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O Debate Das Drogas


Psicolouco

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  • Usuário Growroom

Podem escrever: Daqui para frente, o grande debate vai ser a descriminalização das drogas. Ao menos, da tal ”cannabis sativa”, conhecida como maconha ou diamba, que dizem menos nociva. E, não é sem sentido enfrentar a questão. Digo logo que tenho dificuldades em aceitar isso. Mas, não adianta arrastar o tapete em cima do problema.

O debate está na Revista ”Contexto” do Ministério Público do Paraná. Ela lembra que o Supremo Tribunal Federal liberou a “Marcha da Maconha”, enquanto pessoas de expressão mundial são a favor da descriminalização. Entre elas, nomes como Bill Clinton, Jimmy Carter, Paulo Coelho, Fernando Henrique Cardoso e Dráuzio Varella. Podem até não ser unanimidades, no que se destacaram, mas tem que prestar atenção.

Acompanhei o julgamento do Supremo que deixou claro que só assegurava o direito à livre manifestação. Não poderia ser diferente. Quem julga não faz a lei, interpreta-a. Os ministros autorizaram dizer a idéia da liberação. Mudanças de modelos e de paradigmas são precedidas de discussão. A estranheza é própria da antítese que é o novo. Depois vem a síntese que é o entendimento. E não adianta alvoro. Ninguém sabe, por antecipação, o que é melhor. Tem que discutir.

Mutatis mutandis, e mal comparando, foi assim com todas as mudanças. Na abolição da escravatura, já pensou Joaquim Nabuco, Patrocínio, Rui não podendo pregar a libertação? A coisa não é igual, mas quero gizar a mudança. Na Roma antiga, uma lei chamada “Oppia Sumptuaria” proibia as mulheres de usar jóias e vestidos coloridos. Só conquistaram tal direito após passeata e muita discussão. Mas tiveram que ouvir os vitupérios de Catão dizendo que era o fim dos tempos. Foi assim com o divórcio, com as células tronco e outras polêmicas como a queda das monarquias. Mudanças quando vêm, causam alvoroço. Discuti-las é preciso, até para que venham com jeito. Diferente é uma descoberta científica que impacta. No passado, por exemplo, achávam que o sol girava em torno da terra. A Bíblia já falara que o sol tinha parado enquanto Moisés orava pela vitória dos hebreus contra os amalecitas. Se falasse que a terra tinha interrompido o movimento de rotação, ninguém teria entendido. Também lá atrás, no segundo século de nossa era, Cláudio Ptolomeu botara a terra como corpo fixo no centro do Universo. Kepler secundou-o, mas Copérnico e Galilei, mesmo que contrariando a tudo e a todos, recolocaram as coisas no seu devido lugar. Foram perseguidos por isso, mas seus ensinamentos persistem porque a terra e os demais planetas do sistema solar têm dois movimentos: translação em torno do sol e rotação, em torno de seus próprios eixos.

Mudanças. Se o ilustrado leitor me perguntar o que penso sobre a descriminalização das drogas, direi que tenho dificuldades em aceitá-la. Tudo está no apriorístico. Mas, direi também que é preciso pensar a idéia. Sentar em torno da mesa e fazer o debate das drogas.

(Eliseu Auth é Promotor de Justiça inativo, atualmente Advogado militante).

FONTE: http://www.ilustrado.com.br/2011/ExibeNoticia.aspx?Not=O%20debate%20das%20drogas&NotID=7762

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  • Usuário Growroom

Por coincidência, toquei no assunto da maconha com minha mãe (não tenho mais pai) ontem e a reação dela foi de surpresa. Chegamos ao assunto na sala de espera do consultório dentista como quem fala da novela que passou ontem e agradeço por podermos falar abertamente sobre certas coisas. Instintivamente, ela veio me dizer que não gostava, que tinha medo que eu me viciasse e tudo o mais. Expliquei pra ela TUDO o que aprendi sobre maconha. Que ela é uma substância psicoativa que trabalha com o Sistema Nervoso Central, que seu vício é menor que o do álcool e pode ser comparado à cafeina do cafezinho e à batata-frita, li pesquisas, citei fontes, trechos de documentários, etc.

A questão por trás dessa conversa é: eu combati o preconceito com informação, com cultura. Minha mãe sabia dizer que maconha fazia mal, que matava, que viciava, mas nunca tinha lido uma matéria ou assistido um documentário sobre o assunto, não conhecia seu lado bom (que poucos conhecem, na verdade). Preconceito é opinião sem conhecimento, mas a partir do momento em que ela soube um pouco mais, mesmo que tenha sido através de mim, ela pode julgar melhor.

Depois da conversa e de tudo que disse e ensinei, ainda perguntei à ela novamente se podia plantar aqui em casa (novamente porque foi assim que a conversa começou) e ela me respondeu com uma risada leve e disse em seguida "Olha você já querendo me convencer, ó!". Acabei dando uma aula sobre tudo que aprendi aqui, mostrei alguns tópicos de cultivo indoor e outdoor e que não é nenhum bicho de sete cabeças.

"Matemática do cultivo caseiro": Se o cara planta e, no período de um ano, deixa de comprar 300g do tráfico (colocando cada grama a 5 reais) ele deixa de contribuir com 1500 reais. Com 3 pessoas fazendo isso, o tráfico perderia 4.500 reais, que é o preço de um fuzil no mercado do tráfico (valor citado por policias federais em uma palestra de conscientização). Agora imagine se todos os maconheiros do Brasil (não sei dizer ao certo quantos) parassem de comprar e plantassem em casa?

Deixei aqui um pouco da minha história/opinião e digo mais: sou totalmente a favor do debate consciente, sem preconceito, em relação à drogas.

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  • Usuário Growroom

Gostei muito do texto o cara foi bem claro sobre a sua posição mas não fez como 99,999% dos que partilha a opinião dele, se mostrou aberto ao debate, melhor que isso deixou claro que o debate é algo imprecedente.

Que massa Cultura da Erva, é sempre bom ver coisas assim acontecendo principalmente entre um dos pais e o filho, normalmente a carga emocional leva a que os pais que comungam com a visão geral impede que ele aceite até conversar esse tipo de assunto.

Eu costumo a fazer o mesmo que você fez com sua mãe com praticamente com todo mundo que tenho oportunidade, inclusive puxando o assunto sempre que existe uma brecha. E vou te falar até hoje só alguns poucos que não conseguir convencer que precisa legalizar, e por incrível que pareça essas pessoas fumam maconha... O pode ser que alguns acabaram concordando para não ter que ficar debatendo (alguns aqui do fórum já tiveram a oportunidade de ver como posso ser chato fazendo isso shuashuas), mas todos os caretas sairam das conversas falando (ao menos pra mim) que concordava que tinha que legalizar. E faço isso de forma sem levantar aqueles aahhhh você quer isso pra fumar etc. Existe forma de se fazer isso de forma sóbria articulada e desapaixonada que ninguém vai questionar se você fuma ou não.

Maconheiro careta é uma aberração que até hoje me impressiona. E o pior muito mais comum do que pensamos.

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Concordo contigo! Pra mim, maconheiro careta é gente que gosta de se sentir "criminoso"...

Como o Jabba ja disse, ser maconheiro nao significa ser gente boa. Como em qualquer outra situacao analoga, como religiao, politica e etc vc sempre vai achar gente mal intencionada. Maconha pode ate abrir a cabeca das pessoas, mas nao adianta nada se tiver so merda la dentro.

Abracos do Biscoito !

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