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O Consumidor Do Consumidor


MaldororBR

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  • Consultores Jurídicos GR

O consumidor do consumidor

14/11/2008 disponível em http://oglobo.globo.com/blogs/sobredrogas/...40249&a=544

O pseudo-pleonasmo que associa traficar drogas à violência urbana é coisa nossa, da América do Sul, praga maldita oriunda da Colômbia, no fim dos anos 70. Pelo menos lá eles tinham motivação política, coisa que só nos dias de hoje pode-se admitir do lado de cá. O crime aqui, agora, é engajado, tem aspirações político-econômicas, além da desculpa social. Modernizou-se. Nos Estados Unidos e na Europa, os traficantes não ostentam poder nem dinheiro. Até porque não estão com essa bola toda. Evidentemente que têm seus lucros, suas lavanderias e seus esquemas. Vivem disso. Mas não desfilam com fuzis ou granadas nem bloqueiam avenidas. Não incendeiam ônibus nem atacam delegacias. Os traficantes de lá também não controlam o transporte comunitário. É claro. Os traficantes daqui precisam fugir da polícia e encarar a milícia, o novo pesadelo das autoridades. Talvez por isso, ao enfrentar duas forças de segurança (uma do bem, a outra do mal) , justifique o armamento de guerra adquirido nesses últimos tempos. Mas não as mortes. A morte não se justifica. E eles matam mesmo.

A palavra milícia era ligada às FARC, há dez, quinze anos - pelo menos. Hoje, associamos a Jerominho, Liga da Justiça, Natalino. O Comando Vermelho era Escadinha, Rogério Lemgruber, Professor, Zé do Bigode. Hoje é Beira-Mar, Elias Maluco. Esses últimos, dois infelizes, dois criminosos cruéis, atacadistas e que a sociedade insiste em deixar morrer neles a responsabilidade e autoria da atividade de traficar entorpecentes. As drogas vêm de fora. De fora. São policiais corrompidos, políticos corrompidos, motoristas corrompidos, desempregados corrompidos (mulas), sociedade corrompida. O traficante, não. Ele não se corrompe mais, porque é assumidamente um bandido. É um criminoso que percebeu no tráfico de drogas a fonte de ganhar dinheiro. Como via antes em assaltar bancos e residências. Como outros entendem que fraudar a Previdência é mais lucrativo. Tenho certeza que , se o traficante pudesse, roubaria milhões dos cofres públicos, utilizando apenas um telefone celular, uma conta bancária acessada pela internet e a canalhice digna de poucos. Mas o traficante do morro, sem estudo, não pode. Ele tem que ser realista, entender que é miserável, que a sua fome não se mata com comida. Ele quer se auto-punir e nos leva junto. Ora, para quê ele iria viver armado, fugindo da polícia, vendendo o que é proibido, descontando a raiva e a revolta da infância contra si? Porque ele foi corrompido antes de todos. E essa revolta, esse ódio acaba m respingando na sociedade, os jornais nos informam. Mas nunca saberemos a dor que não sai nos jornais.

O status almejado pelo traficante é uma auto-suficiência, uma prova para si mesmo que ele pode vencer na vida, não importa o método. Ele não quer aceitar a miséria que o acompanhou durante toda a vida. É na adolescência que ele se vende, que ele se rende. Na idade frágil. São seduzidos pelo poder, pelo dinheiro. São programados para odiar o outro, o inimigo, o alemão, o playboy, o coroa, o bacana, a piranha. Por isso eles morrem cedo. E não importa se tem bala perdida que mata trabalhador, que faça chacina de inimigos, que se mate policiais, jornalistas. É ele contra ele e a gente paga o preço. Sem dúvida, consumir drogas financia o tráfico. Os usuários devem refletir sobre isso. Os que não usam drogas fazem o quê enquanto isso? Se não houvesse consumo, não haveria o comércio. Isso é verdade. Mas, e o traficante do morro, traz de onde? Como chegam as drogas aos morros? Com entra a droga no Rio, no Brasil? Digo isso independentemente de Pedro Juan Caballero ou Ponta Porã, que estamos cansados de saber que é uma das mais manjadas rotas do tráfico internacional. É agir. Essa é a questão. Mas não termina aí, não! As pessoas encerram a discussão no matuto. Ponto. O traficante é o consumidor do consumidor. Vocês querem que ele pare de consumir? E então?

*Bruno Quintella é jornalista e filho do também jornalista Tim Lopes, morto por traficantes do Complexo do Alemão em junho de 2002 quando produzia reportagem pela TV Globo

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  • Usuário Growroom

Esse discurso neo-liberal ta por fora.

Já perdeu todo seu glamour porque nós usuários sabemos que não é o tráfico que financia a droga, mas a proibição.

Chega!! desse papo de que o culpado é o traficante ou usuário o culpado é o governo que quer proteger seus interesses ( ou de grandes cooporações), assim como se acaba com o usuário por essa lógica acabaria o tráfico, mas nós somos GENTE! temos carne temos ossos, a proibição é só uma carta borrada lá no fundo da gaveta do general ou presidente tanto faz, e seguindo a irracionalidade da proibição nós seguimos matando uns aos outros.

e viva a hipocrisia.

e agora FOGO NA BOMBA!!!

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  • Usuário Growroom

Tem Razão Na Bruxa,

Discurso proibicionista disfarçado... De início culpa o Sistema, mas no Final, coloca a culpa nos peixes pequenos... E ainda nos coloca no mesmo patamar dos traficas em relaão a culpa pela situação que stá hoje aí...

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  • Consultores Jurídicos GR
Tem Razão Na Bruxa,

Discurso proibicionista disfarçado... De início culpa o Sistema, mas no Final, coloca a culpa nos peixes pequenos... E ainda nos coloca no mesmo patamar dos traficas em relaão a culpa pela situação que stá hoje aí...

O pior, é que esse ponto de vista é compartilhado ainda por grande parte da sociedade.

A Lei de tóxicos "manda" tratar o farmaceutico que vende remédio sem receita como traficante. E manda tratar quem compra como usuário. Qual a diferença?

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.

E uma para quem nunca se tocou... Fumar com amigos dá, teoricamente, pena de tráfico:

Art. 33. § 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

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  • Usuário Growroom

Pois é, esse garoto precisa assistir o filme Bope. Porque é um dos retratos mais fieis da realidade do morro. Alguns não entenderam, mas naquele filme os culpados pela violencia é a propria policia, ja que a guerra só acontece quando os pms sobem o morro. Enquanto os tiras estão fora, o que acontece? Nada! Mas quando sobem acontece a reação armada, civis morrem, etc...

Não to defendendo o traficante, mas o fato é que ele é um produto da proibição. E a reação armada é gerada pela propria ação da policia. Se os pms não subirem o morro, não havera tiroteio

E a violencia de forma geral é resultado da desigualdade. Sempre que a miséria e a fome for colocada frente a opulencia e o luxo, vai haver revolta, e consequentemente... violencia! Até porque, esses abandonados pela sociedade que se tornam traficantes e ladrões, sempre foram tratados com violencia e não conhecem outra linguagem. Mas, enquanto os violentados são eles, ta tudo certo..., quando eles reagem e incomodam a sociedade, aí é um deus nos acuda...

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  • Usuário Growroom

É a lei tem dessas, mas aqui cumpre-se o que se quer...

Teoricamente, sou traficante desde moleque, porque canso de dar fumo pra um monte de gente (minha sogra, meu cunhado, hehehe)...

Acho que o que provocou essa imagem, foi o Governo, tendo feito aquela campanha (infeliz) hiper impactante, com direito a latrocínio, muita arma e violência. Nessa, o usuário que era o culpado, se a gente não consumisse, os caras não faziam a violência. É triste, mas é isso que a campanha mostra... Queimou nosso filme mais ainda... Ficou igual ao velho discurso Policial, de que damos dinheiro pra eles tomarem tiro...

País Ridículo... Povo manipulado... Infelizmente, a maioria do povo, é muito manipulável...

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  • Usuário Growroom

Eu não entendo por que eles acham que todos devemos usar as mesmas drogas!

Ele toma um trago eu fumo um baseado!!!

Quem financia é o estado que mantém o produto proibido mesmo sabendo que há uma quantidade infinita de usuários, e impossível de ser eliminada!

Pior de tudo, é que mesmo que esse cara tenha razão... Porque não podemos plantar? Porque não é permitido fuma somente o que tu planta?

Assim também eliminaríamos o mercado! E manteríamos nossa liberdade!

Portanto, voltamos à conclusão de que quem financia o tráfico é o estado, com políticas publicas arcaicas, paternalistas e autoritárias!

Porra podia estar cobrando impostos do mercado de drogas que é gigante!

Mas não, preferimos colocar toda a sociedade em uma situação de horror, gastar dinheiro e vidas pra combater algo que podia estar gerando renda e empregos!

Não adianta dizer que é um mercado mórbido ou sei lá o que, um mercado que cause danos à sociedade, por que isso existe aos milhares, petróleo, cigarro, álcool e uma caralhada de indústrias que destroem nosso planeta. Exemplo recente e geograficamente perto, a contaminação por urânio na Bahia.

[http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL854091-5603,00.html]

E droga, ainda é uma opção pessoal, enquanto tu não beber e mata 4 com o carro... tu não pode ser punido!

No máximo se tu ficar muito dependente e começar a causar danos aos outros (ex. família) pode sim ser encaminhado a algum tipo de tratamento!

ta, parei por aqui! :fuma:

flow

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  • Usuário Growroom
O crime aqui, agora, é engajado, tem aspirações político-econômicas, além da desculpa social. Modernizou-se. Nos Estados Unidos e na Europa, os traficantes não ostentam poder nem dinheiro. Até porque não estão com essa bola toda.

Será que esse cara é burro ou mal informado? E a máfia ao redor do mundo? Ah, já sei ele acha que quem usa terno não é criminoso. Só pode...

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  • Usuário Growroom

Galera, esse lance de usuário financiar o crime surgiu nos EUA... eles falavam que comprar drogas financiava as organizações terroristas... e o pior é que o trafico de papoula aumentou no afeganistão depois dessa guerra.... O South Park chegou a fazer um epsódio sobre esse tema, foi o My Future Self ou algo assim. Essa idéia é tão absurda... eu tava lendo os comentários do O GLOBO e achei um muito bom: Quem compra produtos da marca Eucatex financia o Malluf ? E se financia, cadê o retorno, os dividendos e etc ?

Ser consumidor é bem diferente de ser financiador, patrocinado, investidor..... nunca que uma dola de R$10 ou mesmo de R$50 vai financiar o trafico, na pior das hipoteses ele vai sustentar o trafico.

É mais facil o traficante financiar um peso de pó em 2 ou 3x pro viciado que o viciado emprestar dinheiro pro cara ir comprar a droga... isso dae que é financiamento...

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  • Usuário Growroom

Enviado por Rodrigo Pinto - 14/11/2008 - 22:15

Cabral mantém discurso mofado para política sem resultado

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Propostas,onde estão as propostas? Se não as vejo, devo crer que o mundo não

precisa mais de novas idéias? Porque, diante de uma apreensão recorde de cocaína em uma favela do Rio, constatar que a retórica das autoridades é um resumo magrinho da falta de criatividade na gestão pública me dá uma tristeza profunda. O burocratas do Governo do Estado se apressam em afirmar que o enfrentamento (guerra mesmo, só que no quintal da casa dos pobres) vai continuar. O governador, de quebra, critica frontalmente (mas sem dar nomes, o que, a meu ver, imprime o temor de um debate mais aberto) "os sociólogos de plantão", que, segundo ele, sonham com o impossível: "uma solução da segurança pública sem disparar um tiro". Quem, governador, sonha com isso? Só, talvez, em seu discurso, vazio de sonhos, como o senhor admite. Estes sociólogos pedem paz. Eu peço paz. É sonhar muito alto? Ou deveríamos

nos contentar com o pouco que a atual política de segurança nos dá? Essa é sua melhor idéia?

A única política que tentamos no Brasil para deter as mortes provocadas pela guerra entre polícia/ traficantes/milícias tem sido o enfrentamento. E lá se vão anos, vidas e vidas de bandidos, policiais e inocentes, sem que nada indique uma mudança. Sem falar no indício mais constrangedor da falência deste modelo que Cabral insiste em defender: a venda e o consumo de drogas não parecem sofrer qualquer abalo. Se fizéssemos uma transposição para a economia, seria como manter uma política que provoca o agravamento da pobreza. Que modelo econômico resistiria a isso em democracias consolidadas? Taí o sucesso do plano brasileiro de estabilização para provar que vale mudar modelos, abolir regras, criar outras, em busca de resultados melhores. Tem que dar resultado. Onde estão os resultados? Mais apreensões podem significar mais volume sendo traficado. O governante alardeia seus números e o tráfico multiplica os zeros à direita em sua contabilidade. O preço das drogas subiu? Tenho informação de que não. Ou seja, a repressão à oferta não mexe nos preços praticados. Patético. E a venda, o negócio da droga, vai de vento em popa no vácuo de idéias novas.

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Ao contrário da direção para onde aponta o governador, nem no Brasil, nem nos Estados Unidos, nem na Colômbia (onde, apesar dos bilhões investidos, as plantações da coca que será exporta em parte através dos "parceiros" brasileiros vêm aumentando) o enfrentamento sozinho deu resultado. Aproveito aqui para questionar o artigo do colega Bruno Quintella. A meu ver, não é o uso de drogas que financia ou, usando um termo mais claro, faz o tráfico existir. É o modelo econômico vitorioso dos traficantes diante do engessamento das idéias e do estado. O tráfico resiste muito bem às investidas das polícias porque tem, sim, clientes. Mas, principalmente, porque tem na ilegalidade seu maior poder de barganha, de pressão, de valorização de preço de seus produtos. E assim, faz dinheiro de sobra para subornar autoridades (quantos casos já vimos?) e irrigar outro grande negócio, a indústria de armas (cuja permanência no pais teve apoio do povo no referendo de 2006, lamentavelmente). Dessa equação resulta o absurdo: volta e meia, traficantes são elevados a inimigos públicos número um. Burrice, o estado não pode se igualar a garotos cheirados portando armas pesadas. Se o uso financia a violência, deveria haver violência mudo afora. Mas mundo afora se consome droga e a guerra fica restrita a alguns lugares como Brasil, Colômbia, Afeganistão. Ou seja, a guerra é sempre na periferia, do mundo ou do Rio.

Se Cabral não quer ver povo e governo sentindo as insuportáveis dores desta violência, que apresente idéias novas, porque nós o colocamos lá,

onde ele está, para fazer diferente, inovar. Afinal, os resultados anteriores eram muito ruins. E o tempo está passando, sem avanços. Como sugestão, recomendo ao governador que se permita sonhar, sim, porque sem sonhos não se constrói absolutamente nada. Hoje, o que vemos é a reprodução de um jogo escravocrata em que a polícia (gente de renda e escolaridade baixas, em grande parte negros e mestiços) faz o

papel dos velhos capitães do mato, atrás dos insurgentes traficantes-favelados (renda e escolaridade baixas, em grande parte negros e mestiços) em nossos morros. Qual a novidade? Qual a inovação? Qual o sentido de renovarmos nossa política com jovens líderes como o atual governador se falta uma saída criativa, que nos alimente com a esperança que, aparentemente, só em NOSSOS sonhos podemos encontrar?

Governador, com todo o respeito, mude o disco.

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  • Usuário Growroom

Com certeza o fato do autor do artigo ser filho de um reporter que foi brutalmente assasinado por bandidos, tem um envolvimento emocional bem grande, mas só fui ver isso no final e o que dificulta agora eu chamar o cara de bossal e que fez um discurso demasiadamente longo e que no ultimo paragrafo faz um desfecho com diversas perguntas e termina com .....O traficante é o consumidor do consumidor. Vocês querem que ele pare de consumir? E então?

E então??? E então... tem que legalizar!!!

apontar os problemas é bem facil..

Ser consumidor é bem diferente de ser financiador, patrocinado, investidor..... nunca que uma dola de R$10 ou mesmo de R$50 vai financiar o trafico, na pior das hipoteses ele vai sustentar o trafico.

muito boa essa sua analisse Weed!!

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