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Maconha: Guerra Inútil E Proibição De Efeito Social Devastante, Concluem Especialistas Da Oxford University Press


bong420

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  • Usuário Growroom

No planeta e por baixo, 190 milhões de pessoas fumam maconha com regularidade.

Para as Nações Unidas e segundo estabelecido em vestuta convenção de 1961, ainda em o vigor, o consumo lúdico-recreativo da erva canábica, e dos seus derivados, precisa ser criminalizado.

O Brasil segue essa proibição à risca.

A nossa legislação, que é nova, apenas substituiu a pena de prisão (privação de liberdade) pela sanção restritiva de direitos como, por exemplo, a prestação de serviços à comunidade.

Em outras palavras: no Brasil, aquele surpreendido na posse de maconha para uso próprio é um criminoso, apesar de tratar-se de uma questão sócio-sanitária e que deveria ser regulada administrativa e não criminalmente.

Hoje, e já disponível nas livrarias virtuais, foi lançado, na Inglaterra e EUA, o aguardado livro intitulado “Cannabis Policy: Moving Beyond Stalemate” (Políticas sobre a cannabis: ultrapassar o impasse). Em breve, sairá a versão em francês e italiano.

A obra reúne artigos de respeitados especialistas da Oxford University Press e um convidado da Maryland University.

Os textos explicam porque as prisões de usuários de maconha, –na Grã Bretanha, EUA e Suíça–, não alcançaram nenhum efeito dissuasivo: a demanda só aumenta.

Para os especialistas, a guerra à maconha é inútil e economicamente cara. Em alguns casos, desenvolve-se com abuso de poder por parte das autoridades governativas e, assim, provoca efeitos sociais devastantes.

Para o professor Peter Reuter, docente de ciências políticas junto à universidade de Maryland, “chegou o momento de os governos de todo o mundo reverem as políticas sobre a cannabis”.

Parêntese: este blog Sem Fronteiras não sabe informar se o professor Reuter é discípulo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) que, depois de dois mandatos e no curso do segundo do presidente Lula, evoluiu da posição criminalizante e punitiva do usuário com pena de prisão para uma linha progressista, de legalização do consumo.

Apelidado ironicamente de Farol de Alexandria (uma das sete belezas do mundo antigo), por iluminar e conduzir para longe dos escólios os navegantes inábeis, FHC tenta voltar à ribalta, embora sem proposta sobre a regulamentação da liberação: nem ao menos informa se o monopólio do plantio e venda será pelo estado: o apelido de Farol de Alexandria foi dado pelo jornalista Mino Carta, diretor de redação da revista Carta Capital.

A propósito de regulamentação de mercado, o professor Reuter explica: “Os governos deveriam desenvolver políticas responsáveis para administrar a oferta, ao invés de deixar proliferar um enorme mercado informal. Aquilo que é preciso estabelecer é uma maneira mais segura pela qual as pessoas possam adquirir a substância. Não se pode deixar isso para o mercado informal, pois este está a ofertar uma substância sempre mais potente”. Trata-se, esclarece Reuter, de uma questão central , ou seja, deve-se regulamentar com precisão o mercado de oferta da cannabis.

Como se percebe, os argumentos de FHC são superficiais e surrados. Estão envoltos por esmalte sem brilho, de quinta, e têm a profundidade de um dedal de costureira de falange curta.

Sobre experiência de oferta regulamentada, registro que o governo do Canadá, há mais de cinco anos, cultiva e oferece, para finalidade médico-terapêutica, maconha a pacientes: o princípio ativo (THC) é controlado.

PANO RÁPIDO. A criminalização da posse da maconha para uso próprio representa uma grande fonte de renda, como já escrevi em longo artigo sobre a “Economia da Cannabis”. O Marrocos, por exemplo, tem uma economia dependente da maconha.

Se alguém tiver dúvida sobre a economia movimentada pela erva canábica, aconselho dar uma passada numa dessas modernas bancas de jornais. Lá, o leitor encontrará, para venda, caixinhas importadas de papel gomado e cortado.

Para que serviria tal papel gomado, de exportação e em caixinhas de várias cores e marcas ?

Um “adolescente senil” (mais de 60 e menos de 70 anos de idade, nos meus cálculos) explicaria tratar-se de substituição da velha palha, muito usada na elaboração de cigarro de fumo de corda, por tabagistas inveterados.

–Wálter Fanganiello Maierovitch–

FONTE: http://maierovitch.blog.terra.com.br/2010/01/28/maconha-guerra-inutil-e-de-efeito-social-devastante-concluem-especialistas-da-oxford-university-press/

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