Coluna - Airton Monte - Ora, Drogas

[HighFlyer]

Não foram poucos aqueles que me procuraram no curioso afã de saber qual a minha desimportante opinião sobre as declarações do conhecido político Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul, a respeito da maconha e que causaram um certo impacto na mídia. O caso é que, durante uma palestra, Sua Excelência ousou defender um tratamento mais tolerante para a “erva maldita” em comparação com outras drogas consideradas mais nocivas à nossa estudiosa juventude. Claro que a referida autoridade negou veementemente haver fumado um só baseado na vida, afirmando que na sua época de jovem não tinha experimentado a marijuana menos por falta de vontade e mais por sua atividade política, pois vivendo na clandestinidade era preciso obedecer algumas regras básicas de segurança. E completou: nunca fumei, mas dizem que é muito saboroso.

Quer dizer, deu uma de Bill Clinton, que ao declarar-se sobre o mesmo assunto, confessou haver fumado, mas que jamais tragou. Falando por mim, espanto nenhum provocou-me a fala de Tarso Genro, apesar de saber que a legalização do uso da maconha ainda é assunto por demais controvertido tanto no Brasil como em outros países, uma discussão que ainda vai demorar muito para se atingir um consenso entre defensores e os contrários à legalização da cannabis. A Cannabis sativa é a substância ilícita talvez mais usada em nosso país. Seus efeitos euforizantes são conhecidos pela humanidade há não sei quantos milhares de anos e o seu uso para fins medicinais foram reconhecidos no século XIX, principalmente como analgésico, anticonvulsivante e no combate à insônia. Mais recentemente, a maconha tem sido experimentada no tratamento do câncer e estimulador do apetite em portadores de Aids.

Para quem desconhece, os efeitos adversos mais graves que acometem seus usuários são decorrentes da inalação das mesmas substâncias cancerígenas encontradas no tabaco convencional. Portanto, os fumantes de maconha correm idênticos riscos que ameaçam os tabagistas de serem vítimas de doenças respiratórias crônicas e câncer de pulmão. Alguns estudos de pesquisadores relatam que os maconheiros crônicos também podem sofrer de atrofia cerebral, tornarem-se mais suscetíveis a convulsões, danos cromossômicos, diminuição das defesas imunológicas, distúrbios na produção de testosterona e desregulação dos ciclos menstruais. Entanto, deve-se ressaltar, a bem da verdade, que a associação comprovada entre tais mazelas e o uso da maconha ainda é bastante duvidosa, segundo os cientistas que pesquisam incansavelmente o tema em pauta.

Entanto, no meu modesto entendimento, não existem drogas leves ou pesadas, quer sejam lícitas ou ilícitas. Acredito que droga é droga, pura e simplesmente. Não me vejam como um defensor, um apologista seja da maconha ou da aparentemente inofensiva cafeína. Defendo, sim, o sagrado direito que todo ser humano tem de fazer com seu corpo o que dele bem quiser, desde que não faça mal nenhum aos seus semelhantes. Creio existirem pessoas que não podem usar drogas porque mudam seu comportamento para pior. Assim como há aqueles que não podem dirigir, porque mesmo completamente sóbrios, quando pilotam um semovente transformam-se num verdadeiro perigo social. Se eu já usei drogas? Claro que sim, tal e qual grande parte da minha geração. Não posso negar o meu negro passado nem meus antigos pecados, porque seria negar a mim mesmo.

Airton Monte

airton@opovo.com.br

O POVO Online

[bathman_grower]

a única parte que eu concordo é quando ele diz "desimportante opinião".

[HighFlyer]

a única parte que eu concordo é quando ele diz "desimportante opinião".

Apesar de não conhecer muito a opinião dele é favorável!

Defendo, sim, o sagrado direito que todo ser humano tem de fazer com seu corpo o que dele bem quiser, desde que não faça mal nenhum aos seus semelhantes.

[dogo420]

A opinião dele é favorável a causa, no entando ele é completamente ignorante com relação aos malefícios da erva. Atrofia cerebral??? Convulsões??? Danos cromossômicos??? Fala sério..

Tem que estudar mais...

[Canadense]

danos cromossimicos temos todos os dias.... isso é natural.. principalmente pela toxidade do carbono no corpo humano