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  1. Caros O calendário está cheio de eventos cannábicos para o fim desse ano. Além da Expo Weed do Chile, também vai acontecer a Expo Cannabis Uruguay Dias 5, 6 e 7 de dezembro em Montevideo -Uruguai Para mais informações acesse o site. www.expocannabis.uy O Growroom vai estar lá fazendo a cobertura do evento. Em breve fotos e vídeos aqui.
  2. Expocannabis Uruguay Encuentro internacional de cannabis y cáñamo. Shows, stands & conferencias ? 6, 7 y 8 de diciembre 2019 ? Montevideo, Uruguay ? Entradas Ticketuno.com www.expocannabis.uy ➡️ GUIA URUGUAI PARA MACONHEIROS - Download Grátis http://bit.ly/2LLxHU5 Criei o tópico para o povo que esta afim de ir esse ano de 2019 ja ir se organizando e se algum veterano quiser ajudar é uma boa. Dúvidas frequentes: - Evento/Ingressos - Dicas de hospedagem - Programas de Passagens - Roteiro - Roteiro intercalando estados
  3. Ola amigos do Growroom! Estou tomando a liberdade de abrir este topico, mas se for contra algum termo da casa, podem apagar. VI no topico de 2015 que tem uma galera se estigando pra ir pra expocannabis 2016 em montevideo, acho que aqui a gente pode organizar alguma coisa pra fazer por lah, sei lah, um roleh na cidade, um encontro lah na expo, sei lah, acho que os usuarios da casa podem ir dando a sua sugestao. aqui tem um link de uma brasileira que tah morando em montevideo e tah passando umas dicas, aqui ela dah uma dica de 5 passeios gratuitos em montevideo, eu mesmo quero conhecer o parque rodo e fumar unzinho lah. 5 atrações 0800 em MVD aqui o link da organização da expo: expocannabis.uy
  4. Bas

    1ª Copa Uruguay

    Galera Tamos aqui, direto de montevidéo para a primeira Copa Uruguay Hoje vai rolar a primeira "cata" com27 espécies da Copa Amanhã vai rolar a "cata internacional", que vai contar não só com os cultivadores do uruguay, mas com competidores da argentina, e colombia. Ja andei fumando uns por fora da Copa... Ta bom o que vem por aí hein!! Mas com certeza é uma erva bem diferente do que rola no Brasil. Muitos cultivos outdoor orgânicos. Ja rolaram umas Killamanjaro, Dolce Vita e Cali Mist... E muito mais por vir!!
  5. Mofs

    A Copa Das Copas Canábicas

    “O brasileiro é o novo japonês!”, exclamou um funcionário do stand da loja Planeta Ganja assim que cheguei na “3ª Copa Cannabis Uruguay” junto de vários conterrâneos emocionadíssimos, largando o dedo em seus smartphones. De fato, seja em Cochabamba, Cuzco, Buenos Aires ou Montevidéu é impossível circular sem cruzar com grupos de turistas brasileiros barulhentos fazendo uma tonelada de selfies por minuto, para em seguida pedir a senha do wi-fi e congestionar a rede subindo álbuns e álbuns de fotos pra tirar onda com quem tá na terrinha no feice, insta e zapzap. No fim de semana passado, além dos habituais turistas coxinhas de sempre, Montevidéu recebeu vários narcoturistas canábicos. Uma legião de ativistas, entusiastas, cultivadores e jornalistas especializados em maconha levantaram fumaça na terra dos Charrua, vindo não só do Brasil, mas da Argentina, Chile, Colômbia e países do norte. Os brasileiros podiam não ser a maioria do bonde, mas certamente foram os que mais fizeram barulho — e fumaça. A Copa Uruguay já é realizada há três anos. As duas primeiras aconteceram em total clandestinidade, mas desta vez o alvoroço foi maior por conta de tratar-se da primeira Copa após a lei que legaliza a maconha no Uruguai entrar em vigor. Pela primeira vez o evento de entrega dos prêmios foi realizado de portas abertas ao público, numa boate ao lado do lúdico Parque Rodó, à margem do Rio da Prata, reunindo mais de 1600 fumetas. Para isso, o evento teve de se adaptar às novas regras, o que causou alguns desconfortos e polêmicas como veremos à seguir. É interessante lembrar que no Uruguai a maconha é descriminalizada há décadas por uma lei de 1975, que por incrível que pareça foi criada durante a ditadura militar local. Embora essa lei garantisse o direito de usar maconha em qualquer lugar (salvo lugares fechados aonde qualquer tipo de fumo é proibido), o cultivo e comércio da planta permanecia ilegal, e como essa lei (assim como a nossa) não especificava quantidades que diferenciem o usuário de traficante, eventualmente algum cultivador ia preso. A cena começou a mudar quando em 2011 o casal Juan Vaz e Laura Blanco fundaram a AECU, a Asociación de Estudios del Cannabis del Uruguay. O casal, que planta maconha desde os anos noventa, vivia uma vida autossustentável numa chácara criando vacas, porcos e galinhas, além de uma horta comestível e canábica quando sua utopia foi frustrada por uma operação policial que botou Juan por trás das grades por onze meses. “Estávamos deitados nós dois e nossos três filhos assistindo ao filme dos Simpsons quando seis policiais invadiram a propriedade portando fuzis. Levaram as plantas, computadores, monitores e tudo de valor que podiam. O cárcere mudou tudo! Depois do cárcere tivemos que nos tornar ativistas”, me contou às lágrimas Laura que hoje preside a AECU. Detalhe de um cultivo caseiro no Uruguai Desde então a AECU se esforçou em não só defender outros cultivadores presos, como apresentar um projeto de lei legalizando os clubes canábicos que acabou tendo certa influência no anuncio do presidente Pepe Mujica em 2012 de uma proposta inédita no mundo de regulamentação do cultivo e comércio da maconha. “No nosso projeto defendíamos basicamente que o controle da maconha ficasse na mão dos clubes de cultivadores. No projeto atual o controle da maconha fica na mão do governo e o acesso pode ser feito à todo mundo, talvez esse projeto seja até mais democrático, e temos de nos adaptar”, explica Laura.Sempre cauteloso e pressionado pela ONU, Mujica optou por caminhar à passos lentos, atrasando várias vezes a data de conclusão do projeto, que entraria em vigor agora em junho, mas foi adiado para o inicio do ano que vem. No entanto, uma espécie de anistia foi declarada para os próximos seis meses, aonde cultivadores e clubes não serão perseguidos. Os cultivadores recebem as amostras que vão julgar neste potinhos. Cada amostra vem com uma fichinha dessas para anotar as notas. Para quem não é familiar, as Copas Canábicas sul-americanas costumam seguir mais ou menos o modelo da “Copa del Plata”, realizada anualmente desde 2001 na Argentina de forma clandestina. Cultivadores podem se inscrever doando cinco gramas de suas colheitas. Essa amostra passa por uma primeira curadoria e se for aprovada é fotografada, recebe um número de identificação e então é dividida numa cota que é distribuída à um júri especializado e outra que é repartida entre os próprios cultivadores, que recebem cinco amostras de 1g cada. Todos então dão notas baseadas na condição física, aroma, sabor e efeito. Nas copas canábicas do Brasil (já foram pelo menos quatro) e da Argentina, por motivos de segurança celulares e câmeras são proibidos e os competidores só recebem suas amostras no dia do evento, cujo local é revelado horas antes. No entanto, como a nova regulamentação uruguaia proíbe degustações públicas (num artigo que já ganhou apelido de “artigo Copa Uruguai”), os cultivadores receberam as amostras dois dias antes do evento e teriam de chegar lá no evento já com a nota. E foi aí que fudeu tudo. Para os visitantes brasileiros a Copa Cannabis Uruguay, muito se pareceu com a Copa das Copas. Muita expectativa, muita emoção, um tanto de desorganização, falhas de comunicação e tretas mil entre maconheiros. Quem conseguiria imaginar que uma disputa entre maconheiros pudesse esquentar ânimos tal qual uma briga de torcidas organizadas? O estereótipo do maconheiro pacífico e apático está longe da realidade. Já outros estereótipos como esquecer de passar recados importantes e uma incrível habilidade de se perder em autoestradas retas, sem saídas ou retornos são regra. Grafite do lado de fora da “Planeta Ganja” Na quinta-feira anterior ao domingo do evento houve uma festa de abertura da growshop Planeta Ganja, instalada num incrível casarão de 1930 que chega com a meta de trabalhar apenas com produtos de altíssima qualidade, importados da Holanda, para atender a demanda dos clubes de cultivadores. A casa ainda está em obras, mas quando concluída contará com espaço para oficinas de cultivo e um imenso jardim de inverno no terraço, para aulas práticas. A ideia é atender não só ao cultivador caseiro como principalmente aos clubes canábicos. “Growbox” espécie de estufa para o cultivo caseiro a exposição na Copa Cannabis Uruguay. Segundo a nova lei uruguaia, qualquer cidadão residente pode se registrar na IRCCA (Instituto de Regulación y Control del Cannabis, que deve começar a funcionar só ano que vem) e optar por três meios de acess: o auto-cultivo (aonde ele terá direito a ter em sua residência até seis plantas em floração), comprar em farmácias (que venderão cannábis cultivada pelo governo, mas que ainda estão longe de começar a funcionar) ou associar-se à um clube canábico. Os clubes são associações civis de quinze a quarenta e cinco sócios que podem ter até 99 plantas e colher 40g mensais cada. Até agora, existe apenas um clube operando no Uruguai, o El Piso (algo como “O Térreo”) que opera dentro dos limites impostos do governo e aguarda apenas a criação da IRCCA para se legalizar totalmente. Uma das imposições do governo em especial ainda os preocupa, o local aonde os sócios devem retirar sua cota mensal deve ser o mesmo em que a canábis é cultivada — o que implica que os 45 sócios conheçam o local do cultivo. Atualmente a maconha do El Piso é cultivada numa sala num edifício de escritórios no centro de Montevidéu acima de qualquer suspeita, e apenas três pessoas conhecem sua localização. A preocupação em revelar o local para tanta gente é uma questão de segurança. Roubos à cultivos tem sido muito comuns no Uruguai, principalmente quando ele é em exterior – “Eu cultivava no terraço da minha casa, aí os caras que vieram instalar a fibra ótica na minha rua viram de cima do poste e roubaram três plantas minhas”, explica Diego Garcia, que atualmente é o jardineiro responsável por cuidar das 99 plantas do clube El Piso. Portanto, antes de mais nada é preciso saber bem quem são essas pessoas que estão se associando, além de calcular custos, e planejar o método de cultivo. Quarenta gramas para 45 associados tratam-se de 1,8 kg por mês, para atingir essa meta é preciso de tempo e muito planejamento, o mais interessante é que salvo o jardineiro, que recebe salário, o clube não tem fins lucrativos, conseguindo produzir maconha de altíssima qualidade a cerca de 2,60 dólares a grama. “Você precisa decidir como vai plantar, se for no interior você precisa de um investimento maior em equipamento e vai ter uma despesa de eletricidade altíssima, mas se você plantar em exterior, você precisa contratar uns caras com armas para vigiar o seu cultivo!” explica Diego. Este maluco viajou mais de 3 mil km com este bagulho e não conseguiu competir. Um grupo de mais ou menos trinta brasileiros, a maioria usuária do fórum Growroom, dentre pelo menos sete cultivadores com amostras, ativistas, jornalistas, amigos e abas começaram a desembarcar na cidade no meio da semana. Alguns dizem que foi por falha de comunicação e outros por má vontade, mas no final das contas os cultivadores brasileiros não conseguiram se inscrever na Copa. A ativista Laura, uma das organizadoras da Copa, tentou armar uma Copa Internacional em Villa Serrano, uma cidade de campo a 140 km da capital. Acabou sendo a maior roubada, pois só os brasileiros compraram a ideia, e tudo que eles queriam era ganhar dos argentinos numa copa canábica (e tenho certeza que ganhariam). Frustrados com a misteriosa não participação na Copa, os brasileiros resolveram competir mesmo assim, organizando no dia seguinte da não-Copa de Villa Serrano sua própria Copa paralela num hotel no centro histórico de Montevidéu que deve ter sido decorado pelo diretor de arte dos filmes do Almodovár. O pessoal se dividiu em dois quartos, num os próprios cultivadores, no outro, bem mais cheio, o resto da galera. Cada cultivador se inscrevia com um bud e dois baseados. Primeiro o bud circulava para que pudesse ser feita uma apreciação visual, em seguida os baseados rolavam e o pessoal votava numa cédula improvisada. Num cantinho do quarto da muvuca o cultivador Coruja exibia um arsenal de extrações, que oferecia pra galera via dab. O ápice da Copa foi lá por volta de meia-noite quando o sujeito de mullets na portaria do hotel chegou e disse: “olha só, vocês podem fazer festa com cinquenta convidados de fora, fazer barulho pra caralho e fumar um monte de maconha, tá maneiro! Vocês só não podem fazer isso no corredor ok? Ah! E rola essa bola pra cá...”. Amostra da Copa Growroom Uruguai circulando. Cédula de votação da Copa Growroom Uruguai. Ao final a Copa Growroom no Uruguai terminou com a Chemdawg x Double Diesel e a Cinderella 99 do cultivador “Não Compre Plante” em primeiro e segundo lugar respectivamente, e a Cinderella 99 do cultivador Coruja em terceiro. Alguns dos jurados da Copa Cannabis Uruguay deram um rasante no evento brazuca e ficaram impressionados com a qualidade dos extratos do Coruja. Como os extratos são julgados apenas pelo júri especial, ainda havia tempo de inscrevê-los, o que foi feito no dia seguinte mediante pressão dos dois ganhadores da Copa Growroom que também haviam levado extratos. Coleção de extratos do cultivador Coruja. Para quem ainda não tá ligado os extratos são a nova onda da maconha. Trata-se de uma maneira de aproveitar os “trimmings”, as folhas resinadas não-fumáveis que nascem nas flores da canábis. Utilizando gás butano, solventes e inúmeras técnicas diferentes é possível separar totalmente as substâncias medicinais e psicoativas da canábis de suas fibras e matéria orgânica criando esses extratos superpotentes. Com a consistência variando do óleo à pedrinhas, a melhor maneira de consumir estes extratos é através do dab, uma modalidade canábica que utiliza um bong adaptado aonde uma peça de titânio ou vidro é aquecida com um maçarico até ficar incandescente. A extração é colocada nessa peça incandescente com uma espécie de ferramenta de dentista e o calor da peça vaporiza o óleo sem combustão. Em lugares como na Califórnia e no Colorado, onde a produção dos extratos é legalizada, cultivadores dispõem de inúmeros equipamentos modernosos para produzir e testar estes extratos. Já na ilegalidade isso fica muito difícil, tornando muito arriscada e complicada a produção destes – “Quando se usam solventes é necessário um processo muito cauteloso de purga para não deixar nenhum resíduo na extração, devemos lembrar que esses solventes são muito prejudiciais à saúde. E ao mesmo tempo, sem danificar os terpenóides, que carregam o sabor e aroma da planta” disse Chirry Willy, experiente cultivador argentino que já ganhou a Copa del Plata várias vezes e integra o júri especial da Copa Uruguay desde sua primeira edição. Seja de carro, armas ou bagulho, toda feira que se preze tem sempre umas gatinhas nos estandes. Esta doida veio de carona de Curitiba sem grana nenhuma no bolso pra Copa do Uruguai. No domingão, após uma tarde de muitos porros na feirinha que reunia vários estandes de parafernália, produtos para cultivo e bancos de semente, finalmente chegou a hora da premiação, precedida de um breve show de stand-up aonde ninguém riu, pois estava chapado demais para entender as piadas. A primeira categoria a ser anunciada foi a de extrações, com um breve discurso do Chirry Willy: “A disputa entre as extrações estava bem acirrada, até que hoje a tarde eu pude provar duas extrações de nível muitíssimo superior às demais, e que foram as campeãs”. Tratavam-se de extrações feitas a partir de duas Cinderellas brazucas, a de Não Compre Plante no segundo lugar e a do Coruja em primeiro. Foram momentos emocionantes, em que a galera gritava “Brasil Porra!” na plateia e os cultivadores se enchiam de lágrimas. Vários estandes entreteram o público por horas. Em seguida vieram as premiações para erva, entre cada anuncio, uma breve “charla” de Chirry: “Devemos lembrar sempre que os padrões que estamos estabelecendo com estas Copas são os padrões que serão adotados para a maconha medicinal amanhã. Portanto devemos ter extrema atenção ao controle de pragas, à umidade, para não criar fungos. Lembremos que trata-se sobretudo de uma planta medicinal!”. Diego Garcia exibe seu troféu na sede da AECU. A grande campeã da noite foi a Chocolope x Chamdawg D1, cultivada por Diego Garcia no clube El Piso. Os juízes também ressaltaram que esta se destacava das demais e Diego teve de assumir que nunca teria conseguido cultivar uma planta dessa qualidade em sua casa, afinal graças ao clube ele dispôs de equipamento de qualidade e sobretudo um ano de experimentação e trabalho árduo. “Espero que ano que vem possamos criar uma categoria “Clubes” e elevar cada vez mais o nível da disputa”, disse Juan Vaz. Alguém que eu não me lembro quem era recebendo um prêmio. O Uruguai pode ainda não ser a Amsterdã do sul com que muitos sonham, principalmente já que o acesso da maconha ao turista está longe de ser liberado — esse assunto nem sequer é discutido no processo de regulamentação. No entanto é inegável reconhecer a ousadia do presidente Mujica em aceitar o custo político de assumir publicamente o compromisso de legalizar a maconha em seu pequeno país. Também é inegável reconhecer os esforços da AECU em trabalhar junto com o governo para criar um dos projetos de regulação de maconha mais interessantes do mundo. O projeto ainda não é perfeito, mas é apaixonante — não visa o lucro, enquanto os clubes de cultivadores se esforçam para manter o custo da grama abaixo dos 3 dólares, o governo promete que a maconha vendida nas farmácias custará 1 dólar a grama, menos que o prensado paraguaio. O fato é que a pequena nação do Rio da Plata vem atraindo muita atenção e investimentos internacionais. Esperamos só que deixem os cultivadores brasileiros competir ano que vem. Se no futebol a gente é 7x1, na maconha não tem Maracanazo pra ninguém. Matias Maxx é editor-chefe da revista semSemente. Fonte: Vice
  6. Olá, pesquisando na internet achei estes infográficos sobre a política de drogas uruguaia. Preferi traduzir e postar em português mas para quem quiser o link original está logo depois dos infográficos. Link original
  7. O Uruguai conseguiu reduzir a zero as mortes ligadas ao uso e ao comércio da maconha desde que o país adotou regras para regulamentar o cultivo e a venda da droga, afirmou Julio Heriberto Calzada, Secretário Nacional de Drogas do Uruguai. Ele participou de debate na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Em resposta ao senador Cristovam Buarque (PDT-DF), Calzada disse que a legalização da maconha talvez aumente o número de usuários, mas ele acredita que a combinação com outras ferramentas de política pública, em aspectos culturais e sociais, poderão modificar padrões de consumo e levar ao êxito na redução de usuários. Conforme relatou, o país assegura o acesso legal à maconha por meio de autocultivo, com até seis pés por cada moradia; pela participação de clubes de cultivo, com 15 a 45 membros; ou pela aquisição a partir de um sistema de registro controlado pelo governo. No debate, o secretário afirmou que respostas efetivas para a questão das drogas dependem de clareza na delimitação do problema. Ele apresentou aos senadores perguntas que devem ser respondidas: Qual é a questão central das drogas? O foco deve estar na substancia? Nas pessoas? Na cultura? Na sociedade? Na política? Na geopolítica? Nas normas? Na fiscalização do trafico ilícito? Os países, disse o secretário, devem ter em conta que as substancias – tabaco, maconha, heroína, cocaína – não são iguais e devem ser analisadas em suas particularidades e tratadas conforme o conjunto de aspectos referentes a cada uma. Pela grande complexidade do problema das drogas, disse, o Uruguai busca embasar suas ações em evidências científicas. Conforme avaliou, a criminalização de usuários de drogas seria ineficiente por fazer com que cidadãos passem a ser tratados como viciados ou dependentes. Uma das consequências, disse, é o sistema de saúde ficar refratário a essas pessoas. Dados citados pelo secretário dão conta de que mais de 90% dos usuários de drogas não buscam ajuda no sistema de saúde. Calzada afirmou ainda que, como outras drogas, como álcool, por exemplo, há riscos e efeitos colaterais negativos com o consumo de maconha, o que requer regulação e controle do Estado. A audiência desta segunda-feira (2), que conta com participação popular pelos canais de interatividade do Senado, é a primeira de um ciclo de debates promovido pela CDH para ouvir autoridades, lideranças sociais e intelectuais, visando embasar o parecer da comissão sobre proposta de iniciativa popular (Sugestão 8/2014) que define regras para o uso recreativo, medicinal e industrial da maconha. Também participam do debate a coordenadora-geral de Combate aos Ilícitos Transnacionais do Ministério das Relações Exteriores, Márcia Loureiro; o representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime no Brasil, Rafael Franzini Batle; o relator da Sugestão 8/2014, senador Cristovam Buarque (PDT-DF); e a presidente da CDH, senadora Ana Rita (PT-ES). Fonte
  8. Uruguai planeja isentar maconha de impostos para derrubar narcotráfico Ideia é garantir que os preços continuem baixos o suficiente para minar a concorrência do produto contrabandeado do Paraguai 19 de maio de 2014 | 18h 43 MONTEVIDÉU - O Uruguai planeja isentar de impostos a produção e venda de maconha para tentar assegurar que os preços continuem baixos o suficiente para minar a concorrência do produto contrabandeado por traficantes desde o Paraguai, de acordo com consultores que aconselham o governo no plano de legalização. O Congresso uruguaio aprovou em dezembro uma lei que permite o cultivo e a venda de maconha no país, com o objetivo de tirar o negócio das mãos dos criminosos. "O objetivo principal não é a arrecadação de impostos. Tudo tem que ser voltado para enfraquecer o mercado negro", disse Felix Abadi, um consultor que está desenvolvendo a estrutura tributária para a maconha no Uruguai. "Então, nós temos que ter certeza de que o preço será baixo." O Uruguai vai conceder até seis licenças para a produção de cannabis legalmente nas próximas semanas. O governo também está considerando o cultivo de maconha em um terreno controlado pelos militares para evitar o tráfico ilegal da planta. Enquanto cigarros e bebidas alcoólicas são tributados pesadamente no Uruguai, o comércio oficial da maconha irá operar virtualmente livre de impostos, disse Abadi. No Uruguai não há necessidade de um decreto ou lei para isentar um produto de impostos. O presidente José Mujica assinou um decreto que define os detalhes da nova política neste mês. Segundo o documento, os uruguaios poderão comprar até 10 gramas de maconha por semana em farmácias, por preços que variam entre 85 centavos e 1 dólar o grama, preço comparável ao do praticado no mercado negro. País agrícola de 3,3 milhões de pessoas, o Uruguai ganhou destaque com a lei de maconha defendida por Mujica, um ex-guerrilheiro marxista de 78 anos cujo estilo de vida modesto e reflexões filosóficas fizeram dele uma estrela da mídia internacional. / REUTERS O Estado de São Paulo - Internacional - 19/05/14 - http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,uruguai-planeja-isentar-maconha-de-impostos-para-derrubar-narcotrafico,1168775,0.htm
  9. Maconha É Consumida Abertamente No Balneário Uruguaio De Punta Del Este Canga estampada esticada na grama sob a sombra de uma palmeira com vista para o mar. Em uma das mãos um refrigerante, na outra o cigarro de maconha. O vendedor José Luis López, 48, pita seu baseado como se não houvesse amanhã e não fosse de manhã em um dos locais mais movimentados e turísticos de Punta del Este, a "rambla" do porto. Algumas pessoas passam por ele no calçadão do famoso balneário uruguaio -que fica a 130 km da capital, Montevidéu- e, ao sentir a maresia, viram-se para checar quem está fumando. López não disfarça, não esconde o cigarro com as mãos. Afinal, não está fazendo nada de ilegal, já que o consumo da droga é permitido no Uruguai. O que mudará no país daqui a três meses é que a produção e a venda da maconha também serão legalizadas. Uruguaios e residentes no país maiores de 18 anos poderão se cadastrar para adquirir até 40 g mensais da erva em farmácias, conforme a lei aprovada em dezembro e que passará a vigorar em abril. O cultivo de até seis plantas por residência também será liberado. "Temos que aproveitar as poucas liberdades que o Estado nos dá", afirma López à Folha, enquanto apaga seu baseado, às 12h30 da última quinta-feira. "A lei é boa, mas o governo tinha que se preocupar com questões muito mais importantes, como o desemprego." Por causa da nova lei da maconha, neste verão fala-se muito mais abertamente sobre a droga em Punta. E algumas pessoas, como López, acendem seus cigarros com mais naturalidade, sem se importar tanto com quem está ao lado. No restaurante La Huella, na praia mais chique de Punta, José Ignacio, um fato inédito aconteceu neste verão, segundo o proprietário, Martín Pittaluga: um cliente acendeu um cigarro de maconha no meio da varanda do local, muito frequentado por celebridades brasileiras, argentinas e uruguaias. A vendedora de chapéus Cecilia Bonilla, 31, que há seis verões bate ponto em José Ignacio, conta que todos os dias um turista lhe pergunta onde conseguir maconha, o que não acontecia antes. "As pessoas perderam a vergonha de perguntar. E te digo uma coisa: todos têm mais de 40 anos. Antes era só a garotada que queria saber", diz. Entre os perguntadores mais assíduos, segundo ela, estão os argentinos. "Mas também tem americano, francês e brasileiro." A empresária argentina L.B., 37, que pediu para não ser identificada, frequenta José Ignacio há alguns anos e não nota um aumento do consumo da droga após a nova lei ter sido aprovada. "Adoraria ver mais gente fumando, assim eu já pediria para fumar também. Mas eu e meus amigos só fazemos isso em festas dentro de casa", diz ela, taça de vinho branco na mão e chapéu de caubói na cabeça. Nas praias Montoya e Bikini, duas das preferidas dos jovens, o consumo de maconha continua igual ao de outros verões, segundo alguns frequentadores. "Não aumentou por causa da lei. Continua a mesma coisa, alguns grupinhos que fumam à noite, nas pontas da praia ou nas baladas", diz Dayanna Rabuñal, 29, moradora de Montevidéu que vai sempre a Montoya no verão. FARMÁCIAS A Folha visitou cinco farmácias em praias e no centro de Punta del Este. Em todas, os vendedores relatam atender todos os dias algum turista perguntando se já se pode comprar maconha. "E sempre são homens, alguns com mais de 60 anos", entrega Isabel Soria, que trabalha há 22 anos na farmácia Campus. "E eu repito sempre a mesma coisa: turista não vai poder comprar, e a lei ainda não está em vigor." http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/01/1396603-maconha-e-consumida-abertamente-em-punta-del-este.shtml
  10. Uruguai outorga residência permanente a todos os nascidos nos países do Mercosul. Fonte: Jornal El País http://www.elpais.com.uy/informacion/residencia-uruguaya-automatica-nacidos-mercosur.html Residencia automática a nacidos en el Mercosur El Poder Ejecutivo envió al Parlamento un proyecto de ley que modifica la ley de Migración (N° 18.250) y le otorga la "residencia permanente" a todos aquellos ciudadanos de los países del Mercosur con la única exigencia de acreditar dicha nacionalidad. Distinto será para otros extranjeros que deberán seguir realizando trámites más engorrosos y con mayores exigencias y plazos de aprobación. "Tendrán la categoría de residentes permanentes los nacionales de los estados partes del Mercosur y estados asociados (Argentina, Brasil, Paraguay, Venezuela, Bolivia, Chile, Colombia, Ecuador y Perú). En la exposición de motivos, se explica que el proyecto "se enmarca en una política migratoria basada en una perspectiva de derechos y en línea con los compromisos nacionales asumidos". Basado en el acuerdo de residencia del Mercosur firmado en 2002, se señala que se apunta a fortalecer y profundizar el proceso de integración. El País informó el pasado domingo que en 2013 el Estado otorgó 1.645 residencias definitivas a ciudadanos argentinos, mientras esta cifra fue de 461 en 2012. Además, el número total de residencias otorgadas también presentó un pico considerable. Mientras en 2012 se habían concedido 2.426, en 2013 fueron 5.885, que se traduce también en un crecimiento incluso mayor al que se produjo tras la aplicación de la Ley de Migración de 2008. La presencia de argentinos en el país siempre fue significativa respecto al resto de los ciudadanos extranjeros. En esta oportunidad, las residencias otorgadas representan el 27,9% del total de autorizaciones. En 2012 eran solamente el 19% del total con tendencia a ubicarse en este rango. El proyecto de ley enviado al Parlamento también apunta a facilitar la residencia permanente en Uruguay a cónyuges, concubinos, padres, hermanos y nietos de uruguayos. "La finalidad de la norma propuesta se origina en la vocación integracionista de nuestro país, tanto hacia los nacionales que residen en el exterior y retornan, como hacia los nacionales de los estados del Mercosur y sus asociados", sostiene el proyecto. Se explica que existen uruguayos que residen o residieron en el exterior y hoy se encuentran retornando junto a sus familiares, algunos de origen extranjero. Por esa razón, se apunta a facilitar la integración de dichos compatriotas. "Se busca atender la situación migratoria de los familiares extranjeros de los nacionales, a fin de fortalecer su integración a la sociedad uruguaya", se indica. "Se introducen cambios en los requisitos y procedimientos administrativos que tienen como objetivo principal, tanto mejorar la gestión pública como simplificar los trámites burocráticos relacionados con la residencia de las personas referidas en este proyecto que eligen vivir en nuestro país", afirma el gobierno. Tradução Google: Residência automática nascido Mercosul O Poder Executivo apresentou ao Parlamento um projecto de lei que altera a Lei de Migração (n º 18.250) e dá a "residência permanente" a todos os cidadãos dos países do Mercosul, com a única exigência de provar que a nacionalidade. Seja diferente para outros estrangeiros devem continuar fazendo prazos mais pesados ​​e mais exigentes e procedimentos de aprovação . " Eles terão o estatuto dos nacionais residentes permanentes dos Estados Partes e Estados Associados do Mercosul (Argentina , Brasil, Paraguai , Venezuela, Bolívia , Chile, Colômbia, Equador e Peru) . No preâmbulo explica que o projeto "é parte de uma política de imigração com base em uma perspectiva de direitos e em linha com os compromissos nacionais feitos . " Com base no acordo de residência do Mercosul , assinado em 2002, afirma que tem como objetivo fortalecer e aprofundar o processo de integração. El País informou neste domingo que em 2013 o Estado concedeu 1.645 residências cidadãos argentinos definitivas , enquanto esse número era de 461 em 2012. Além disso , o número total de residências concedidas também mostrou um pico dramático . Enquanto em 2012 foram concedidos 2.426 em 2013 foram 5.885 , o que também resulta em um crescimento ainda maior do que ocorreu após a aplicação da Lei da Migração de 2008. A presença da Argentina no país sempre foi significativa em comparação com outros estrangeiros . Nesta ocasião, os ratings residências representam 27,9% de todas as autorizações . Em 2012 eram apenas 19 % de todo o que tende a encontrar nesta faixa . O projeto de lei enviado ao Parlamento também visa facilitar residência permanente no Uruguai cônjuges , parceiros domésticos , pais, irmãos e netos de uruguaios . "O propósito da regra proposta origina-se da vocação integracionista do nosso país, tanto aos nacionais residentes no exterior e voltar , como aos nacionais de estados do Mercosul e de seus parceiros ", diz o projeto. Ele explica que há uruguaios que vivem ou viveram no exterior e agora estão voltando com suas famílias , algumas de origem estrangeira. Por esse motivo, ele tem como objetivo facilitar a integração destes compatriotas. " Pretende-se abordar o status de imigração de membros da família de cidadãos estrangeiros , a fim de reforçar a sua integração na sociedade uruguaia ", diz ele . "As mudanças nos requisitos e procedimentos administrativos que visam tanto a melhoria da gestão pública e simplificar os procedimentos burocráticos relacionados com a residência das pessoas mencionadas neste projecto que escolhem viver em nosso país são introduzidos ", diz o governo. Agora sim, partiu Uruguai Growroom?
  11. REDUÇÃO DE DANOS Questão das drogas é de regulação na área da saúde Por Konstantin Gerber O Uruguai não revogou leis, apenas aprovou um artigo de lei para que o Estado assuma o controle, a regulação e a distribuição, nos termos que fixar a regulamentação, no âmbito de uma política de redução de danos, em que se informe a população em geral sobre os prejuízos do consumo decannabis, bem como informe sobre a minimização de riscos e danos à população potencialmente consumidora, conforme fixar esta regulamentação. O argumento é da redução de danos, pois o que fez foi possibilitar a chamada separação de mercados, como o fez a Holanda, sendo que no Uruguai a regulação é de jure e na Holanda, de facto, pois no país baixo existe uma orientação de política de saúde de um lado e uma orientação de política criminal de outro, na medida em que não há interesse em se processar criminalmente os usuários, pois assim determina o Ministério Público holandês, o que está dentro da margem de apreciação nacional para lidar com usuários, possibilidade conferida aos Estados pelas próprias convenções da ONU no tema. Ocorre que, na Holanda, a despeito desta descriminalização de facto, desta política criminal e desta tolerância administrativa, o comércio segue ilegal. Será preciso uma avaliação de impacto regulatório da atual lei uruguaia. Se haverá reversão no legislativo ou questionamento no judiciário, isso é uma pergunta a ser feita a analistas uruguaios. O Uruguai já há algum tempo contava com uma política de redução de danos para os abortos praticados, sendo que recentemente este foi legalizado no serviço de saúde. Portanto, é um país com sensibilidade para a questão da saúde pública. E diria mais: é um país com política pública. O que deve ser defendido é a possibilidade de controle de oferta e demanda, o que, apesar da repressão penal, não foi obtido com o atual modelo de fiscalização internacional de drogas, pois ao invés de controlar, houve descontrole e aumento do consumo. O monopólio estatal sempre esteve previsto nas Convenções da ONU, ocorre que sempre para fins médicos. A questão está em interpretar a redução de danos, a prescrição facultativa, a terapia de substituição e o consumo supervisionado como medidas de política pública voltados ao direito à saúde do usuário, daí porque a Corte Constitucional Canadense tenha descriminalizado o porte de usuário daquele que procura uma sala de consumo higiênico e supervisionado com informações e encaminhamentos a serviços públicos. A Lei Brasileira prevê a redução de danos, entretanto, sua regulamentação é por meio de portarias do Ministério da Saúde e não um Decreto da presidente. Ademais, existe um artigo de nossa lei que sempre possibilitou a autorização para atividade econômica para fins médicos ou científicos, para além da possibilidade de utilização para fins religiosos de pequenos grupos, como na Resolução do Conad para a ayahuasca (chá do santo daime). Observe que decreto de informação de utilidade pública é uma ferramenta que sempre esteve disponível à presidente brasileira, ocorre que ainda não se consagrou um direito à educação sobre drogas, para uma prevenção que seja tanto primária, aquela para quem não faz uso, quanto para uma prevenção secundária, para aquele que faz uso, não quer ou não consegue parar com o uso, o que poderia ser regulamentado por um Decreto presidencial. A redução de danos é reconhecida em alguns órgãos da ONU, como a Unaids, mas encontra resistências na JIFE, Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes. Passou-se a reconhecer a redução de danos, com o aumento de contaminação de Aids nos usuários de drogas pela falta de prevenção nestes grupos populacionais. O próprio Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime identificou, em relatório de 2008, inúmeras consequências imprevistas na manutenção do atual modelo internacional. Estas consequências imprevistas têm nome: violação internacional de direitos humanos, o que revela um problema na implementação do atual modelo pela própria ONU, pois relatores desta organização já vieram ao Rio de Janeiro para constatar que o modelo de guerra ao crime é contraproducente. O Uruguai pretende consolidar a descriminalização do usuário e melhorar o atendimento de serviço aos chamados usuários problemáticos. O Uruguai pode sustentar que esta medida é mais eficaz para o controle da oferta e da demanda e que é uma utilização médica, por meio de interpretação das Convenções da ONU, pois é, também, forma de combate ao narcotráfico. Caso contrário, terá de fazer como a Bolívia de se retirar da Convenção de 1961 e voltar a assiná-la, porém, nesta oportunidade, com reservas, para que fique claro a nova interpretação deste país, mais consentânea, inclusive, com o direito humano à saúde. Ao invés de se discutir a criação de um tribunal penal internacional do Mercosul, é hora de se debater a cooperação financeira entre os países, não só por conta da crise mundial, mas, sobretudo, por conta da lavagem internacional de ativos. A harmonização legislativa deve ser prioridade no Mercosul e a lei uruguaia sinaliza uma possibilidade para que a América do Sul proponha uma nova política mundial de drogas por meio da Unasul, bem como estabeleça mais cooperação financeira para a criação de um Banco de Desenvolvimento da América do Sul. O narcotráfico acaba com a possibilidade de desenvolvimento e de democracia, pois a um só tempo corrompe o Estado e agrava a situação de quem vive em situações de exclusão e vulnerabilidade social. Estudo da ONU estimou em 400 bilhões de dólares a receita anual da indústria de drogas no mundo, o que corresponde a 8% do comércio mundial. Esse debate é de regulação econômica. É um debate ainda dominado por criminalistas, mais do que hora de constitucionalistas, administrativistas, especialistas em regulação da saúde, especialistas em direitos humanos se pronunciarem sobre o tema, pois a questão passa a ser de regulação na saúde. O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo é conhecedor do direito administrativo econômico. Está convidado ao debate. Tirar as drogas da clandestinidade significa discutir, abordar e lidar com a questão sem medo. http://www.conjur.com.br/2014-jan-09/konstantin-gerber-questao-drogas-regulacao-area-saude
  12. A noite do dia 10/12/2013 é histórica – o nosso vizinho Uruguai se tornou o primeiro país a legalizar totalmente a maconha, com um modelo inédito no mundo no qual o Estado irá regulamentar a produção, distribuição e venda da cannabis. A legislação recebeu aprovação do Senado nessa terça, com 16 votos a favor e 13 contra. A iniciativa vinha sido impulsionada pelo presidente José Mujica e seu partido, como parte da nova estratégia contra o tráfico de drogas e criminalidade. “A luta contra o tráfico de drogas está perdida em nível mundial, temos que buscar alternativas“, Afirmou Mujica. Dentro de 10 dias, a lei irá receber a aprovação do presidente e, a partir daí, tem mais 120 dias para ser implementada. O que torna essa aprovação um verdadeiro marco, é que mesmo em países nos quais a maconha é regulamentada, nunca antes o governo de um país tinha o controle e a regulamentação da importação, do cultivo, da colheita, da distribuição e da comercialização da planta. Nos Estados Unidos, por exemplo, a compra da cannabis é permitida na maioria dos estados para fins medicinais, e em Amsterdã, por exemplo, a planta só pode ser cultivada por produtores certificados. O Uruguai deu um passo revolucionário à frente: não haverá restrição para o consumo da substância, residentes maiores de 18 anos terão que se cadastrar e poderão cultivar até 6 plantas por pessoa, e a compra do produto vai poder ser feita em clubes de usuários ou em farmácias, com limite de 40 gramas por mês. O projeto dá ao governo uruguaio o controle e a regulamentação da importação, do cultivo, da colheita, da distribuição e da comercialização da maconha. O governo do Uruguai calcula que, com a lei, vai poder tirar do narcotráfico um valor aproximado de US$ 35 milhões por ano. De acordo com dados divulgados pelo governo, hoje 25 mil uruguaios usam a substância diariamente e entre 120 mil e 150 mil pessoas a consomem pelo menos uma vez no ano. Para não dar chances para os traficantes, o governo também vai vender a planta por um preço super acessível - um dólar por grama. Obviamente, outras medidas serão tomadas em paralelo para minimizar os riscos – haverá um controle da emissão de licenças para plantação, assim como de controle de produção e de distribuição da cannabis e programas educacionais preventivos contra o vício serão implementados nas escolas para levar mais informação para os jovens. Com a atitude inovadora do Uruguai, líderes de outros países na América se mostraram dispostos a participar de um debate acerca da legalização, incluindo os presidentes do México, Enrique Peña Nieto, da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Guatemala, Otto Pérez Molina. No Brasil o assunto ainda é um grande tabu, e o governo não se mostrou ainda aberto a um debate sobre o assunto. Que a maconha é uma droga ilícita no Brasil todo mundo já sabe. Mas será que ela é tão nociva para as pessoas como os meios de comunicação e os conservadores adoram divulgar? Segundo o ranking mundial de drogas (desenvolvida na Universidade de Bristol), que divide as drogas por seus danos para o usuário e a sociedade, a maconha está na 11º colocação, enquanto o álcool está na 5º colocação, concluindo de forma científica que os “Bons Drink” são muito mais perigosos para nossa saúde e para sociedade do que a Cannabis. As drogas que lideram o ranking são a Heroína(1º) e Cocaína(2º). MORTES AMERICANAS CAUSADAS POR DROGAS: - Tabaco (Cigarro) = 400.000 - Alcool (Bebidas) = 100.000 - Drogas LEGAIS (comprimidos, xaropes) = 20.000 - Drogas ILEGAIS (ecstasy, lsd) = 15.000 - Cafeina = 2.000 - Aspirina = 500 - Marijuana/Weed/Maconha/Cannabis = 0 (ZERO) Fonte: US government, National Institute on Drug Abuse, Bureau of Mortality Statistics. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é o mais conhecido ativista brasileiro e é membro da Comissão Latino-americana de Drogas e Democracia. Ele apoia a descriminalização da posse de pequenas quantidades para uso pessoal da maconha, o auto-cultivo em residências e afirma que a repressão como é feita resulta num aumento de violência e consumo. Ele é o protagonista do documentário Quebrando o Tabu, onde aborda o assunto com profundidade e fatos reais. Tratamentos medicinais – Câncer e mais 70 doenças Há muito tempo se conhece as propriedades medicinais da cannabis, e aos poucos países e estados pelo mundo têm aprovado o seu uso para fins medicinais O princípio ativo da maconha, ocanabinoide THC (tetrahidrocanabinol), atua em diversos sintomas de várias doenças, como AIDS, câncer, TDAH (Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), esclerose múltipla, náusea decorrente da quimioterapia, doença de Crohn, glaucoma, epilepsia, insônia, enxaqueca, artrite e falta de apetite, anorexia, síndrome de Tourette, mal de Alzheimer, distrofia muscular, fibromialgia, caquexia, esclerose lateral amiotrófica dentre outras. Segundo o site Growroom, “um estudo realizado pela Universidade de Harvard em 2007 – e que continua sendo a mais completa pesquisa publicada em relação ao potencial do THC em combater tumores – verificou que apenas três semanas de aplicação de doses da substância foi capaz de reduzir o crescimento do tumor de câncer de pulmão em ratos, além de reduzir as lesões causadas pela doença. Para o estudo, os investigadores de Harvard testaram o THC em células cancerosas de ratos de laboratório. Com o experimento, descobriram que a substância inibe o crescimento e disseminação de células cancerígenas.” A Cannabis tem sido utilizada inclusive no tratamento de crianças, como Charlotte Figi, uma garota de 6 anos, que costumava sofrer cerca de 300 ataques por semana. Agora o número caiu para 7, graças à maconha medicinal. O documentário abaixo conta mais sobre esse impressionante caso: Um mercado inexplorado se abre para novos produtos e negócios, movimentando a economia. Além de se abrir um novo capítulo na guerra contra o tráfico de drogas, abre-se automaticamente um novo nicho de negócios que, no caso do Uruguai, só estão esperando o sinal verde final para iniciarem as atividades oficialmente. A proibição da Cannabis, impede seu estudo científico livre e o desenvolvimento de produtos com essa matéria prima, que possui possibilidades infinitas. Muitos países do mundo já avançaram nessa questão produzindo centenas de produtos à base de cânhamo que vão desde alimentos saudáveis que usam a semente da maconha rica em proteína, até cosméticos que não agridem a natureza. Veja as propriedades de 100g de semente de maconha: 25 % de Proteínas. 35 % de Hidratos de carbono. 35% de Azeite (ácidos gordos essenciais Ómega 3 e Ómega 6) 380 Kcal. Têm vitaminas A, C, D, E e do grupo B. Entre os minerais destaca-se a quantidade de cálcio, fósforo e ferro. - Leite de Maconha, fonte orgânica e rica de ômega 6 e 3 - Pão de Maconha, sem THC - Condicionador e Shampoo de Maconha - Chocolate de Maconha, sem THC - Blusa e Jeans de Maconha, feito com a fibra da planta - Sorvete de Maconha, feito com as sementes - Azeite de Maconha, Fonte de ômega 6 e 3 - Hidratante de Maconha - Energético de cannabis Para saber mais “O modelo atual de política de repressão às drogas está firmemente arraigado em preconceitos, temores e visões ideológicas. O tema se transformou em um tabu que inibe o debate público por sua identificação com o crime, bloqueia a informação e confina os consumidores de drogas em círculos fechados, onde se tornam ainda mais vulneráveis à ação do crime organizado”. (Relatório da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia (2009). Independente da polêmica e das opiniões controversas acerca do tema, o mais importante é a informação – só ela é capaz de derrubar preconceitos e pré-julgamentos. Deixamos aqui para vocês uma seleção de documentários ou vídeos sérios que explicam mais sobre esse tema: - Cortina de Fumaça - The Business Behind Getting High - Kings of Cannabis - Quebrando Tabu Finalizamos com os nossos parabéns ao Uruguai, e parabéns ao Pepe Mujica pela atitude corajosa. Assim como leis e imposições do governos foram sendo percebidas como injustificáveis anos depois, como o Muro de Berlim ou Apartheid, com o tempo cada vez mais pessoas vão enxergando o absurdo e a hipocrisia por trás de algumas regras. Que fique o exemplo para o Brasil e para os outros países do mundo! FONTE: http://www.hypeness.com.br/2013/12/aprovacao-maconha-uruguai/ que matéria bem linda! informativa! completassa! digna de compartilhar em redes sociais. parabéns ao hypeness!
  13. Jornais brasileiros e sul americanos noticiaram, no fim-de-semana retrasado, que o Deputado Federal Osmar Terra, autor do criticado Projeto de Lei Nº 7.663/2010, estava de partida para o Uruguai, com a impávida missão de frear a legalização da maconha na Suíça latino americana. Poucos sabem, entretanto, que o deputado brasileiro ficou meia-hora aguardando o início da sessão da Comissão de Saúde Pública do Senado uruguaio, enquanto se discutia, a portas fechadas, se a comitiva brasileira seria recebida na sala de estar ou na cozinha do Senado. Ou se a visita seria formal, ou informal. Esta é a informação que temos com a leitura da transcrição taquigráfica da sessão da Comissão de Saúde Pública do Senado Uruguaio, do dia 05 de novembro de 2013, que mostrou o mal-estar provocado pelo visitante e pelos rumores midiáticos que antecederam sua visita. Legalizacionistas e abolicionistas brasileiros e sul americanos, preparem um chá, pois o de cadeira já foi servido ao senhor deputado proibicionsita, Osmar Terra, que registrou na memória política brasileira a maior bad-trip diplomática contemporânea. MACONHA E SEUS DERIVADOS _________ Versão taquigráfica da sessão da Comissão de Saúde Pública do Senado Uruguaio, do dia 05 de novembro de 2013, que recebeu informalmente o Deputado Proibicionista Osmar Terra. Presidente: Senhor Senador Alfredo Solari (Presidente) Membros: Senhora Senadora Constanza Moreira e senhores Senadores Ernesto Agazzi, Roberto Conde, Luis J. Gallo e Carlos Moreira Assistência: Diretor da Área de Gestão Legislativa, senhor César González Secretária: Senhora Susana Rodríguez Pro- Secretário: Senhora María José Morador SENHOR PRESIDENTE - Tendo quórum, está aberta a sessão. (São 17 horas e 6 minutos.) - A Comissão de Saúde Pública do Senado se reúne com o propósito de continuar com a consideração da Carteira nº 1288/2013, "Maconha e seus derivados”. No dia de hoje temos como convidados o Sr. Deputado Federal do Brasil, Osmar Terra; o subprocurador do Estado do Rio Grande do Sul, Dr. Marcelo Dorneles, e o Dr. Sérgio de Paula Ramos, especialista com vasta experiência na área relacionada a dependências. Segundo me comunicou o Senhor Senador Gallo, o Senhor Senador Conde deseja fazer uma exposição prévia. SENHOR CONDE - A proposição que quero fazer consiste no seguinte: estivemos considerando com muita preocupação uma série de publicações que foram aparecendo na imprensa desde sexta-feira passada. Tenho aqui algumas, mas não sei se são as únicas. Neste sentido, o jornal El País publica uma nota em que diz: "Uma missão brasileira, integrada por um deputado federal, um procurador e um assessor da presidenta Dilma Rousseff, chegará na próxima semana a Montevidéu buscando frear a aprovação do projeto de legalização da maconha". Reitero, esta nota foi publicada pelo jornal El País na sexta-feira ou sábado. Uma publicação adicional diz: "Legislador do Brasil apresentará no Uruguai desacordo com a legalização da maconha". Ademais, afirma que o Senador Gallo: "negou que o político represente o governo do Brasil". Em um terceiro artigo se publica: "Secretário de Drogas do Brasil desmente tentativa de 'frear' lei uruguaia". Quer dizer que há um desmentido por parte do Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas do Estado Federal do Brasil, senhor Vitore Maximiano. Em outra publicação – que creio é do dia 04 de novembro, vou verificar a data, se diz que o saneamento e a maconha atraem autoridades brasileiras ao Uruguai. Enfim, todas essas publicações criaram a imagem pública de que autoridades do Brasil estariam tentando discutir com o parlamento uruguaio temas relacionados com a lei de regulação da Cannabis que estamos tratando. Se assim for, isso poderia ser considerado não como uma ingerência em nossos assuntos, porque, em última instância, se quiséssemos, poderíamos convidar alguma personalidade estrangeira para discutir determinado tema, mas deveríamos fazê-lo através dos canais diplomáticos apropriados, no caso de representarem algum poder de um Estado estrangeiro. Por outro lado, não podemos aceitar que se gere esta informação pública de que aqui há uma atitute de atores políticos, tanto por parte do Estado Federal como do Estado do Rio Grande do Sul, tratando de influenciar nosso processo de discussão nacional sobre esta lei. Portanto, senhor Presidente, nós nos vemos totalmente impossibilitados de receber esta delegação em uma reunião oficial desta Comissão. Se o senhor Presidente quer considerá-lo, estaríamos dispostos a recebê-los em um encontro informal - inclusive, pode ser nesta mesma sala - de maneira que não fique registrado como sessão oficial da Comissão de Saúde Pública do Senado. Podemos dialogar, trocar opiniões, tomar nota do que querem nos dizer, mas sempre no plano de um encontro informal de troca de opiniões. Não podemos aceitar seu comparecimento em uma reunião oficial desta Comissão, porque constituiria um fato formal que significaria, nada mais, nada menos, que terem sido recebidos pelo Senado da República, já que, em definitivo, esta Comissão está aqui representando esta Câmara. Ademais, não só acreditamos que não devemos nos prestar a um mal-entendido desta natureza, senão que formalmente não é a via correta de processar um comparecimento deste tipo. Insisto em manifestar nossa vontade de participar do diálogo - não é nosso objetivo nos negar a trocar opiniões, mas fora de todo marco formal de funcionamento da Comissão. Estas são os fundamentações que queria assinalar. SENHOR PRESIDENTE - Escutei com muita atenção a proposição que fez o senhor Senador Conde, que mencionou uma série de notas de imprensa; não fez referência a alguma manifestação expressa de um integrante desta Comissão, salvo uma referência ao senhor Senador Gallo, que está em todo seu direito de fazer as declarações à imprensa que quiser, assim como também cada um de nós tem o mesmo direito. Se é que entendi bem a colocação, com base nesses rumores de imprensa - os chamemos assim - é que a bancada oficial de desdiz com relação a uma decisão prévia. Me refiro a que quando chegou a nota do Deputado Federal Osmar Terra pedindo ser recebido por esta Comissão - pelas razões que ele expôs em seu e-mail e que esteve em poder de todos os integrantes desta Comissão, se votou por unanimidade recebê-lo nesta Comissão de Saúde e não de maneira informal. Me parece uma descortesia muito grande para com um legislador de um país amigo do Uruguai dizer: "Olha, nós lhe dissemos que viesse para se reunir com a Comissão de Saúde, mas agora não o vamos receber na sala, mas vamos recebê-lo na cozinha, pois verifica-se que houve uma série de murmúrios no bairro que dizem que o senhor vem nessa condição e não nesta outra". Repito: me parece que seria uma descortesia muito grande, mas se essa é a opinião da maioria, vou pedir que se coloque em votação. Nesse caso, eu vou conversar com eles para lhes transmitir qual é o espírito da maioria dos integrantes desta Comissão, que não compartilho, e veremos se eles estão de acordo em ter esse diálogo informal. SENHOR MOREIRA - Concordo com o expressado pelo senhor Presidente. Creio que pensar que isso significa uma intromissão indevida nos assuntos de uma Comissão deste Corpo é um excesso, especialmente se tem-se em conta que isso não foi o que se entendeu quando se levantou em forma primária o tema e se votou afirmativamente. Então, me parece que é errado não receber esta gente, depois que pede ser recebida e se vota afirmativamente, por murmúrios de imprensa que, como sabemos, nem sempre refletem a realidade. Se nos guiássemos por eles, muitas vezes não saberíamos qual é o caminho correto a tomar, porque a imprensa é livre para interpretar as coisas como quer. Li a maioria das versões taquigráficas, incluídas as das audiências desta Comissão e posso dizer que sempre se atuou com um critério de abertura e amplitude. Na comissão da Câmara dos Deputados receberam técnicos holandeses, que falaram com muito entusiasmo, e de algumas organizações internacionais. Então, me parece que o comparecimento de um parlamentar brasileiro para brindar sua posição – ademais, creio que sabe do tema - não é um excesso nem uma intromissão. A meu juizo, votar desta forma tende a dramatizar uma coisa que não tem nada de dramático, porque creio que todos que estamos aqui temos uma posição formada sobre este projeto de lei e o que diga este representante não a vai alterar. De modo que está bem que se vote, mas adianto que vou fazê-lo para que o receba a Comissão e, se triunfa a tese contrária, os senhores convidados decidirão que atitude tomarão. Pessoalmente, considero que devemos recebê-los como Comissão, representando institucionalmente o Senado da República em um tema tão sensível e tão opinável. SENHOR AGAZZI - Como disse o senhor Presidente, consideramos este ponto na última reunião da Comissão, depois que se distribuiu de forma correta a solicitação de serem recebidos, mas creio que não houve uma votação, porque normalmente não é assim que se procede. Considero que aqui há um acordo de receber na Comissão aqueles que o solicitam, independentemente da posição que tenham - sempre concorrem delegações que estão a favor de uns e contra outros e vice-versa, porque o espírito que sempre primou é o de ter a maior amplitude. Agora, o que não discutimos - porque não podíamos prever o que ía acontecer - é tudo o que aconteceu depois. Pensávamos que se trataria do comparecimento de pessoas que estão trabalhando sobre este tema para nos dar seus pontos de vista e nos brindar uma informação que, inclusive, nos pode ser útil. Esse foi o espírito com o que apoiamos receber o senhor Terra. Não podíamos prever o que sucedeu depois; agora estava lendo a imprensa boliviana que menciona a interferência do governo brasileiro sobre o Uruguai e me chamou a atenção - essa coisas agora se distribuem muito rápido, de modo que começa a ter uma implicância internacional que, francamente, creio que nenhum de nós imaginou na última reunião que tivemos. Na verdade, na Câmara dos Deputados se recebeu muitas pessoas, inclusive estrangeiros, mas sempre foram organizações ou ONGs ligadas à temática das drogas com distintas posições, mas nunca funcionários de outro Governo, como é o caso dos funcionários do Poder Legislativo da irmã República Federativa do Brasil, pelo que isso não tem nada a ver com o nosso espírito de amplitude. Pessoalmente, consultei o Ministério das Relações Exteriores sobre essa situação para saber que informação tinham da Embaixada do Brasil no Uruguai. Posso dizer que essas pessoas não vieram em caráter de funcionários do Governo brasileiro, o que nos alegra muito, mas há uma grande confusão, inclusive, em nível internacional. Por tal motivo, nossa posição é aproveitar sua vinda e ademais agradecê-los sua presença para dar seu ponto de vista, porque isso é natural e positivo. O que não podemos permitir é que o Senado da República Oriental do Uruguai receba funcionários de outro Governo simplesmente porque o solicitam, pois isso abriria um precedente. Normalmente, funcionários de outros Governos não solicitam concorrer às Comissões Parlamentares, pelo que esta é uma situação nova para nós. Talvez estejamos impulsionando uma posição intermediária - aproveitando a boa vontade desses políticos e técnicos – já que desejamos manter nosso espíruto de abertura, mas não devemos incluí-lo dentro do funcionamento formal do Palácio Legislativo porque entendemos que não é nossa competência tomar decisões nesse sentido. Simplesmente desejava agregar alguns elementos sobre a postura que temos a este respeito. SENHOR PRESIDENTE - Desejaria que esta sessão da Comissão não se transformasse em uma reunião para discutir procedimentos, mas que falássemos sobre o mérito da questão. SENHOR CONDE – Não desejo entabular uma polêmica, mas sintetizar nossa posição em uma frase para que fique nitidamente expressada na versão taquigráfica. Nos vemos obrigados a ter o gesto de receber a delegação brasileira porque foi formada opinião pública a este respeito e nós não somos os responsáveis; não demos notas à imprensa, e inclusive não nos interessou dialogar com ela sobre isso. Há três dias, foi formada opinião pública que permite crer que a população foi mal informada ou confundida, fazendo-se entender que há alguma ação oficial do Governo do Brasil para interferir no debate sobre a Cannabis no Uruguai. A fim de que não fique a menor dúvida de que não tem havido nenhuma ação oficial do Governo do Brasil e de que se a tivesse havido, não a teríamos aceitado, não temos mais remédio a não ser receber a delegação nessas condições informais para afastar ou evitar qualquer tipo de dúvida que se há gerado. Repito: não somos responsáveis ​​pela campanha de desinformação pública que se foi produzida nos últimos dias. SENHOR PRESIDENTE - Vou fazer duas pontualizações para que constem na versão taquigráfica e, logo depois, convidaremos a delegação estrangeira para iniciar a reunião. Em primeiro lugar, o senhor Deputado Osmar Terra - deputado federal pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro - era tão Deputado pelo Governo Federal quando acordamos em recebê-lo, como hoje. Sua situação de funcionário de um governo estrangeiro não mudou. Em segundo lugar, não tenho absolutamente nada a ver com os rumores de imprensa, a única transcrição que fez o senhor Senador Conde em sua exposição inicial, pertence ao senhor Senador Gallo, não a quem fala. E mais, em meus tweets escrevi: "O Uruguai decide: nem Soros, nem Dilma". Desejava fazer estas duas pontualizações porque me parecem de ordem. Digo isso, dado que a Bancada oficial insiste com o caráter informal. Agora bem, vamos convidar os senhores visitantes a entrar, porque me parece umas descortesia tê-los meia-hora esperando lá fora. Fonte: http://www.parlamento.gub.uy/indexdb/Distribuidos/ListarDistribuido.asp?URL=/distribuidos/contenido/senado/S20132484.htm&TIPO=CON
  14. Sociólogo que coordena projeto de legalização da maconha no Uruguai defende controle estatal PUBLICIDADE LUCAS FERRAZ DE SÃO PAULO O sociólogo Julio Calzada, 57, vai comandar o processo de legalização da maconha no Uruguai. Secretário-geral da Junta Nacional de Drogas, ele foi designado pelo presidente José Mujica para coordenar a (nova) política nacional sobre o tema. "O país iniciará um processo de risco", disse à Folha. "Não há antecedentes, nenhum país fez o que estamos fazendo. Há que minimizar os riscos, mas temos pouca margem para equívocos." No próximo mês, o Senado deve concluir votação do projeto de lei que libera o plantio e a venda de maconha no Uruguai --tudo controlado pelo Estado. Espera-se aprovação mais folgada que na Câmara, há 12 dias. Se aprovado, o Uruguai será o primeiro país do mundo a legalizar a maconha --nos EUA, até agora dois Estados aprovaram o uso "recreativo" e, na Holanda, cuja lei é conhecida pela tolerância, permite-se fumar pequenas quantidades em cafés, mas nunca em locais públicos. Iván Franco - 6.ago.13/Efe O sociólogo Julio Calzada diz que a atual política de drogas gera mais danos do que benefícios Segundo o projeto, haverá cadastro para usuários --com mais de 18 anos e residentes no país, sem levar em conta a nacionalidade--, que poderão comprar até 40 gramas da droga por mês. O consumo já é permitido --a Constituição uruguaia reconhece os direitos individuais em relação ao corpo e à própria vida. Entra aí a incongruência da atual situação, que será sanada com a aprovação da lei: para praticar um ato legal, o cidadão precisa recorrer a meios ilícitos. Formado em sociologia pela Universidade da República, de Montevidéu, Julio Calzada afirma que o modelo a ser adotado no Uruguai não serve para outros países. E nem é perfeito --o secretário admite que o projeto "limita" direitos aos cadastrados. "Há uma limitação de direitos, mas assumimos isso para mudar a política de drogas, que é fracassada. Não há alternativa a não ser o controle do Estado de todo o processo, do plantio à distribuição". A seguir, trechos da entrevista concedida por telefone, na semana passada, em Bella Unión, no lado uruguaio da tríplice fronteira com Brasil e Argentina. * Folha - O Senado deve aprovar a lei no próximo mês. Como será a legalização? Julio Calzada - Levará tempo, acho que no final deste ano ou talvez no início do próximo. Ainda estamos decidindo assuntos referentes ao cultivo e à distribuição. Não sabemos quantas associações vão cultivar a droga e quantos locais de venda o Estado terá. Fizemos pesquisas para entender como funciona o tráfico no país, os preços cobrados etc. Estipulamos um valor com base no mercado negro. O valor médio do grama é de US$ 1, US$ 1,50 (entre R$ 2,30 e R$ 3,40). Vamos trabalhar com um valor nessa faixa. Decidimos também um montante anual que será produzido e permitido pelo Estado, 22 toneladas de maconha por ano, que é a quantidade que se consome atualmente no país. O que explica o fato de o país ser o primeiro a regulamentar o cultivo e o acesso à droga? O convencimento do presidente da República de que os mecanismos de controle existentes há 50 anos não davam os resultados que esperávamos. Em primeiro lugar está o aspecto da saúde pública. É preciso dar resposta aos usuários. Uma resposta que seja adequada. Os usuários são estigmatizados ou considerados cidadãos de segunda classe. Este é o ponto central. Um segundo aspecto, não menos importante, é a incongruência de nosso país. Aqui o consumo é legal. Nossa Constituição diz que atos pessoais, privados, desde que não afetem terceiros, não podem ser proibidos pelo Estado ou pelo Poder Judiciário. Qual a maior dificuldade para legalizar a maconha? É um processo que carece de precedentes. Há alguns poucos casos, como a Holanda e alguns Estados dos EUA. Há um conjunto de coisas que precisamos adequar à realidade. A dificuldade é que não há antecedentes, nenhum país fez o que estamos fazendo. Há que minimizar os riscos, temos pouca margem para equívocos. A maioria da população uruguaia é contrária. Esse cenário não cria um problema para a regulamentação da lei? O que estamos fazendo é trabalhar com muita dedicação e profissionalismo. Mudar o paradigma é muito difícil. Mas temos estudado a experiência de alguns países com a produção de ópio, como Índia e Turquia, por exemplo. É uma experiência prévia. É preciso haver sobretudo controle, para não haver desvios. Há um convencimento de que a melhor forma de se lutar contra o tráfico é no plano econômico. O que essa lei busca é tirar o usuário do comércio ilegal. A única forma de matar o tráfico é tirar sua sustentação econômica. Essas organizações se utilizam da estrutura das drogas para cometer outros crimes, como tráfico de armas ou de pessoas. A atual política gera mais danos que benefícios. Há preocupação com potenciais efeitos da legalização nos vizinhos Brasil e Argentina? Estamos atentos aos controles necessários para evitar qualquer problema. Os usuários precisam se registrar, e para isso é necessário comprovar residência no país. Só assim as pessoas poderão comprar a maconha produzida aqui. Ou terão permissão para plantar em casa. O objetivo é controlar o que seja produzido legalmente e evitar que essa produção seja desviada para o mercado negro e para países vizinhos. Só a lei será suficiente para impedir a entrada da droga legal no mercado negro? Sim, haverá um sistema de licenças que permite ao Estado interferir em todo o processo. Os produtores tampouco poderão competir entre si. O mercado será fechado e completamente controlado pelo Estado. Um cidadão recebe autorização para plantar maconha. O Estado irá na sua casa para fiscalizá-lo? Sim, essa pessoa terá que se registrar e nos informar qual tipo de planta irá utilizar. Tudo isso será controlado, sobretudo a quantidade. Se ficar comprovado que há mais do que o especificado, a pessoa poderá responder por tráfico de drogas. Muitos usuários dizem que o projeto fere liberdades individuais e civis, já que eles precisam se cadastrar para plantar ou comprar do Estado. O que o sr. pensa dessa afirmação? Este é um aspecto muito discutido pelas organizações sociais. Estamos num momento de debate e mudanças na política de drogas em todo o mundo. Essa é uma maneira de controle no marco dessa nova política. Mas, para o sr., não há desrespeito às liberdades individuais e civis? Há, sim, uma limitação de direitos, mas assumimos isso para mudar a nossa política de drogas, que é fracassada. Não há outra alternativa a não ser o controle do Estado em todo o processo, do plantio à distribuição. A medida tem dois aspectos. O primeiro é evitar o desvio da droga. Depois, também é uma medida sanitária, para controlar a quantidade de droga consumida no país. O sr. acredita que o modelo uruguaio poderá ser aplicado em outros países latino-americanos? É um projeto pensado exclusivamente para o Uruguai. Não somos um modelo a ser seguido. Estamos dando uma resposta aos nossos problemas, à realidade do Uruguai. A medida está de acordo com a presença do Estado na vida do país. Vamos controlar o comércio e oferecer um programa de assistência médica e também preventivo. Queremos que neste século haja uma política progressiva em relação às drogas. O Uruguai, por ser o primeiro país a fazer isso, certamente vai contribuir ao debate como um exemplo. Brasil e Argentina têm uma política de drogas completamente distinta da nossa. Mas, neste caso, cada país precisa modificar essa política de acordo com a realidade local. Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013/08/1325027-sociologo-que-coordena-projeto-de-legalizacao-da-maconha-no-uruguai-defende-controle-estatal.shtml
  15. mr-hemp

    Uruguai Rompe O Molde

    O mais relevante no projeto de lei aprovado pela Câmara de Deputados uruguaia, que torna legal o consumo e a comercialização da maconha, a ser vendida pelo Estado, nem são suas especificidades, mas o fato de que rompe o molde universal na matéria, centrado na repressão. O projeto uruguaio pode ter incontáveis defeitos, alguns dos quais já analisados na sexta-feira por Hélio Schwartsman, que se aventura a decretar o seu fracasso. Pode até malograr, mas permanece o fato de que o enfoque repressivo já é um fracasso comprovado. Mantê-lo só vai fazer piorar as coisas, como se lê em alentado estudo preparado pela Organização de Estados Americanos, divulgado em maio. O documento traça quatro cenários, o último dos quais examina potenciais consequências de manter o atual enfoque (exclusivamente repressivo). Nessa hipótese, quase todos os países da América Latina estarão em pior situação nos próximos 15 anos. Portanto, se o projeto uruguaio (que ainda depende de aprovação do Senado) piorar alguma coisa, não fará nada diferente da inércia de se manter a pura força como resposta ao tremendo problema das drogas. É óbvio que legalizar o consumo da maconha não é o ovo de Colombo, até porque ninguém conseguiu pôr uma solução mágica nessa matéria. O relatório da OEA, o mais abrangente estudo até agora, havia sido encomendado pelos chefes de governo dos países americanos, no que já era o reconhecimento tácito de que as políticas atuais não estão funcionando. Se não estão, por que, salvo o projeto uruguaio, não houve avanços desde a divulgação do relatório? Talvez porque os demais três cenários nele traçados são de fato de complexa execução. O primeiro trata da reforma do sistema judicial. Desnecessário comentar o quão difícil é fazê-lo -e não apenas para lidar com a questão das drogas. O segundo expõe as escolhas estratégicas disponíveis para os diferentes governos, entre elas a legalização. Por fim, o terceiro examina a instituições e arranjos necessários para atender vítimas das drogas, desde usuários que delas abusam até a situação de comunidades tomadas pelo crime, algo que, no Brasil, é um drama arquiconhecido, mas pouco ou mal enfrentado. O Uruguai resolveu mudar o jogo, como explica o deputado Sebastián Sabini, da Frente Ampla, a coligação governante: "Estamos em um contexto de aumento tanto das apreensões de drogas como de presos por tráfico de drogas; não obstante, a insegurança pública e o consumo aumentaram". É a constatação prática de que o enfoque repressivo não funciona nem mesmo em um país pequeno como o Uruguai, por isso mesmo mais fácil de controlar, e com menos problemas sociais, que tendem a empurrar mais gente para o consumo de drogas. A iniciativa uruguaia, repito, pode fracassar, e não é necessariamente o único caminho disponível, mas é o rompimento da inércia. O triste é constatar que o Brasil, que ajudou a financiar o estudo da OEA, não se mexe nem mesmo para discutir os cenários por ele consistentemente apresentados. Clóvis Rossi é repórter especial e membro do Conselho Editorial da Folha, ganhador dos prêmios Maria Moors Cabot (EUA) e da Fundación por un Nuevo Periodismo Iberoamericano. Assina coluna às terças, quintas e domingos no caderno "Mundo". É autor, entre outras obras, de "Enviado Especial: 25 Anos ao Redor do Mundo" e "O Que é Jornalismo". Escreve às terças, quintas e domingos na versão impressa do caderno "Mundo" e às sextas no site. Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/clovisrossi/2013/08/1321415-uruguai-rompe-o-molde.shtml
  16. 01/08/2013 Painel da ONU pede ao Uruguai que reconsidere projeto sobre a maconha Ouvir / Baixar Proposta para a legalização da erva canabis foi aprovada pela Câmara e será enviada ao Senado; Painel Internacional para o Controle de Narcóticos acredita que se aprovada, lei pode afetar seriamente a saúde da população. Plantação de canabis. Foto: Unodc Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. O Painel Internacional de Controle de Narcóticos, Inbc, está pedindo ao Uruguai para reconsiderar um projeto de lei que legaliza a maconha. A proposta, aprovada pela Câmara do país na noite de quarta-feira, segue agora para o Senado. Segundo agências de notícias, o projeto teria o apoio do presidente uruguaio José Mujica e prevê a criação de um órgão do governo para controlar a produção e a distribuição da droga. Consumidores Se a lei for sancionada pelo presidente, uruguaios e estrangeiros residentes poderão comprar até 40 gramas de maconha por mês em farmácias. O Inbc é um órgão independente, com sede em Viena, responsável por monitorar a produção e consumo de narcóticos em todo o mundo e as convenções da ONU sobre o tema. Missão Segundo o painel, a lei iria contra os tratados internacionais de controle de drogas, em particular a Convenção sobre Narcóticos, de 1961, da qual o Uruguai faz parte. O Inbc diz que sempre tentou manter o diálogo com o governo, propondo inclusive o envio de uma missão de alto nível ao país, antes que o projeto de lei fosse votado. Mas o governo do Uruguai teria se recusado a receber a missão. O órgão faz um apelo às autoridades, pela garantia da limitação do uso de narcóticos, incluindo a canabis, exclusivamente para fins médicos e científicos. Para o painel, se a lei for mesmo adotada, poderão haver "sérias consequências para a saúde e bem-estar da população e para a prevenção do uso da maconha entre jovens". http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2013/08/painel-da-onu-pede-ao-uruguai-que-reconsidere-projeto-de-lei-sobre-a-maconha/ _______ Esse é o principal motivo que é preciso focar a discussão da legalização no Brasil na questão medicinal e/ou espiritual. São as únicas brechas com relação aos tratados internacionais que estão sendo muito bem exploradas em diversos estados americanos, entre tantos outros, e agora nosso vizinho Uruguai... E mais importante nisso é que não seja uma regra como a que foi estabelecida pelo Estado de Illinois nos EUA, que legalizou apenas para doenças gravíssimas - nenhum conceito genérico como "dor" foi incluído... Precisamos de um conceito medicinal que seja amplo: que admita a cannabis como um "santo remédio"! Enquanto isso, aqui no Brasil, vamos ficando fora da briga que começa agora pelas patentes no universo canábico... Boa sorte pra nós, minha gente..
  17. Bas

    Semsemente #02

    semSemente é isso aí, igual menstruação! Atrasa, mas qdo vem todo mundo fica feliz Crédito da capa vai pro nosso ilustríssimo Jahbaa, que graças as suas colaborações a revista consegue atingir um alto nível gráfico. Sem contar com todos os outros colaboradores que tornam esse projeto possível! Valeu a ajuda de todas e todos AMÉM!
  18. Ativistas pedem que governo uruguaio não atrase legalização da maconha 08/05/201315h29 Comunicar erroImprimir Montevidéu, 8 mai (EFE).- As organizações favoráveis ao cultivo e consumo de maconha no Uruguai pediram nesta quarta-feira às autoridades do país que resolvam "rapidamente" a aprovação do projeto de lei que permitiria a plantação da droga e sua distribuição, regulada através do Estado. Por causa do Dia Mundial da Maconha, nesta tarde uma manifestação, na qual participarão setores políticos do partido governista Frente Ampla e do opositor Partido Colorado, percorrerá o centro de Montevidéu para pedir, entre outras reivindicações, a descriminalização do cultivo doméstico da cannabis. O projeto de lei avaliado pelo Parlamento uruguaio foi proposto há quase um ano pelo governo do presidente José Mujica e autoriza o Estado a assumir "o controle e a regulação de atividades de importação, exportação, plantação, cultivo, colheita, produção, aquisição, armazenamento, comercialização e distribuição de cannabis e seus derivados". No entanto, Mujica, como principal impulsor da iniciativa, pediu no final do ano passado que os legisladores de seu partido freassem sua tramitação porque a sociedade uruguaia ainda "não está madura" para dar um passo assim, o que gerou dúvidas sobre o futuro da proposta. Martín Collazo, porta-voz da associação uruguaia Proderechos, uma das participantes da passeata de hoje e que engloba diferentes organizações sociais, declarou à Agência Efe que, apesar do movimento "estar otimista sobre a aprovação do projeto de lei", é necessário que esta "se resolva rapidamente". Collazo também denunciou que na atualidade o uso de maconha no país é legal, "mas para comprar a substância os consumidores estão obrigados a contribuir com o narcotráfico ou a plantar e ser penalizados". O debate sobre a regularização da venda e distribuição da maconha suscita polêmica e divisões dentro e fora do Uruguai. Mujica se referiu ao tema ontem em sua participação na "Rádio Uruguai" para insistir na "necessidade de começar por dividir o mercado de venda de drogas, separando a maconha, não legalizando, mas regulando certo nível de venda que permita identificar os viciados e, eventualmente, tratá-los". Também se expressou sobre o narcotráfico, segundo sua opinião "pior que a toxicomania", e relatou que no Uruguai "apareceram coisas que antes não existiam", como "o acerto de contas" e ressaltou que "nas contas do tráfico de drogas, quando não se paga, se recebe chumbo". Por outra parte, o deputado do opositor Partido Nacional, Gerardo Amarilla, manifestou mediante um comunicado que "a campanha da maioria do governo" de controlar a produção e venda da droga "deixou pelo caminho as expectativas de gerar uma política de Estado com consenso social para inverter o rumo deste flagelo". fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2013/05/08/ativistas-pedem-que-governo-uruguaio-nao-atrase-legalizacao-da-maconha.htm
  19. O governo pretende promover 30 debates sobre a regulação do plantio e da venda de maconha até o fim deste mês Folha de maconha: a disposição do governo é manter a proposta de adotar medidas para a regulação do plantio e venda da maconha no país Brasília – O governo do presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, promoverá ao longo deste mês uma série de debates sobre a regulação do plantio e da venda de maconha sob controle das autoridades públicas. O secretário da Presidência da República, Diego Canepa, disse que a ideia é promover 30 debates até o fim de abril. Para o secretário, é fundamental diferenciar as medidas de regulação e a legalização da maconha. "A grande diferença é que a partir deste projeto de lei não pode plantar ou vender maconha sem o controle rigoroso do Estado”, ressaltou. Canepa acrescentou que a disposição do governo é manter a proposta de adotar medidas para a regulação do plantio e venda da maconha no país. A proposta foi apresentada na Comissão de Entorpecentes, em Viena, na Áustria. Segundo ele, a intenção do governo é buscar mecanismos de regulação e controle como ocorreram com o cigarro e o álcool. O secretário disse que a proposta envolve uma discussão ampla, árdua e complexa. "Em todos os momentos será transmitido à população o ponto de vista político, o debate será profundo", destacou. "O objetivo é tentar, da melhor forma possível, tratar os vícios que existem no nosso país em busca de novas políticas para suplantar as medidas que não funcionaram”, disse. Com informações da Presidência da República do Uruguai. http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/uruguai-promove-debate-sobre-regulacao-da-maconha
  20. La Junta Nacional de Drogas confirmó que el jueves 4 de abril comienza el ciclo de conferencias y debates sobre “Control y Regulación Estatal del Mercado de Marihuana”, tendiente a explicar y evaluar en todos los departamentos del país, un tema que ha concitado la atención general con múltiples controversias, y que incluso ha llevado a Uruguay a las primeras planas en el mundo, donde se buscan soluciones también al problema del narcotráfico. Los debates que se enmarcan en el “Diálogo Nacional sobre Políticas de Drogas”, serán abiertos con cinco conferencias a cargo de expertos internacionales en los departamentos de Montevideo, Maldonado, Colonia y Tacuarembó, según confirma la Presidencia de la República. Entre abril y junio se desarrollarán en todo el país las conferencias destinadas a una reflexión “sobre las políticas de drogas, la construcción de nuevos paradigmas y el control y regulación del mercado de la marihuana”, afirma la página www.infodrogas.gub.uy El acto de apertura será a la hora 10 en el Salón Dorado de la Intendencia de Montevideo, donde estarán presentes representantes del Ejecutivo, además del gobierno departamental y de la Universidad de la República. Blancos se suman a colorados para enfrentar posible legalización La diputada Verónica Alonso (Alianza Nacional) mostró su conformidad con la decisión del Partido Colorado, de sumarse a los blancos para realizar una campaña de recolección de firmas en caso que se apruebe una ley de comercialización de la marihuana. La propuesta inicial tuvo el apoyo del líder del sector blanco, Jorge Larrañaga y ahora la comparten también Pedro Bordaberry de Vamos Uruguay, y representantes de Propuesta Batllista. Según la diputada Alonso “la legalización de la comercialización de la marihuana solo sería útil para atender una parte del problema, el de combatir al narcotráfico, pero lamentablemente el principal problema de las drogas no es el narcotráfico sino que es la adicción misma (con lo cual) se estaría aumentando la posibilidad de acceso a las drogas y una mayor cantidad de adictos que las consumirían”, señaló. http://www.lr21.com.uy/comunidad/1096262-marihuana-este-jueves-comienza-el-debate-nacional-sobre-control-y-regulacion
  21. O presidente do Uruguai, José Mujica, declarou em entrevista à AFP que se for aprovado o seu projeto de regulamentar a venda de maconha no país, não aceitará "um turismo consumidor" de canabis. O plano de legalizar a produção e a venda de maconha "é para (resolver) os problemas que nós temos. Não vamos aceitar um turismo consumidor", afirmou Mujica. O projeto de lei anunciado em junho e enviado ao Parlamento no começo de agosto busca "arrebatar" do narcotráfico parte do mercado, com a meta de tratar os consumidores como doentes e não como delinquentes, disse o presidente, afirmando que "apareceram coisas que não existiam no Uruguai", como os assassinatos por acerto de contas. "O que estamos propondo não necessariamente é uma receita que vai nos livrar desta praga que se chama narcotráfico. O que queremos é experimentar outros caminhos. E a nós parece que uma coisa importante é tentar arrebatar-lhes o mercado. Porque pelo lado repressivo, o mercado continua caminhando", enfatizou. "Parece-nos que colocá-lo sobre a mesa, regulamentá-lo, pode ser um mal muito menor do que o que está acontecendo hoje", emendou. "Nós não defendemos a expansão do consumo de nenhuma droga", enfatizou. Sua ideia é que a venda "possa ser feita através do sistema de saúde global do Uruguai ou outros mecanismos, mas que seja estritamente controlado pelo Estado", explicou. "Tem o inconveniente de que supõe a identificação, e isso é fundamental para saber que são uruguaios, segundo para poder induzi-lo (o consumidor) a que se trate caso seu consumo seja considerado exagerado, do ponto de vista médico", acrescentou. O presidente afirmou, ainda, que tentará fazer com que a maconha tenha "rastreabilidade" para dificultar sua venda ao exterior. "Porque não queremos afetar os vizinhos. Por isso, o Estado precisa gerir isto", disse Mujica, que acredita que sem a compreensão e o apoio da sociedade, "as medidas serão um fracasso". http://br.noticias.yahoo.com/vamos-aceitar-turismo-consumidor-maconha-diz-presidente-uruguaio-002716929.html
  22. Muito bem feito e com conteúdo. Vale a pena! Abraço comunidade.
  23. Site original: http://www.elobservador.com.uy/noticia/229956/legisladores-lidiaran-con-un-vago-proyecto-sobre-la-marihuana/ O governo enviou nesta quarta-feira ao parlamento um projeto de lei para legalizar a venda de maconha que consistem de um único item e 13 páginas de um preâmbulo em que os detalhes escassos da forma como o futuro sistema será implementada a venda de cannabis. A iniciativa prevê a "normalização e da inclusão plena" do uso da maconha "para que os usuários não sejam estigmatizados ou tratadas a partir da aplicação da lei penal, mas pode trabalhar com eles e da sociedade como um todo" em planos educacionais. "As políticas proibicionistas desenvolvidos em todo o mundo nos últimos cinqüenta anos têm-se mostrado não só comprovadamente ineficaz para reduzir riscos e danos individuais e sociais do consumo de várias substâncias psicoativas, mas também aumentar o dano de forma exponencial no campo da saúde, social, jurídico e econômico, resultando em bilionários negócios ilegais e os níveis sistêmicos de violência nunca visto antes ", diz a iniciativa. A este respeito, observa que a aceitação que tem a maconha e os danos que faz, muito menorese diferentes das outras drogas. "Em nosso país, a maconha tem sido por muitos anos a substância ilícita mais consumida com um elevado grau de legitimidade na sociedade uruguaia. Esta substância, cuja capacidade de produzir dependência física e psicológica é leve a moderada, é claramente diferente no risco de um outro conjunto de fármacos cuja toxicológica e viciante potencial é muito maior. Entre eles estão o crack, álcool, tabaco e drogas psicotrópicas ", diz. "Enquanto a grande maioria dos usuários de maconha no Uruguai, tem um relacionamento casual com a substância que não é de maiores problemas de saúde física, é importante notar que são freqüentemente expostos a riscos psicológicos, resultado social e legal da necessidade de ter que alcançar a droga ilegalmente ", O projeto toma como exemplo o caso da Holanda e Canadá, insiste que "a guerra global contra as drogas fracassou." O governo diz que esse "fracasso espetacular" da estratégia manifesta-se em "aspectos dramáticos", incluso o consumo expandiu-se, "O consumidor é denigrido ao comércio ilegal" e que o mercado está "obrigado a pagar pelas drogas preços absurdos deixando cada vez mais poderosas as máfias, com poder de rentabilidade e de acumulação, sem qualquer imposto que gera esses preços. " "Em suma, o remédio tem sido pior que a doença", conclui o texto de discussão que ingresso ao Parlamento, onde é conhecido que o debate será longo. PROJETO DE LEI Artigo -. Não obstante as disposições do Decreto-Lei n º 14.294 de 31 de outubro de 1974 e sua alteração, o Estado vai controlar e regular as atividades de importação, produção, aquisição, a qualquer título, armazenamento, comercialização e distribuição de maconha ou seus derivados nos termos e condições fixados pela regulamentação a esse respeito. O Estado deve exercer toda atividade material outro que seja necessário, anterior, concomitante ou posterior à execução das atividades referidas no parágrafo anterior, os termos e condições fixados pela regulamentação a esse respeito. As atividades referidas nos números anteriores deve ser realizada apenas no contexto de uma política de redução de danos e também alertar as pessoas sobre as consequências e os efeitos nocivos do uso de maconha, assim como uma minimização de riscos e danos da população potencialmente consumidora, nas condições fixados pela regulamentação a esse respeito.
  24. Antes De Legalização, Ativistas Criam 'Copa Da Maconha' No Uruguai Concurso busca descobrir melhor cultivador de cannabis do país. Presidente uruguaio quer descriminalizar consumo do entorpecente. Amparados pelo plano do governo de legalizar a maconha no Uruguai, alguns produtores e consumidores do entorpecente criaram um concurso para descobrir quem cultiva a melhorcannabis do país. A competição contou com 60 cultivadores locais e estrangeiros. Os jurados avaliam "não só a substância, mas a apresentação, o sabor, a cor, o cheiro e, por último, seu teor psicoativo", detalhou Laura Blanco, organizadora da Cannabis Cup (ou Copa da Maconha, em tradução livre). "Foi um dia fantástico. As pessoas sabem se portar, são muito pacíficas e costumam se divertir muito. Durante todo o evento, nenhum inconveniente foi registrado", narrou a ativista, presidente da Associação de Estudos da Cannabis do Uruguai (Aecu), entidade organizadora e uma das mais ativas do setor. Blanco aponta que o objetivo da Aecu, um grupo de 80 associados em um país de 3,3 milhões de habitantes, é "multiplicar os cultivadores" para desvincular a maconha de outras drogas mais pesadas e que são vendidas nos mesmos lugares do perigoso mercado negro. Essa justificativa é basicamente a mesma apresentada em junho pelo presidente uruguaio, José Mujica. Na ocasião, o ex-guerrilheiro, de 76 anos, declarou que pretendia descriminalizar a maconha e que o Estado ficaria responsável pela produção, distribuição e comercialização da droga. De acordo com Mujica, do bloco esquerdista Frente Ampla, o aumento dos crimes violentos no país se deve, sobretudo, ao consumo de drogas pesadas, como o crack. No Uruguai, a posse de maconha para consumo pessoal não é tida como um crime, mas o cultivo e a comercialização sim, um fato que pode resultar em uma condenação de 20 meses até dez anos de prisão. Contabilista, atriz e mãe de três filhos, Blanco, de 47 anos, apoia Mujica sem restrição, ressaltando que "o primeiro erro" é acreditar que as pessoas terão um maior acesso à droga após a descriminalização. "Atualmente, a maconha pode ser encontrada em qualquer esquina", diz. Legalidade A ideia dos responsaveis pela competição é realizá-la todos os anos, algo que pode ser concretizado perfeitamente com o sucesso dessa primeira edição. Os organizadores acreditam que o concurso, realizado no final de julho em um prédio particular do bairro de Prado, em Montevidéu, possa ser feito de uma forma mais pública no futuro, fato que depende da aprovação do novo plano governamental. Cientes de que a Cannabis Cup do Uruguai foi realizada à beira da ilegalidade, seus responsáveis não permitiram o registro de imagens no local, exceto pelo fotógrafo da própria organização. "O ato em si era legal, mas nos preocupamos em proteger a identidade dos cultivadores", afirmou Blanco. Fontes judiciais opinaram que "se os participantes fossem surpreendidos nessa situação seguramente teria ocorrido alguma prisão devido à quantidade de droga presente, além das questões relacionadas ao cultivo". Para essas fontes, a degustação não deixa de ser "uma espécie de ato de provocação por parte das pessoas que defendem a legalização da maconha". Fonte: http://g1.globo.com/...no-uruguai.html
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