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Mp Denuncia À Justiça 72 Estudantes Da Usp Por Formação De Quadrilha


pianoman

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  • Usuário Growroom

Fala sério, garoto. "em nome do livre pensamento" foi ilário. Se quer fumar sua cannabis em paz, tudo bem, diga assim: quero fumar minha cannabis traquilo, por isso nao quero puliça lá, aí há que se respeitar sua opinião, mas livre pensamento, desde quando o pensamento deixa de estar na mente?

Depoi temos que ouvir coisas do tipo "isto é coisa de maconheiro". Tem hora que tenho que admitir que é...mas de maconheiro babaca.

amigo é a lei quem diz que pm não pode agir em uma unidade federal!!!

eu ñ disse que livre pensamento é fuma erva o que eu disse é que na minha area se eu quiser ficar pelado junto com um colega e simular sexo ou até mesmo praticar.... a pm vai atrapalhar vai inibir e isso paramimi é livre pensamento .

vc queira ou nao em unidade federal só a pf a ñ ser por pedido da diretoria da unidade ou para impedir um crime em andamento depois quem assume é a pf

e por favor garoto ñ senhor!!

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  • Usuário Growroom

O que queremos na USP é uma segurança que seja efetiva e não a PM despreparada.
Quando se fala em não entrada na PM na USP é porque defendemos uma segurança que seja adequada aos universitários no âmbito da Universidade.
Mas por exemplo, aqui no campi tem vários bancos dentro da Universidade, e se ocorrer algum assalto, a polícia deve sim entrar e agir.
Muito por cima é isso que defendemos com o "Fora PM do Campus".

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  • Usuário Growroom

Sinceramente, eu fico muito revoltado quando vejo PM abusando de autoridade, com usários então...o sangue ferve...

Mas na moral mesmo, tem alguns maconheiros por ai (e por aqui no GR) que merecem tomar uns tapas na cara de um PM bem corrupto pra aprender como funciona o senso de justiça dessa raça! E entender o porque que esse tipo de "segurança pública" não pode ficar dentro de universidades.

Se não compreende o ranso da PM nos argumentos e experiências de outros, talvez aprenda na dor física e moral de tomar um tapa na lata.

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  • Usuário Growroom

Sinceramente, eu fico muito revoltado quando vejo PM abusando de autoridade, com usários então...o sangue ferve...

Mas na moral mesmo, tem alguns maconheiros por ai (e por aqui no GR) que merecem tomar uns tapas na cara de um PM bem corrupto pra aprender como funciona o senso de justiça dessa raça! E entender o porque que esse tipo de "segurança pública" não pode ficar dentro de universidades.

Se não compreende o ranso da PM nos argumentos e experiências de outros, talvez aprenda na dor física e moral de tomar um tapa na lata.

Na real acho que deve ser alguma frustração...em algum momento pensou em prestar concurso p PM, ou prestou e não passou...n é possível que nego ache que deve existir PM no Brasil, aliás, só aqui mesmo.

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  • Usuário Growroom

Na real acho que deve ser alguma frustração...em algum momento pensou em prestar concurso p PM, ou prestou e não passou...n é possível que nego ache que deve existir PM no Brasil, aliás, só aqui mesmo.

E defendendo uns absurdos como estes que somos obrigados a ler. Francamente.

E com relação à liberdade de expressão e de pensamento, eu digo que a maconha me ajuda sim senhor! E se eu quiser fumar no campus para melhor fluir meus pensamentos? É a polícia quem vai decidir se posso ou não? Quantas vezes já fiz trabalhos depois de estar chapado? fumava um, dava uma lida nops livros, relaxava e depois que a brisa passava, dá-lhe inspiração. Minha dissertação está sendo feita assim. E faz 2 meses que não fumo pq to esperando florir meu grow e posso te falar: foram os menos produtivos em 2 anos de mestrado. É só fumar com quem curte ou na mocoza que já era. Ninguém tá falando para baforar na cara dos outros, mas para não levar tapa na cara só pq to fumando algo "proibido".

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  • Usuário Growroom

amigo é a lei quem diz que pm não pode agir em uma unidade federal!!!

eu ñ disse que livre pensamento é fuma erva o que eu disse é que na minha area se eu quiser ficar pelado junto com um colega e simular sexo ou até mesmo praticar.... a pm vai atrapalhar vai inibir e isso paramimi é livre pensamento .

vc queira ou nao em unidade federal só a pf a ñ ser por pedido da diretoria da unidade ou para impedir um crime em andamento depois quem assume é a pf

e por favor garoto ñ senhor!!

Olha, com todo o respeito, mas vc está enganado. Procure se informar melhor. Só é atribuição da PF apurar crimes que afetem bens ou interesses da União, ou seja, quase nada. Quem previne outros crimes, goste ou não, é a polícia ostensiva, a qual não só pode, como deve prenenir crimes em qualquer campus. Se informe melhor, please.
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  • Usuário Growroom

Olha, com todo o respeito, mas vc está enganado. Procure se informar melhor. Só é atribuição da PF apurar crimes que afetem bens ou interesses da União, ou seja, quase nada. Quem previne outros crimes, goste ou não, é a polícia ostensiva, a qual não só pode, como deve prenenir crimes em qualquer campus. Se informe melhor, please.

a universidade federal é um bem da uniao. e só a pf pode agir ,ex.: se acontecer um roubo só a pf pode investigar( mesmo que seja de uma caneta) se alguem morrer dentro da unidade só a pf....e é bom que seja assim porque se toda policia é suja na pm e na civil só tem bandidos ñ salva um!! civil e pm só para impedir o ato imediato, mas para isso qualquer cidadao tem poder de policia e pode ate dar voz de prisão depois da situaçao controlada quem assume é a pf
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Sim, somente a PF pode atuar em universidades federais.

Porém a USP é estadual e por isso há a PM. Mas como a USP é uma autarquia, eles tinham uma guarda própria mas depois de diversos roubos e daquele latrocínio de um estudante da faculdade de ecônomia, foi aprovado e assinado um convênio com a PM.

Resultado? A segurança continuou uma merda pois a PM serve mais para atrapalhar do que ajudar. PM não foi treinado para agir e lidar em universidades.

Quem duvida de como a PM é perigosa/ineficente/corrupta sugiro uma temporada no RJ.

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  • Usuário Growroom

Sim, somente a PF pode atuar em universidades federais.

Porém a USP é estadual e por isso há a PM. Mas como a USP é uma autarquia, eles tinham uma guarda própria mas depois de diversos roubos e daquele latrocínio de um estudante da faculdade de ecônomia, foi aprovado e assinado um convênio com a PM.

Resultado? A segurança continuou uma merda pois a PM serve mais para atrapalhar do que ajudar. PM não foi treinado para agir e lidar em universidades.

Quem duvida de como a PM é perigosa/ineficente/corrupta sugiro uma temporada no RJ.

Vou usar o slogan da OAB: consultem um advogado kkkkkk. Poxa, garotos, estão mal informados mesmo. Alguém vende uma lenda e todo mundo engole, parece aquela história das 24 horas escondido para não ser preso ou que é obrigatório receber cheque, lendas jurídicas. Policiamento pode ser feito em qualquer lugar público, Universidade Federal não é um feudo. Insisto nisso para ninguém cair em armadilhas. Abraços.
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  • Usuário Growroom

a universidade federal é um bem da uniao. e só a pf pode agir ,ex.: se acontecer um roubo só a pf pode investigar( mesmo que seja de uma caneta) se alguem morrer dentro da unidade só a pf....e é bom que seja assim porque se toda policia é suja na pm e na civil só tem bandidos ñ salva um!! civil e pm só para impedir o ato imediato, mas para isso qualquer cidadao tem poder de policia e pode ate dar voz de prisão depois da situaçao controlada quem assume é a pf

A Universidade é um bem da União, não as pessoas que nela estão, não as vias públicas etc etc etc
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  • Usuário Growroom

COMO UM BEM DA UNIAO A PM Ñ PODE PATRULHAR EM SUAS DEPENDENCIAS É ASSIM ONDE TRABALHO

Engano seu. Pode até haver uma tradição neste sentido, pode até haver omissão da polícia, mas não há tradição, regulamento, lei que possa ir contra o que diz a Constituição. E não se deve falar em PM, deve-se falar em polícia de prevenção, a polícia está militarizada, mas pode deixar de ser. Se houver um roubo contra um estudante na Universidade Federal, a polícia civil que irá investigar, se homicídio, se etc, também, a perícia deve ir ao local, a polícia vai ao local investigar. O que há na verdade são ranços da época da ditadura. Pode até não ser assim onde vc trabalha, mas não por ser proibido.

Vamos deixar para lá esta discussão, não vai levar a nada, só que às vezes insisto em certos debates, até contra o que as pessoas defendem, para que elas não se prejudiquem uma hora.

Defender mudanças legislativas é inteligente, fechar os olhos para a realidade é burrice.

bye

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  • Usuário Growroom

Deixa eu ver se entendi a recente polêmica... a polícia tá certa, vamos bater palmas, e os estudantes/consumidores de maconha estão errados, borracha neles?

Hummmm

A discussão não é esta. A discussão é ser só a PF que pode atuar em área de Universidades Federais, ou que polícia nenhuma possa atuar em Universidades. Qualquer truculência deve ser reprimida, até a polícia inglesa tem seus truculentos. A discussão JURÍDICA é sobre poder ou não atuar em áreas de universidades, o que digo é que qualquer polícia pode atuar em áreas universitárias, dentro de suas atribuições, assim, estando dentro das atribuições da PF, PC ou PM, podem atuar, sim. O que digo é que como a PM tem atribuição de prevenir crimes, pode, sim, atuar nos campus. Se atua bem ou não, se abusa ou não, isto é outra discussão. Agora, é se achar muito melhor que os outros dizer que não podem atuar em um campus universitário. Da entrada na favela ninguém reclama.
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  • Usuário Growroom

Gostaria de acrescentar à discussão com esse artigo publicado no blog Vereda Estreita, que eu acredito que ainda não tenha sido linkado aqui. Pelo teor da narrativa vocês já sabem de que lado eu me posiciono na questão.

http://veredaestreita.org/2013/02/27/justica-pra-quem/

Justiça pra quem?

Como já bem divulgado por jornais, o Ministério Público fez uma denúncia referente aos estudantes que OCUPARAM a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) ano passado.

Na matéria publicada pelo Estadão (1), alguns elementos me chamaram a atenção: o termo “invasão” estampa uma das manchetes da capa, enquanto que, no texto em si, se fala que estudantes “ocuparam” a reitoria. Empregar esses dois termos como sinônimos me parece muito aquém do que um jornalismo BÁSICO deve fazer, independentemente da linha editorial da publicação.

Na primeira metade da página, está a parte que explica melhor a denúncia do Ministério Público. A metade inferior possuir 4 fotos e menos da metade desse espaço (leia-se: menos que um quarto da página) destina-se a um quadro com (micro-mini) textos expondo visões diferentes sobre o tema. Aos moldes do que é feito na Folha, os micro textos devem responder à pergunta “A denúncia [do MP sobre os estudantes da USP] é adequada?”.

Além de ser superficial e de obedecer à velha ordem dicotômica “SIM” ou “NÃO”, destinar 3 parágrafos para explicar porque a denúncia foi ou não adequada aparenta ser uma maneira pífia de (não) discutir o tema. Não se trata de fazer uma análise sociológica, histórica e judicial da medida (até porque é na academia e não em jornais que se costuma fazer isso), mas me perguntei se não poderia (leia-se: deveria) haver mais espaço para a discussão.

Um dos entrevistados (Bruno Vainer, professor de direito constitucional pela PUC – SP) parece não ter acompanhado minimamente o rumo dos acontecimentos e das discussões sobre o que aconteceu na USP em 2011, pois se utiliza do argumento de que “os estudantes queriam um lugar para fumar maconha, logo querem um território dentro do território”.

O cerne da discussão sobre a PM na USP (e fora dela) não era (de LONGE) a questão da maconha, mas sim o questionamento sobre o porquê de uma instituição militarizada em uma universidade onde o debate – e não bombas de gás lacrimogênio – é sagrado. Onde o conflito de ideias e teorias – e não de cassetete contra livros – deve ocupar todos os espaços. Qual o papel da polícia no atual momento da Universidade de São Paulo, como é a atuação da polícia (dentro e fora da Cidade Universitária) e quais respostas a maior universidade da América Latina pode dar para problemas de segurança, além de uniformes, lacrimogênio e truculência.

Esse (e não a maconha) era o cerne da greve de 2011 (tanto é que foram arquivados os autos sobre o cigarro de maconha apreendido, segundo informações da própria matéria).

Não diferenciar a pena e condenar todos os 72 presos a crimes (como formação de quadrilha e transporte de substâncias explosivas) é surreal, invertendo uma das que deveriam ser a máxima da nossa magna carta (apelidada carinhosamente de “constituição cidadã”). Na lógica da USP (dona de uma das faculdades de direito mais consagradas do país), os dizeres “Todos são inocentes até que se prove o contrário” (Artigo 5º, inciso LVII) transforma-se em: todos são considerados culpados até que provem o contrário, ainda que não se diferencie a acusação de cada um deles.

Ainda sob um viés legalista, alguém da área jurídica poderia me explicar que tipo de argumento é esse de que os estudantes podem ser considerados culpados por “no mínimo terem se omitido no momento em que os delitos ocorreram”? Então, se cada um de nós ver alguém cometendo um crime e “sequer cogitarmos a possibilidade de intervenção para fazer cessar os aludidos atos”, logo merecemos ser presos?

Se essa lógica está correta, acho que todo mundo deveria estar no xilindró. Ou são permitidas por lei: subornar o guarda para não ser multado; dirigir após consumir álcool e ver uma mulher sendo assediada (ou um negro sofrendo racismo ou um homossexual apanhando na rua)? Se todo mundo que visse alguém fazendo estas (e outras) merdas denunciasse (ou ao menos não ficasse inerte), talvez elas não ocorressem tão frequentemente.

Há quem diga que a nossa juventude é despolitizada.

Se protestamos pela redução dos preços das passagens de ônibus, levamos borrachada e cassetete.

Se nos opomos à quase inexistência de um Estado laico e reivindicamos o direito das mulheres ao aborto, a equidade de direitos para a comunidade LGBTT, há quem diga que o mundo está degenerado e a “juventude está perdida”.

Se organizamos atividades culturais e políticas em festivais que busquem a ocupação e ressignificação do espaço público, somos acusados de arrumar qualquer desculpa para encher a cara e fazer baderna.

Ou houve uma distorção do conceito “ser politizado” ou os filhos da Geração Coca-Cola talvez estejam desenvolvendo uma nova velha maneira de ser politizado (afinal, não fomos nós – filhos das redes sociais e do cartão de crédito – que criamos o conceito de “crime político”).

Alê Alves

Notas:

(1) BURGARELLI, R.; PERON, I; COSTA, N. Ministério Público denuncia estudantes da USP por formação de quadrilha. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 6 fev. 2013. Metrópole, p. 1. Versão impressa diferente da versão online (acesso em: 08 fev. 2013)

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  • 2 weeks later...
  • Usuário Growroom

Grande Paulo Teixera, valeu meu deputado!

"Parlamentares pedem ao reitor da USP suspensão de convênio com a PM

Em encontro realizado nesta segunda-feira 11, parlamentares pediram ao reitor da USP, João Grandino Rodas, a suspensão do convênio com a Polícia Militar no campus da capital paulista, a revisão do estatuto da universidade e a anistia dos estudantes que se envolveram na ocupação da reitoria em 2011. Os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP) e Ivan Valente (PSOL-SP), além do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), se reuniram durante cerca de duas horas com o reitor.

“Ele disse que não ia responder de chofre. Ia pensar e fazer uma reflexão. Mas eu considero que essa primeira discussão pode dar um bom resultado,” disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) aCartaCapital. Eles levaram ao reitor uma carta com reivindicações da Adusp (Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo).

Os congressistas também pediram ao reitor que abra um canal de diálogo com as entidades representativas de estudantes, funcionários e professores. Segundo Teixeira, Rodas disse que ainda iria pensar sobre a questão.

Ocupação da reitoria

Os alunos que ocuparam a reitoria receberam punições de até 15 dias de suspensão. Os deputados e o senador pediram a anistia dos manifestantes. “O reitor fez uma discussão longa, falando que as punições tinham sido pequenas e que são penas leves. Mas, para nós, isso acaba marcando demais a trajetória escolar deles,” diz Teixeira.

O Ministério Público Estadual denunciou 72 alunos que ocuparam a reitoria da universidade em 2011 por cinco crimes, incluindo formação de quadrilha e dano ao patrimônio público. Para Teixeira, a ação foi muito dura. Segundo a assessoria de imprensa da USP, “a reitoria não tem ingerência sobre o MP e não tem como atuar sobre os processos.”

A revogação do convênio com a Polícia Militar, estopim dos protestos que levaram à ocupação da USP, também foi pauta da reunião. Apesar de o reitor ter tido a iniciativa de fazer o convênio, a assessoria de imprensa de Rodas diz que ele sozinho não tem poder de revogá-lo.

Leia, abaixo, a íntegra da carta da Adusp levada pelos parlamentares:

Excelentíssimo Senhor Reitor

A solicitação desta audiência de parlamentares formou-se de uma reunião em que tomaram parte o Deputado Federal Paulo Teixeira, a Diretoria da Adusp representada por sua presidente e os integrantes de um Grupo de Trabalho sobre Direitos Humanos, também da Adusp.

O pedido de audiência justificou-se por razão das medidas administrativas, policiais e jurídicas adotadas relativamente aos estudantes da USP que, no segundo semestre de 2011, praticaram ações reivindicativas e de protesto, aí incluída a ocupação do espaço que então sediava a Reitoria desta Universidade. As medidas administrativas empenharam recurso ao Regime Disciplinar da Universidade de São Paulo, um dispositivo ainda presente em nosso regimento universitário e duplamente inconstitucional: a) remonta ao período e clima da ditadura militar no país, foi decretado em 1972 e representava arbitrária e ofensiva vigilância de estudantes, um inadmissível desrespeito aos direitos de participação política, o mesmo tipo de vigilância que então era notoriamente dirigido também contra professores e funcionários; B) foi aprovado e promulgado pelo governador nomeado Laudo Natel, então investido de poderes sobre assuntos universitários que, desde a Constituição de 1988 quando foi ali afirmado o princípio da autonomia universitária, são poderes hoje reservados à própria universidade.

A inconstitucionalidade do Regime Disciplinar de 1972 pode ser aferida por um exemplo notável: em seu Artigo 250, item VIII, lemos que constitui infração disciplinar do aluno “promover manifestação ou propaganda de caráter político-partidário, racial ou religioso, bem como incitar, promover ou apoiar ausências coletivas aos trabalhos escolares”.

Julgamos que confrontos políticos e institucionais ligados a ações coletivas, sempre mais ou menos imprevisíveis, devem ser esperados e tolerados. Precisam ser enfrentados com paciência e sincero desejo de comunicação, negociação e colaboração. Problemas políticos precisam ser politicamente abordados e resolvidos. Operações policiais e judiciais precisam ter sua pertinência adiada e limitada por mediações políticas e não podem sumariamente substituir práticas que toda instituição democrática, aí seguramente incluída a universidade pública, precisa continuamente ensaiar e consolidar.

Permita-nos opinar sobre as acusações que partiram do Ministério Público Estadual. A promotora Eliana Passarelli alegou formação de quadrilha, uma acusação acompanhada pela imputação de mais outros quatro crimes. São acusações que julgamos despropositadas. Aplicam um desmedido golpe contra o que pode ser percebido como um movimento de estudantes. São acusações que desferidas pouco depois das punições disciplinares estipuladas por esta Reitoria acabam acumulando com estas um só conjunto de dura intransigência contra jovens e que obtém um efeito alargado de intimidação sobre todos os agentes universitários, como se nossas ações só merecessem atenção quando fossem perfeitamente ordenadas, quando não fossem controvertidas; e, em caso de alguma desorganização e de controvérsia, fossem ações logo confundidas com delinquência e crime.

Reunimo-nos ao Fórum pela Democratização da USP quando, por nota divulgada dia 06 de fevereiro de 2013, em defesa daqueles estudantes e dos quatro funcionários que os acompanharam, avalia as acusações de Eliana Passarelli como um caso de exaltada criminalização das lutas sociais.

Estas preocupações tem culminado em três reivindicações que diversos grupos e entidades uspianos, dentro e fora daquele Fórum, têm feito chegar à comunidade universitária, à comunidade externa, à Vossa Excelência e aos poderes públicos. Esperamos poder contar com a atenção desta Reitoria para o atendimento de tais reivindicações, a saber:

1) Anistia para os estudantes e também funcionários que, por razão daquelas ações, foram enquadrados como objeto primário de processos administrativos, policiais e jurídicos. Um gesto assim influiria sobre o Tribunal Estadual de Justiça, recomendando a interrupção e arquivamento das acusações de nula proporcionalidade concebidas pela promotora Eliana Passarelli.

A anistia, como se sabe e tal como a concebe nossa jurisprudência, é ato do poder público que declara impuníveis as eventuais infrações praticadas por motivos políticos, ao mesmo tempo que anula condenações e suspende diligências persecutórias. Parece-nos o procedimento agora adequado e a condição para que a Universidade de São Paulo assuma e reitere a vocação das instituições públicas para a participação e colaboração.

2) Abolição do Regime Disciplinar de 1972 que ainda integra o Regimento da USP.

3) Suspensão e avaliação do Convênio da USP com a Polícia Militar. A avaliação seja parte de um amplo debate sobre política de segurança na universidade, um debate praticado por toda a comunidade uspiana e com a colaboração de parlamentares.

Esta carta foi elaborada por um Grupo de Trabalho da Adusp que, como conta entre seus integrantes com a presidente mesma desta entidade, está sendo por ela assinada como sinal jurídico de uma manifestação grupal.

Atenciosamente,

Grupo de Trabalho sobre Direitos Humanos – Adusp"

Fonte:site cc

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