A parada é a seguinte:
Neste livro, cuja edição brasilera é esgotada a mais de vinte anos e a editora nem existe mais, a autora, uma antropologa italiana, faz um valioso estudo etnobotânico da cannabis, documentando fartamente as informações. Não é um livro sobre cultivo mais sobre cultura, no qual ela dá depoimento próprio sobre plantios comerciais na Italia, França e Portugal, para diversos fins, antes da segunda gerra ( primeiro quarto do seculo vinte)... talvez o primeiro a bater de frente e desmistificar a ideologia que legou a erva ao rol de plantas proibidas...
Buscando na rede encontrei...
Do HipFreak na secão de culinaria do GR
... “Eu tenho um livrinho bem raro chamado O BARATO DA HISTÓRIA (CANNABISTÓRIA) que fala sobre o uso antigo da erva por vários povos e lá você vê que na Itália e Europa, Américas o uso do cânhamo era normal. Mesmo que fosse oficialmente para uso têxtil ( na era antiga tudo era de cânhamo calças. camisas,etc.) e papel ... ...só cânhamo.
Bom chega foi só para comentar a hipocrisia de nosso mundo atual, deixa este assunto para outro tópico em outra sessão.”
E mais...
..." A tendência para o uso da maconha em sociedade é também observada no Brasil. Transcrevemos de Iglesias os seguintes trechos por demais curiosos e ilustrativos a respeito do assunto. Aludindo a um denominado Clube dos Diambistas, conta: 'os fumantes reúnem-se, de preferência, na casa do mais velho, ou do que, por qualquer circunstância, exerce influência sobre eles, formando uma espécie de clube, onde geralmente aos sábados celebram suas sessões. Colocam-se em torno da mesa e começam a sugar baforadas de fumaça da diamba. Fomos assistir a uma sessão num clube de diambistas, no vale do Mearim, próximo a Pedreiras, no Estado do Maranhão. Os fumadores estão em volta de uma mesa, outros deitados em suas redes. Às primeiras fumaçadas os olhos se injetam de sangue: os primeiros sintomas de pertubação mental se manifestam. Alguns ditos chistosos, umas gargalhadas, indicam que o pessoal começa a embriagar-se, e versos toscos e desconcertados saem por entre as baforadas de diamba: O diamba, sarabamba!/ Quando eu fumo a diamba/ Eu fico com a cabeça tonta/ E as pernas zamba"....
...A repressão é antiga....
"Em toda a África setentrional e em parte do mundo islâmico, o consumo de cannabis, sob a denominação de haxixe, prossegue, em todo o século XIX, transbordando as fronteiras dos ritos religiosos e cerimônias tribais, para ressugir, com outras roupagens, no cotidiano. Uma boa ilustração disso pode ser recolhida junto às tropas de Napoleão Bonaparte, quando da campanha no Egito. Temendo que o hábito da erva se espalhasse entre os seus exércitos, Napoleão publicou um proclama, que fora as sutilezas da linguagem jurídica, ordenava que: 1) o consumo de bebida que alguns muçulmanos preparavam a partir do haxixe e o hábito de fumar as folhas e folhas desse produtos estavam proibidos em todo o Egito; alertava, ainda, aqueles que se utilizavam da beberagem de ser ela causadora de irresponsabilidades e delírios constantes, como o dos alienados. 2) Também a preparação e o manuseio dessa bebida estavam proibidos em todo o Egito. Os estabelecimentos que fossem flagrados preparando ou vendendo haxixe, teriam suas portas cimentadas e os proprietários ficariam presos por três meses."
“... do livro "O Barato da História", de Elizabeta Remini, ensaio etnobotânico sobre a cannabis, editora Escrita/ título original Cannabistoria) ...”
Então, meu proposito é que este livro possa ser disponibilizado para que mais pessoas pudesse conhecer-lo.
séra que o HipFreak ou alguem que o possua, pode fazer esta fé aqui ou em outro thread, uma vez que o livro a muito já está esgotado?...
Sobre a Edição do Jornal Movimento que trata da legalização da maconha, será que alguem aí tem acesso a biblioteca que guarda periodicos do finalda decada de setenta? foi uma das ultimas edições antes de ser fechado pela ditadura. Era um periodico semanal das esquerdas brasileiras (tipo pasquim, bundas...), muito legal porque mostra claramente que a legalização não rola pelo interesse do trafico e dos empresários da industria de tabaco, ambos representados na câmara e no congresso por politicos da direitona... também analiza o que o governo deixa de arrecadar de impostos caso fosse liberado.... 32 paginas tipo formato tablóide...
Vale a pena resgatar... quem puder ajude.
Amor e Paz