CulturaDaErva

Por coincidência, toquei no assunto da maconha com minha mãe (não tenho mais pai) ontem e a reação dela foi de surpresa. Chegamos ao assunto na sala de espera do consultório dentista como quem fala da novela que passou ontem e agradeço por podermos falar abertamente sobre certas coisas. Instintivamente, ela veio me dizer que não gostava, que tinha medo que eu me viciasse e tudo o mais. Expliquei pra ela TUDO o que aprendi sobre maconha. Que ela é uma substância psicoativa que trabalha com o Sistema Nervoso Central, que seu vício é menor que o do álcool e pode ser comparado à cafeina do cafezinho e à batata-frita, li pesquisas, citei fontes, trechos de documentários, etc. A questão por trás dessa conversa é: eu combati o preconceito com informação, com cultura. Minha mãe sabia dizer que maconha fazia mal, que matava, que viciava, mas nunca tinha lido uma matéria ou assistido um documentário sobre o assunto, não conhecia seu lado bom (que poucos conhecem, na verdade). Preconceito é opinião sem conhecimento, mas a partir do momento em que ela soube um pouco mais, mesmo que tenha sido através de mim, ela pode julgar melhor. Depois da conversa e de tudo que disse e ensinei, ainda perguntei à ela novamente se podia plantar aqui em casa (novamente porque foi assim que a conversa começou) e ela me respondeu com uma risada leve e disse em seguida "Olha você já querendo me convencer, ó!". Acabei dando uma aula sobre tudo que aprendi aqui, mostrei alguns tópicos de cultivo indoor e outdoor e que não é nenhum bicho de sete cabeças. "Matemática do cultivo caseiro": Se o cara planta e, no período de um ano, deixa de comprar 300g do tráfico (colocando cada grama a 5 reais) ele deixa de contribuir com 1500 reais. Com 3 pessoas fazendo isso, o tráfico perderia 4.500 reais, que é o preço de um fuzil no mercado do tráfico (valor citado por policias federais em uma palestra de conscientização). Agora imagine se todos os maconheiros do Brasil (não sei dizer ao certo quantos) parassem de comprar e plantassem em casa? Deixei aqui um pouco da minha história/opinião e digo mais: sou totalmente a favor do debate consciente, sem preconceito, em relação à drogas.

Acho que não é bem responder marcha com marcha, isso é bem coisa de criança mesmo. Se não uma marcha, pelo menos um movimento mais organizado, sabe? Eu mantenho um Twitter sobre isso, mas quem não se interessa pelo assunto provavelmente não vai seguir algo com o nome Cultura Da Erva. Tenho amigos e amigas que seguem, tenho 18 anos e eles tem entre 16 e 20, uma faixa mais cabeça aberta, sabe? Não adianta informar quem já é interessado pelo assunto. Eu acho que deve ser feito de uma forma que atinja até quem não tem interesse. Panfletinhos de "Você sabia?", cartazes informativos, um carro de som repetindo informações, etc. Quando se faz uma Marcha da Maconha com um baseado gigante, só falando "somos maconheiros", acho que muita gente pensa que é só um bando de maconheiro. Minha intenção era informar e mostrar que a gente sabe fazer mais do que tragar e jogar pro alto.

Hoje vi uma notícia que foi o AUGE da hipocrisia. Marcha CONTRA a legalização em São Paulo, saiu no G1 há pouco tempo até, segue o link: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/07/manifestantes-fazem-caminhada-contra-legalizacao-da-maconha-em-sp.html Qual o porquê disso, simplesmente? Todo mundo sabe que é mais fácil pra um jovem comprar maconha hoje em dia do que álcool, cigarros ou uma revista masculina, já que o traficante não vai pedir seu documento na hora de te vender. Logo, não é preocupação com filhos, netos, etc. Pra mim, a causa disso é a DESINFORMAÇÃO. Muita gente nunca estudou nem procurou saber, nem leu notícia ou viu documentários. Garanto que a galera daqui já sabe, eu mesmo já vi documentários, notícias, mantenho um Twitter pra divulgar um pouco disso, mas não é o bastante. Então, já que temos um pouco de cultura sobre a erva, seus benefícios e supostos malefícios, por que não dividir com a população? Exato, ao invés de mostrarmos quem somos, vamos mostrar o que é a maconha pra quem não conhece! Panfletos, adesivos, folhetos, comparação a países como Portugal que teve a maconha descriminalizada e nem por isso seu consumo cresceu; quem sabe até as consequências sociais e políticas da legalização? Fica a proposta pra galera da Growroom e da Marcha da Maconha, organizar a marcha da Informação, da Cultura ou do que for! Porque preconceito pra mim é opinião sem conhecimento. Obrigado pela atenção e fiquem todos na paz de Jah! (Moderação, me desculpem se criei o tópico no lugar errado, mas queria criar o tópico o quanto antes pra que meus argumentos e ideias não me fugissem à cabeça, movam se necessário. Obrigado!)