vineoo

Cara, sem querer poluir o seu post que eu achei muito bom, preciso dar uma comentada em algo que você disse: "Foda que pela lei virtualmente todo usuário também é traficante" A lei descriminalizou o usuário. Fumar pode. Só não pode plantar, comprar, receber gratuitamente ou obter a erva DE QUALQUER OUTRO MODO. [Colegas que aprovaram a lei atual: visto que eu não sou mágico e não posso produzir cannabis com o meu próprio corpo, peço por gentileza que antes de me permitirem consumí-la, me passem a strain que vocês andam fumando pois quero muito ficar como vocês. Grato.] Segundo essa lei retardada, todo usuário foi traficante em algum momento do processo. Qual é o único que escaparia dessa situação absurda? O grower. Justamente ele que vem sendo constantemente tratado pela alcunha de traficante nos jornais conservadores (eufemisticamente falando) pelo país. Temos aqui uma sacanagem generalizada ou não?

http://pt.wikipedia.org/wiki/Post_hoc_ergo_propter_hoc

Uma marcha pelo cultivo agora realmente levaria a um debate sem precedentes...

Im-pres-sio-nan-te, né? Fico pensando se o cara acha que tá fazendo um bem pra humanidade ou é só um fdp invejoso querendo foder com o dono da parada. "A indignação moral é a inveja com uma auréola." - George Wells Herbert

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Cara, gostei. Você é educado. Desculpa o meu tom arrogante, é porque a minha posição é cínica a respeito da produção na sociedade, não tem nada a ver com você. Assim explicado: Aí que tá. Não sei nem por onde começar a discordar. 1) Comprar e vender é só querer moleza? Você está na sociedade errada, na época errada, no planeta errado, velho. 2) Supondo que seja querer moleza mesmo, parece ser o caso da família? Como você chegou nessa conclusão? Com a quantidade de indícios que nós dois temos eu poderia muito bem argumentar que eles acreditam de todo coração estar prestando um serviço ao mundo, dispostos até a lutar contra o sistema pra que as pessoas possam aproveitar melhor a vida. Eles acreditam no que fazem. Acreditam no que vendem. Querem o melhor para as pessoas, por isso se sujeitam a essa difícil posição de ilegalidade. Meu, eles são heróis. 3) Querer moleza é pecado? Sinceramente, eu quero moleza. Trabalhar por trabalhar, seguir ordens sem questionar, gastar o corpo até a exaustão repetindo o mesmo ato again, again e again. Nada disso pra mim é sinônimo de nobreza. Nada disso pra mim é bonito. É só exploração do outro. 4) Onde e quando a maneira que se ganha o pão interfere no ato de estudar e progredir? Por que um traficante não pode ser um intelectual? Na verdade é mais provável que ele vire um do que você, por que tem mais tempo livre. Quando mais você for forçado a trabalhar menos progresso e estudo você vai ter. 5) Não sei de onde saíram os celulares, nem você. Agora, em se tratando do negócio deles acho muito natural precisarem de vários celulares pra contatos. É uma necessidade, ossos do ofício. Cara, do meu ponto de vista eles são heróis.

Trabalhar que é bom, nada? O que é trabalho pra você meu amigo? A base da nossa sociedade é a compra e venda. Tenho certeza que você tem muito orgulho da sua função na sociedade. Não menosprezo seu ponto de vista não. Só digo que é limitado. Injetar força humana na natureza é trabalho. Transformar em mercadoria e vender pra atender alguma necessidade: é trabalho. Produzir algo, qualquer coisa que seja, por menor que seja o esforço empreendido, é trabalho. Tudo é mercadoria hoje. Você é mercadoria. Você não tem o que vender? Vende a força de trabalho. Agora, mais uma vez pergunto: trabalho é ser assalariado e passar 40 horas por semana cumprindo ordens de alguém ou produzir riqueza? Você acha mais nobre ser atendente de telemarketing do que vendedor de bombom? Não precisa responder, sinceramente. "E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial que está contribuindo com a sua parte para o nosso belo quadro social." Há.

Eu concordo plenamente. Porque vocês tem preconceito com traficante? Qual é o problema de produzir e vender maconha? Porque a mulher deveria fazer renda vendendo bombom e não maconha? Por que meu Deus? Neguinho vem dizer que fumar é legal, poucos riscos, melhor que álcool... mas que vender é um absurdo! Um pecado! Traficante é mal, traficante é do inferno, traficante é do PT. Porra, definição de tráfico é comércio ilegal. Se eu luto pelo direito de consumo de algo por que seria contra seu livre-comércio? Eu sei que o foco dessa comunidade é o grow de subsistência. Esse é o foco, parar de depender dos outros (porque é uma planta) e parar de contribuir com a violência do tráfico. Mas só é violento e só é tráfico porque é proibido. Tem gente que parece não querer ver a ordem correta das coisas. A globo inverter causa e efeito tudo bem, mas aqui?

É exatamente assim que eu penso. A coisa mais fácil é comprar maconha. Eu não vou contra a lei, simplesmente a lei ainda não abarca o meu direito inalienável de decidir o que consumo, meu direito de escolher não só o que me faz bem, como também o que me faz mal se eu assim o desejar. Nem entrando no mérito dos benefícios e malefícios da maconha. O que me emputece é o estado me obrigar a cooperar com o esquema gigantesco de corrupção e violência que permeia todo o ciclo das drogas ilícitas. De qualquer forma mesmo que eu plantasse o meu não estaria sossegado: como já foi dito a legalização não é benéfica porque facilita o consumo, mais fácil do que é hoje só se viesse na cesta básica. A legalização é benéfica porque contempla o direito de escolha individual, direito que o sujeito exerce legitimado ou não como se nota pelo consumo crescente, tirando dos corruptos o direito de explorar um produto que se torna altamente rentável e cuja aplicação de capital (naturalmente, é um negócio como qualquer outro, o capital é reinvestido para garantir mais lucro) é a defesa desse monopólio por meio das armas.

infelizmente eu fumo prensado. talvez seja isso.

Eu não concordo com isso não. Só falo por mim, mas quando eu fumo não passo nunca, nem a pau, da velocidade permitida... fico impressionado. No meu caso essa paciência infinita acaba automaticamente compensando o déficit de atenção, que eu não nego que exista. O negócio é, independente da substância, neguinho ser responsável pelos próprios atos.

E desculpem o post repetido, mas vocês repararam nos aplausos, na cara de surpresa e um certo alívio das pessoas, como se num nível muito mais profundo e subjetivo essa atitude libertasse o espírito de todos os indivíduos que mesmo não sendo necessariamente defensores da causa sentem que um peso é tirado de cima deles, como se um confrontando uma coerção psicológica injusta libertasse a todos os outros colocando-os novamente no posto de indivíduos livres, não de membros de uma sociedade exclusiva se não estiverem enquadrados em um único padrão de comportamento válido. É como quando você quer muito fazer alguma coisa mas não tem coragem por causa da repressão social e aí vai alguém e faz... um confrontamento audacioso de uma autoridade constante que ninguém sabe dizer exatamente quem é, mas que dita o que se pode e o que não se pode fazer. É uma brisa de ar fresco na clausura interior em que nossos desejos foram confinados ao nos tornarmos parte da sociedade. Desculpem novamente pelo post repetido, mas obviamente eu me empolgo com essas coisas.

Se eu fosse proibicionista a primeira coisa que eu iria querer disseminar por aí é que aquilo não era um beck de verdade. Imagina o que simbolicamente representa pro cidadão comum de bem que respeita a lei e o estado ver a demonização ideológica por tanto tempo disseminada subitamente reduzida à uma verdade irresistivelmente autoevidente: longe da política, a maconha é só uma planta, um beck é só um cigarro. Imagino o pensamento mais íntimo de um telespectador conservador que nunca, nunca, nunca aceitaria se deparar com um usuário de maconha consumindo em sua frente pelo simples medo de ser obrigado a constatar que o tal sujeito não se transformaria no Hulk, obrigando-o a pensar por si mesmo e ter que contrariar o pensamento vigente. "ARHHHHGGG... o cara está consumindo drogas! Que absurdo! É um baseado? Aquilo que é um baseado? Até que parece um cigarro qualquer. UAU. Mas porque ele não está virando o Hulk?" Sinceramente eu acho que não era um beck não. Mas uma imagem vale mais que mil palavras. =D

INACREDITÁVEL essa sessão do "para entender"... só rindo mesmo! como é possível os formadores de opinião serem tão ignorantes, sem compromisso com a verdade e sensacionalistas? a verdade é que enquanto a maior parte da população se mantiver na ignorância, tanto a mídia como a polícia vão exercer suas atividades com a intenção de corroborar o senso comum. é essa a grande desvantagem da imprensa livre. ela ser livre pra falar merda e manipular, quando não entender ou bem quiser.

tá certo o dogo! 7 em 100 é 7%; 7 em 1000 é 0,7%. de qualquer maneira é incrível como eles dão a impressão que todo mundo que fumar maconha fica louco, ou pior, que para alguém que a maconha faz mal vai continuar necessariamente fumando até sair comendo pilha por aí. tem quem bebe e fica violento e tem quem bebe e dá risada. um não pode ser punido por causa do outro, cada um é responsável por si.

Ageles: "Acesso e uso; pode ser acesso de sementes, de camarões, de mudas, de espécies crescidas, de produtos da indústria, de medicamentos à base de Cannabis, de uma indústria/marca recreativa que passa por credenciamento para ter o plantio, cultivo, produção e distribuição autorizada (1 parte, a indústria para fins recreativos, hipótese); que é diferente da autorização para acesso à cannabis (em semente, buds, mudas, formas prontas para o consumo. . .);" Esse trecho não faz sentido: você diferencia o credenciamento em dois possíveis: "plantio, cultivo, produção e distribuição autorizada" e "autorização para acesso à cannabis". No entanto, ambos os credenciamentos possibilitam igual acesso a todos os estágios da planta. Por que a diferenciação então? Outra questão: "Se for fiscalização quanto ao plantio doméstico (para uso próprio) ao quanto ao próprio uso. Não há esta Fiscalização. Este tipo de Fiscalização Não Existe, Não está na Lei, Não é nosso Objetivo e simplesmente não existe." O que justamente por isso não impede absolutamente dela ocorrer. Afinal, voltando ao abaixo-assinado (já que os trechos acima citados não se encontram nele): "Sanções nas esferas administrativa, civil ou penal para usuários que obtendo acesso regulamentado e autorizado para uso exclusivo pessoal (individual) forneça sua substância (adquirida de maneira legal) à outra pessoa. Independente de vínculo familiar, afetivo ou se a outra pessoa também possui ou não acesso regulamentado e autorizado à Cannabis sativa. Novamente prevenindo menores de 18 anos de idade de obter acesso." Essa necessidade de todo mundo ser registrado ou de não se poder fornece nem mesmo à alguém que tem registro, configura tráfico por parte da plantação caseira que não for previamente permitida pelos órgãos fiscalizadores. Além do que me parece (essa necessidade de todos serem registrados) um meio de controle abusivo que não inclui o usuário casual. Espero ter sido claro. Obrigado pela atenção.

O artigo me deu a entender que não poderei plantá-la para uso pessoal. Qual é o grande avanço do ponto de vista conceitual da nossa luta? Socialmente falando é evidentemente bom tirar o monopólio dos traficantes. Mas ainda me parece por demais rígido e preconceituoso passar o controle desse monopólio ao governo. Não se lembram que a Mary é menos nociva que o álcool e o cigarro? Não estamos lutando por uma mudança de mentalidade na sociedade? É natural, portanto, que pudéssemos plantá-la para consumo pessoal. O monopólio por parte do governo, ao fichar os usuários, pode trazer péssimas conseqüências principalmente enquanto o preconceito não for amainado. Desculpe se eu entendi errado a petição ou se não concordam com o meu ponto de vista. Minha intenção não é de jeito nenhum ir contra qualquer possível avanço.