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Mr Stoned

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Tudo que Mr Stoned postou

  1. Teóricamente o uso de maconha, depois dos treinos ajuda na hipertrofia muscular, já que ela é vaso dilatador, aumentando a irrigação sanguínea nos músculos. O mesmo principio da L-arginina que é um aminoácido. Mas isso já é uma teoria minha.
  2. O que mais me impressiona são os reaças comentando....
  3. Vlw Bigcunha, A noticia é melhor ainda. Tinha dado uma olhada no site deles antes e não tinha achado nd...
  4. O que me da mais esperança é isso: De 5.6.2012: Deferido o ingresso na qualidade de "amicus curiae" de: Viva Rio, CBDD, ABESUP, IBCCRIM, IDDD, Conectas Direitos Humanos e Instituto Sou da Paz, Instuituto Terra Trabalho e Cidadani - ITTC e Pastoral Carcerpária - RISTF 323, § 2o.. Deferido, ainda, o pleito da DPESP. À Secretaria Judiciária para providências. Publique-se. Só a uma instituição proibicionista como "amicus curiae" para dar palpite errado, a Pastoral Carcerpária.
  5. Preso homem que cultivava pé de maconha de 2 metros de altura em casa em Minas Gerais A Polícia Militar mineira prendeu um homem de 58 anos, em Caeté (região metropolitana de Belo Horizonte), pelo cultivo de um pé de maconha com pouco mais de dois metros de altura em casa. A prisão foi feita nesta quinta-feira (17), e, segundo informação da unidade da polícia da cidade mineira, o homem, que não teve o nome revelado, alegou praticar o cultivo do pé apenas para consumo próprio por "estar cansado de comprar (a droga) na rua". De acordo com a ocorrência, no imóvel, além do pé da planta, foram encontrados um tablete do entorpecente, além de cigarros da droga. A polícia afirmou que o proprietário da casa não informou há quanto tempo cultivava o exemplar no local. Mas, pelo tamanho que a planta alcançou, os policiais calcularam que ele já o mantinha havia bastante tempo na residência, o que teria chamado a atenção de quem fez a denúncia anônima sobre a sua existência no local. O suspeito e o pé da substância entorpecente, que foi arrancado com a raiz, foram levados para a delegacia da cidade. De acordo com a Polícia Civil, ele foi ouvido pelo delegado da cidade e teria negado ser traficante de drogas. Ainda segundo a polícia, após levantamento, foi constatado que ele tem histórico de envolvimento com drogas, mas somente como usuário. O dono da planta foi liberado em seguida. Um procedimento foi instaurado sobre o caso, sendo que o homem vai responder a ele em liberdade. http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/01/18/preso-homem-que-cultivava-pe-de-maconha-de-2-metros-de-altura-em-casa-em-minas-gerais.htm Pelo menos foi no 28....
  6. "Lista de Furnas" abasteceu "Aécioduto" em R$ 36 milhões Relatório de Danilo de Castro a Dimas mostra como foi distribuído em Minas Gerais os recursos arrecadados pelo esquema denunciado pelo MPF/RJ Aos poucos vem à tona o porquê que o PSDB mineiro montou um gigantesco esquema midiático, policial, jurídico e judicial para desacreditar e desmoralizar o denunciante da “Lista de Furna”. Desta “tarefa”, participaram os maiores veículos de comunicação do Estado e do País, diversos Desembargadores, Juízes e promotores que atuam no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, além de peritos delegado e advogados que militam em Minas Gerais. O esquema foi desmontado e denunciado pelo advogado Dino Miraglia Filho perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Dino encontra-se ameaçado de morte, o que o fez solicitar ajuda na OAB/BR, OAB/MG, e vários órgãos de direitos humanos, inclusive OEA. Por este motivo a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em sessão pública, transmitida ao vivo para todo o Estado, foi determinado o afastamento do Delegado Márcio Nabak da presidência dos processos de Nilton Monteiro. Novojornal já havia noticiado que o procedimento investigatório já tramita perante o STF para apurar a atuação deste grupo criminoso denominado “Gangue dos Castros”. Com a conclusão das investigações pelo MPE e Polícia Federal e indiciamento de Eduardo Azeredo, Maurício Brandão Ellis, Clésio Andrade, Walfrido, Andrea Cassia Guerra, José Inácio, Ricardo Drummond da Rocha e Joaquim Engler Filho, perante o STF, INQ 3530, pelo incêndio criminoso que provocou a explosão de carros e tentativa de homicídio em face de 9 pessoas, sendo que uma delas ficou 40 dias no CTI, começou a ser desmontada a farsa da qual Nilton Antonio Monteiro é vítima desde 2005. Habilitado como assistente da Procuradoria Geral da República (PGR) no referido inquérito representando a vítima, ele juntou 87 documentos, segundo Dino “os mais graves já juntados na história do Brasil republicano”. Também requereu a distribuição do processo da “Lista de Furnas” por dependência e o processo do ex-deputado Marcelo Caetano, também por dependência, pois se tratam de crimes conexos e com a mesma motivação e envolvimento dos mesmos autores do incêndio criminoso. O advogado ainda requereu o indiciamento de mais 6 pessoas. Na última sexta feira (14/12), Novojornal teve acesso aos diversos documentos juntados, dentre eles destaca-se uma prestação de contas enviada por Danilo de Castro - em papel timbrado do Governo de Minas Gerais - ao operador do esquema de Furnas, Dimas Fabiano, relatando como foi aplicado o dinheiro recebido na campanha do então candidato Aécio Neves ao governo do Estado de Minas Gerais em 2002. Fontes da Procuradoria da República informam que o procurador geral, extra oficialmente, já teria relatado ao ministro Joaquim Barbosa a existência de documentos que comprovam o envolvimento do Senador Aécio Neves ( PSDB-MG) no esquema e este seria o principal motivo a levar o ministro Joaquim Barbosa à avocar o processo que tramita na justiça federal carioca. O senador Aécio Neves, consultado através de sua assessoria, não quis comentar o fato. Documentos que fundamentam esta matéria Documento encaminhado por Danilo de Castro a Dimas Fabiano relatando como foi aplicado, em 2002, na campanha do então candidato ao Governo de Minas Gerais Aécio Neves, o dinheiro arrecadado pelo esquema criminoso denominado; “ Lista de Furnas”, acompanhado da perícia que constatou a autenticidade do mesmo E-mail encaminhado ao Senador Aécio Neves indagando se ele queria falar sobre o relatório de Danilo de Castro http://www.novojorna...18-12-2012.html
  7. "Ocultação de Patrimônio". Laranja complica Aécio e Andréa Neves Arrolada como testemunha de acusação, ex "sócia" dos irmãos Andréa e Aécio Neves abre o jogo na PF e confessa que era apenas laranja A situação do Senador Aécio Neves (PSDB/MG), complica-se cada vez mais, depois de divulgada por Novojornal a “Lista de Danilo de Castro”, que fundamentou a “Lista de Furnas”, descrevendo como foram distribuídos os recursos arrecadados ilicitamente por Dimas Fabiano na campanha de Aécio para governador de Minas em 2002. Denunciado juntamente com sua irmã Andréa pelos deputados estaduais de Minas Gerais Sávio Sousa Cruz (PMDB) e Rogério Correia (PT), perante a Procuradoria Geral de Justiça de Minas Gerais, Procuradoria Geral da República e Receita Federal, o senador mineiro e sua irmã viram de uma hora pra outra suas realidades patrimoniais devassada. Em Minas Gerais, onde Aécio tem controle absoluto sobre decisões e ações dos que ocupam o cargo de Procurador Geral de Justiça desde 2002, quando assumiu o cargo Jarbas Soares, seu sucessor Alceu Torres, em uma decisão segundo seus próprios colegas, “desprovida de fundamentação legal e total parcialidade”, determinou o arquivamento do pedido de investigação. Decisões idênticas foram tomadas em relação a todas as iniciativas de investigações contra Aécio Neves e integrantes do Governo de Minas Gerais, que tramitaram na PGJ-MG nos últimos 10 anos. Atualmente encontra-se pendente de julgamento o pedido de reconsideração da decisão tomada. Em Brasília, o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, determinou “sigilo total” sobre as investigações. Porém, procuradores críticos de sua atitude, por considerá-la partidária, informam que na semana anterior ao natal de 2012 chegou à mesa de Gurgel parecer de 35 páginas contendo levantamentos preliminares recomendando que fosse aberto procedimento investigatório. Os mesmos procuradores informam ainda que desde 2004 já existiam informações suficientes para o indiciamento de Aécio e de sua irmã Andréa, fato que foi omitido na denúncia apresentada pelo ex-Procurador Geral da República Antônio Fernando de Souza, no esquema criminoso denominado “Mensalão do PSDB”, que arrecadou e distribuiu recursos ilícitos, alguns oriundos de empresas públicas mineiras, que operou na campanha de Azeredo em 1998 para o governo de Minas. Fundamentam suas afirmações no que vinha sendo guardado a sete chaves, o “Relatório da Polícia Federal” sobre as investigações realizadas na época sobre o “Mensalão Tucano”. Procedimento “desarquivado” em novembro de 2012, devido a denúncia apresentada pelo ministro do STF Gilmar Mendes contra a revista Carta Capital por ter divulgado uma lista dos que teriam sido beneficiados pelo esquema criminoso, contendo seu nome. A fundamentação da denúncia de Gilmar Mendes era de que a lista noticiada seria falsa, obrigando a Polícia Federal abrir procedimento investigatório para ouvir os apontados por Gilmar Mendes como envolvidos no caso. Segundo as mesmas fontes, o relatório encontrava-se “guardado”, porque no mesmo está provado documental e testemunhalmente como funcionou todo o esquema criminoso em relação ao PSDB, ao contrário do ocorrido em relação ao mensalão do PT. O relatório comprova que a lista, publicada por Carta Capital, além de não ser falsa, era de conhecimento da Polícia Federal, da Procuradoria Geral da República e do STF a origem da lista e informada na pagina 11 em seqüência a; “RESUMO DA MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA OCORRIDA NO ANO DE 1988 NA CAMPANHA PARA REELEIÇÃO AO GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PELO ATUAL SENADOR DA REPÚBLICA, SR. EDUARDO BRANDÃO DE AZEREDO E DO ATUAL VICE-GOVERNADOR, SR. CLÉSIO SOARES DE ANDRADE. ELEIÇÃO DE 1998 – HISTÓRICO”. Documento obtido através de apreensão, foi este resumo que possibilitou a investigação da PF, que fundamentou a denúncia do Procurador Geral da República, aceita e em curso no STF através da Ação Penal 536/MG, tendo como relator o ministro Joaquim Barbosa. Assessores do STF mostraram-se assustados com as indagações do Novojornal, depois de confrontados com cópia do relatório e do protocolo, foram obrigados a reconhecer o fato informando que o inquérito encontrava-se “guardado”, por estratégia do ministro Joaquim Barbosa, para evitar pressões principalmente depois de cumprida determinação do ministro para que as testemunhas de acusação fossem ouvidas. O apurado e descrito no Relatório da Polícia Federal comprova que Lídia Maria Alonso Lima, funcionara como “Laranja” de Aécio e Andréa Neves. Ouvida pela Polícia Federal, ela disse: “Que em 1998 trabalhava na Empresa Comercial Factoring Ltda, de propriedade de Andréia Neves da Cunha, onde exercia a função de gerente na referida empresa. Que indagada acerca das empresas denomínas Sistema de Comunicação Azaléia ltda, Editora Gazeta de São João Del Rey Ltda, e Taking Care Ltda, onde seu nome faz parte do quadro societário das mesmas, a declarante confirma tal participação. Que, quanto a empresa Sistema de Comunicação Azaléia Ltda, trata-se da Radio Azaléia FM, cujo contrato social foi registrado em 1997, conforme cópia que ora apresenta, porém, até o momento a mesma ainda não entrou em funcionamento por questões burocráticas; Que, quanto à empresa Editora Gazeta de São João Del Rey LTDA, a mesma foi aberta pelo senhor Herval da Cruz Braz (já falecido), esposo de Andréa Neves da Cunha, irmã de Aécio Neves; Que, com a morte do senhor Herval, a declarante foi convidada por Andréa Neves a integrar o quadro societário da mesma, uma vez que Andréa Neves se ausentou por três anos de Belo Horizonte/MG, indo morar no Rio de Janeiro, de 1999 a 2001, e por questões de confiança, deixou referida empresa sob a responsabilidade da declarante; Que, a declarante acredita que nunca fez nenhum tipo de retirada na mencionada editora, mesmo por que o histórico financeiro da empresa nunca foi dos melhores; Que, quanto à empresa Taking Care LTDA, a mesma foi fundada em 12/12/1995, por Andréa Neves da Cunha e Herval da Cruz Braz; Que, em outubro de 1999, com a morte do senhor Herval, a declarante foi convidada para integrar o quadro da Taking Care, com 0,01%, ou seja, apenas para cumprir exigência legal; Que, na 6ª Alteração Contratual a declarante deixou de figurar no quadro societário da Taking Care, passando a funcionária formalmente contratada, ocasião em que passou a fazer parte do quadro societário da mesma, com 49%, o senhor Aécio Neves da Cunha, irmão de Andréa Neves; Que, em 2003, quando o senhor Aécio Neves assumiu o cargo de governador do Estado de Minas Gerais, este solicitou a Andréa que retirasse o seu nome do quadro societário da Traking Care; Que, na sétima alteração contratual a declarante voltou a compor o quadro societário da Traking Care, desta feita com 49%, Que, na última alteração contratual a declarante passou a ter apenas 5% do capital social da Traking Care e a senhora Andréa Neves 95%. A Radio Azaléia encontra-se instalada na cidade de Bocaiúva, FM 101,5 MHz. Em 1997, segundo depoimento de Lídia Maria Alonso Lima, quando foi registrada, Aécio era deputado federal e pela lei estaria impedido de ter concessões do Estado. Segundo fontes da PGR, “apenas estes fatos seriam suficientes para apresentação de denúncia contra Aécio e Andréa Neves no processo do “Mensalão Tucano”, movido contra Eduardo Azeredo, o que não ocorrera por decisão política, porém, a situação complicou-se após a denúncia apresentada pelos deputados Sávio Souza Cruz (PMDB-MG) e Rogério Correia (PT-MG)”. “A confissão de Lídia Maria Alonso Lima perante a Polícia Federal somada as denúncias apresentadas pelos dois deputados mineiros comprovam como vem operando a mais de uma década o esquema montado para ocultar o patrimônio, benefícios de concessões e recursos públicos sem que apareça Andréa e Aécio Neves”, conclui. Sabe-se que investigações da Receita Federal aprofundaram-se na analise do patrimônio das empresas IM Participações e Administração Ltda e NC Participações Ltda, nas quais são sócios Aécio, Andréa e sua mãe Inês Maria, principalmente em relação ao patrimônio incorporado que não teve origem nos bens deixados por Gilberto Faria. A denúncia dos deputados Sávio Souza Cruz e Rogério Correia relata a ocultação de patrimônio e rendas: “A declaração de bens apresentada por Aécio na Justiça Eleitoral aponta um cidadão de pouco patrimônio, com rendas de servidor público incompatível com a vida de Aécio Neves, que viaja constantes ao exterior, utilização de veículos de luxo, refeições e hospedagens em points do jet set nacional e internacional e a utilização de jatinhos particulares para o seu deslocamento. Certamente, tais condutas e procedimentos não são próprias de um mero agente político, que ocupa cargos públicos desde os 18 anos de idade. Perante a Justiça Eleitoral, para seu registro de candidatura ao Senado da República no ano de 2010, apresentou a seguinte relação de bens, com os seguintes valores: a) Apartamento no Rio de Janeiro, no valor de R$ 109.500,00; Lote, no valor de R$ 6.639,73; c) Lote, no valor de R$ 9715,62; d) Ações, no valor de R$ 0,09 e) Ações, no valor de R$ 217,26 f) Quotas de capital da IM Participações , no valor de R$ 95.179,12; g) Empréstimo a NC Participações Ltda, no valor de R$ 8.544,12; h) Objeto de Arte no valor de R$ 13.650,00; i) 50% de imóvel rural, no valor de R$ 87.000,00; j) Saldo em conta corrente no valor de R$ 331,07; k) Aplicação financeira no valor de R$ 40.142,20; l) Saldo em conta corrente no valor de R$ 10,00; m) Aplicação financeira no valor de R$ 14.393,28; n) Saldo em conta bancária no valor de R$ 496,93 o) Apartamento em Belo Horizonte no valor de R$ 222.000,00. Total do patrimônio declarado : R$617.938,42 A declaração de bens apresentada pelo primeiro representado à Justiça Eleitoral possui os mesmos valores históricos, quanto ao patrimônio imobilizado, da declaração apresentada em 2006, quando de sua segunda candidatura a Governador de Minas Gerais, com pequenas variações. Quanto ao patrimônio total, houve uma redução nominal em quatro anos da ordem de cerca de 20% (vinte por cento). Em quatro anos, o primeiro representado teve decrescido o seu patrimônio. A remuneração do Governador do Estado de Minas Gerais, ocupação principal do primeiro representado no período de janeiro de 2003 a abril de 2010, era de R$ 10.500,00 (dez mil e quinhentos reais) brutos, nos termos da Lei Estadual 16658. Durante este período apontado, o primeiro representado realizou 11 (onze) viagens ao exterior às suas expensas, segundo dados colhidos junto à Assembleia Legislativa, muitas vezes em companhia da família e segundo notas de imprensa, frequentemente a destinos de alto luxo como Aspen, estação de esqui nos Estados Unidos. De abril de 2010 a Fevereiro de 2011, quando voltou a assumir mandato eletivo, o primeiro representado esteve desempregado. Entretanto, continuou realizando viagens ao exterior e com seus hábitos caros e pouco comuns à maioria esmagadora da população. O primeiro representado tem uma de suas residências fixas na cidade do Rio de Janeiro, próximo à Lagoa Rodrigo de Freitas, no Bairro Leblon, considerado de classe alta. Outra, em Belo Horizonte, também em um bairro considerado zona residencial nobre. As despesas com manutenção de suas residências e de seu nababesco estilo de vida, compreendendo restaurantes de primeira linha, festas com celebridades, boites e viagens a bordo de jatos particulares são incompatíveis com os seus rendimentos declarados. É bem verdade que o primeiro representado tem declarado em seu patrimônio a participação societária nas empresas NC participações Ltda (CNPJ 23205958/0001-14), no valor de R$ 9.819,00 (nove mil e oitocentos e dezenove reais) e da IM Participações e Administração Ltda (CNPJ 28264463/0001-80) no valor de R$ 95.179,12 (noventa e cinco mil e cento e setenta e nove reais e doze centavos) esta com sede na residência de sua mãe, a anciã Inês Maria Neves de Faria, com endereço na Rua Pium-i, 1601, apto 901, em Belo Horizonte e agora, incorporada ao seu patrimônio a Rádio Arco-Iris Ltda, cujas operações serão detalhadas a seguir. Mas seria o rendimento auferido pelo primeiro representado por sua participação acionária nestas empresas que suportariam todas as elevadas despesas de seu estilo de vida ostentoso ou, a exemplo do que acontece comprovadamente com a empresa Rádio Arco-Iris, o primeiro representado utiliza-se diretamente de recursos ou de patrimônio destas e de outras pessoas jurídicas para fazer frente aos seus gastos faraônicos? Ao que se demonstra o primeiro representado, face os seus rendimentos oficiais, apresenta sinais exteriores de riqueza incompatíveis com seus rendimentos, nos exatos termos do art. 6º da Lei Federal 8021/90, fruto de ocultação de patrimônio, de fraude fiscal ou de ambos”. Prosseguindo: “Um dos instrumentos utilizados pelo primeiro representado para ocultação de patrimônio é a Rádio Arco-Iris Ltda. A empresa Rádio Arco-Iris Ltda (terceira representada) é de propriedade do primeiro e da segunda representados, segundo consta de registro extraído da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais. A aquisição de cotas da empresa foi realizada pelo primeiro representado no ano de 2010, quando ainda se encontrava desempregado e, portanto, sem nenhuma renda formal. Segundo o mesmo registro, a sociedade tem por objeto “a execução de serviços de radiodifusão sonora de quaisquer modalidades, em quaisquer localidades do país, desde que para tanto o Governo Federal lhe outorgue permissão e/ou concessões, podendo paralelamente explorar a propaganda comercial e a música funcional.” Para a consecução de seu objeto social, a sociedade poderá ter os gastos de custeio exclusivamente vinculados aos seus fins. Pressupõe-se pois que as despesas legítimas que podem ser utilizadas contabilmente para dedução na receita e via de consequência abatimento no lucro são aquelas afetas aos serviços de radiodifusão sonora e, paralelamente, exploração de propaganda comercial e a música funcional. Assim, ter-se-ão como despesas ordinárias e possíveis de constar no passivo da terceira representada as referentes a aluguel de imóvel, compra e manutenção de equipamentos, salários e encargos trabalhistas, manutenção geral das suas dependências, bem como locação, manutenção e despesas referentes a veículos colocados à disposição das finalidades da empresa, dentre outros gastos, desde que não configurado o desvio das finalidades empresariais. O recente episódio envolvendo o primeiro representado, Sr. Aécio Neves da Cunha, parado em operação policial na cidade do Rio de Janeiro, que ganhou repercussão nacional, face às infrações de trânsito cometidas por um Senador da República e ex-governador de Estado, não passariam de noticiário e de impressões de natureza política, não fosse o primeiro representado o condutor de um veículo de propriedade de uma empresa concessionária de serviço de radiodifusão, in casu, a terceira representada. Constatou-se, à ocasião, que o primeiro representado conduzia o veículo Land Rover “TDV8 Vogue”, ano 2010, placa HMA 1003, de valor aproximado de mercado de R$ 255.000,00, adquirido após as últimas eleições pela “Rádio Arco-Iris”, de propriedade do segundo e da terceira representada. Segundo informações fornecidas pela Assessoria de Imprensa do primeiro representado, o veículo ficava à disposição da família do primeiro e da segunda representada, que são irmãos, e era utilizado por eles durante seus deslocamentos de caráter particular e privado, no Estado do Rio de Janeiro. Constatou-se também ser a empresa Rádio Arco-Iris, terceira representada, proprietária de 12 veículos registrados no DETRAN-MG, sendo eles: Placa Marca/Modelo ano FIPE HEZ 1502 Toyota Fieldes 2006 R$ 34.513,00 HMA 1003 Land Rover TDV8 Vogue 2010 R$ 254.625,00 HMO 9226 Fiat Strada Advent Flex 2009 R$ 38.723,00 HMO 8922 Microonibus Fiat Ducato 2009 R$ 67.785,00 HJO 1804 Moto Honda CG 150 Titan 2009 R$ 5.397,00 HHH 0211 Toyota Hilux SW4 SRV 4x4 2006 R$ 93.600,00 HBM 7500 Land Rover Discovery TD5 2004 R$ 65.210,00 HCL 4278 MMC L200 Sport 4x4 GLS 2004 R$ 47.215,00 GYV 7361 Microonibus M Bens 312D Sprinter 2000 R$ 40.055,00 LCQ 3053 Audi A6 1998 R$ 35.311,00 HCV 0083 Uno Mille Fire 2005 R$ 15.175,00 GZF 3318 Gol 1.0 2001 R$ 16.825,00 TOTAL R$ 714.434,00 Observe-se que dos 12 veículos registrados em nome da Rádio Arco-Iris, seis deles, pelo menos, não guardam qualquer nexo com os veículos de utilização normal da empresa e para os fins do objeto empresarial. Indubitavelmente são automóveis de passeio, não utilitários, e de categoria de luxo. Além disso, tratando-se de emissora com sede e transmissão na região metropolitana de Belo Horizonte, a freqüente autuação de seus veículos, no Estado do Rio de Janeiro, também atesta que os veículos não são utilizados em serviços da empresa. As multas aplicadas aos veículos de nº. 1 e de nº. 2 da lista acima, conforme site do DETRAN/MG esclarecem que estes foram flagrados em excesso de velocidade em Búzios (RJ), Rio Bonito (RJ) em rodovias no Estado do Rio de Janeiro e também na cidade do Rio de Janeiro. Não é crível que tais automóveis estivessem a serviço da Rádio Arco-Iris naquele Estado, tanto mais considerando que a mesma é uma Rádio que não possui departamento de jornalismo, atendo-se tão somente ao entretenimento do público jovem e adolescente através de programação musical e, vale lembrar, transmite sua programação na região metropolitana de Belo Horizonte. Ad argumentandum , apesar de a Rádio Arco-Iris ser a retransmissora da Rádio Jovem Pan, e conforme declarado pela Assessoria de Imprensa do primeiro representado, possuir alto faturamento anual(sic), mesmo sem entrar no mérito da destinação pelo primeiro e segundo representados de verbas públicas de publicidade ao terceiro representado, não se justifica a imobilização de patrimônio através de aquisição de veículos de luxo, imprestáveis à finalidade empresarial. Obtempere-se que, a propriedade de tais veículos, ´por parte da terceira representada , poderão se prestar a: a) contabilização de seu custeio como despesas da empresa. Assim, o pagamento dos altíssimos valores de seguro, IPVA, multas e taxas, são lançados como despesa e portanto dedutíveis para a apuração do lucro, o mesmo ocorrendo com as despesas de combustível, revisão e peças; contabilização da depreciação patrimonial dos veículos, também dedutível para apuração do lucro; c) contabilização dos possíveis contratos de arrendamento mercantil, se houverem, como despesa corrente, também passível de dedução no lucro. Tais operações contábeis, se ocorreram, configuram burla ao fisco e evidenciam o lançamento de despesas estranhas à atividade empresarial na contabilidade da empresa, reduzindo a base de cálculo para a apuração do quantum devido à Receita Federal, em todos os tributos e contribuições fiscais e parafiscais em que o lucro for a base de cálculo. Constitui, portanto, sonegação fiscal, devendo ser apurada para a responsabilização dos envolvidos. As cotas da Rádio Arco-Iris foram adquiridas pelo primeiro representado em 28/12/2010, com o valor declarado à Junta Comercial do Estado de Minas Gerais de R$88.000,00 (oitenta e oito mil reais) de um total de cotas da sociedade de 200.000 cotas, no valor total de R$200.000,00 (duzentos mil reais). Sobre este item, deve-se considerar o seguinte: a) O valor declarado à JUCEMG não representa necessariamente o valor real da empresa; Somente os veículos registrados no DETRAN-MG em nome da empresa têm valor de mercado de aproximadamente R$715.000,00 (setecentos e quinze mil reais). – conforme Tabela FIPE c) O valor comercial da concessão da Rádio Arco-Iris Ltda, retransmissora da Rádio Jovem Pan e ocupante do 6º lugar no ranking de audiência é de aproximadamente R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais), segundo informações de mercado; d) o primeiro representado não possuía patrimônio declarado para a aquisição de tal empresa, conforme já demonstrado. Como dito, a empresa Rádio Arco-Iris é apenas um dos mecanismos utilizados pelo primeiro representado para ocultação de seu patrimônio e a prática de sonegação fiscal. Só foi detectada em função de mais um excesso público cometido pelo primeiro representado, o qual é useiro e vezeiro. Apenas a investigação criteriosa da Receita Federal do Brasil poderá detectar outros métodos de sonegação utilizados pelo primeiro representado, bem como a extensão dos danos ao erário”. Com relação às empresas IM Participações e Administração Ltda e NC Participações Ltda, das quais Aécio e Andréa são co-proprietários, solicitaram a verificação da utilização de suas rendas e patrimônio. Embora apenas a compra por Aécio Neves da participação na Radio Arco-Iris (Jovem Pan), por R$88.000,00 (oitenta e oito mil reais) enquanto o valor comercial da empresa seja de R$ 15.000.000,00 demonstre a ocultação de bens, outros fatos foram denunciados a PGR; "O primeiro representado( Aécio Neves), faz uso frequente de aviões particulares para seu deslocamento no Brasil e no exterior. Constata-se por declarações dadas pelo representado à imprensa, o uso frequente de um jato particular, cujo valor de avaliação é de 24 milhões de reais, de propriedade da Banjet Taxi Aéreo Ltda., é feito graciosamente, por cortesia da empresa. Ocorre que tal empresa, pertencente ao grupo econômico do extinto Banco Bandeirantes, liquidado em ruidosa nuvem de má gestão, tem como sócio administrador o Sr. Oswaldo Borges da Costa Filho, presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, nomeado para aquele cargo pelo primeiro representado. No que toca ao Sr. Oswaldo Borges da Costa Filho, figura das mais influentes na área de mineração em Minas Gerais, tendo em vista sua posição privilegiada como presidente de uma grande estatal, o mesmo participa da diretoria ou é sócio proprietário de outras pessoas jurídicas. Tal influência passou a ser exercida a partir da posse do primeiro representado no governo de Minas. Antes disso, o Sr. Oswaldo Borges da Costa Filho nada mais era do que um nome nas colunas sociais. São elas: Minasmáquinas S/A, BAMAQ S/A Bandeirantes Máquinas e Equipamentos, Companhia Mineradora do Pirocloro de Araxá COMIPA, Comercial de Veículos Delta Ltda., CGO Administradora e Corretora de Seguros Ltda. e OEC Memória do Automóvel Ltda. Foi também proprietário de outras empresas, juntamente com o ex banqueiro Clemente de Faria, como a Star Diamantes Ltda., de sua propriedade quando já era presidente de empresa estatal.. A primeira e a segunda empresas citadas mantém relações comerciais com o Estado de Minas Gerais, da qual o primeiro representado foi Governador nos últimos dois mandatos e o Sr. Oswaldo foi e continua sendo presidente de estatal e membro de conselhos de administração de outras empresas. Ainda sobre a Banjet Taxi Aéreo Ltda., CNPJ 23.348.345/0001-36, frise-se, pertencente ao mesmo grupo econômico do extinto Banco Bandeirantes, e que cede graciosamente suas aeronaves ao primeiro representado, aponte-se que suas aeronaves foram utilizadas na campanha de 2010 ao Governo de Minas e ao Senado da República pelos candidatos Antônio Anastasia, Aécio Neves e Itamar Franco. Estas informações estão no sítio eletrônico do TSE e o custo de tais locações superou o valor de R$ 900.000,00 (novecentos mil reais). A Banjet ainda locou suas aeronaves ao PSDB nacional, pelo que consta da prestação de contas daquele partido, também registrada no TSE. Estas informações apenas ilustram o perfil das empresas dirigidas pelo Sr. Oswaldo Borges da Costa Filho, figura das mais influentes no cenário empresarial mineiro. Mas o que levanta suspeitas é o fato de que pertenceram ao grupo econômico do extinto Banco Bandeirantes, que tinha um de seus endereços na Avenida Rio de Janeiro, 600, Belo Horizonte, coincidentemente o mesmo endereço da empresa IM Participações e Administração Ltda., à época em que a genitora do primeiro representado, Inês Maria Neves Faria, era uma das gestoras do malfadado Banco, juntamente com o seu marido já falecido, o ex banqueiro Gilberto Faria. Observe-se que a empresa IM Participações e Administração Ltda. é de propriedade do primeiro representado, da segunda representada e de sua mãe, viúva do ex banqueiro, conforme documento anexo. Como é de praxe, são essas empresas de participação quem administram inteiras fortunas, para acobertar patrimônio de particulares, que não tem como justificar contabilmente a aquisição de ativos. Haveria aí uma triangulação de patrimônio, de forma que não só a Banjet Taxi Aéreo Ltda., como outras empresas ligadas ao grupo econômico do extinto Banco Bandeirantes ou não fossem de co-propriedade do primeiro e da segunda representada? Certamente. Tal triangulação seria possível uma vez que a genitora de ambos representados era gestora de empresas ligadas ao banco e sócia daqueles." Espera-se para o primeiro trimestre deste ano a divulgação, pela Procuradoria da República e Receita Federal, do resultado das investigações, além das medidas que serão tomadas em função das denúncias apresentadas. Novojornal consultou Aécio e Andréa Neves através de suas assessorias. Eles preferiram nada comentar a respeito dos fatos noticiados. Documentos que fundamentaram a matéria: Depoimento de Lídia Maria Alonso Lima na Polícia Federal Relatório da Polícia Federal Mensalão Tucano Pagina 11 Expedição de Carta de Ordem, pelo STF, para oitiva da testemunha de acusação Lídia Maria Alonso Lima. (Pág.2) Representação encaminhada ao Ministério Público de Minas Gerais Decisão do Procurador Geral de Justiça de Minas Gerais Alceu José Torres Marques Representação encaminhada a Procuradoria Geral da República Representação encaminhada a Receita Federal Declaração de Bens apresentada por Aécio Neves no TSE E-mail com perguntas encaminhadas à Andréa Neves E-mail com perguntas encaminhadas a Aécio Neves http://www.novojorna...02-01-2013.html
  8. Aecio Neves não investil nem o mínimo constitucional em educação e saúde quando foi governador de Minas, agora imagina se for presidente. Manobra do governo de Minas para não investir o mínimo na saúde e educação está sendo investigada pelo Ministério Público O acordo feito entre o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o governo estadual para que este não invista o percentual mínimo estabelecido pela Constituição de 12% da receita corrente líquida na saúde e 25% na educação está sendo investigado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPE). A informação foi dada pelo Promotor de Defesa do Patrimônio Público, Eduardo Nepomuceno de Sousa, que recebeu na tarde desta sexta-feira (04) uma representação dos deputados estaduais Rogério Correia e Sávio Souza Cruz, do deputado federal Padre João e de diretores do Sind-Saúde, SindUTE, Sindifisco e Sinmed pedindo o cancelamento do Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), que foi o instrumento utilizado pelo governo de Minas e aprovado pelo TCE que dá aval para o Executivo burlar a lei. O promotor ressaltou que o Ministério Público abriu um inquérito civil de ofício que questiona tanto o acordo quanto o instrumento do TAG, visto que, segundo o promotor, não há correspondência disso em âmbito federal. “Essa atitude contraria expressamente o que está na Constituição. Aliás, o governo já está errado em flexibilizar um preceito constitucional e mesmo assim não teve o cuidado nem de argumentar com propriedade”, disse Nepomuceno. Segundo o promotor, a atuação do MPE quanto à ação do TAG será o mais rápido possível. Entenda melhor De acordo com o Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), que é um instrumento utilizado para solucionar conflitos extrajudicialmente, o governo vai aumentar os investimentos de modo escalonado, para chegar aos 12% na saúde e 25% na educação só em 2014 e com a possibilidade de o governo prorrogar por mais um ano. Para se ter uma ideia, se o Termo for mesmo utilizado, o Estado deixará de investir R$ 726 milhões na saúde em 2012. Essa manobra claramente contraria a lei, que determina que todos Estados e Municípios têm um mínimo para investir na saúde e na educação. Na saúde, o governo de Minas nunca investiu o mínimo, sempre alegando que a Emenda Complementar (EC) 29, promulgada em 2000, que estabelece o que é e o que não é investimento em saúde e obriga as administrações a investir pelo menos 12% da corrente líquida na área, não estava regulamentada. Em dezembro de 2011, porém, a EC foi enfim regulamentada e os Estados e Municípios, que deveriam ter se preparado desde 2000, passaram a não ter mais desculpas. Outro problema é que caso a Justiça deixe esse Termo ser utilizado, ela não poderá evitar que os municípios mineiros não invistam os mínimos. E então na prática o mínimo constitucional estará revogado em Minas Gerais Histórico dos investimentos em saúde Dados do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (Siops) mostra que entre 2003 e 2008, Minas Gerais nunca investiu na saúde mais de 8,66%. Cálculos da bancada da minoria na Assembleia Legislativa de Minas Gerais apontam que o governo investiu média de 7,37% na saúde de 2003 a 2011. A diretora do Sind-Saúde, Wânia Regina do Carmo e os deputados estaduais apresentaram o histórico dos investimentos em saúde para o promotor de Justiça Eduardo Nepomuceno, que disse que há processos investigando e questionando a falta de investimentos empregados nos anos passados e que inclusive já causou improbidade administrativa contra ex-governadores. O ex-governador Aécio Neves, aliás, é réu em um processo dessa natureza. O Sind-Saúde continuará na luta para que o governo de Minas não burle a lei e invista pelo menos 12% do seu orçamento em saúde, mesmo porque a situação é precária nas unidades hospitalares e fundações e os salários dos servidores são baixíssimos. http://www.sindsaude...io-publico.html
  9. Em busca de sentidos e delírios Um dos grandes neurologistas contemporâneos narra, sem moralismo, seus experimentos juvenis, agonias e descobertas com LSD, anfetaminas e maconha Por Oliver Sacks, na Piaui Viver só o dia a dia é pouco para os seres humanos. Precisamos transcender, delirar, escapar; precisamos de significados e de explicações; precisamos enxergar um sentido geral em nossas vidas. Precisamos de esperança, de uma perspectiva de futuro. E precisamos de liberdade (ou, pelo menos, da ilusão de liberdade) para irmos além de nós mesmos, seja com telescópios, microscópios e outros meios tecnológicos, seja em estados mentais que nos possibilitem viajar para outros mundos, além de nossas circunstâncias imediatas. Podemos buscar, também, um relaxamento das inibições, de modo a estabelecer uma conexão mais fluida com os outros, ou meios de tornar nossa consciência do tempo e da mortalidade mais fácil de suportar. Procuramos férias de nossas restrições internas e externas, uma sensação mais intensa do aqui e agora, da beleza e do valor do mundo em que vivemos. À moda do poeta inglês William Wordsworth, muitos de nós encontram “sugestões de imortalidade” na natureza, na arte, no pensamento criativo ou na religião. Certas pessoas conseguem atingir estados de transcendência através da meditação ou de outras técnicas de indução de transes, ou por meio da oração e de práticas espirituais. Mas as drogas oferecem um atalho, prometem uma transcendência imediata. Esses atalhos existem porque certas substâncias podem estimular diretamente funções cerebrais complexas. Todas as culturas encontraram veículos químicos para a transcendência, e em determinado momento o uso dessas substâncias intoxicantes se institucionalizou em um nível mágico ou sagrado. O uso cerimonial de componentes psicoativos encontrados em plantas tem uma longa história e persiste até hoje em rituais xamânicos e religiosos no mundo inteiro. Num plano menos ambicioso, as drogas são usadas não tanto para iluminar, expandir ou concentrar a mente, mas pela sensação de prazer e euforia que podem proporcionar. Mesmo os primeiros mórmons, proibidos de consumir chá ou café, em sua longa marcha até o estado de Utah encontraram na beira da estrada uma erva simples, o chá mórmon, cuja infusão restabelecia e estimulava os combalidos peregrinos. Era a éfedra, que contém efedrina, similar às anfetaminas em seus aspectos químico e farmacológico. Muitas pessoas experimentam drogas, alucinógenas ou não, em sua adolescência ou nos tempos de faculdade. Eu só fui experimentá-las depois dos 30 anos, quando já era residente de neurologia. Essa longa virgindade não se devia à falta de interesse. Eu tinha lido os grandes clássicos – Confissões de um Comedor de Ópio, de Thomas de Quincey, e Paraísos Artificiais, de Baudelaire – ainda no colégio. Li a história do escritor francês Théophile Gautier, que em 1845 visitou o recém-criado Club des Hashischins, num canto sossegado da Île Saint-Louis. O haxixe, na forma de uma pasta verde, tinha sido trazido pouco antes da Argélia, e fazia furor em Paris. No salão, Gautier consumiu uma porção considerável de haxixe. Num primeiro momento não sentiu nada fora do normal, mas logo, conta ele, “tudo parecia maior, mais rico, mais esplêndido”, e em seguida ocorreram algumas mudanças mais específicas: Um personagem enigmático apareceu de repente diante de mim… Seu nariz era curvo como um bico de ave, seus olhos verdes, que ele enxugava amiúde com um lenço grande, eram rodeados por três círculos castanhos, e preso ao nó da gravata num colarinho branco alto e engomado havia um cartão de visita que dizia: Daucus-Carota, du Pot d’or… Pouco a pouco, o salão foi sendo tomado por figuras fora do comum, do tipo que encontramos apenas nas gravuras de Callot ou nas águas-tintas de Goya; uma mistura de fragmentos desconexos, de formas humanas e bestiais. Na década de 1890, os ocidentais também começavam a provar o peiote ou mescal, cacto antes usado apenas em cerimônias místicas dos indígenas americanos. No meu ano de calouro em Oxford, livre para percorrer as estantes da Biblioteca Radcliffe de Ciências, li os primeiros relatos publicados sobre a intoxicação com o peiote, entre eles os de Havelock Ellis e SilasWeir Mitchell. Ambos eram médicos, não apenas literatos, e isso parecia emprestar peso e credibilidade maiores às suas descrições. Fiquei cativado pelo tom seco de Mitchell e a naturalidade com que ele consumia o que na época era uma droga desconhecida, com efeitos ignorados. A certa altura, escreveu Mitchell num artigo de 1896 para o British Medical Journal, ele tomou uma boa porção de um extrato produzido a partir do peiote, seguida de uma dose adicional. Embora tenha percebido que seu rosto estava corado, suas pupilas dilatadas, e ele apresentasse “uma tendência a falar muito, e de vez em quando… errar o emprego de uma palavra”, ainda assim continuou a fazer suas visitas domiciliares, e esteve com vários pacientes. Mais adiante, depois de três novas doses, deitou-se em silêncio num quarto escuro, onde experimentou “duas horas encantadas”, repletas de efeitos cromáticos: Delicadas películas flutuantes de cor – geralmente lindos tons neutros de roxo e cor-de-rosa. Elas se deslocavam de um lado para o outro – ora aqui, ora ali. Depois, um jorro abrupto de incontáveis pontos de luz branca atravessou meu campo de visão, como se a Via Láctea tivesse começado a fluir, num rio resplandecente, diante dos meus olhos. À diferença de Mitchell, que se concentrava nas alucinações coloridas e geométricas, que ele comparou em parte às da enxaqueca, Aldous Huxley, escrevendo sobre a mescalina na década de 50, concentrou-se na transfiguração do mundo visual, que lhe aparecia dotado de uma beleza e de um significado luminosos e divinos. Huxley comparava essas experiên-cias com drogas às dos grandes visionários e artistas, mas também às experiências psicóticas de alguns esquizofrênicos. Tanto a genialidade quanto a loucura, sugeria Huxley, residiam nesses estados mentais extremos – ideia não muito diversa das formuladas por De Quincey, Coleridge e Baudelaire em relação às suas próprias experiências ambíguas com o ópio e o haxixe (e amplamente descritas em 1845 no livro de Moreau, O Haxixe e a Alienação Mental). De Huxley, li As Portas da Percepção e O Céu e o Inferno quando foram publicados, nos anos 50, e me senti especialmente instigado pelo que ele escreveu sobre a geografia da imaginação e a dimensão em que ela existia – região mental não utilizada em situações normais e que ele chamava de “antípodas da mente”. Eu havia lido muito, mas não tinha qualquer experiência própria com drogas até 1953, quando meu amigo de infância Eric Korn veio para Oxford. Ficamos animados ao ler sobre a descoberta do LSD por Albert Hofmann, e encomendamos 50 microgramas da substância (na época ainda legal) ao seu fabricante suíço. Com modos solenes, dividimos a droga e tomamos 25 microgramas cada um – sem saber das maravilhas ou horrores à nossa espera. Tristemente, eles não fizeram nenhum efeito em nós dois. (Devíamos ter encomendado 500 microgramas, e não 50.) Quando me formei em medicina, no final de 1958, tinha concluído que queria ser neurologista, para saber como o cérebro encarnava a consciência e a identidade e compreender seus incríveis poderes de percepção, produção de imagens, memória e alucinação. Uma nova orientação surgia na neurologia e na psiquiatria na época. Era o início da era da neuroquímica, com os primeiros vislumbres da gama de agentes químicos, os neurotransmissores, que possibilitavam a comunicação entre as células nervosas e diferentes partes do sistema nervoso. Ao longo das décadas de 50 e 60, descobertas nesse sentido chegavam de todo lado, embora ainda não fosse nada claro como elas se encaixavam umas nas outras. Descobriu-se, por exemplo, que o cérebro parkinsoniano continha pouca dopamina, e que administrar uma precursora da dopamina, a levodopa, podia aliviar os sintomas do mal de Parkinson. De outro lado, viu-se que os tranquilizantes, introduzidos no início da década de 50, podiam inibir a dopamina e desencadear uma espécie de parkinsonismo químico. Faziacerca de 100 anos que a medicação típica para o mal de Parkinson eram as drogas anticolinérgicas, que inibem a produção do neurotransmissor acetilcolina. Mas como interagem os sistemas da dopamina e da acetilcolina? Por que os opiáceos – ou a cannabis– produzem efeitos tão fortes? Será que o cérebro tem receptores especiais para os opiáceos, e produz opioides para consumo próprio? Existiria um mecanismo semelhante para receptores da cannabise canabinoides? Por que o LSD tinha uma potência tão grande? Seriam todos os seus efeitos explicáveis a partir de alterações da serotonina no cérebro? Que sistemas transmissores governariam os ciclos de sono e vigília, e qual poderia ser o fundamento neuroquímico dos sonhos e alucinações? Ao iniciar minha residência em neurologia, em 1962, encontrei um ambiente impregnado dessas questões. A neuroquímica estava claramente na moda, assim como – perigosamente, sedutoramente, especialmente na Califórnia, onde eu estudava – as drogas propriamente ditas. Comecei com a maconha. Um amigo em Topanga Canyon, onde eu morava na época, me ofereceu um baseado; dei duas baforadas e fiquei paralisado com o que aconteceu em seguida. Eu olhava para a minha mão e ela parecia preencher todo o meu campo visual, crescendo e crescendo ao mesmo tempo que se afastava de mim. Finalmente, tive a impressão de que eu via aquela mão estendida por todo o universo, com vários anos-luz ou parsecs de extensão. Ainda tinha a aparência de uma mão viva, humana, mas essa mão cósmica também lembrava, de algum modo, a mão de Deus. Minha primeira experiência com a maconha foi marcada pela mistura do neurológico e do divino. Na Costa Oeste americana, no começo da década de 60, o LSD e as sementes de ipomeia [Ipomœa purpurea, também conhecida no Brasil como “bons-dias” ou “campainha”] eram fáceis de encontrar, de maneira que decidi experimentá-los também. “Mas se você quer uma experiência realmente incrível”, disseram os meus amigos da Muscle Beach, “tome Artane.” Achei surpreendente, pois sabia que o Artane, uma droga sintética similar à beladona, era usada em doses modestas (dois ou três comprimidos ao dia) no tratamento do mal de Parkinson, e que drogas desse tipo, em grandes quantidades, podem produzir delírio. (Tais delírios vêm sendo observados há muito tempo depois da ingestão acidental de plantas como a erva-moura, o estramônio e o meimendro). Mas será que o delírio podia ser divertido? Ou informativo? Ficaria a pessoa em posição de observar o funcionamento aberrante do próprio cérebro – e apreciar seus prodígios? “Vá em frente”, insistiam meus amigos. “Tome vinte de uma vez – você ainda vai manter um controle parcial da sua cabeça.” Então, num domingo de manhã, contei vinte comprimidos, engoli todos com um copo de água, e me sentei para esperar o efeito. Será que o mundo se transformaria, renasceria, como Huxley tinha descrito em As Portas da Percepção e eu próprio tinha experimentado com a mescalina e o LSD? Haveria ondas de sensações de volúpia e deleite? Haveria ansiedade, confusão mental, paranoia? Estava preparado para todos esses efeitos, mas nenhum deles ocorreu. Fiquei com a boca seca e as pupilas dilatadas, e achei difícil ler, mas só isso. Não senti qualquer efeito psíquico – foi muito decepcionante. Não sabia exatamente o que esperava, mas esperava alguma coisa. Estava na cozinha, pondo uma chaleira no fogo para fazer chá, quando ouvi alguém bater na porta da frente. Eram meus amigos Jim e Kathy, que costumavam aparecer nas manhãs de domingo. “Podem entrar, a porta está aberta”, gritei, e enquanto eles se acomodavam na sala perguntei como queriam seus ovos. Jim disse que preferia fritos com a gema mole. Kathy preferia a gema passada. Conversamos fiado enquanto eu preparava os ovos com presunto – havia portas baixas de vaivém entre a cozinha e a sala, então nos ouvíamos perfeitamente bem. Cinco minutos depois, eu gritei “Está tudo pronto”, pus os pratos de ovos com presunto numa bandeja e fui para a sala – que estava vazia. Nada de Jim nem de Kathy, nenhum sinal de que tivessem passado por lá. Fiquei tão abalado que quase deixei a bandeja cair no chão. Não tinha me ocorrido nem por um instante que as vozes de Jim e Kathy, suas “presenças”, fossem irreais, alucinatórias. Tivemos uma conversa amigável e comum, como era de hábito. As vozes deles eram as mesmas de sempre – não havia nenhum sinal, até eu atravessar as portas de vaivém e encontrar a sala vazia, de que toda aquela conversa, pelo menos a parte do lado deles, tinha sido inventada pelo meu cérebro. Fiquei não só pasmo como também muito assustado. Com o LSD e outras drogas, eu sempre sabia o que estava acontecendo. O mundo tinha uma aparência diferente, a sensação era diferente. Mas minha “conversa” com Jim e Kathy não tinha nada de especial; foi totalmente corriqueira, sem nada que a caracterizasse como uma alucinação. Pensei nos esquizofrênicos que conversam com suas “vozes”, mas em geral as vozes da esquizofrenia são de zombaria ou acusação, não falam sobre presunto, ovos e o tempo. “Cuidado, Oliver”, eu disse a mim mesmo. “Não vá perder o controle. Não deixe isso acontecer de novo.” Mergulhado em meus pensamentos, comi lentamente os meus ovos com presunto (e também os de Jim e Kathy) e depois decidi descer até a praia, onde veria o Jim e a Kathy de verdade e todos os meus amigos, podendo dar um mergulho e passar uma tarde sossegada. Pensava nisso quando tomei consciência de um barulho de motor acima de mim. Fiquei intrigado por um momento, e depois percebi que era um helicóptero se preparando para pousar e trazendo os meus pais, que, tendo resolvido me fazer uma visita de surpresa, haviam chegado de Londres e, depois de desembarcarem em Los Angeles, fretaram um helicóptero para trazê-los até Topanga Canyon. Corri para o banheiro, tomei um banho rápido e vesti uma camisa e calças limpas – o melhor que podia fazer nos três ou quatro minutos que me restavam até a chegada deles. O barulho era quase ensurdecedor, e me dei conta de que o helicóptero devia ter pousado na pedra plana ao lado da minha casa. Corri para fora, animado para receber os meus pais – mas a pedra estava vazia, não havia helicóptero nenhum à vista, e o barulho do motor cessou abruptamente. O silêncio e a solidão, a decepção, me reduziram às lágrimas. Eu tinha ficado tão alegre, e agora não restava mais nada. Voltei para dentro de casa e pus a chaleira no fogo para outra xícara de chá quando minha atenção foi atraída por uma aranha na parede da cozinha. Quando cheguei mais perto, a aranha disse: “Alô!” Não me pareceu nada estranho que uma aranha me dissesse alô (assim como Alice não achava estranho o Coelho Branco falar). Respondi “Alô, cara”, e com isso começamos uma conversa, quase toda sobre questões bastante técnicas de filosofia analítica. Esse rumo talvez tenha sido sugerido pelas primeiras palavras que a aranha me disse, querendo saber se eu achava que Bertrand Russell tinha mesmo destruído o paradoxo de Frege. Ou talvez fosse a sua voz – precisa, incisiva e muito semelhante à de Russell, que eu tinha ouvido no rádio. (Décadas mais tarde, mencionei essas tendências russellianas da aranha ao meu amigo Tom Eisner, que é entomólogo; ele assentiu com ar muito sério, e disse: “Sei, conheço essa espécie.”) Durante a semana eu evitava as drogas, trabalhando como residente no departamento de neurologia da Ucla, a Universidade da Califórnia em Los Angeles. Ficava impressionado e tocado – como antes, nos meus tempos de estudante em Londres – com a gama de experiências neurológicas dos pacientes. Descobri que só poderia compreendê-las bem, ou conciliar-me emocionalmente com essas experiências, se tentasse descrevê-las ou transcrevê-las. Foi então que escrevi meus primeiros artigos publicados e meu primeiro livro. (Que nunca foi publicado, porque perdi os originais.) Mas nos fins de semana eu continuava a fazer experiências com drogas. Lembro-me nitidamente de um episódio em que uma cor mágica apareceu para mim. Eu tinha aprendido, ainda menino, que existem sete cores no espectro, entre elas o índigo ou anil. (Foi Newton que escolheu as sete, um tanto arbitrariamente, por analogia com as sete notas da escala musical.) Mas poucas pessoas concordam quanto ao que seja o “índigo”. Fazia tempo que eu desejava ver o “verdadeiro” índigo, e me pareceu que as drogas podiam ser o caminho. Assim, num sábado ensolarado de 1964, preparei uma plataforma de lançamento farmacológica que consistia numa base de anfetamina (para uma excitação generalizada), LSD (para a intensidade alucinógena) e um toque de cannabis (para acrescentar um pouco de delírio). Uns vinte minutos depois de consumir essa mistura, fiquei de frente para uma parede branca e exclamei: “Quero ver a cor índigo agora – agora!” E então, como que criada por um pincel gigantesco, apareceu na parede uma mancha imensa e trêmula do mais puro índigo, em forma de pera. Luminosa, numinosa, ela me deixou arrebatado: era a cor do céu, a cor, pensei, que Giotto tinha passado a vida inteira tentando obter sem jamais conseguir – talvez porque a cor do céu não possa ser vista da Terra. Mas ela existiu no passado, eu achava – era a cor do mar paleozoico, a cor que o oceano já teve. Curvei-me na direção dela numa espécie de êxtase. E então ela sumiu de um momento para outro, deixando-me com uma sensação quase insuportável de perda e tristeza. Mas eu me consolei: sim, o índigo existe, e pode ser conjurado no cérebro. Continuei à procura do índigo por vários meses depois disso. Revirava pedras e rochas maiores perto da minha casa. Examinei amostras de azurita no museu de história natural – mas mesmo elas estavam infinitamente distantes da cor que eu tinha visto. E então, em 1965, depois que me mudei para Nova York, fui a um concerto no Metropolitan Museum. Na primeira parte, executaram uma peça de Monteverdi, e me senti numa viagem. Não tinha tomado droga alguma, mas sentia um glorioso rio de música, com centenas de anos de comprimento, correndo da mente de Monteverdi para desaguar na minha. Nesse estado de êxtase, saí caminhando durante o intervalo e corri os olhos pelos objetos exibidos nas galerias egípcias – amuletos de lápis-lazúli, jóias. Fiquei encantado ao perceber vislumbres de índigo. E pensei: Graças a Deus, o índigo existe mesmo! Durante a segunda metade do concerto, fiquei um pouco entediado e inquieto, mas me consolei pensando que em seguida podia sair e tomar uma “dose” de índigo. Ainda estaria no mesmo lugar, à minha espera. Mas, quando saí para olhar as galerias depois do concerto, só consegui ver azul, roxo, malva e marrom-arroxeado – nada de índigo. Faz 47 anos, e nunca mais tornei a ver a cor índigo. Quando uma amiga e colega dos meus pais – Augusta Bonnard, uma psicanalista – veio passar seu ano sabático em Los Angeles em 1964, era natural que nos encontrássemos. Convidei-a para vir à minha casinha no Topanga Canyon, e tivemos um jantar maravilhoso. Com o café e os cigarros (Augusta fumava sem parar; eu me perguntava se não fumaria inclusive durante as sessões), seu tom mudou, e ela me disse, com sua voz engrossada pelo fumo: “Você precisa de ajuda, Oliver. Você está com problemas.” “Que bobagem”, respondi. “Eu gosto da vida. Não tenho queixas. Vai tudo bem no trabalho e no amor.” Augusta deixou escapar um grunhido de ceticismo, mas não insistiu mais. A essa altura eu tinha começado a tomar LSD, e quando não encontrava consumia sementes de ipomeia em seu lugar. (Antes de as sementes de ipomeia começarem a ser tratadas com pesticidas, como são hoje, para evitar seu consumo.) As manhãs de domingo eram geralmente meu horário de tomar drogas, e deve ter sido dois ou três meses depois do meu encontro com Augusta que tomei uma dose substancial das sementes de ipomeia conhecidas como Heavenly Blue (azul celestial). As sementes eram negras e tinham uma dureza de ágata, de modo que as pulverizei num pilão e depois misturei o pó com sorvete de baunilha. Uns vinte minutos depois de ingerir a mistura, sofri uma náusea intensa, mas, quando ela passou, me senti num lugar de calma e beleza paradisíacas, um território fora do tempo, que foi rudemente invadido por um táxi que subia com dificuldade o íngreme caminho de acesso à minha casa, emitindo petardos pelo escapamento. Uma mulher idosa desceu do táxi e, num ímpeto, saí correndo na direção dela, gritando: “Eu sei quem a senhora é – uma réplica de Augusta Bonnard! Tem a aparência dela, a postura e os movimentos dela, mas não é ela. Não me engana nem por um momento!” Augusta levou as mãos às têmporas e disse: “Nossa! Está pior do que eu pensava.” Entrou de volta no seu táxi e partiu sem dizer mais nada. Tivemos muito que conversar no nosso encontro seguinte. O fato de eu não tê-la reconhecido, e de vê-la como uma “réplica”, achava ela, era uma forma complexa de defesa, uma dissociação que só podia ser classificada como psicótica. Discordei, e continuei a afirmar que o fato de considerá-la uma duplicata, ou uma impostora, tinha origem neurológica, era uma desconexão entre a percepção e os sentimentos. A capacidade de identificar (que estava intacta) não era acompanhada pela sensação apropriada de calor e familiaridade, e foi essa contradição que levou à conclusão lógica, embora absurda, de que ela era uma “duplicata”. (Essa condição, que pode ocorrer na esquizofrenia, mas também com a demência ou o delírio, é conhecida como síndrome de Capgras.) Augusta disse que, qualquer que fosse a explicação correta, o consumo de drogas que alteravam a mente todo fim de semana, sozinho e em altas doses, indicava necessidades ou conflitos interiores de grande intensidade, e que eu devia falar daquilo com um terapeuta. Em retrospecto, não tenho dúvida de que ela estava certa, e comecei a frequentar um analista um ano mais tarde. O verão de 1965 foi uma espécie de intervalo: eu havia completado minha residência na UCLA e deixado a Califórnia, mas tinha três meses pela frente antes de começar uma bolsa de pesquisa em Nova York. Deveria ter sido um período de deliciosa liberdade, férias maravilhosas e muito necessárias depois das semanas de sessenta e até oitenta horas de trabalho que eu tinha vivido na UCLA. Mas eu não me sentia livre. Quando não estou trabalhando, sinto-me sem amarras, tenho uma sensação de vazio e falta de estrutura. Quando eu morava na Califórnia, os fins de semana eram os momentos mais perigosos, a hora das drogas – e agora um verão inteiro na minha cidade natal, Londres, estendia-se à minha frente como um fim de semana com três meses de duração. Foi durante esse período de ócio traiçoeiro que entrei fundo no consumo de drogas, não mais confinado aos fins de se-mana. Experimentei injeções intravenosas, o que nunca tinha feito. Meus pais, ambos médicos, estavam fora, e decidi explorar o armário de remédios em seu consultório, no andar térreo da nossa casa, à procura de alguma coisa especial para comemorar meu 32º aniversário. Nunca antes eu tinha tomado morfina ou qualquer outro opiáceo. Usei uma seringa grande – por que me contentar com doses insignificantes? E, depois de me instalar comodamente na cama, reuni o conteúdo de vários frascos, mergulhei a agulha numa veia e injetei a morfina bem devagar. Dali a mais ou menos um minuto, minha atenção foi atraída por uma espécie de comoção na manga do meu robe, pendurado na porta. Concentrei meu olhar ali, e o movimento se definiu como uma cena de batalha em miniatura, mas microscopicamente detalhada. Vi tendas de seda de várias cores, a maior das quais ostentava um pavilhão real. Havia cavalos alegremente enfeitados, soldados a cavalo, com suas armaduras reluzindo ao sol, e homens armados de arco. Vi flautistas com longas flautas prateadas, e depois, muito ao longe, escutei a música que tocavam. Vi centenas, milhares de homens – dois exércitos, duas nações – se preparando para o combate. Perdi toda a noção de que se tratava de um trecho da manga do meu robe, ou de que eu estava deitado na cama, em Londres, e era 1965. Antes de me aplicar a morfina eu vinha lendo as Crônicas de Froissart e Henrique v, e agora essas leituras se misturavam à minha alucinação. Percebi que estava em Agincourt, no final de 1415, vendo os exércitos da Inglaterra e da França avançarem, em fileiras cerradas, para a batalha. E na tenda maior com o pavilhão, eu sabia, estava o próprio Henrique v. Nada me indicava que eu estivesse imaginando aquilo; o que eu via era concreto, real. Depois de algum tempo, a cena começou a perder nitidez, e tornou a emergir em mim uma consciência tênue de que estava em Londres, drogado, delirando a batalha de Agincourt na manga do meu robe. Foi uma experiência deliciosa e arrebatadora, mas agora tinha passado. O efeito da droga se dissipava depressa; agora mal se via Agincourt. Olhei para o meu relógio. Eu tinha injetado a morfina às nove e meia, e agora eram dez. Tive uma sensação de estranheza – já era noite escura quando eu tomei a morfina, e agora devia estar mais escuro ainda. Não era o caso. Estava clareando, e não escurecendo, do lado de fora. E então eu percebi que eram dez horas, sim, mas dez da manhã. Eu tinha ficado imóvel, contemplando a minha Agincourt, por mais de doze horas. Isso me causou um choque e me fez recobrar alguma sobriedade, fazendo-me ver como era possível alguém passar dias inteiros, noites, semanas, até mesmo anos de sua vida no estupor do ópio. E decidi que minha primeira experiência com o ópio seria também a última. No fim daquele verão de 1965, mudei-me para Nova York a fim de começar uma bolsa de pós-graduação em neuropatologia e neuroquímica. Dezembro de 1966 foi um mau momento: tive dificuldades para me ajustar a Nova York depois de meus anos na Califórnia; um caso amoroso tinha dado errado; minha pesquisa ia mal; e eu estava descobrindo que não tinha vocação para a ciência de laboratório. Deprimido e insone, eu tomava doses cada vez maiores de hidrato de cloral para dormir. Chegava a consumir doses quinze vezes maiores do que o normal. E, embora tenha conseguido fazer um grande estoque da droga – assaltando os suprimentos do laboratório em que trabalhava –, ele acabou esgotado numa triste terça-feira pouco antes do Natal. Pela primeira vez em vários meses, fui dormir sem ser apagado pela minha dose habitual. Meu sono foi ruim, interrompido por pesadelos e sonhos bizarros, e ao acordar me descobri intensamente sensível aos sons. Havia sempre caminhões trovejando pelas ruas de paralelepípedos do West Village; naquela manhã, pareciam triturar os paralelepípedos e reduzi-los a pó com sua passagem. Sentindo-me um pouco debilitado, nãofui de motocicleta para o trabalho, como costumava, mas peguei o metrô e um ônibus. Quarta-feira era dia de dissecção de cérebro no departamento de neuropatologia, e era a minha vez de cortar o cérebro em fatias horizontais bem definidas, identificando as estruturas principais durante o processo e observando se havia algum desvio da normalidade. Em geral eu era bom nessa tarefa, mas naquele dia minha mão tremia visivelmente, o que me deixou constrangido, e a nomenclatura anatômica tardava a vir à minha memória. Quando a sessão terminou, atravessei a rua, como tantas vezes antes, para um sanduíche e um café. Enquanto eu mexia o café, ele de repente ficou verde, e depois roxo. Levantei os olhos, espantado, e vi que o freguês que pagava sua conta na caixa tinha uma imensa cabeça proboscídea, como a de um elefante-marinho. Fui tomado pelo pânico; deixei uma nota de 5 dólares na mesa e atravessei correndo a rua para tomar o ônibus. Mas todos os passageiros pareciam ter cabeças brancas e lisas como ovos gigantescos, com olhos imensos e cintilantes que lembravam os olhos multifacetados de insetos – e pareciam se mover em espasmos repentinos, o que aumentava a sensação de estranheza e o medo que me causavam. Percebi que eu estava alucinando ou experimentando algum bizarro distúrbio da percepção, que não tinha como parar o que estava acontecendo no meu cérebro e que precisava manter pelo menos alguma aparência de controle e não entrar em pânico, não gritar, nem ficar catatônico diante dos monstros de olhos de inseto ao meu redor. A melhor coisa a fazer, descobri, era escrever, descrever aquela alucinação com toda a clareza e em pormenores quase clínicos, e, ao fazê-lo, transformar-me num observador, até mesmo num estudioso, em vez de vítima indefesa, da loucura dentro de mim. Nunca ando sem caneta e caderno, e agora eu escrevia como se a minha vida dependesse disso, enquanto ondas de alucinação passavam por mim. Escrever, descrever, sempre foi minha maneira de lidar com situações complexas ou assustadoras – embora eu nunca tivesse testado esse recurso numa situação tão apavorante. Mas funcionou. Ao descrever no meu caderno de laboratório o que acontecia, consegui manter um simulacro de controle, embora as alucinações continuassem, em mutação constante. Não sei dizer como eu desci do ônibus no ponto certo e peguei o metrô, apesar de tudo estar em movimento, rodopiando vertiginosamente, girando e até virando de cabeça para baixo. E consegui descer na estação certa, na região em que eu morava no Greenwich Village. Quando emergi das escadas do metrô, os prédios à minha volta balançavam de um lado para o outro e se agitavam como bandeiras em uma ventania. Senti um alívio imenso quando me vi de volta ao meu apartamento, sem ter sido atacado, preso ou morto pelo tráfego intenso do caminho. Assim que cheguei, achei que precisava entrar em contato com alguém – alguém que me conhecesse bem, que fosse médico e também meu amigo. A pediatra Carol Burnett era essa pessoa; tínhamos estudado juntos em San Francisco cinco anos antes, e retomamos a amizade depois de nos reencontrarmos em Nova York. Carol seria capaz de compreender, saberia o que fazer. Disquei o número dela com a mão agora muito trêmula. “Carol”, eu disse, assim que ela atendeu, “quero me despedir. Enlouqueci, fiquei psicótico, doido. Começou hoje de manhã, e o tempo todo só vem piorando.” “Oliver!”, disse Carol. “O que você acabou de tomar?” “Nada”, respondi. “É por isso que estou tão assustado.” Carol pensou alguns instantes, e depois perguntou: “O que você acabou de parar de tomar?” “É isso!”, disse eu. “Eu vinha tomando doses imensas de hidrato de cloral, e tive de parar ontem à noite, porque acabou.” “Oliver, seu tapado! Sempre exagerando nas coisas”, disse Carol. “Você está tendo um caso clássico de dt, delirium tremens.” Foi um alívio imenso – muito melhor delirium tremens que uma psicose esquizofrênica. Mas eu conhecia bem os perigos do dt: confusão, desorientação, alucinação, delírio, desidratação, febre, taquicardia, exaustão, convulsões, morte. Eu aconselharia qualquer pessoa no meu caso a seguir imediatamente para um pronto-socorro, mas decidi aguentar firme e viver toda a experiência. Carol concordou em ficar ao meu lado no primeiro dia, e depois, se achasse que eu podia ficar sozinho em segurança, passaria na minha casa ou me ligaria a intervalos, recorrendo à ajuda externa se julgasse necessário. Com essa rede de segurança, perdi boa parte da ansiedade, e até consegui, de certo modo, apreciar as criações do delirium tremens (embora a infinidade de animaizinhos e insetos fosse tudo, menos agradável). As alucinações continuaram por quase 96 horas e, quando finalmente cessaram, eu caí num estupor de cansaço. Quando menino, eu me deliciava com o estudo da química e adorei montar meu próprio laboratório. Esse deleite pareceu se extinguir mais ou menos aos 15 anos; nos meus anos de colégio, faculdade, formação médica e depois internato e residência, eu consegui um bom desempenho acadêmico, mas as matérias que eu estudava nunca provocaram em mim o entusiasmo que a química despertava nos meus tempos de garoto. Foi só quando cheguei a Nova York e comecei a ver os pacientes de uma clínica de enxaqueca, no verão de 1966, que passei a sentir um pouco do entusiasmo intelectual e do envolvimento emocional que tinha experimentado na minha juventude. Na esperança de promover uma intensificação desses sentimentos, recorri às anfetaminas. Eu tomava a substância nas noites de sexta-feira, depois que voltava do trabalho, e passava o fim de semana inteiro tão enlouquecido que as imagens e os pensamentos se convertiam quase em alucinações controláveis. Muitas vezes eu dedicava esses fins de semana de barato a devaneios românticos, mas, numa sexta-feira de fevereiro de 1967, enquanto explorava a seção de livros raros da biblioteca médica, encontrei e peguei emprestado um livro raríssimo intitulado Sobre Enxaqueca, Dor de Cabeça e Algumas Desordens Correlatas: uma Contribuição para a Patologia das Tempestades Nervosas, escrito em 1873 por um certo dr. Edward Liveing. Eu vinha trabalhando havia vários meses numa clínica de enxaqueca, e estava fascinado com a gama de sintomas e fenômenos que podem ocorrer nas crises da doença. Essas crises muitas vezes incluíam sintomas como alucinações. Eram inteiramente benignas e só duravam alguns minutos, mas esses poucos minutos proporcionavam uma janela para o funcionamento do cérebro e como ele era capaz de entrar em colapso e depois se recuperar. Desse modo, achava eu, cada crise de enxaqueca era uma abertura para uma verdadeira enciclopédia de neurologia. Eu tinha lido dúzias de artigos sobre a enxaqueca e suas possíveis causas, mas nenhum deles parecia apresentar toda a riqueza de sua fenomenologia ou a gama e a profundidade do sofrimento que os pacientes podiam experimentar. Foi na esperança de encontrar uma abordagem mais ampla, profunda e humana da enxaqueca que peguei o livro de Liveing na biblioteca naquele fim de semana. Assim, depois de tomar minha amarga porção de anfetaminas – com muito açúcar, para torná-la mais palatável – comecei a ler. À medida que a intensidade do efeito da anfetamina tomava conta de mim, estimulando minhas emoções e a minha imaginação, o livro de Liveing me parecia adquirir ainda mais intensidade, profundidade e beleza. Eu não queria nada além de entrar na mente de Liveing e sugar aquela atmosfera em que ele trabalhou. Numa espécie de concentração catatônica tão intensa que em dez horas mal movi um músculo ou umedeci meus lábios, li de uma enfiada as 500 páginas de Enxaqueca.Enquanto lia, eu quase tinha a impressão de me transformar no próprio Liveing, atendendo os pacientes que ele descrevia. Às vezes, eu não sabia ao certo se estava lendo o livro ou escrevendo o que ele dizia. Senti-me na Londres de Dickens, nas décadas de 1860 e 70. Amei a compaixão e a sensibilidade social de Liveing, sua afirmação categórica de que a enxaqueca não era um capricho dos ricos ociosos, mas podia afetar pessoas malnutridas e que trabalhassem muitas horas em fábricas mal ventiladas. O livro me lembrava o grande estudo de Henry Mayhew de 1861, sobre as classes trabalhadoras de Londres, mas também era possível perceber como Liveing tinha sido bem treinado em biologia e nas ciências físicas, além de ser um mestre da observação clínica. E me vi pensando: isso representa o melhor da ciência e da medicina em meados da Era Vitoriana; trata-se de uma verdadeira obra-prima! O livro me apresentava o que eu tanto tinha querido encontrar por todos os meses em que examinei pacientes com enxaqueca, sentindo-me frustrado com os artigos sumários e pobres que pareciam constituir a “literatura” moderna sobre o tema. No auge dessa viagem, eu via a enxaqueca brilhando como um arquipélago de estrelas nos céus da neurologia. Cerca de um século havia se passado desde o tempo em que Liveing trabalhou e escreveu em Londres. Ao despertar do devaneio em que eu era Liveing ou um dos seus contemporâneos, voltei a mim e pensei: “Estamos na década de 1960, não de 1860. Quem poderia ser o Liveing do nosso tempo?” Uma variedade dissimulada de nomes me veio à mente. Pensei no dr. A., no dr. B., no dr. C. e no dr. D., todos bons homens, mas nenhum dotado daquela combinação de ciência e humanismo que era tão poderosa em Liveing. E então uma voz interior muito alta disse: “Seu babaca idiota! É você!” Em todas as ocasiões anteriores em que eu havia aterrissado depois de dois dias de euforia induzida pela anfetamina, eu experimentara uma violenta reação oposta, sentindo um cansaço e uma depressão quase narcolépticos. Tinha também uma sensação clara do despropósito que era pôr minha vida em risco em troca de nada – as anfetaminas, nas grandes doses que eu consumia, mantinham meus batimentos em torno de 200 por minuto e uma pressão sanguínea de nem sei quanto; várias pessoas que eu conhecia tinham morrido de overdose de anfetamina. Eu sentia que tinha feito uma ascensão louca até a estratosfera, mas voltava de mãos abanando, não tendo nenhum resultado daquilo para apresentar; sentia que a experiência tinha sido intensa, mas vazia. Dessa vez, porém, quando retornei, conservava uma sensação de clareza e descoberta; eu tivera uma espécie de revelação sobre a enxaqueca. E tinha a sensação de ter decidido, também, que estava de fato equipado para escrever um livro equivalente ao de Liveing, e que talvez eu pudesse ser o Liveing do nosso tempo. No dia seguinte, antes de devolver o livro de Liveing à biblioteca, fotocopiei todas as suas páginas e então, pouco a pouco, comecei a escrever o meu próprio livro. A felicidade que isso me proporcionava era real – infinitamente mais substancial que a euforia vazia provocada pelas anfetaminas –, e nunca mais voltei a tomá-las. http://ponto.outrasp...dos-e-delirios/
  10. LUTA É O INIMIGO, WEED é o remédio: a verdade sobre a maconha na COREIA DO NORTE High Times do reino eremita by Benjamin R. Young , January 15, 2013 Você pode se surpreender com o que estamos prestes a dizer: o país mais fechada, conservador e controlado no mundo é também um paraíso de maconheiros. Apesar da posição mortal do governo norte-coreano sobre o uso e distribuição de drogas pesadas, como crystal meth (que tem seu próprio legado pouco auspicioso no Norte), a maconha é declaradamente não classificada ilegal ou em nenhum caso policiada. A erva do boêmio e da liberdade não é mesmo considerada uma droga. Como resultado, é do discernimento do senhor Norte coreano bolar um, o que sugere que para os fumadores da ervas, pelo menos, a Coreia do Norte, depois de tudo, só poderia ser o paraíso. NK NEWS recebe relatórios periódicos sobre visitantes que retornaram da Coreia do Norte, que nos dizem que plantas de maconha crescem livremente ao longo das estradas, do norte da cidade portuária de Chongjin, até às ruas de Pyongyang, onde é fumada livremente, o seu doce aroma muitas vezes chama a atenção sem aviso prévio. Não há tabu em torno de fumar maconha no país - muitos norte-coreanos sabem que a droga existe e a tem fumado. Na Coreia do Norte, a droga é conhecida pelo nome de tambae ip ou "Tabaco em folha". Ela é especialmente popular entre os jovens soldados no exército norte-coreano. - Em vez de ficarem viciados em nicotina e alcatrão como os seus contemporâneos no Ocidente, confraternizam sem medo da repercussão, acendendo uma bomba durante o tempo baixo na batida militar. Apesar do fato de o governo não reprimir o uso da maconha (ou ópio) e sua prevalência entre as pessoas comuns, todos os grupos de hippies dreadlocked da Califórnia e sobreviventes do festival Burning Man que quiserem reservar-se para uma turnê depois de ler este artigo, é provável que se decepcionem. Se um turista ocidental pede ao seu guia onde é o melhor lugar para começar a "planta especial", como é eufemisticamente referido, o guia provavelmente irá evitar a pergunta. Eles são provavelmente muito bem educados nas atitudes legais ocidentais para a maconha para não sentir a necessidade de promover qualquer coisa que possa imagem negativa imprensa. Então, trazem-lhes uma garrafa de Hennessy, e eles poderão estar mais dispostos a ajudá-lo. A razão para fumar maconha na Coréia do Norte difere da América. Na Coreia do Norte, você não fuma maconha puramente para ficar louco e rir de sua própria mão, você faz isso para economizar dinheiro e como uma ruptura com os onipresentes cigarros locais baratos que fazem mais mal do que bem. Nos mercados negros da Coreia do Norte, a maconha é comumente vendida a um preço mais barato e é de fácil obtenção. Portanto, a droga é especialmente popular entre as classes mais baixas da sociedade norte-coreana. Depois de um dia árduo de trabalho manual, é comum para os trabalhadores norte-coreanos fumar maconha como uma maneira de relaxar e aliviar os músculos tensos ou doloridos. Um grande conto da mitologia Coreana que todos nós ja devemos ter ouvido 1 milhão de vezes é que os cidadãos não podem dobrar os jornais para que eles acidentalmente dobrem uma imagem dos líderes. Mas felizmente, nem todas as paginas apresentam os poderosos, os bossman em busca de atenção, então todo o jornal é mais facilmente reciclavel &#8203;&#8203;(esportes, tempo, TV listagens) acabando sendo usados &#8203;&#8203;para enrolar tabaco e maconha. O Rodong Sinmun jornal é a seda preferida de muitos fumantes da Coreia do Norte, ele é cortado em quadrados, depois enroladas em pequena forma de cone. Uma fonte confirmou ao NEWS NK que tinham encontrado meio baseado no chão, em uma área rural do país com o Rodong Sinmunused como seda. A mesma fonte observou que, embora seja fácil de encontrar. a erva daninha na Coréia do Norte não é realmente tão forte. Outra razão para os hippies da Califórnia ficarem em casa. Maconha cresce naturalmente na península coreana e, apesar de brotos de maconha crescerem descontroladamente ao redor de Chongjin para qualquer um pegar casualmente, perto da periferia existem áreas que parecem estar sendo cultivadas mais formalmente. A erva é comumente cultivada nos jardins privados de muitos norte-coreanos: um americano que viaja todos os anos para a Coreia do Norte comentou no Reddit que, "Um dia chegamos em um jardim, dei uma olhada em volta e disse: - "Aquilo é maconha". Nós fomos dar uma olhada e com certeza estavam plantando maconha. Eu tinha ouvido falar que é utilizado para fins medicinais, mas encontrar foi interessante. " Relatos do uso de maconha remetem para antes da formação da nação como existe hoje. Depois da Guerra da Coreia, soldados norte-americanos comumente arrancavam a erva das áreas DMZ perto da fronteira norte-coreana e fumavam, com histórias de barracas serem transformadas em sauna por combatentes cansados, &#8203;&#8203;agora uma lembrança comum no folclore da era difícil. Enquanto isso, de volta ao Ocidente, com a recente legalização da maconha no estado de Washington e Colorado, alguns americanos estão clamando pela legalização da erva em todo o país. Enquanto isso permanece um assunto controverso, o fato de que a maconha parece ser comumente usado na Coréia do Norte como uma casual forma barata de fuga a partir de uma sociedade controlada sugere que, para todas as outras preocupações que eles têm que aturar, eles desfrutam de pelo menos um privilégio negado a pessoas como eu que vivem aqui na "Terra da liberdade, e casa do bravo". Illustrations by Emily Bakes http://www.nknews.or...in-north-korea/</p>
  11. Fala galera. Minha duvida é sobre o art 48 da lei 11.343/2006 § 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. § 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente. O que ocorre muito frequentemente é que o policial te leva p/ DP em flagrante p/ assinar o TC. Será que citando este art é possivel anular o TC?? Valeu
  12. Pelo menos não falaram mal. edit: Só deram uma alfinetada na forma de regulamentação da cannabis medicinal.
  13. ANTEPROJETO DE LEI EM DEBATE PÚBLICO LEGALIZA O CULTIVO DE CANÁBIS PARA CONSUMO PESSOAL E CRIA O ENQUADRAMENTO LEGAL PARA OS CLUBES SOCIAIS DE CANÁBIS http://www.druglawreform.info/images/stories/documents/anteprojeto-canabis-be.pdf
  14. CAMPANHA CONTRA A LEGALIZAÇÃO DA MACONHA http://www.maconhana...e37725f9d21843d A maioria dos integrantes são de igrejas, coincidência né?1?! Acho que deveríamos nos unir e montar uma comissão nacional pela legalização da maconha.
  15. É difícil reconhecer mas existe uma correlação entre cannabis e esquizofrenia, mesmo que baixa, principalmente quando o córtex cerebral ainda não está completamente formado, por isso temos que regulamentar a venda para que menores de idade não tenham fácil acesso.
  16. Cannabis associada a psicose não pode aumentar o risco de esquizofrenia O assunto do uso de maconha e esquizofrenia tem sido explorado em profundidade nos últimos anos. Houve evidência de uma ligação clara entre o uso de cannabis e episódios psicóticos e uma ligação entre os episódios de psicose e posterior surgimento de esquizofrenia. Mas, até agora, ninguém olhou como a maconha associada a psicose aumenta o risco para o desenvolvimento de esquizofrenia. Além disso, poucas pesquissa analisaram a forma como este risco varia ao longo do tempo. Para abordar esse vazio na pesquisa, Edison Manrique-Garcia, do Departamento de Ciências de Saúde Pública, da Divisão de Medicina Social da Karolnska Institutet, na Suécia, recentemente conduziu um estudo que analisou dados de mais de 50.000 indivíduos que relataram a sua experiência com o uso de cannabis ao longo da adolescência. Os indivíduos permaneceram parte de um grupo que foi avaliada durante um período de 35 anos. Foi a partir destes dados que Manrique-Garcia olhou para as relações específicas entre o uso de cannabis, psicose, e eventual esquizofrenia. O estudo revelou que os indivíduos que consumiram cannabis regularmente tiveram quase quatro vezes mais propensão a desenvolver esquizofrenia do que aqueles que nunca consumiram cannabis e duas vezes mais probabilidade de sofrer um episódio de psicose breve. Os resultados também mostraram que o risco para a psicose e esquizofrenia enfraquecida em um futuro a longo prazo. Manrique-Garcia disse: "Dos casos relacionados ao uso de cannabis, 60% ocorreram durante a primeira década em comparação com 45% entre os não-usuários de maconha." No entanto, os resultados também demonstraram uma clara relação entre a dose e risco. Em particular, aqueles que usaram as maiores quantidades de cannabis para os períodos mais longos de tempo tiveram a maior risco de esquizofrenia. Este risco foi aumentado de episódios iniciais de psicose, independentemente se eram ou não induzida por cannabis. Os indivíduos que apresentaram episódios de psicose induzida por cannabis e aqueles que tiveram episódios psicóticos não-relacionadas com a cannabis, foram igualmente em risco para a esquizofrenia. Mas Manrique-Garcia ressalta que os indivíduos com psicoses relacionadas com a cannabis não pode ter experimentado quaisquer episódios psicóticos se não tivessem consumido cannabis. Mais pesquisas são necessárias para determinar se este acabaria por diminuir o risco para o desenvolvimento posterior da esquizofrenia. Fonte: http://www.goodtherapy.org/blog/cannabis-related-psychosis-schizophrenia-0518125/ Estudo: Manrique-Garcia, E., Zammit, S., Dalman, C., Hemmingsson, T., Andreasson, S. (2012). Cannabis, schizophrenia and other non-affective psychoses: 35 years of follow-up of a population-based cohort. Psychological Medicine, 42.6, 1321-1328. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21999906
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  18. A “EPIDEMIA” DO CRACK O cultivo científico da ignorância Por Sylvia Debossan Moretzsohn em 20/11/2012 na edição 721 O jornalista vive mergulhado em sua rotina, ouvindo as fontes autorizadas de sempre, treinadas para falar o que se encaixa nas concepções prévias das pautas cotidianas. Está tão acostumado que passa a agir automaticamente, como se não fosse capaz de pensar. De repente, se dá conta: não, as coisas não são tão simples assim. E agora? O depoimento da repórter Laura Capriglione, da Folha de S.Paulo (transcrito ao final deste artigo), num debate sobre a repressão aos usuários de crack, merece atenção especial pela rara coragem da autocrítica, muito reveladora sobre a formação – e as deformações – do jornalista e sobre as possibilidades de ruptura do círculo vicioso que se forma entre repórteres e fontes. Antes de chegarmos a ele, tentemos apresentar as bases que sustentam esse questionamento. A demonização das drogas A enxurrada de reportagens sobre o uso do crack, que nos últimos anos volta e meia ganham capa e suítes nos principais jornais do país, converge para o sentido comum de aceitação e reverberação do discurso das autoridades: trata-se de uma epidemia que se espalha pelo país, que é extremamente letal e por isso exige intervenção imediata e articulada da polícia e da medicina, com a combinação de dois tipos de violência: a repressão a quem consome a droga nas ruas e a internação compulsória dos usuários. O discurso terrorista contra o uso de drogas – certas drogas, que se alternam conforme a conjuntura – é recorrente ao longo da história e obedece a interesses políticos muito específicos, como a socióloga Rosa del Olmo apontou num precioso livrinho lançado no Brasil em 1990 (A face oculta da droga, Editora Revan). Não se trata de negar que as drogas fazem mal – evidentemente que sim, embora nunca devamos esquecer que as guerras do ópio, no século 19, foram travadas justamente em defesa do comércio dessas substâncias, considerando os interesses em jogo. Drogas fazem mal, drogas ilícitas mais ainda, tendo em vista seus danos colaterais de corrupção e violência, tantas vezes fatal. O trabalho alienado faz um mal enorme, e disso pouca gente se lembra, embora estejamos todos voltados para a busca da felicidade e estimulados, permanentemente através da mídia, aos apelos para uma “mudança de estilo de vida” que, estranhamente, ignora os constrangimentos estruturais que nos levam a viver como vivemos, e às tentativas tantas vezes frustradas de escapar da infelicidade pelos mais diversos meios. Demonizar as drogas é o melhor caminho para sedimentar a ignorância confortavelmente instalada na sala de estar. “Não ofenda, não contorne, não surpreenda o senso comum: enquanto as pessoas acreditarem que as drogas são um mal em si, mantém-se a zona de segurança”, escreveu neste Observatório o professor Luis Fernando Tófoli (ver “ A imprensa entorpecida“), ao criticar uma edição do Jornal Nacional em que o âncora-símbolo da emissora arrematava uma reportagem sobre o crack e a internação compulsória dos usuários com o comentário de que “todo mundo diz que crack basta experimentar uma vez só e a pessoa fica viciada”: “Mesmo com as fantasias apocalíptico-epidêmicas associadas ao crack, ainda assim é necessário corrigir a informação do jornalista e alertar ao leitor que ‘todo mundo’, nesse caso específico, está errado. Não existe uso de droga sem usuário e sem contexto. Por mais que uma substância possa ter, por sua farmacologia, um maior ou menor potencial para induzir dependência, não existem drogas com propriedades ‘mágicas’. É a combinação entre a substância, o momento de vida da pessoa e o contexto de consumo que causam ou impedem a adição. Nenhuma droga vicia por si e nem instantemente, e isso vale tanto para o crack e a heroína quanto para uma das drogas de maior potencial de dependência, o tabaco.” As próprias reportagens deveriam sugerir alguma dúvida quanto a essa mistificação. Pois não é raro lermos sobre pessoas que “venceram o vício” ou que foram resgatadas das ruas após anos usando essa droga (ver aquie aqui). Além do mais, se o crack vicia ao primeiro contato e condena o indivíduo à morte em pouco tempo – quanto tempo, nunca se diz –, deveríamos estar assistindo a uma sucessão de cadáveres sendo carregados diariamente em carroças – mais ou menos como no tempo da gripe espanhola –, dada a quantidade de maltrapilhos aglomerados em determinadas regiões das grandes cidades que passam os dias se drogando. Pelo contrário, o recente episódio de repressão no Parque União, uma das favelas da Maré, à beira da Av. Brasil, em 9/11 ( ver aqui), mostrou gente muito ágil e lúcida, capaz de serpentear entre o tráfego intenso da via expressa para fugir da “acolhida” das autoridades. A corrida alucinada deveria sugerir alguma indagação sobre o motivo por que essas pessoas rejeitam tão desesperadamente a hipótese de ir para algum abrigo. A construção do inimigo Em uma passagem de A sociedade excludente, Jock Young sintetiza a funcionalidade do processo de demonização do “outro”, que recorrentemente se associa ao tema-tabu dos entorpecentes: “A demonização é importante porque permite que os problemas da sociedade sejam colocados nos ombros dos ‘outros’, em geral percebidos como situados na ‘margem’ da sociedade. Ocorre aqui uma inversão costumeira da realidade causal: em vez de reconhecer que temos problemas na sociedade por causa do núcleo básico de contradições na ordem social, afirma-se que todos os problemas da sociedade são devidos aos próprios problemas. Basta livrar-se dos problemas e a sociedade estará,ipso facto, livre deles! Assim, em vez de sugerir, por exemplo, que grande parte do uso deletério de alto risco de drogas é causado por problemas de desigualdade e exclusão, sugere-se que, se nos livramos deste uso de drogas (diga não’, trancafiem os traficantes), não teremos mais nenhum problema." A demonização das drogas, e desta droga em particular – que é mais simples porque seus viciados estão mais expostos, visíveis e identificáveis pela sua degradação física –, facilita a articulação do discurso clássico da repressão violenta a um discurso supostamente científico que legitima essa violência ao dizer que não há saída senão a internação compulsória. No domingo (18/11), O Globo repete a ideia ao reproduzir declaração do secretário de Segurança do Rio sobre essa gente que “perdeu a condição cidadã. Sem discernimento, vive miseravelmente entre ratos e baratas, abandonado e em situação deplorável. Basta olhar para perceber que ele precisa de acolhimento”. Se não soubéssemos do que se tratava, poderíamos até imaginar que o secretário descrevia algum mendigo, esse personagem tão antigo quanto a própria história das cidades, desde a Idade Média. O risco da adoção do discurso da internação compulsória – e nem vamos aqui discutir a ausência de estrutura para abrigar e tratar tanta gente – é precisamente este: sugere que o foco é um universo restrito de indivíduos e não demora a alcançar todos os que, por qualquer motivo, são incômodos ao convívio social. É o processo típico de construção do inimigo, que o jurista argentino Raúl Zaffaroni analisou em O inimigo no direito penal, apontando sua mais remota origem no conceito de hostis (o “inimigo” ou o “estranho”) do direito romano, que nunca desapareceu da realidade operativa do poder punitivo nem da teoria jurídico-penal: atravessa as épocas, “de cara limpa ou com mil máscaras”, e abrange desde o prisioneiro escravizado da Antiguidade até o imigrante ilegal – e potencialmente “terrorista” – dos dias de hoje, o traficante ou o drogado que vive em bandos. O processo é sempre o mesmo: retirar-lhes a condição de pessoas e classificá-los como entes perigosos ou daninhospara apresentá-los como inimigos da sociedade, de modo que a eles não se apliquem as garantias comuns aos demais cidadãos. Zaffaroni contesta o argumento de que esse hostis contemporâneo possa ser submetido à contenção “apenas na estrita medida da necessidade” porque “a estrita medida da necessidade é a estrita medida de algo que não tem limites, uma vez que esses limites são estabelecidos por quem exerce o poder”: "Como ninguém pode prever exatamente o que algum de nós – nem sequer nós mesmos – fará no futuro, a incerteza do futuro mantém aberto o juízo de periculosidade até o momento em que quem decide quem é o inimigo deixa de considerá-lo como tal. Com isso, o grau de periculosidade do inimigo – e, portanto, da necessidade de contenção – dependerá sempre do juízo subjetivo do individualizador, que não é outro senão o de quem exerce o poder." Pensemos, só por hipótese, nos interesses de quem detém o poder e precisa limpar uma determinada região para “revitalizá-la” através de milionários projetos imobiliários. De repente, a luz No início do ano, o governo de São Paulo deflagrou uma espetacular operação de repressão à cracolândia instalada na região da Luz. Orientava-se pelo princípio de “dor e sofrimento” – quem sabe inspirado no “choque e pavor” da última guerra de George W. Bush –, que impediria os usuários de se fixarem em algum ponto da cidade, cortaria o fornecimento da droga e, ao provocar a síndrome da abstinência, os levaria “logicamente” a buscar o serviço de saúde. No debate sobre “ promovido pelo Centro de Convivência É de Lei na quarta-feira (14/9), a jornalista Laura Capriglione relatou que foi durante a cobertura dessa operação que ela e outros colegas, antes acostumados ao conforto da apuração por telefone e ao discurso médico aparentemente coerente, se viram confrontados com uma realidade que desconheciam. Presenciaram a violência, começaram a andar junto com as pessoas obrigadas a circular, conversaram com elas e aos poucos foram desconstruindo a imagem preconcebida do usuário de crack como alguém desprovido de inteligência e capacidade de discernimento e vontade própria. A rigor, não fizeram nada diferente do que deveriam fazer como repórteres: estar no local dos acontecimentos. Em outros tempos, era comum repórteres saírem às ruas sem pauta definida, para descobrirem coisas sobre o cotidiano da cidade. No caso da cracolândia, tão flagrantemente exposta há tanto tempo, o que os teria impedido de se aproximar daquela gente? Talvez o preconceito, que Laura citou recorrentemente em seu depoimento. A facilidade de aceitação acrítica do discurso da autoridade – mais impositivo porque aparentemente científico – e a naturalização do viciado como uma não-pessoa, um “nóia”, um zumbi, que eventualmente poderia se tornar perigoso, como nas ocasiões em que ameaçavam os jornalistas e apedrejavam os carros de imprensa. “Quantas vezes a gente viu aquela cena do carro da imprensa, do carro da televisão, sendo apedrejado pelos craqueiros violentíssimos? A gente viu essa cena um milhão de vezes, um zilhão de vezes... mas ninguém parou pra se perguntar por que é que aquelas pessoas apedrejavam os carros da imprensa. A maior parte apedrejava os carros da imprensa pelo único e acho que legítimo motivo que essas pessoas têm direito à própria imagem, coisa que não passava pela cabeça de alguém que julgava os caras desumanos demais.” (Bem a propósito, em junho de 2011 o tema do direito à imagem chegou a ser discutido porque a Folha publicou na capa uma sequência de fotos de um homem grisalho e bem vestido, usando a droga e depois se afastando do local. “A gravata na cracolândia” não correspondia ao estereótipo do viciado em crack. Na crítica em sua coluna semanal, a ombudsman Suzana Singer rejeitou o argumento de que “sempre fizemos assim” com pessoas que se drogavam publicamente, o que apenas reiterava a falta de sensibilidade da redação no trato desse tema. Porém, como comentei aqui à época (ver “Alguém como nós na Cracolândia“), a cena só chamou a atenção porque ali estava exposto “alguém como nós”. O direito à imagem dos marginalizados nunca foi motivo de preocupação). O monopólio da fala “Quem, durante muito tempo, teve o monopólio da fala sobre os craqueiros foi exatamente a turma dos médicos, a turma dos psiquiatras, a turma das clínicas”, disse Laura Capriglione, apontando a articulação de interesses: “a maior parte dessas pessoas são também donas de clínicas, donas de entidades e são contratadas pelo poder público, são entidades que têm clínicas, convênios com a Secretaria da Saúde”. E este, segundo ela, era “um pequeno detalhe que passava totalmente despercebido da imprensa, que entrevistava médicos que o tempo inteiro estavam disponíveis para falar sobre os efeitos devastadores do crack na experiência de um dependente químico”. Essa disponibilidade permanente é parte da estratégia de construção de um consenso no qual o repórter entra como um autômato, alguém a simplesmente reproduzir o discurso da fonte: “Se você ligar para eles à meia-noite e meia eles atendem o telefone e falam, olha, os efeitos são devastadores, e fazem aquela cara: de-vas-ta-dores, e tudo bem, e a gente escreve, devastadores...”. Por que o repórter não é capaz de questionar? Talvez porque seus preconceitos estejam tão arraigados que bloqueiem a perspectiva da dúvida. Mas nada justifica a falta de percepção da solidariedade de interesses entre certas fontes e as autoridades do Estado. O recurso a fontes alternativas Laura reconhece que estava, como a maioria dos colegas, “contaminada por esse discurso médico”, mas ao mesmo tempo argumenta que a contrapartida custa a aparecer. O que é uma forma de atribuir às fontes a responsabilidade pelo sentido do noticiário, como se tudo se resumisse a um problema de “falta de comunicação” ou de preparo adequado para lidar com a imprensa. Fontes alternativas, entretanto, não faltam. No caso, a Escola Nacional de Saúde Pública, da Fiocruz, é uma delas, muito bem qualificada e estruturada, responsável, aliás, pela revista que trouxe a síntese do debate de que Laura participou ( ver aqui). O problema talvez esteja na própria formação dos jornalistas, acostumados ao reino das aparências e a reproduzir o senso comum que fantasia soluções simples para questões complexas. Mas a boa formação é apenas o começo. Porque a melhor formação do mundo é impotente diante de determinada orientação editorial. E, mesmo que a orientação editorial seja crítica, será sempre preciso levar em conta os preconceitos do público, especialmente no caso de estigmas como o do consumo de drogas. Quebrá-los é tão necessário quanto difícil, porque a ignorância é sempre mais confortável: a simplificação maniqueísta é apaziguadora, enquanto a dúvida nos perturba e nos obriga a um esforço incômodo de reflexão. *** Transcrição do depoimento da jornalista Laura Capriglione no debate promovido pelo Centro de Convivência É de Lei sobre “Mídia, Drogas e HIV” (14/9/2012) Eu queria agradecer o convite e a oportunidade de estar aqui com vocês. Cabe a mim falar sobre um lado delicado dessa história toda que é o lado da cobertura da imprensa. Eu digo que é um lado delicado porque a imprensa, se por um lado ela joga luzes, ela também pode muito bem, e com a melhor das intenções, reforçar o maior dos preconceitos. (...) Essa cobertura desse evento [a operação na cracolândia] foi pra nós (...) uma experiência extremamente reveladora do que é o universo do crack. Digo isso porque não sei se vocês se lembram quando o crack apareceu, há 20 anos, uma das primeiras matérias que se veiculou foi na Veja, do Elio Gaspari, muito bem escrita como sempre, e a matéria dele começava com um tuiiiimmm, e com esse “tuiiiimmm” a pessoa tava morta, tava frita, “tuiiiimmm” era o suposto “tuiiiimmm” que a droga deflagrava nos sistemas neuronais e aí vinha um linguajar supostamente científico pra dizer exatamente aquilo que o meu colega da mesa mencionou, pra construir a ideia de uma droga que tinha alguns efeitos devastadores, aliás a palavra devastador nunca foi tão utilizada quanto na cobertura do crack, pra dizer o mínimo se diz que o crack é uma experiência devastadora. Mas ele faz muito mais que isso, ele queima os neurônios – tô citando coisas que apareceram na imprensa – ele queima os neurônios, uma tragada vicia inevitavelmente, ele destrói a família, destrói os laços, ele enfim desumaniza a pessoa que deixa de ser um cidadão como nós e passa a ser uma pessoa que precisa de uma intervenção total, e essa intervenção pode ser policial, por que não?, mas pode ser uma internação forçada, compulsória, como a gente ouviu de novo ser mencionado agora na cobertura da cracolândia, essa foi uma das vias que mais acolhimento tiveram... qual a saída? Internação compulsória, isso foi defendido por autoridades, governo do estado... Pra nós, eu que trabalho na Folha, que é aqui no Centro, quase mergulhada na cracolândia, a gente tem cracolândia de um lado, de outro, na frente e atrás, e pra nós, felizmente ou infelizmente, essa proximidade, quando a gente ouvia as balas, ouvia os tiros, a redação saía, foi muito bom porque a gente tava ali do lado, e aFolha conseguiu flagrar os tiros de bala de borracha, as bombas de efeito moral, isso virou matéria, virou TV Folha, virou um monte de coisa. (...) Isso foi uma experiência muito rica pros profissionais que estavam ali envolvidos. (...) “os craqueiros são pessoas sem o menor discernimento, estão com o cérebro queimado, a droga destruiu qualquer traço de humanidade, generosidade, inteligência”, quem durante muito tempo teve o monopólio da fala sobre os craqueiros foi exatamente a turma dos médicos, a turma dos psiquiatras, a turma das clínicas, essa turma que acabou tendo o monopólio e hoje a gente pode, as pessoas começam a perceber cada vez mais, esse discurso longe de ser científico é um discurso interessado, porque a maior parte dessas pessoas são também donas de clínicas, donas de entidades e são contratadas pelo poder público, são entidades que têm clínicas, convênios com a secretaria da saúde, enfim... só que isso era um pequeno detalhe que passava totalmente despercebido da imprensa, que entrevistava médicos que o tempo inteiro estavam disponíveis pra falar sobre os efeitos devastadores do crack na experiência de um dependente químico. O que essa experiência da invasão, da disputa do território da cracolândia, fez foi obrigar os jornalistas, que ficaram muito tempo, quase vinte anos, no conforto dessa conversa por telefone na maior parte das vezes, longe da cracolândia, e eu queria só lembrar quantas vezes a gente viu notícias nos jornais, particularmente na televisão, de repórteres muito bem intencionados, por isso eu digo que o problema não foi falta de boas intenções, o problema é um pouquinho maior, tem a ver com preconceito e uma série de coisas, quantas vezes a gente viu aquela cena do carro da imprensa, do carro da televisão, sendo apedrejado pelos craqueiros violentíssimos? A gente viu essa cena um milhão de vezes, um zilhão de vezes, com a melhor das boas intenções. Mas ninguém parou pra se perguntar, só que hoje a gente para pra se perguntar, por isso eu digo que foi um momento que a gente teve de chegar perto do problema, ninguém parou pra se perguntar por que é que aquelas pessoas apedrejavam os carros da imprensa. A maior parte apedrejava os carros da imprensa pelo único e acho que legítimo motivo que essas pessoas têm direito à própria imagem, tem direito a preservar a própria imagem, coisa que não passava pela cabeça de alguém que julgava os caras desumanos demais pra defender a própria imagem, que essas pessoas tinham esse direito. Por que eles tinham de ser expostos, e isso não é uma prerrogativa, diga-se de passagem, de usuários de crack, qualquer população que vive nessas situações limites são pessoas que ficam extremamente constrangidas com essa exposição na mídia. (...) mas essa imagem dos carros de imprensa sendo apedrejados pelos craqueiros era a mão na luva, era perfeito pra provar a tese que os craqueiros eram não-pessoas, eram animais, pior que animais, que a droga tinha desumanizado esses caras e que eles não mereciam nenhuma consideração a não ser uma intervenção total. Os jornalistas foram pra cracolândia (...), e tomaram um choque com o que viram lá e com as situações que acabaram presenciando. Eu queria dizer que, entre outras coisas, como a gente tava naquela ideia de que alguma coisa precisa ser feita pra salvar essas pessoas de si mesmas, dessa droga que aliena as pessoas de si mesmas, logo no começo parecia que tudo podia, a secretária [dizia que] com gentileza não dá pra tratar, e ela não tava falando sozinha, ela tava dialogando com uma ideia que a sociedade tinha dessa população. E vocês podem ter certeza que teve um apoio enorme a essa intervenção da secretária, e dentro da Folha.com tem um espaço de comentários (...) e era esse mesmo, tira todo mundo, limpa a rua. Foi muito importante a presença da Defensoria Pública com aquele panfletinho simplíssimo, que falava de direitos, o cara não tem direito de andar na rua, não tem o direito de ficar parado, de sentar na calçada?, parecia uma coisa normal que ele não tivesse... pra se ver o grau de preconceito que tinha, as premissas com que a gente foi pra rua eram as mais nefastas possíveis. Bom, aí teve jornalista da Folha que saiu andando com os meninos pra medir quanto que esses caras tinham que andar por dia por conta dessas abordagens da polícia e desse impedimento da polícia de que essas pessoas ao menos sentassem. Então se começou a andar junto com as pessoas, começou a conversar com as pessoas, e o que a gente pode ver foi exatamente a desconstrução desses mitos que cercavam os usuários de crack. Eu tenho certeza que a gente é melhor hoje do que era antes, por incrível que pareça, se essa cobertura, se essa guerra insana que a polícia, que o governo do estado, que a prefeitura moveram, insana mesmo porque a gente vê que os efeitos disso foram simplesmente uma espécie de castigo a essa população que já é tão castigada pela vida, mas um segundo efeito foi aproximar a gente de uma realidade que a gente ignorava solenemente. Porque a gente tava contaminada por esse discurso médico. Vou dar alguns exemplos, são coisas bestas, bobas, agora recentemente a TV Folha fez uma matéria, a Folha foi atrás de uma velhinha que tava procurando a Desirée, que tava grávida, ela virou personagem porque estava grávida e tava na cracolândia e a sogra dela queria que ela voltasse pra casa porque a Desirée tava ali naquela vida louca. A Desirée é uma das que tá presa, acusada de tráfico, e teve o filho na cadeia. Muito tempo depois, agora, ela teve o filho, ela tá na cadeia, não tá usando crack, tá linda, tá maravilhosa. Fizeram um TV Folha com a Desirée () (...), ela tá com o filho e quer continuar com o filho. Quando o pessoal da TV Folha tava editando o material, veio uma menina muito legal e perguntou, Laura, por que vai sair uma matéria dessas agora, pra pegar e mostrar o quê, isso parece novela do SBT, pra que serve essa matéria? Bom, quando a gente tava fazendo matéria sobre as mães do crack eu fui até os conselhos tutelares, a pauta foi encaminhada com uma única razão, coitadinhas das crianças que são geradas e nascem numa situação como essa. O poder público tem que tirar essas crianças das mães, o objetivo da pauta era esse. Tem que tirar essas crianças dessa situação absurda e tal. Fui lá no conselho tutelar, qual a posição do conselho tutelar? Tira, tira já, tira já! A posição do conselho tutelar daqui, da Praça da República, é tirar já as crianças dessa situação de risco que as crianças não tem nada a ver com a vida da mãe, não sei que. Eu vou falar francamente que achei que não era tão louco isso, não era tão louca essa posição, que de repente podia até ser, e de repente apareceu na minha frente uma mulher dependente de crack, que não era mais dependente de crack, que tava livre, e que disse, olha, eu só saí do crack por causa do meu filho, a minha única ponte com a vida foi meu filho. Se eu perdesse naquela hora o meu filho eu provavelmente não saía nunca mais. Bom, não sei se não saía mais ou não, mas tornou muito mais difícil aquela equação, não podia ser mais simplesmente assim, a mulher tá no crack, arranca o filho dela. O caso da Desirrée, por mais que parecesse uma novela do SBT, mostrava uma outra coisa, que não era uma via de mão única, que precisa ser visto a situação particular de cada uma das mulheres, não pode ser uma norma geral, você tinha que olhar praquele ser humano, não podia ser uma norma extra tudo, que se impusesse pra supostamente salvar a criança. O quê que começou a acontecer, e é isso que eu queria dizer pra encerrar, aquilo que antes tava tudo muito claro, pra todo jornalista: o craqueiro era um bicho, o filho do craqueiro ou da craqueira tinha que ser arrancado deles, a internação compulsória a gente não gosta muito disso mas também pode mesmo ser a única saída então vamo nessa – pode ser, não: é a única saída –, a gente teve de deixar de lado isso pra começar olhar pra cada um daqueles seres humanos sofridos de uma outra maneira. Eu acho que a gente errou muito e ainda vai errar muito também. Mas eu acho que aquela experiência da cracolândia, às vezes a gente era, junto com a Defensoria, os únicos que estavam ali, pra falar com eles, pra ouvir as reclamações deles, pra flagrar a viatura da polícia passando duas vezes em cima da cabeça dum menino que foi atropelado numa dessas abordagens (...), de fato a gente teve de começar a se relacionar com uma gente que a gente desconhecia completamente. Eu acho que as coberturas de crack tendem a melhorar, tendem a ser menos preconceituosas, mas eu queria dizer também que esse contradiscurso médico em relação a essa posição que é a favor da internação, que só com drogas pesadas... isso aí precisa melhorar muito, essa comunicação precisa melhorar muito, desse outro lado, o outro jeito de lidar com a coisa, porque de novo: os adeptos dessas medidas totais eles estão sempre disponíveis, se você ligar pra eles à meia-noite e meia eles atendem o telefone e falam, olha, os efeitos são devastadores, e fazem aquela cara: de-vas-ta-dores, e tudo bem, e a gente escreve,devastadores... é preciso que o outro discurso seja feito também, que outras experiências sejam mostradas. Por exemplo, esse vídeo aí [mostrado pela Defensoria], com esse cara aí falando, é incrível, se queimou os neurônios desse menino e ele falando desse jeito, eu tô querendo também esse negócio... (risos) eu fui numa clínica que era mantida em São Bernardo que aplica esse princípio dos doze passos e que é de um dos médicos mais disponíveis pra dar entrevista, falando que a única saída é a internação, não sei quê. Bom, aí tinha nessa clínica tratava de dependência de álcool e drogas então tinha álcool e o resto tudo era crack ali. E tava todo mundo sem nada, sem fumar, sem nada, e teve uma mesa-redonda, todo mundo falando... A vivacidade daqueles caras acabou com qualquer ideia que eu tivesse sobre esses efeitos arrasadores, o curto-circuito neuronal, pega fogo no cérebro e aquela coisa toda, acabou, eu vi que a gente precisava aprender tudo de novo sobre crack. *** [sylvia Debossan Moretzsohn é jornalista, professora da Universidade Federal Fluminense, autora de Pensando contra os fatos. Jornalismo e cotidiano: do senso comum ao senso crítico (Editora Revan, 2007)] http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed721_o_cultivo_cientifico_da_ignorancia
  19. Em quadrinhos, Frente Nacional Drogas e Direitos Humanos explica suas propostas Destaque foto grande | Nacional O material será distribuído à população, a fim de que conheça e participe das ações da Frente 07/11/2012 Da redação Para contribuir no debate sobre a questão das drogas, propondo novas abordagens, será lançada na capital paulista, nesta quinta-feira (08), a Frente Estadual Drogas e Direitos Humanos São Paulo. O objetivo será contribuir com a Frente Nacional, criada neste ano e que agrega 50 entidades mobilizadas por políticas públicas de drogas baseadas na saúde e nos direitos humanos. Para explicar suas propostas, a Frente Nacional Drogas e Direitos Humanos elaborou uma história em quadrinhos, que pode ser lida abaixo. O material será distribuído à população, a fim de que conheça e participe das ações da Frente. Mais sobre o assunto: Frente Drogas e Direitos Humanos será lançada em São Paulo http://www.brasildefato.com.br/node/11093
  20. Legalização da maconha nas urnas ( Resultado interativo) Eleitores em três estados estão decidindo se devem legalizar a cannbis para fins recreativos. Três outros estados estão nas urnas sobre o uso da cannbis medicinal. Atualize a pagina para os ultimos resultados. http://www.huffingto..._n_2074168.html
  21. Manda essa reportagem p/ Reinaldo Azevedo...
  22. Os cariocas são mais que culpados.... Reelegeram o Paes com mais de 60%....... Como vão exigir mudanças???
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