Cara, as coisas nunca nos afetam de verdade enquanto não ocorrem conosco, ou pelo menos com alguém próximo. Digo isso generalizando, para tudo. Enquanto lia o tópico, tive um vago sentimento de que já tinha acontecido algo do tipo próximo a mim, tipo alguém que teve problemas de verdade com cânhamo. Não digo por causa do cânhamo, mas ajudado por ele. Daí lembrei de uma parada que aconteceu tem um bom tempo. Meu pai fumou 30 anos de sua vida +-. É um cara totalmente alternativo, não um hippie e tal, mas alguém diferente de verdade. Conversa comigo abertamente sobre esse assunto e 90% de seus amigos eram ou são xinxeiros. Ocorre que, tem um grande amigo dele que teve um filho com uma mulher que também fumava e, na gestação, ela continuou fumando não só cigarro, mas bagulinho também. O filho deles, meu amigo de infância, desde pequeno apresentava uma certa leseira. Não me entendam mal, mas ele realmente aparentava algo diferente, meu pai mesmo, depois do acontecimento, afirmou isso. É difícil julgar essas coisas, porque existem pessoas que são devagar por natureza, ou simplesmente mais tranquilas, e o aspecto físico também é de cada um. Mas daí, eu me distanciei dele e nunca mais nos falamos depois da molecagem. O irmão começou a fumar e tal. Meu pai sempre morou na mesma casa e o amigo conhecia bem. Um dia entraram e roubaram uma jaqueta de couro do meu pai, arrombando a janela e tentaram roubar o carro dele (que por sinal foi algo totalmente inusitado, já que era um RAGE bem velho). Descobri que foi o amigo e que ele tava com problemas. O pior é que ele só fumava mesmo, não cheirava nem usava mais nada, e se usou não dá pra saber, mas não tinha hábito. Ficou internado um bom tempo e então se recuperou, pelo menos eu acho. O tempo passou e um dia encontrei ele no ônibus sentado lá na frente com o pai, fiquei observando-o. Eles não me reconhecem mais. O pior de tudo foi que uma vez conversando com outro amigo, acabamos falando do irmão, sem que nenhum de nós soubessemos que conheciamos ele, sem querer mesmo. Ele me disse que realmente ele tinha problema e uma vez, na roda, ele começou a babar e tal e que não podia nem ver mais a maconha que pirava.
É uma história muito doida, mas tive vontade de compartilhar com vocês. Ele tem sequelas mesmo, ao ponto de não manter mais uma vida social comum. Gostaria até, pensando agora, de rever ele, pena que mora num lugar meio isolado daqui.
Normalmente associa-se esse tipo de coisa à drogas pesadas, como cocaína. É comum o cara chutar o balde e fazer de tudo pelo vício. É claro que não temos certeza se ele roubou pra comprar maconha, nem iremos saber o real motivo, mas é significativamente estranha essa história. Penso que o uso da mãe na gestação possa ter agravado o problema, ou simplesmente ter sido a causa de sua fraqueza ou sensibilidade. Saber mesmo não sabemos, é complicado.
Paz amigos.