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Como O Governo Gera Mão-De-Obra Para O Tráfico De Drogas


classicalgas

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  • Usuário Growroom

Sempre que você encarece
artificialmente o custo de um bem, a tendência é que a demanda legal por
esse bem diminua acentuadamente. Como consequência, esse bem será
empregado em outras atividades até então pouco atrativas.

Em termos práticos, se o governo encarece artificialmente o custo da
mão-de-obra menos produtiva — por meio de encargos sociais e
trabalhistas elevados, salário
mínimo oneroso e tributação pesada sobre as receitas e os lucros das
empresas —, a tendência é que esta mão-de-obra pouco produtiva seja
menos demandada por empreendimentos legais e, consequentemente, seja
canalizada para mercados mais desregulados — e quase sempre ilegais.


O mesmo ocorre quando o estado dificulta o empreendedorismo dos mais
pobres, que não têm como arcar com a burocracia, com as licenças, com as
regulamentações e com as inúmeras outras exigências impostas pelo
estado que obstaculizam qualquer ato empreendedorial. Tais pessoas são
atraídas para aqueles mercados em que as imposições estatais são menores
— para não dizer nulas — e a possibilidade de lucros, mais altas.


Dado que o governo bloqueou todos os métodos legais para o indivíduo
sair da pobreza, recorrer a uma atividade ilícita torna-se uma opção
viável para aqueles que não sofrem de restrições morais.


Um setor que atrai a imensa fatia desta mão-de-obra pouco produtiva e
destas pessoas de espírito empreendedorial, mas que não têm dinheiro,
é o mercado das drogas. Se você mora nos subúrbios e não há opções
legais para ascender socialmente — porque o governo criou várias
imposições —, uma das maneiras mais fáceis e rápidas de enriquecer é se
tornando um traficante.


Por quê?


Porque as regulamentações, as burocracias e os impostos do governo
não se aplicam ao mercado das drogas. Não há leis de salário mínimo,
não há exigências burocráticas, não há taxas de licenciamento, não há um
Ministério do Trabalho dando batidas e impondo requerimentos. Principalmente, não há imposto de renda.


Por se tratar de um mercado criminalizado pelo governo, as margens de
lucro são enormes, pois elas embutem todo o risco empreendedorial — o
risco de ter sua carga confiscada pelo governo e ter sua mão-de-obra
encarcerada. Essas altas margens de lucro, que possibilitam altos
salários, são um atrativo irresistível para aquelas pessoas desiludidas
que não conseguiram trabalhar
nem empreender legalmente por causa das restrições estatais. Nos
subúrbios, é difícil resistir a essa tentação do enriquecimento fácil.
Jovens sem perspectivas e que não conseguem empregos legais são
facilmente contratados pelos barões do tráfico, pois a burocracia
exigida para se contratar esse tipo de mão-de-obra é nula.
Adicionalmente, o fato de o salário neste mercado ser integral, sem
deduções previdenciárias e sem imposto retido na fonte, garante uma
oferta contínua e crescente de mão-de-obra para o setor.


Da mesma maneira, pessoas de espírito empreendedorial também se
aventurarão no mercado das drogas porque poderão reter para si todos os
lucros auferidos, que não estão sujeitos a imposto de renda. Além
disso, um chefão do tráfico não tem de se preocupar com greves e outras
exigências trabalhistas. Também não há o risco de ele ser levado à
Justiça do Trabalho por ter pedido hora extra.


Este é o tipo de empreendedorismo que floresce naqueles subúrbios em
que não há perspectivas econômicas e não há possibilidades de ascender
na vida por meios legais, pois o governo bloqueou todas as avenidas
legítimas que retiram as pessoas da pobreza. O empreendimento criminal
voltado para o mercado de drogas é atraente porque opera como se
estivesse em um paraíso fiscal.


Sim, trata-se de um mercado violento. Como não há leis e os
tribunais estatais não reconhecem os contratos verbais feitos no
submundo, os indivíduos deste mercado sempre recorrem à justiça com as
próprias mãos. Não há outra maneira de impor o cumprimento de
contratos. Os gastos com segurança pessoal também são altos. Os custos
marginais de se eliminar fisicamente um concorrente são baixos e os
benefícios, extremamente altos. Você assume o mercado do seu
concorrente eliminado e, como consequência, seus lucros se tornam ainda
mais elevados.


Mas tudo isso também é consequência direta da proibição das drogas. O
governo, ao tornar ilegal tal mercado, faz com que seus integrantes não
possam recorrer aos meios legais para fazer cumprir seus contratos. E
como empresas de arbitramento também estão proibidas de fazer tal
serviço, a única opção que resta é recorrer à violência. Todas essas
proibições servem apenas para elevar os lucros de quem opera neste
mercado e, consequentemente, a atratividade deste mercado para a
mão-de-obra mais despreparada e menos produtiva.


Se não houvesse uma guerra às drogas, se as drogas não fossem
criminalizadas, se elas fossem legais, não haveria todas essas
oportunidades irresistíveis. E sem essas oportunidades artificialmente
criadas pela proibição estatal, e, principalmente, sem os impedimentos
burocráticos, trabalhistas e tributários criados pelo governo no mercado
legal, estes empreendedores dos subúrbios canalizariam sua
criatividade, seu trabalho duro, sua iniciativa e seu empreendedorismo
para outras atividades mais benéficas para a sociedade; vidas e recursos
não seriam direcionados para esta atividade contraproducente que é o
mercado de drogas.


Foi o governo quem criou este mercado paralelo, foi o governo quem
dificultou ao máximo que as pessoas dos subúrbios ascendessem por meios
legais, e é o governo a fonte desta criminalidade específica do mercado
das drogas; e mais governo não será a solução. Mais intervenção
governamental poderá apenas perpetuar a pobreza e a fonte de mão-de-obra
para o tráfico de drogas.


Por fim, para agravar a situação, o governo atua em outra ponta que
faz com que a mão-de-obra para o mercado das drogas se torne
crescentemente especializada: o sistema penitenciário.


indefens%C3%A1vel.jpgComo
consequência de toda esta criminalidade criada pelo governo, vários
integrantes do tráfico de drogas — mais especificamente, os "peixes
pequenos" — são capturados e enviados para penitenciárias. Deixando de
lado toda a questão dos custos de se gerir estas enormes excrescências
burocráticas que são as penitenciárias federais e estaduais, vamos nos
concentrar nos resultados. O que são as prisões atuais se não genuínas
universidades do crime?


Um garoto pobre que vendia drogas e que foi capturado pela polícia e
enviado a uma penitenciária, o que acontecerá a ele? Entrará em contato
com todos os tipos de criminosos, todos eles mais experientes. Esse
convívio prolongado fará com que o garoto adquira malícia, aperfeiçoe
suas habilidades criminais e ganha mais intimidade com o mundo do
crime.


Ao sair da cadeia, após anos de imersão com os especialistas, ele
será um pós-graduado em criminalidade. Ele agora estará a par de todos
os truques das ruas; conhecerá todas as "manhas" da criminalidade.


Traficantes jovens que cumprem pena não são reabilitados. Também não
são necessariamente punidos. Ao saírem da cadeia, eles são vistos como
heróis por seus pares; eles se tornam um modelo para seus amigos. Eles
cumpriram pena, saíram ilesos e, por isso, adquirem mais respeito.
Estarão prontos e ainda mais preparados para ascender na carreira
criminosa. Graças ao governo e a todas as suas proibições.

FONTE :

Peter Schiff

é o presidente da Euro Pacific Capital e autor dos livros The Little Book of Bull Moves in Bear Markets, Crash Proof: How to Profit from the Coming Economic Collapse e How an Economy Grows and Why It Crashes. Ficou famoso por ter previsto com grande acurácia o atual cataclisma econômico.

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1565

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  • Usuário Growroom

Pois é, agora temos até argumentos para convencer os neoliberais.

Não que eu concorde, claro. Acredito nos direitos trabalhistas, no papel distributivo do Estado e, principalmente, porque no fundo é disso que se trata, que o capital deve sim pagar imposto. E alto!

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