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Festas Da Música Brasileira


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Festas da música brasileira

Juliana Girão

Da Redação

O cantor e compositor pernambucano Otto encerra a turnê MTV Apresenta Otto hoje, logo mais à noite, no Órbita Bar, na Praia de Iracema. No domingo, é a vez de Elza Soares voltar a Fortaleza com o show Beba-me

http://www.opovo.com.br/opovo/vidaearte/758297.html

12/01/2008 00:27

(Divulgação) Otto Maximiliano Pereira de Cordeiro Ferreira, cantor, compositor e percussionista pernambucano, se descreve assim: demasiado intenso. Ex-integrante de duas das mais prestigiadas bandas da cena mangue beat, Nação Zumbi e Mundo Livre S/A, Otto fala o que pensa e faz o que diz. Vive sem o prefixo "ex", apresenta música própria, que "não vende nem troca", como ele mesmo diz, e canta Street Cannabis Street. De quebra, faz das suas apresentações um verdadeiro ritual de dionisismo. A exceção de Bob (Ela é do tempo do bob lá do pina de Copacabana), hit que tocou nas rádios brasileiras, suas músicas não costumam entrar nas estações de FM. Mas, segundo ele, não faz mal. "A grande massa nunca será meu objetivo. Unanimidade jamais. Faço música popular de qualidade", pontua, em entrevista por e-mail. O grande público o conhece, infelizmente, não exatamente pela música. Ele é casado com a atriz global Alessandra Negrini, com quem tem uma filha, Betina.

Amante do palco - com o qual diz ter uma relação espiritual e profunda -, Otto exerce carisma sobre seu público fiel e arranca elogios da crítica. O rapaz de olhos azuis e pele clara, nascido no sertão pernambucano, radicado no Rio de Janeiro e descendente de holandeses, faz poesia contemporânea, nordestina e universal. Suas canções falam de anjos de asfalto, cirandas de maluco, cafés pretos, dias de janeiro, histórias de fogo e tevês a cabo. Misturando candomblé, eletrônica, mangue beat, samba de breque, ska, música regional e música cubana, ele completa 10 anos de carreira solo com a trilogia Samba Pra Burro (1998), Condom Black (2001) e Sem Gravidade (2003). O show de conjunto da obra o cantor traz no DVD MTV Apresenta Otto, gravado no Bar Avenida, em março de 2005, em São Paulo. Otto encerra a turnê deste trabalho de retrospectiva hoje, logo mais à noite, no Órbita Bar, na Praia de Iracema.

Quando questionado sobre o uso de drogas, Otto não se faz de rogado e se mostra condizente com o que canta. "Tenho minha visão particular e concreta deste assunto. Diria que a pior droga é seu estado de espírito. Muitas estão sendo vendidas em farmácias com receita médica. Quanto ao processo criativo, a droga vai sempre atuar, seja consumindo ou não consumindo. Eu adoro a marijuana, ela é natural e às vezes perfeita", diz.

O POVO - Em Fortaleza, anuncia-se que este é o seu último show do DVD "MTV Apresenta Otto". Este trabalho foi uma espécie de retrospectiva da sua trajetória solo. Com isso, você acredita que fecha mais um ciclo na carreira?

Otto - Esse trabalho foi um convite da MTV, é uma retrospectiva pois abrange meus três álbuns. Acho que abri um novo ciclo. É um trabalho bastante especial... feito com muita alegria ... minha e de toda a banda.

OP - Como você definiria a música que você faz hoje?

Otto - Faço música contemporânea, brasileira, universal... Tenho música própria, original. Não vendo nem troco. Especial mesmo. Desculpe a imodéstia. Tenho muito prazer com ela...

OP - Quando você lança material novo? A banda que está com você permanece?

Otto - Esse ano sai o Certa manhã acordei de sonhos intranqüilos, meu quarto álbum. Estou agora finalizando. A banda ela sempre muda, mas sempre com as mesmas pessoas. Tenho sempre uma rotatividade de amigos. Digamos que tenho grandes amigos e grandes músicos bem próximos. Só aí da sua terra já trabalho há anos com sete, quatro fixos e três substitutos.

OP - Você acredita que sua música cumpre algum papel social?

Otto - Ela cumpre vários papéis. Minha poesia é contemporânea, nordestina e universal. Adoro conversar com as pessoas que gostam do meu trabalho, que admira minha pessoa. Sinto forte em representá-las. E elas vêm de todos os lugares. Cada vez mais acredito que a arte mude. Passo a passo, pouco a pouco, tenho orgulho disso.

OP - Como cidadão "classe média morador do Leblon", conforme você mesmo se definiu, você acredita que a descriminalização das drogas é um caminho viável para diminuir os índices de violência?

Otto - Primeiro acho que descriminalizar já é uma palavra difícil de assimilar. Liberar parece que é virar zona. Então eu acho que o mais importante são os fatores que levam o Brasil a esta zorra, que ninguém se entende. Temos culturalmente um esvaziamento de pensamento. Fomos politicamente arrasados. Perdemos várias gerações e isso fez com que virássemos este barco sem rumo. Vivemos a tragédia disso tudo. No momento, acho que estamos atordoados com toda tentativa de se fazer algo. Sinto que a melhor coisa que nos aconteceu foi estarmos sendo governado por alguém extremamente democrático, e que algo está mudando dentro do abismo social. Talvez, a partir daí, possamos até pensar maior...de resto é aguardar uma melhoria da pobreza, da miséria e tudo mais. Acredito muito em Lula.

OP - Como você vê a relação entre o uso de drogas e o trabalho criativo e artístico? Você acredita que há preconceitos? Você usaria algum tipo de droga para se apresentar no palco, por exemplo?

Otto - Olhe, discutir as drogas é bem relativo. Tenho minha visão particular e concreta deste assunto. Diria que a pior droga é seu estado de espírito. Muitas estão sendo vendidas em farmácias com receita médica. Quanto ao processo criativo, a droga vai sempre atuar, seja consumindo ou não consumindo. Eu adoro a marijuana, ela é natural e às vezes perfeita. Quanto ao preconceito, qualquer que seja é ruim. O pior é quando o doidão condena o careta. Isso é muito chato mesmo, mas a droga faz parte do homem. Veja bem a relação com o álcool, essa vem acabando muita alma e lares e tá aí vendida em qualquer esquina. Por isso a cabeça é que tem que estar saudável. Eu gosto de beber...eu gosto de tudo um pouco ou muito... felicidade é que é bem difícil.

OP - Por fim, quais os seus planos para 2008?

Otto - Este ano vai ser um ano especial. Tenho disco, livros e viagens. Tem meu programa na MTV (Viagem ao Centro do Brasil) que devo fazer a segunda temporada. Tenho vários shows fora do Brasil e dentro do Brasil. Começo o ano em plena Fortaleza, verão, com meus amigos e meu público. Tenho hoje uma ligação muito forte com o Ceará. Tenho tido a vivência com pessoas especiais, talentosas desta terra, a quem respeito muito. Rian, Junio Boca, Beto, Regis, Dustan e o meu parceiro e grande músico Fernando Catatatu, o Cidadão Instigado, por isso que esse show por mim é visto como uma celebração, uma festa. A festa de minha banda e de minha música.

SERVIÇO:

Show "MTV Apresenta Otto" - Neste sábado, 12, a partir das 21 horas (horário de abertura da casa), no Órbita Bar (Rua Almirante Jaceguai, 81 - Praia de Iracema). Ingressos: R$20 (antecipado+1kg de alimento) e R$25 (no local+1kg de alimento). Vendas nas lojas Chilli Beans. O show de abertura vai fica a cargo da banda Breculê. Informações: (85) 3453.1421.

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