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  • Usuário Growroom

Quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Polêmica

Primeiramente gostaria de informar-lhe que a juventude socialista definiu em seu último congresso nacional, no Rio de Janeiro, defender a juventude contra a repressão policial sob o pretexto da cannabis, tendo em vista sua larga aplicação terapêutica em doenças como pressão intraocular, glaucoma, bem como doenças degenerativas como HIV e câncer que, como disse, possuo. Vários países possuem legislações abertas à cannabis por meio da prescrição médica, pois não existem melhores elementos químicos para administrar tais enfermidades. A legalização da cannabis acabaria com a violência impetrada, bem como o tráfico que se organiza porque a legislação como se apresenta proporciona lucros fenomenais. Portanto, estou defendendo a posição de minha organização.

Em qualquer drogaria vc encontra substâncias análogas bem mais nocivas à saúde. De fato o problema de droga no Brasil muito mais diz respeito aos antidepressivos, os psicotrópicos, os barbitúricos, e uma série de remédios aos quais, em geral, a terceira idade é viciada pelo mercado oficial das drogas. O álcool então, sem dúvidas, é o grande responsável pela destruição em massa de pessoas nas periferias, povoando de crimes os jornais todos os dias.

Sua revolta pode ser debatida tranquilamente, com mãos na ciência e na história. Os dados são claros e recomendo-lhe o filme Grass feito pela super-interessante sobre a história da maconha, que até 1920 foi líder mundial na produção de tecidos. Aliás, quem instalou a cannabis no Brasil foi a coroa portuguesa, quando em 1783, buscando sair do monopólio inglês (a Jamaica era colônia da Inglaterra), criou a Real Feitoria do Linho Cânhamo, com fazendas em Pelotas, Ganguçú e no Norte do Brasil.

Mesmo em Florianópolis, quando chegaram os açorianos, suas primeiras culturas plantadas foram a mandioca e a cannabis, para a confecção de tecido e principalmente corda, tão necessária as práticas de pesca. As caravelas que aportaram no Brasil tb eram feitas de cânhamo.

Ajudei, em 1995, a tese do professor emérito de Filosofia e História da USP, Henrique Carneiro, em sua tese Filtros, mesinhas e triacas, as drogas do mundo moderno onde descreve detalhadamente a formação de cada nação, sua ligação com determinada religião e o papel que as drogas jogaram em cada uma delas. Nós, de tradição judaico-cristã, tivemos desde o altar da igreja o incentivo ao álcool, o sangue de Cristo. Já nos países mulçumanos vc pode fumar livremente haxixe nas ruas, mas se beber um copo de álcool te cortam o pescoço. Filmes como 1842 demonstram como era a tática empregada para obrigar os índios a se viciarem no álcool, coisa que ainda provoca uma catástrofe no meio.

Os USA, de origem inglesa e portanto protestante, proibiu o álcool até 1916, quando Henry Ansilinger, se tornou chefe do departamento antidrogas. A proibição do álcool causou aquilo que acontece com qualquer produto proibido: tráfico, lucros exorbitantes e a maior máfia constituída até então, Al Capone. Quando a violência não tinha mais como ser controlada, decidiram legalizar o álcool e junto com isso proibir a cannabis, o que lhe garantiria a liderança no mercado de tecidos por meio do algodão e mais tarde o nylon, além de um argumento para reprimir mexicanos e latinos.

A campanha norte-americana produziu, década a década, mitos: a cannabis é a droga do demônio; é a droga dos comunistas; é a droga dos mexicanos criminosos; uma única tragada e vc pode virar gay; uma única tragada e vc pode enlouquecer e até matar. Balela. Até o Buda se alimentava de sementes de cannabis. E o que dizer de Chico Buarque, Gilberto Gil e outros tantos gênios? Prendê-los?

Me chamaram de idiota, sem me conhecer ou argumentar sobre o tema. A cannabis é a planta com maior superávit fibroso da natureza e isso tem larga aplicação na resino química (para produção de plástico, borracha, tijolos para construção civil etc) com a possibilidade de produzir, por exemplo, válvulas ou veias que, ao contrário dos derivados do petróleo, não são rejeitados por transplantados.

Respeito a opinião de vocês, mas enquanto não olharem no microscópio, enquanto não decompuserem o THC no laboratório, enquanto não estudarem as sinapses e o efeito na condutibilidade elétrica aferida no tele-encefalograma, quem corre o risco de dizer idiotices são vcs.

Por isso aconselho aquilo que Giordano Bruno aconselhou a quem o queimou por dizer que a Terra era redonda e não o centro do universo: olhem o telescópio.

Coloco-me à disposição para prosseguir o debate, e convido-o Dênis, para tomarmos um café e quem sabe, porque não, vc vir a ser presidente um dia da JS.

Cordialmente,

Lucas de Oliveira

Presidente da JS/PDT Florianópolis

Ps: queiram ou não a lei esta mudando no mundo todo, como mudou no Brasil (lei 11343/2008). A tolerância, a paz e o amor vencerão o ódio e a desinformação.

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