da reintegração de posse, sobre a política dentro da delegacia e dentro do movimento estudantil) André Forastieri: O choque na USP e a militarização de São Paulo USP – O que a mídia não viu e o debate inteligente que perdemos Ocupação patética, reação tenebrosa (gostei muito desse, como análise não só desse caso mas da relação da população com protestos em geral) Marcelo Rubens Paiva: posse de maconha não é crime (já que a discussão sempre volta pra isso, vamos checar a tal da lei) E por último, uma linda anedota sobre ser coerente com as leis -
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boa análise http://blogdojuca.uol.com.br/2011/11/usp-autonomia-seletiva/ USP: autonomia seletiva Juca Kfouri<p class="modinteracao autostart:false" id="compartilhe-26338"> Por LEONARDO CALDERONI E PEDRO CHARBEL* Tem-se dito pelos que defendem o convênio entre a USP e a PM que não se pode tratar a Cidade Universitária como algo que está fora da cidade de São Paulo. A própria reitoria tem feito discursos nesse sentido. E é verdade: a USP faz parte do território paulistano, paulista e brasileiro, mesmo sendo uma autarquia. Ter autonomia, afinal, não é o mesmo que ter soberania. Agora, se a Cidade Universitária está sujeita a todas as leis municipais, estaduais e nacionais e deve ser tratada como qualquer outra parte do território, por que ela se fecha – material e intelectualmente – ao resto da sociedade? Por que a mesma reitoria que agora afirma a não-soberania da USP teve o poder, há alguns anos, de vetar a construção de uma estação de metrô dentro do campus? Por que em uma universidade pública, financiada pela sociedade, esta mesma não pode usufruir de seus espaços livremente sem uma carteirinha? A USP virou uma terra de autonomia seletiva. Na hora em que convém a determinados interesses, há sim bastante autonomia para afastar a “gente diferenciada” que viria de metrô para dentro dos muros da universidade. Mas na hora em que não interessa, a autonomia some e o “campus é parte da cidade”. O discurso da segurança serve ora para defender o segregacionismo, ora para defender a integração. Aparentemente estamos condenados a sermos eternos reféns das “razões de segurança”. Seria realmente desejável que os que defendem a integração da Cidade Universitária nesse caso, fizessem-no em tudo mais. Isso porque a Cidade Universitária não deixará de ser uma “ilha” por causa de um convênio com a PM. Deixará de sê-lo no dia em que não for hostil aos que “não possuem carteirinha”. Deixará de sê-lo quando a comunidade São Remo, ao lado da USP, deixar de ser vista como antro de criminalidade ou fonte de mão de obra para os serviços terceirizados da universidade; e passar a ser vista como uma comunidade que detém o direito sobre aquele espaço assim como qualquer outro cidadão, afinal não é a Cidade Universitária um espaço como qualquer outro dentro da cidade de São Paulo? Acima de tudo, a USP deixará de ser uma “ilha” quando realmente for uma universidade pública, na qual toda a sociedade possa usufruir do seu espaço e o conhecimento lá produzido não atenda apenas às demandas do capital privado – o que é legítimo, mas de modo algum suficiente. O papel da universidade deve superar o Ensino e a Pesquisa. É necessário que haja Extensão, isto é, que se trave um diálogo horizontal entre o conhecimento universitário e o restante da sociedade, em um processo que traga a sociedade para dentro da universidade, e vice-versa, tanto física quanto intelectualmente. Mais do que uma questão de espaço e jurisdição, está em debate, portanto, o caráter público da USP. É preciso desvincular as discussões recentes de casos pontuais e associá-las a algo muito maior. No limite, a principal discussão não deve ser o convênio entre USP e PM em si, mas a maneira como este se deu e como são tomadas todas as decisões relevantes da política universitária, dentre as quais este convênio é só mais uma. Ao contrário do que afirma a reitoria, esse convênio não foi decidido por uma “ampla maioria”, simplesmente porque nenhuma decisão importante na USP é tomada de maneira democrática. Novamente reina a autonomia seletiva: a universidade não está acima da lei quando se trata de polícia, mas segue desrespeitanto determinações de leis federais, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no que tange aos seus processos deliberativos. Não à toa, a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital instaurou, nesse ano, um processo para apurar irregularidades na eleição da reitoria e na disposição dos assentos dos docentes em órgãos colegiados constituintes do colégio eleitoral. Se o convênio USP-PM encontra suas justificativas no factual problema da segurança, a maneira como ele foi firmado já o invalida por completo. É a mesma maneira pela qual se permite que processos administrativos sejam usados como forma de repressão e controle político. Advêm da mesma estrutura as iniciativas que ilham o Ensino e a Pesquisa desenvolvidos dentro da USP, na qual os cursos pagos e os convênios com grandes empresas são as únicas formas de diálogo com a sociedade. Recentemente, a Congregação da Faculdade de Direito da USP declarou o reitor João Grandino Rodas “persona non grata”. Reconhecer os problemas da gestão Rodas é, sem dúvida, um passo importante. É fundamental, todavia, entendermos que o reitor que está sob investigação do Ministério Público encontrou na estrutura da própria universidade as possibilidades para assim atuar. Mais do que uma “persona non grata”, há na USP toda uma “estrutura non grata”. E no caso da Cidade Universitária, além da estrutura decisória, também a estrutura física precisa ser rearquitetada. Quando o diálogo não for mais uma promessa vazia e a democracia uma propaganda enganosa, aí sim a USP poderá deixar seus dias de ilha e autonomia seletiva para trás. A USP não deve mais ser um enorme terreno desértico, hostil e sem iluminação; assim como deve se afirmar enquanto universidade pública a serviço da comunidade. A universidade deve ser permeável à sociedade em sua totalidade, não só no que diz respeito à polícia – cuja atuação e estrutura devem ser questionadas dentro e fora do campus. Só assim, a Cidade Universitária será um lugar muito mais seguro e, principalmente, muito mais útil à cidade que a abriga e aos cidadãos que a sustentam. *Leonardo Borges Calderoni e Pedro Ferraracio Charbel são estudantes de Relações Internacionais da USP. -
Alunos Entram Em Confronto Com A Polícia Militar Na Usp
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http://raquelrolnik.wordpress.com/2011/11/04/muito-alem-da-polemica-sobre-a-presenca-ou-nao-da-pm-no-campus-da-usp/ Muito além da polêmica sobre a presença ou não da PM no campus da USP 04/11/11 por raquelrolnik Ontem participei, a convite do Grêmio da FAU, de um debate sobre a questão da segurança na USP e a crise que se instalou desde a semana passada, quando policiais abordaram estudantes da FFLCH, cujos colegas reagiram. Além de mim, estavam na mesa o professor Alexandre Delijaicov, também da FAU, e um estudante, representando o movimento de ocupação da Reitoria. Para além da polêmica em torno da ocupação da Reitoria, me parece que estão em jogo nessa questão três aspectos que têm sido muito pouco abordados. O primeiro refere-se à estrutura de gestão dos processos decisórios dentro da USP: quem e em que circunstâncias decide os rumos da universidade? Não apenas com relação à presença da Polícia Militar ou não, mas com relação à existência de uma estação de metrô dentro do campus ou não, ou da própria política de ensino e pesquisa da universidade e sua relação com a sociedade. A gestão da USP e de seus processos decisórios é absolutamente estruturada em torno da hierarquia da carreira acadêmica. Há muito tempo está claro que esse modelo não tem capacidade de expressar e representar os distintos segmentos que compõem a universidade, nem de lidar com os conflitos, movimentos e experiências sociopolíticas que dela emergem. O fato é que a direção da USP não se contaminou positivamente pelas experiências de gestão democrática, compartilhada e participativa vividas em vários âmbitos e níveis da gestão pública no Brasil. Enfim, a Universidade de São Paulo não se democratizou. Um segundo aspecto diz respeito ao tema da segurança no campus em si. É uma enorme falácia, dentro ou fora da universidade, dizer que presença de polícia é sinônimo de segurança e vice-versa. O modelo urbanístico do campus, segregado, unifuncional, com densidade de ocupação baixíssima e com mobilidade baseada no automóvel é o mais inseguro dos modelos urbanísticos, porque tem enormes espaços vazios, sem circulação de pessoas, mal iluminados e abandonados durante várias horas do dia e da noite. Esse modelo, como o de muitos outros campi do Brasil, foi desenhado na época da ditadura militar e até hoje não foi devidamente debatido e superado. É evidente, portanto, que a questão da segurança tem muito a ver com a equação urbanística. Finalmente, há o debate sobre a presença ou não da PM no campus. Algumas perguntas precisam ser feitas: o campus faz parte ou não da cidade? queremos ou não que o campus faça parte da cidade? Em parte, a resposta dada hoje pela gestão da USP é que a universidade não faz parte da cidade: aqui há poucos serviços para a população, poucas moradias, não pode haver estação de metrô, exige-se carteirinha para entrar à noite e durante o fim de semana. Tudo isso combina com a lógica de que a polícia não deve entrar aqui. Mas a questão é maior: se a entrada da PM no campus significa uma restrição à liberdade de pensamento, de comportamento, de organização e de ação política, nós não deveríamos discutir isso pro conjunto da cidade? Então na USP não pode, mas na cidade toda pode? Que PM é essa? Essas questões mostram que o que está em jogo é muito mais complexo do que a polêmica sobre a presença ou não da PM no campus.