Acabei de ler o livro "Maconha, cérebro e saúde", de Renato Malcher-Lopes e Sidarta Ribeiro.
Simplesmente SENSACIONAL!!! Informação de altíssimo nível, numa linguagem muito compreensível, que dá um panorama bem completo sobre as últimas pesquisas a respeito da interação canabinóides/cérebro (sistema endocanabinóide).
Vou colocar aqui um trecho do último parágrafo do livro, que mostra bem a postura dos autores com relação à proibição do uso medicinal, sobretudo, e do uso recreativo também, postura que também ficou muito clara na recém divulgada carta aberta dos neurocientistas da SBNEC, da qual o Sidarta Ribeiro é um dos signatários. Aqui, então, o trecho, apenas pra aperitivo do livro, que devia ser lido por todo maconheiro e todos os interessados na discussão séria a respeito da maconha e seus usos variados:
"A despeito do estigma que a maconha carrega em decorrência da ilegalidade de seu uso em muitos países, o fato é que, como remédio para diversas enfermidades, os efeitos colaterais que ela produz são perfeitamente aceitáveis e, às vezes, até desejáveis, como é o caso de quadros multissintomáticos. Suas variadas propriedades medicinais, associadas ao baixo custo de produção, tornam mais do que desejável o estabelecimento e regularização do uso criterioso de maconha e seus derivados para fins terapêuticos, sobretudo no caso de doenças severas para as quais não há alternativas eficazes. Dependendo do país, tal processo poderá ser mais ou menos retardado em função de fatores alheios ao conhecimento científico e aos preceitos médicos [PRECONCEITO, IGNORÂNCIA]. Tanto do ponto de vista econômico quanto humanitário, quanto maior for este atraso, maiores serão os prejuízos." (Pág. 149)