Andei pesquisando sobre o termo "mão invisível" na obra de Adam Smith, e de fato você está errado Rickroller, em nenhum momento Adam Smith usou essa metáfora para se referir à uma lei geral da oferta e demanda e sim, como eu escrevi, como metáfora para descrever uma misteriosa ação benevolente dos mercados que são guiados pela ganância, ação benevolente essa que não existe, não há prova alguma dela, apesar de você estar querendo inverter o ônus da prova, me forçando a provar algo apesar de eu não ter alegado como você, que mercados tem sim ação benevolente, que eles se auto-regulam, ou que já tenha havido alguma vez um "livre-mercado", que como eu já disse, pra mim é só um eufemismo para neo-liberalismo, uma forma predatória de economia que escraviza os produtores.
Aqui a primeira passagem do termo na obra de Adam Smith, nela você pode notar que ele não fala em oferta e demanda e sim num dono de terras que doa parte de sua produção aos produtores:
"The proud and unfeeling landlord views his extensive fields, and without a thought for the wants of his brethren, in imagination consumes himself the whole harvest ... [Yet] the capacity of his stomach bears no proportion to the immensity of his desires ... the rest he will be obliged to distribute among those, who prepare, in the nicest manner, that little which he himself makes use of, among those who fit up the palace in which this little is to be consumed, among those who provide and keep in order all the different baubles and trinkets which are employed in the economy of greatness; all of whom thus derive from his luxury and caprice, that share of the necessaries of life, which they would in vain have expected from his humanity or his justice...The rich...are led by an invisible hand to make nearly the same distribution of the necessaries of life, which would have been made, had the earth been divided into equal portions among all its inhabitants, and thus without intending it, without knowing it, advance the interest of the society..."
Nessa passagem em "Wealth of Nations", Adam afirma novamente uma ação benevolente do mercado guiada por uma mão invisível, e em nenhum momento ousa dizer que ela faz parte de alguma lei de demanda e oferta, e sim dessa ação benevolente que não faz parte dos desígnios do grande capitalista:
"By preferring the support of domestic to that of foreign industry, he intends only his own security; and by directing that industry in such a manner as its produce may be of the greatest value, he intends only his own gain, and he is in this, as in many other cases, led by an invisible hand to promote an end which was no part of his intention. Nor is it always the worse for the society that it was not part of it. By pursuing his own interest he frequently promotes that of the society more effectually than when he really intends to promote it. I have never known much good done by those who affected to trade for the public good. It is an affectation, indeed, not very common among merchants, and very few words need be employed in dissuading them from it."
Novamente repito, se você acredita nessa mão invisível benevolente que, contra a vontade dos que controlam os mercados, age regulando e ajudando aos necessitados, e só investe na indústria local para não deixar capital sair da nação, só não fosse a maldita regulação estatal, você é supersticioso, não existem mãos invisíveis. A Foxconn, a Apple na Ásia, a globalização que levou as indústrias para países sem direitos trabalhistas e mão-de-obra barata provou isso.