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Indústria de bebidas alcoólicas financia oposição à legalização da maconha nos EUA
A LUTA CONTRA a legalização da maconha vem sendo fortemente bancada pela setor farmacêutico e de bebidas alcoólicas, que temem possíveis perda de mercado para a erva.
Logo após um dossiê publicado na semana passada, que mostrava a fabricante de cannabis sintética financiando a oposição à legalização da maconha no Arizona, foi revelado nesta semana que um fabricante de cerveja fez uma das maiores doações recebidas por uma organização contra a legalização em Massachusetts.
A empresa Beer Distributors PAC, afiliada que representa 16 distribuidoras de cerveja em Massachusetts, ofereceu US$ 25 mil para a Campaign for a Safe and Healthy Massachusetts (Campanha por uma Massachusetts Segura e Saudável), fazendo da empresa a terceira maior doadora da organização contra a maconha.
O presidente da Beer Distributors of Massachusetts, William A. Kelley, preferiu não comentar a reportagem, mas sua organização não está sozinha na oposição à legalização dentro do setor de bebidas alcoólicas.
No Arizona, um dos cinco estados que passarão por referendos de legalização em novembro, a Arizona Wine and Spirits Wholesale Association (Associação de Vinho e Bebidas Alcoólicas no Atacado) doou US$ 10 mil para um grupo contra a legalização. Na última vez que a Califórnia considerou a legalização da maconha, em 2010, outro grupo de distribuição de bebidas alcoólicasfinanciou uma campanha para derrotar a legalização apoiada por agências de segurança.
No entanto, a indústria de bebidas alcoólicas não está completamente unificada em torno na política de liberação da maconha. Diversas empresas de cervejas artesanais apoiam leis que reduzem a restrição à erva.
Dossiês da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, da sigla em inglês) mostram que grandes empresas do setor de bebidas alcoólicas revelaram a seus investidores que a maconha pode representar prejuízos aos seus resultados financeiros.
A empresa controladora da Sam Adams, Boston Beer Company, declarou a seus investidores através do formulário 10-K de desempenho financeiro que as leis que permitiriam a “venda e distribuição de maconha” podem “ter um impacto negativo na demanda” por cerveja.
O fabricante do uísque Jack Daniel’s e da vodka Finlandia, a empresa Brown-Forman, também fez um alerta em seu formulário 10-K de desempenho financeiro de que “as preferências e aquisições de clientes podem ser alteradas por diversos fatores, muitos dos quais são difíceis de prever, incluindo (…) a possível legalização de um uso mais amplo da maconha nos EUA e mudanças nas tendências de viagem, lazer, gastronomia, entretenimento e bebidas”.
As pesquisas divergem a respeito do impacto da legalização da maconha sobre hábitos de consumo. O professor de economia da Universidade do Colorado, no Denver, Daniel Rees, alegou que consumidores devem substituir o álcool pela maconha se tiverem a oportunidade de fazê-lo. Mas a receita tributária no Colorado, estado que legalizou a maconha em 2012,sugere que os consumidores de maconha continuaram a comprar bebidas alcoólicas praticamente da mesma forma que antes da legalização.
O CEO da Brown-Forman, Paul Varga, em agosto de 2014, contou a investidores durante uma conferência telefônica sobre assuntos financeiros que a legalização da maconha vinha surgindo como uma “grande ameaça”. Mas, quatro meses depois, em outra conversa com investidores, Varga voltou atrás. “Eu não diria que a questão da legalização da maconha está me tirando o sono”, contradisse. “Mas estou prestando atenção.”
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Lee Fang✉lee.fang@theintercept.comt@lhfang