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Jovens debatem a legalização da maconha


.Loko MSC.

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Jovens debatem a legalização da maconha

A maconha é a droga ilegal mais utilizada entre os brasileiros, conforme a pesquisa realizada em 2001 pelo Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) e pela Unifesp. De acordo com o estudo, 7% já experimentaram a erva pelo menos em uma oportnidade - nos EUA, são 37%. Entre eles, e também entre pessoas que não são usuárias, como alguns entrevistados desta reportagem (leia ao lado, em "depoimentos"), cresce o desejo pela legalização da droga.

No entanto, uma decisão como esta ainda está longe de ser tomada por parte da justiça e dos governantes brasileiros. Apesar disso, o fim da pena de prisão para usuários da erva, estabelecida em 2004, foi mais um passo em direção à descriminalização da droga.

Atualmente, não há nenhum projeto sobre a legalização da maconha em andamento no Congresso Nacional. Porém, um projeto de lei do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) pretende unificar a legislação de drogas e defende a união dos ministérios da Educação, da Saúde e da Justiça para o desenvolvimento do Sistema Nacional de Política Antidrogas, para que se tomem medidas educativas e de prevenção.

O projeto de lei propõe ainda a tipificação de financiadores e traficantes de drogas (ou seja, definir exatamente quem são essas figuras, algo que ainda é nebuloso na legislação brasileira, como lembrou em entrevista a delegada Jovenessa Pace Soares, do Departamento de Investigações sobre Narcóticos – Denarc – do Rio Grande do Sul), o aumento de penas contra eles, a amenização de penas contra usuários e o estabelecimento de normas de repressão contra produção e venda de drogas.

Veja ao lado o depoimento de entrevistados sobre a legalização ou a descriminalização da maconha, tire suas dúvidas sobre a legislação atual e a origem da maconha e descubra curiosidades sobre a droga.

Legalização atual

Em fevereiro de 2004, foi aprovada no Senado a Lei 7134, que determina o fim da pena de prisão para usuários e dependentes de drogas – quem é detido e se declara usuário faz um exame toxicológico para comprovação. A nova lei dispensa a necessidade de o consumidor flagrado com entorpecentes ir à delegacia. Ele deve ser encaminhado à Justiça, onde prestará depoimento. Caso isso não seja possível, o infrator terá de assinar termo circunstanciado em que se compromete a ir ao juizado.

A pena prevista varia da advertência verbal até a prestação de serviços à comunidade. A prisão para o consumidor ocorrerá somente em um caso: quando ele se recusar a cumprir a pena determinada pelo juiz.

O delegado Walter Wagner da Silva, do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) do Rio Grande do Sul, explicou que a pena para usuários segue sendo de até dois anos de prisão, porém hoje ela é convertida para penas alternativas, como serviço público ou doações de cestas básicas, conforme a decisão do juiz.

Além disso, a nova lei acaba com o tratamento obrigatório contra a dependência química. O juiz poderá sugerir um tratamento quando achar necessário, que deverá ser oferecido gratuitamente pela rede pública de saúde.

Para traficantes, a pena varia de 5 a 15 anos de prisão, sem direito a fiança ou benefícios. A diferenciação entre eles e dependentes de drogas será feita por um juiz. Já o financiador do tráfico tem pena que pode variar de 8 a 20 anos.

Conforme o delegado Walter, é importante ressaltar que tráfico não diz respeito apenas à venda de drogas. De acordo com a legislação, oferecer um baseado a um amigo e estimular seu uso também é traficar. Além disso, consumir a droga não é crime, porém, portá-la é. Mas como fumar maconha sem portá-la? Experimentar de um amigo? Nesse caso, você estará envolvido em tráfico.

O artigo 12 da lei 6368 (Lei Antitóxico, de 21 de outubro de 1976) enquadra tráfico como importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, fornecer ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar ou entregar de qualquer forma a consumo substância tóxica entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Pena: de 3 a 15 anos e pagamento de 50 a 360 dias-multa.

Origem da maconha

Muitos pesquisadores afirmam que a maconha é originária da África. No entanto, a mais antiga referência à planta e a seu uso, no caso sob forma medicamentosa, é sua existência em um herbário, provavelmente o primeiro do mundo, de um imperador chinês e também em um livro de medicina escrito na China no ano 7000 a.C.

Historicamente, a maconha foi utilizada especialmente na Índia, no Oriente Médio e na África. Na Índia, é utilizada em rituais religiosos e, no Oriente Médio, entre a população mais pobre.

No Brasil, o primeiro registro sobre o uso da maconha data de 1564 e foi escrito por um português. Os escravos teriam trazido a droga para o Brasil neste século. No século XVII, o vice-rei de Portugal enviava carregamentos de sementes de maconha para que a planta fosse cultivada no Brasil em larga quantidade devido à sua importância como produtora de fibra. As velas das caravelas eram feitas de cânhamo. No século XIX, farmácias vendiam cigarros de maconha no país.

Fumar maconha causa dependência?

Conforme uma recente pesquisa sobre o consumo de drogas no Brasil, feita pela Universidade Federal de São Paulo, a maconha é a droga ilícita mais consumida no país. Estima-se que 3,249 mil brasileiros já experimentaram maconha pelo menos uma vez na vida. Diferentemente do que muita gente pensa, a maconha pode causar dependência. Porém, como muitos usuários fazem uso “recreativo” da maconha, ou seja, esporadicamente, esse quadro de dependência não é constatado com clareza. No entanto, acredita-se que de cada dez usuários da maconha, um se torne dependente.

Uma das substâncias da maconha é o tetra-hidro-canabinol (THC), o princípio ativo da maconha, que age no sistema nervoso central. O THC está na fumaça do baseado e chega aos pulmões, de onde passa para o sangue. Pela corrente sangüinea, chega até o cérebro, provocando a “viagem”. A maconha pode causar efeitos como prazer, euforia, alteração na coordenação motora e na memória, alteração na percepção do tempo e sintomas como boca seca, olhos vermelhos, alteração na pressão arterial e fome.

Com o uso contínuo, alguns órgãos como o pulmão passam a ser afetados mais seriamente pela maconha. Devido à contínua exposição com a fumaça tóxica da droga, o sistema respiratório do usuário começa a apresentar problemas como bronquite e perda da capacidade respiratória. Além disso, por absorver uma quantidade considerável de alcatrão, presente na fumaça de maconha, os usuários da droga estão mais sujeitos a desenvolver o câncer de pulmão.

O consumo de maconha também diminui a produção de testosterona. A testosterona é um hormônio masculino que é responsável, entre outras coisas, pela produção de espermatozóides. Portanto, com a diminuição da quantidade de testosterona, o homem que consome continuamente maconha apresenta uma capacidade reprodutiva menor.

A longo prazo, o consumo de maconha pode reduzir a capacidade de aprendizado e memorização. Além disso, o usuário pode passar a apresentar uma falta de motivação para desempenhar atividades gerais do cotidiano.

Curiosidades

Brasil

-Em uma reunião da Liga das Nações (órgão que precedeu a ONU) para discutir o ópio o representante brasileiro discursou afirmando que, no Brasil, a maconha matava mais que o ópio. Depois disso, a erva entrou na lista das substâncias passíveis de punição.

-1º de novembro é o Dia Nacional da Maconha. Tradicionalmente, manifestações em cidades como São Paulo, Brasília, Salvador e Porto Alegre pedem a legalização da droga.

-Segundo a ONU, o Brasil está entre os dez países onde foram feitas as maiores apreensões de maconha em 2003. Metade de toda a droga apreendida na América do Sul foi no País.

-Em 1987, apareceram no litoral do Espírito Santo a Santa Catarina dezenas de latas com mais de um quilo de maconha de alta qualidade. O material veio parar na areia com a ajuda da maré após tripulantes de um navio da Indonésia terem jogado o produto no mar ao saberem que autoridades norte-americanas iriam interceptar a embarcação. Várias pessoas pegaram as latas e levaram para casa. Foi daí que surgiu a expressão (hoje fora de uso) "da lata", ou seja "muito bom", ou algo do tipo.

Mundo

-No século XIX, a maconha era muito consumida entre intelectuais franceses, como Alexandre Dumas, Charles Baudelaire, Eugene Delacroix, Honoré de Balzac e Victor Hugo. Na verdade, eles fumavam haxixe, um subproduto mais concentrado da maconha, e pesquisavam os efeitos da droga no tratamento das doenças mentais.

-Durante uma convenção da ONU, em 1961, a maconha foi considerada a mais perigosa das drogas ao lado da heroína. Nessa década, o uso da maconha era amplamente divulgado entre hippies e simpatizantes da contracultura em todo o mundo. Muitas vezes, a droga "ajudava" artistas a compor músicas, criar obras de arte, desenvolver textos, peças de teatro ou dança e roteiros de cinema.

-Em janeiro de 2003, um estudo publicado pela revista High Times, especializada em maconha, lançou a tese de que muitos dos milagres atribuídos a Jesus Cristo foram feitos usando uma mistura à base de maconha. De acordo com o professor de mitologia clássica da Universidade de Boston, Carl Ruck, responsável pelo estudo, Cristo e seus apóstolos teriam usado um óleo feito com a planta para curar doentes.

-Em março de 2003, a Bélgica decidiu legalizar o consumo de até cinco gramas de maconha. A nova lei prevê limitações. A cannabis continuará sendo proibida para menores de idade e os adultos poderão ser punidos se fumarem em sua presença. Também não será permitido dirigir sob os efeitos da maconha.

-Em março de 2005, o governo britânico ordenou uma revisão de uma lei que descriminaliza o consumo de cannabis devido a novos relatórios médicos que alertam sobre seus efeitos nocivos para a saúde mental. O ministro do Interior, Charles Clarke, pediu ao Conselho Assessor sobre o Abuso de Drogas que estude os novos dados, que vinculam o consumo da cannabis a certas psicoses. Quinze meses antes, o governo mudou a classificação da cannabis, incluindo-a entre as drogas menos nocivas (categoria C), seguindo precisamente as recomendações desse órgão. A posse de drogas da categoria C, que inclui os esteróides e alguns antidepressivos, não constitui delito, ao contrário das de categoria B, como as anfetaminas, ou as da categoria A, como a heroína.

-Dias depois, também no Reino Unido, foi divulgada a notícia de que uma em cada seis pessoas do território que usam maconha como analgésico afirmaram que receberam recomendação médica, segundo uma pesquisa do Journal of Clinical Practice. Do total de mil pacientes consultados, 75% disseram que a droga aliviava seus sintomas, enquanto 45% afirmaram que a cannabis tinha efeitos superiores a alguns remédios receitados por médicos.

Saúde

-Alguns derivados da maconha possuem efeitos terapêuticos contra vômitos e náuseas causados pela quimioterapia no tratamento de câncer, ação analgésica e anticonvulsivante.

-O Canadá se tornou o primeiro país no mundo a permitir legalmente o uso da maconha para fins medicinais. Desde 2001, os canadenses podem cultivar maconha e consumir a erva se tiverem receita médica e um documento de autorização emitido pelo governo. A produção comercial e a venda da maconha para outros fins que não medicinais ainda são consideradas crime.

-Em setembro de 2003, holandeses com enfermidades graves foram autorizados a comprar maconha nas farmácias de maneira totalmente legal. A única exigência é a apresentação de uma receita médica.

Publicitário premiado fuma diariamente há 15 anos

"Acho que as pessoas em geral são muito mal informadas sobre efeitos, prós e contras do uso continuado da maconha. Nem considero o uso eventual aqui, que é bobagem de adolescente curioso. Essa desinformação, pra mim, é puro preconceito que vem de um longo tempo e do fato de que a maconha começou a ser utilizada pelas classes mais baixas da população. É reflexo do velho e dissimulado preconceito racial/social, que antes não era tão disfarçado como é hoje.

"Eu fumo maconha todos os dias há mais ou menos uns 15 anos. Durante este tempo, fiz duas faculdades (uma incompleta por opção de trabalho), construí uma reputação profissional que eu acho sólida, sou um profissional premiado e competente (prova disso é que sempre tenho trabalho, mesmo sendo free-lancer), casei e continuo casado há 10 anos (minha mulher não fuma), comprei uma casa e trabalho cerca de 12 horas por dia, senão mais. As minhas férias duram, no máximo, 20 dias por ano. Ou seja: não sou preguiçoso e não vendo tudo em casa pra comprar a droga, como se dizia (e ainda se diz por aí).

"Me considero um exemplo de como as pessoas podem ter uma boa relação com drogas leves, tipo a maconha, porque o uso que faço é totalmente inofensivo. Eu uso pra relaxar mesmo - e nisso ela é extremamente eficaz. Vale dizer que todo o exagero (de qualquer substância, mesmo refrigerantes) pode ser mesmo prejudicial ao usuário.

"Enfim, sou totalmente a favor da descriminalização porque considero a maconha uma droga leve e inofensiva. O único problema que eu vejo é que hoje, pra poder fumar, tenho que entrar em breves contatos com traficantes e me expor, de alguma maneira, a uma situação de risco. O que não ocorreria se fosse descriminalizada. A maconha tem menos poder de vício do que o cigarro, por exemplo, que tem cerca de 5 mil substâncias químicas diferentes, além da folha de fumo, e causa menos estragos à saúde do que o uso diário de bebidas alcoólicas, por exemplo. Sem falar no efeito imediato do álcool nas atitudes das pessoas. Acho até que o governo poderia ganhar algum dinheiro (e parar de aumentar impostos) se liberasse e cobrasse imposto de quem produz, vende e compra. Na Holanda, isso funciona muito bem. E o país é bem estruturado, não é um país de malucos inconsequentes."

Rui Mutt, publicitário, 38 anos.* nome fictício

Depoimentos

Um dos pontos levados em conta por muitas pessoas que defendem a legalização da maconha é que este fato provocaria a diminuição da criminalização de quem consome a droga.

Confira abaixo os argumentos dos entrevistados a favor e contra a legalização ou a descriminalização da droga.

CONTRA A LEGALIZAÇÃO OU A DESCRIMINALIZAÇÃO

"Sou contra. O problema da legalização é de se tornar acessível e tolerável em nossa sociedade assim como é hoje o cigarro e o álcool. Aquele que consome maconha tem uma grande probabilidade de passar a consumir outras drogas piores como crack, cocaína, ecstasy e heroína. E aquele papinho de que eu fumo de vez em quando e não sou dependente é a mesma desculpa que o alcoólatra dá que só bebe socialmente. E ainda aqueles que estudam a espiritualidade, sabem as conseqüências do uso da maconha no campo espiritual."

Rafaella Klauck, 25 anos, estudante de Psicologia.

"Não acho legal que a droga seja legalizada. As drogas, especialmente a maconha e a cocaína, fomentam o tráfico e geram a violências nas grandes cidades. Isso fica claro em cidades como o Rio, onde as quadrilhas se matam e matam moradores de favelas nas guerras por pontos de venda, por liderança. Absurdo apoiar algo assim!"

T. S. E, 31 anos, analista de sistemas.

"Acho que até poderia ocorrer uma diminuição de penas e da criminalização de quem usa. Mas legalizar seria muita coisa. Hoje, nas ruas, muitas vezes somos roubados por pessoas que usam o produto do roubo para comprar drogas. Não é nem pra comprar comida pros filhos mortos de fome em casa. Pra eles, devem dar uma lata de cola pra inibir a fome. A sociedade precisa encarar o problema de frente e resolver a situação. Dar educação, emprego. Legalização não é a melhor via."

Agnaldo Peres, 35 anos, engenheiro civil.

* nome fictício

A FAVOR DA LEGALIZAÇÃO OU DA DESCRIMINALIZAÇÃO

"Sou a favor da legalização. Mas o que me incomoda é justamente as pessoas (já bem passadas dos 15 anos) fumarem o tempo todo em tudo quanto é lugar mesmo sabendo que fumar é ilegal e pode acarretar problemas. No fim das contas, é uma posição muito mais egoísta do que ideológica: EU não gosto de ser obrigada a participar das sessões de fumacê dos outros, me arriscando a constrangimentos variados, desde reclamações de cidadãos indignados a blitzes e termos circunstanciados. E muitas vezes TENHO que participar, se não quiser ficar isolada, pois nem preciso dizer que é difícil hoje achar quem não fume dentro de certos círculos. Pessoalmente, também acho que a maconha deixa as pessoas muito abobadas e torna a conversa difícil".

C.O.D., artista plástica, 30 anos.

"Sobre a maconha, assim como outras drogas, minha posição é bem simples: tem que legalizar sim! E olha que eu não sou nem nunca fui usuário. Acredito que a legalização é uma maneira de acabar com o crime organizado, financiado pelo dinheiro que rola por causa do tráfico. É como a lei seca nos EUA no século passado - tudo que é proibido, é consumido e gera lucro para os criminosos. Basta legalizar: bem menos pessoas irão usar drogas e a criminalidade e corrupção da polícia no Brasil vai diminuir drasticamente."

Marcos Alexandre, Gerente de Projetos de Pesquisa de Mercado e colunista de cinema, 29 anos.

"Sou a favor da legalização. O álcool é legalizado e muito mais prejudicial do que a maconha. Duvido que se ela for legalizada teremos um caos de chapados perambulando pela cidade. Além disso, a venda legalizada poderia gerar empregos e arrecadação de impostos. Essa verba poderia inclusive ser utilizada em prol do tratamento de dependentes químicos de outras drogas ou da própria maconha. Já evoluímos um pouco separando usuários e traficantes em grupos distintos, mas ainda falta muito".

Ticiano Paludo, 31 anos, produtor musical

"A maconha deveria ser legalizada. O motivo mais óbvio é o fim do tráfico da droga. Fora isso, se a maconha fosse legalizada, seria ridículo e denunciaria a hipocrisia na qual vivemos hoje, onde muita gente fuma maconha no mínimo semanalmente, pessoas dão declarações na TV dizendo que fumam maconha e, ainda assim, é algo ilegal. Caso a legalização ocorresse, veríamos todos fumando na rua, pessoas comprando, consumindo nas praças. Pouca gente deixa de fumar por que é ilegal. Quem quer fumar mesmo, compra e fuma de qualquer jeito. Gastando muito mais dinheiro e correndo perigo ao lidar com traficantes".

Henrique Fanti, 22 anos, estudante de publicidade, não-usuário.

"Sou músico e usuário de canabis. Fumo todos os dias e para mim faz bem. A maconha faz com que eu veja as coisas de uma maneira diferente da usual, abre minha mente, aguça minha criatividade e faz pensar em meus atos como se eu me enxergasse de fora. Devo muita coisa do que sou à bendita erva. Evoluí muito às custas da mesma. É importante apenas saber usar e não ser escravo de vício algum, a partir do momento que as drogas passam ser a razão do seu viver, você precisa reavaliar seus conceitos. Sou a favor da legalização, pois acho uma hipocrisia o cigarro e a bebida (que são tão nocivos ou até mais) serem vendidos a qualquer criança na padaria da esquina e a maconha ser tão marginalizada. Eu compro minha erva com MEU dinheiro, fumo na MINHA casa, estou queimando MEUS neurônios e sujando MEU pulmão...quem tem o direito de dizer que eu não posso fumar??? A polícia trata o usuário como criminoso, às vezes o suborna ou o humilha. Todo mundo sabe que na verdade os policiais protegem os traficantes e ganham bem por isso, ou seja, quem lucra com o crime fica impune e quem aprecia fumar um beck no final da tarde corre o risco de ir pra cadeia. Afirmo que tem muita gente graúda como deputados, senadores e até governadores envolvidos com o tráfico e por isso não é legalizado, não é economicamente legal para eles... por de baixo dos panos, eles tiram mais e ninguém tem controle. Não vou cair na ladainha de dizer que em países de primeiro mundo a maconha é legalizada, pois isso todo mundo já sabe e parecem não se importar. Alô! Legalizando a maconha o crime diminui... O ponto é: em toda a história da humanidade a maconha NUNCA matou ninguém. Não existe um só caso de overdose... A maconha faz mal? SIM, faz. Mas até aí costeleta de porco e pinga também fazem... Minha vó já dizia: ‘Tudo em excesso faz mal’, seja cerveja, maconha, chocolate ou até sexo."

Roger Marx, 25, músico.

"Sou usuário freqüente há uns 10 anos. Acho a idéia da legalização ótima na teoria, mas meio perigosa em um país como o Brasil. Acho que não temos maturidade suficiente para isso. Se a sociedade fosse perfeita, ia funcionar. Mas não é, e existem problemas mais graves para serem resolvidos antes. Mas sou a favor urgente da descriminalização. É incompreensível o uso de maconha ser tratado como crime, é apenas um hábito."

A.S, músico, 27 anos

"Sou a favor da legalização da maconha. Não gostaria de dar uma justificativa unilateral, mas acredito que com a formalização do mercado de plantio e extração da planta, que pode levar ao uso da maconha em cigarro, também teremos a oportunidade de ter acesso a estudos, pesquisas e uma abertura do mercado médico e medicamentoso da cannabis. A cannabis é uma cultura altamente rentável e, lógico, rodeada de dúvidas e preconceitos. Não estou certa se a legalização aumenta o consumo, que é outra questão em torno da planta, mas acredito que o governo deve preparar-se para uma política preventiva com relação tóxicos de maneira irrestrita (que também podem ser os químicos, os laboratoriais, e os taxados de impostos - como o álcool) e enfrentar a legalização sem centralidade na drogadição. Alguns dos ganhos que me parecem claros: ordenamento do mercado - hoje relegado ao crime e marginalidade, controle do produto e do plantio, controle e segurança de direitos trabalhistas de todos que se alimentam do tráfico e produção - hoje ilegal, desmistificação de questões médicas. Repito, a legalização da maconha não pode ser discutida apenas no âmbito do uso da droga em forma de cigarro, baseado. O processo deve ser balizado no complexo de ganhos que o plantio de uma cultura pode trazer. Nos EUA, por exemplo, até dez aos atrás (mas não estou certa sobre o período correto) a maconha tinha prescrição médica para casos de glaucoma, soropositivos e terminais de câncer, pelos excelentes efeitos em calmante, estimulante de apetite e diminuição da pressão do globo ocular. Com a proibição, estudos foram estancados e pesquisadores, proibidos de publicar resultados e estimativas médicas. Uma lástima. Além disso, por mais irônico que pareça, tanto a bandeira como alguns documentos oficiais do país eram produzidos com fibra de cannabis... algo a se pensar."

M.D., 28 anos, jornalista.

"Eu sou a favor da legalização da maconha. Fumei maconha regularmente dos 15 aos 26 anos (hoje tenho 28 e não fumo mais). As razões da minha posição são várias ... o que eu posso dizer é que já tive uma relação muito íntima com esta planta, já fumei, já comi, já trafiquei, já presenteei os amigos etc. Acho que conheço um pouco do assunto. Já vi todos os tipos de relações que outras pessoas tem com ela. E junto com isso, vi o tipo de relação que as pessoas tem com outros tipos de drogas. De todas, o álcool foi a pior. E é uma droga legalizada. A começar por aí. A maconha é tranqüila, e como qualquer substância que altera o estado natural da mente, a good trip ou a bad trip depende principalmente do estado de espírito de cada pessoa. Cabe a cada um ter bom senso na hora de se entorpecer. E isso vale pra qualquer coisa que se use, inclusive o legalizado álcool. Fora as razões sociais, tem também as econômicas e ambientais. Infelizmente, com a proibição da plantação de maconha, o cânhamo, que é da mesma família (cannabis), que tem um teor de THC muito baixo (ou nem tem, não tenho a informação aqui, mas sei que não chapa), também é proibido. Mas o cânhamo é uma planta maravilhosa, de onde se pode fazer tecido, papel, combustível, óleo, etc, etc, etc. Então, alem das razões sociais que se dá pela proibição da maconha, acredito que muita gente não tá a fim de ver o cânhamo legalizado por aqui por estes motivos também. Na Europa (estou morando na Alemanha atualmente), apesar de na maioria dos países a droga ser proibida, a postura é outra. As pessoas fumam também, na maioria das vezes misturado com tabaco, ate por ser muito forte (devido a mutações) mas é tranqüilo, não vão te prender na rua por causa de um baseado. No Canadá, a maconha ainda é proibida, mas o cânhamo é legalizado. Isso já é um passo à frente. Enfim, não vejo nada de negativo nesta plantinha e, sinceramente, acharia a legalização da maconha uma evolução se acontecesse aqui no Brasil. A não ser claro, se quando isso acontecesse, proibissem as pessoas de plantarem em casa e nos obrigassem a comprar só os cigarrinhos industrializados, como a (empresa que atua na engenharia genética agrícola) Monsanto faz com os pequenos agricultores no caso das sementes de milho... isso seria uma bad trip.... por isso, tem mais aí neste assunto do que simplesmente a legalização da maconha...isso ainda vai dar o que falar..."

F.S., publicitária, 28 anos.

FONTE : http://www.terra.com.br/jovem/

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  • Usuário Growroom

Absurdo é ler isso:

"Não acho legal que a droga seja legalizada. As drogas, especialmente a maconha e a cocaína, fomentam o tráfico e geram a violências nas grandes cidades. Isso fica claro em cidades como o Rio, onde as quadrilhas se matam e matam moradores de favelas nas guerras por pontos de venda, por liderança. Absurdo apoiar algo assim!"

T. S. E, 31 anos, analista de sistemas.

O cara reclama que comprar maconha da dinheiro para o trafico e acha um absurso apoiar a legalização, vai entender.

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  • Usuário Growroom

Absurdo é ler isso:

"Não acho legal que a droga seja legalizada. As drogas, especialmente a maconha e a cocaína, fomentam o tráfico e geram a violências nas grandes cidades. Isso fica claro em cidades como o Rio, onde as quadrilhas se matam e matam moradores de favelas nas guerras por pontos de venda, por liderança. Absurdo apoiar algo assim!"

Essa é simplesmente uma alienada, nao sabe nem o q fala

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  • Usuário Growroom

em compensação:

"Sobre a maconha, assim como outras drogas, minha posição é bem simples: tem que legalizar sim! E olha que eu não sou nem nunca fui usuário. Acredito que a legalização é uma maneira de acabar com o crime organizado, financiado pelo dinheiro que rola por causa do tráfico. É como a lei seca nos EUA no século passado - tudo que é proibido, é consumido e gera lucro para os criminosos. Basta legalizar: bem menos pessoas irão usar drogas e a criminalidade e corrupção da polícia no Brasil vai diminuir drasticamente."

Marcos Alexandre, Gerente de Projetos de Pesquisa de Mercado e colunista de cinema, 29 anos.

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  • Usuário Growroom
"Sou contra. O problema da legalização é de se tornar acessível e tolerável em nossa sociedade assim como é hoje o cigarro e o álcool. Aquele que consome maconha tem uma grande probabilidade de passar a consumir outras drogas piores como crack, cocaína, ecstasy e heroína. E aquele papinho de que eu fumo de vez em quando e não sou dependente é a mesma desculpa que o alcoólatra dá que só bebe socialmente. E ainda aqueles que estudam a espiritualidade, sabem as conseqüências do uso da maconha no campo espiritual."

Argumento furado, na Holanda legalizou-se e os usuários de heroína caíram (ver superinteressante), lah o pessoal soube diferenciar ainda mais drogas pesadas de leves. E a porta de entrada se é que existe é o álcool.

Rafaella Klauck, 25 anos, estudante de Psicologia.

"Não acho legal que a droga seja legalizada. As drogas, especialmente a maconha e a cocaína, fomentam o tráfico e geram a violências nas grandes cidades. Isso fica claro em cidades como o Rio, onde as quadrilhas se matam e matam moradores de favelas nas guerras por pontos de venda, por liderança. Absurdo apoiar algo assim!"

Aff, esse aki nem se fala.

T. S. E, 31 anos, analista de sistemas.

"Acho que até poderia ocorrer uma diminuição de penas e da criminalização de quem usa. Mas legalizar seria muita coisa. Hoje, nas ruas, muitas vezes somos roubados por pessoas que usam o produto do roubo para comprar drogas. Não é nem pra comprar comida pros filhos mortos de fome em casa. Pra eles, devem dar uma lata de cola pra inibir a fome. A sociedade precisa encarar o problema de frente e resolver a situação. Dar educação, emprego. Legalização não é a melhor via."

Agnaldo Peres, 35 anos, engenheiro civil.

* nome fictício

Argumento furado tb. O cara diz que a maconha não deveria ser legal por causa da cola ou outras drogas pesadas, mas não consegue (como a maioria dos proibicionistas) achar argumetno contra a maconha especificamente. Ele nem percebe que a legalização gerará mais arrecadação ao Estado e menos gastos ao combate, sobrando recursos para investir na citada educação e/ou empregos. Sem contar tb que a legalização gerará empregos nos que produzirão a erva.

"... Acho a idéia da legalização ótima na teoria, mas meio perigosa em um país como o Brasil. Acho que não temos maturidade suficiente para isso. Se a sociedade fosse perfeita, ia funcionar. Mas não é, e existem problemas mais graves para serem resolvidos antes..." A.S, músico, 27 anos

Qual é mais perigoso o tráfico ou a legalização? Qual precisa-se de mais maturidade, combater o tráfico ou a legalização? O pessoal não gosta de refletir mesmo.

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"... Acho a idéia da legalização ótima na teoria, mas meio perigosa em um país como o Brasil. Acho que não temos maturidade suficiente para isso. Se a sociedade fosse perfeita, ia funcionar. Mas não é, e existem problemas mais graves para serem resolvidos antes..." A.S, músico, 27 anos

acho que de certa forma esse brother ta certo ..

se legalizar sem discriminar ... sei la.. tem muita gente que nao faiz dea ...

to muito loco nao consigo escreve mal ai

falo

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  • Usuário Growroom

Enquanto isso os paises Europeus desenvolvidos caminham para a legalização, é por isso que nos vamos continuar vivendo nessa bagunça generalizada, tudo aqui chega com atraso, principalmente a inteligencia.

Vamos nos esforçar pra mudar isso, e VAMOS MUDAR!

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  • Usuário Growroom
Origem da maconha

Muitos pesquisadores afirmam que a maconha é originária da África. No entanto, a mais antiga referência à planta e a seu uso, no caso sob forma medicamentosa, é sua existência em um herbário, provavelmente o primeiro do mundo, de um imperador chinês e também em um livro de medicina escrito na China no ano 7000 a.C.

Historicamente, a maconha foi utilizada especialmente na Índia, no Oriente Médio e na África. Na Índia, é utilizada em rituais religiosos e, no Oriente Médio, entre a população mais pobre.

No Brasil, o primeiro registro sobre o uso da maconha data de 1564 e foi escrito por um português. Os escravos teriam trazido a droga para o Brasil neste século. No século XVII, o vice-rei de Portugal enviava carregamentos de sementes de maconha para que a planta fosse cultivada no Brasil em larga quantidade devido à sua importância como produtora de fibra. As velas das caravelas eram feitas de cânhamo. No século XIX, farmácias vendiam cigarros de maconha no país.

Acho foda a galera não dar a minima pra isso aí..

será q daqui a alguns seculos nao vao dar a minima pro q a gnt pensa e faz agora?

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  • Usuário Growroom

a importancia da legalizacao nunca vai ser social

a galera luta pela legalizacao por motivos sociais, mas o acontecimento efetivo depende sempre a priori dos motivos economicos

isso, diga-se de passagem, num pais como o nosso

por isso a legalizacao ta tao longe de acontece aqui

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