Representantes da PM (Polícia Militar) e da Marcha da Liberdade fizeram uma reunião, encerrada por volta das 14h deste sábado, em que ficou acordado os termos para que a manifestação aconteça ainda hoje, com início às 16h.
A marcha pode ser realizada, segundo os dois lados, desde que não haja nenhuma referência a qualquer tipo de ato considerado criminoso pela lei como o uso de drogas e o aborto. Vetou-se material de qualquer tipo que faça referência à maconha, como camisetas e outros itens.
"A polícia vai prover a segurança das vias públicas e dos manifestantes", comentou o coordenador da PM, o capitão Carlos José de Brito. "Desde que não tenha apologia ao crime, qualquer pessoa pode se manifestar."
Julianna Granjeia/Folhapress
Policiais miliares fizeram corredor para evitar que concentração pró-Marcha da Liberdade fosse para a rua
O trajeto do ato será o mesmo combinado pela PM, CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e organizadores da marcha na última quarta-feira (25). Os manifestantes vão ocupar duas faixas da avenida Paulista, seguir pela rua da Consolação e parar na praça da República, onde estão previstas intervenções artísticas.
Os policiais fizeram um corredor para evitar que a concentração que ocupa o vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo), na região central, avançasse para a Paulista.
Pelo menos mil pessoas estão no local e há aproximadamente 200 PMs e mais 60 do Batalhão de Choque.
Uma das representantes da Marcha da Liberdade, Grabiela Moncau comentou que não se pode considerar uma vitória a realização da manifestação. "Parece que conseguimos algo que não temos direito", disse ela. "A Constituição prevê o direito da liberdade de expressão."
Os manifestantes, que portam flores que estão sendo distribuídas no ponto de concentração, aplaudiram a PM quando foi anunciada a liberação da Marcha da Liberdade. Os grupos se dividem entre músicos, artistas, movimentos raciais, GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros) e da Bicletada, entre outros
Alguns estão com a boca amordaçada em protesto, outros carregam cartazes que tratam de liberdade de expressão e violência policial. Não há nenhum que se refira às drogas.
A manifestação está proibida desde a noite de ontem (27) por um mandado de segurança assinado pelo desembargador Paulo Antonio Rossi.
O coordenador dos policiais disse que a PM não está descumprindo a lei. Segundo ele, há uma reunião em andamento. Se o ato se tornar igual à Marcha da Maconha, com apologia ao crime, aí sim poderá ocorrer a repressão a manifestantes.
Durante a Marcha da Maconha, no último dia 21, cerca de 700 pessoas bloquearam a avenida Paulista, no sentido da Consolação, em protesto contra a proibição judicial que a considerou o movimento ilegal.
Na ocasião, cerca de cem policiais militares, a maioria da Tropa de Choque, estavam no local e houve confronto. Com balas de borracha e bombas de efeito moral, a PM perseguiu por 3 km os manifestantes. O repórter da TV Folha Felix Lima foi agredido e teve seu equipamento danificado pela Guarda Civil Metropolitana. Seis pessoas foram detidas e ao menos duas se feriram. Os detidos foram liberados no início da noite.
A PM atribuía a ação à necessidade de cumprir ordem judicial. Oficialmente, a corporação disse que a reação se deveu à iminência de briga entre manifestantes e skinheads, que provocaram alguns participantes.
fonte : http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/922309-pm-libera-realizacao-da-marcha-da-liberdade-neste-sabado.shtml