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Drogas: Polícia Entra No Debate


sano

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  • Usuário Growroom

Drogas: a polícia entra no debate

A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) começou a discutir a questão das drogas em uma nova abordagem: a descriminalização do usuário. Este foi o tema que dominou o debate no seminário “Saúde e Política de Drogas – Desafios e Perspectivas da Ação Policial”, promovido pela Escola Superior da Polícia Militar (ESPM).

Vejam o Tablóide anexo.

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  • Usuário Growroom

Tomaaraaa que os policias leiam o que está escrito no tabloide e mudem seus conceitos !!!

Se a polícia esta se colocando a favor desta maneira... eu acredito que descriminalização não esta longe de acontecer!!!

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  • Usuário Growroom

Um amigos que esteve nesse seminário me fez o seguinte resumo:

Seminário A pratica policial e as novas questões sobre Politica de Drogas
Escola Superior de Policia Militar

2 edição

Apresentado vídeo da Globo News - Sem Fronteiras - sobre estados norte
americanos que legalizaram o uso medicinal e/ou recreativo da maconha e
Portugal.

Primeira mesa

Coronel Antônio Carlos Carballo - comandante da ESPM

Rubem César Fernandes - CBDD

Explica a origem da CBDD. Argumenta por que a política proibicionista
falhou. Uruguai, Bolívia, EUA : exemplos de mudanças. OEA divulgou
relatório semana passada : projetaram como vai evoluir a política de
drogas até 2025, construindo 4 cenários hipotéticos imaginários. Nao fecha
uma condição, mas abre o debate entre os governos das Américas. Primeira:
países da América latina se unem para o combate contra o trafico -
resposta pouco inovadora, a mais fraca. Segunda: "caminho" - varias
alternativas, partindo da constatação que a guerra as drogas não
funcionou, países buscam caminhos de regulação - é o mais interessante.
Terceira: política social, sociedade bem construída socialmente, para
reduzir os danos e riscos - este cenário vem junto com o segundo,
integrado. Quarta: países percebem que não jeito e têm que conviver com o
trafico (alternativa de "ruptura") - é uma furada, mas alguns países da
América Central não têm condição de se protegerem ainda. Diz que a Saude
não esta com condição de resolver o problema ainda. Tem que mudar muito
para poder responder. Ressalta o papel do setor religioso..

Coronel Pacheco

31 anos de PM vendo o filme da Guerra às Drogas. Nao sabe o que transmitir
ao policial militar para que ele possa ver a coisa de outra maneira.
Aumento do uso de drogas acarretou aumento nos gastos públicos. Lançamento
de novas drogas, como o crack, o que colocou a população em situação de
medo. Nao se pode mais ficar mais na discussão do mocinho e do bandido.
Sensação de que estamos dentro de um processo de mudança. Nao sabe onde
vai terminar este processo. Antigamente a policia inclusive premiava o
policial que fizesse grandes apreensões de drogas. Reconhece que a Policia
errou muito ao longo dos anos. Espera que se possa ter uma condição de se
fornecer ao policial militar conhecimento dentro desse processo, e que nao
é mais a pessoa mais importante nele. Outros segmentos do poder publico
tem vindo se juntar para buscar as soluções do problema. A resposta mais
simples e burra é: "cumpro a lei". O problema está afetando toda a
sociedade, que está doente. Acha que a internação compulsória nao vai
resolver. Tudo era depositado sobre a policia militar. Hoje se entende que
é um problema de saude publica. Os órgãos de saude nao tem condição de
arcar com este problema tmb. A solução é mltidisciplinar. Pede aos
policias do seminário nao ter mais uma visão policialesca sobre o assunto
e nao buscar mais soluções simplistas, sobre a ótica somente do policial
militar.

Representante do Coronel Erir Ribeiro Costa Filho

Diz que a polícia precisa de outras ações para chegar a um país de paz.

Apresentacao de vídeo sobre o Manifesto assinado por cientistas
brasileiros e entrevista do Drauzio Varella na Marilia Gabriela.

Painel I - Mídia, religião e sistema legal - a sociedade civil no debate

Moderador Major Torres

Pastor Edvandro Machado - coordenador da Pastoral Carcerária

Após a implantação da lei de 2006 cresceu muito o crime por trafico -
pequena quantidade de drogas, desarmados, sem antecedentes criminais.
Confusão do trafico com o uso. O custo do preso. Sistema carcerário cresce
exponencialmente. Tem que se se dar funções mais nobres para o policial,
criar critérios objetivos. Tirar a questao das drogas da area de segurança
e levar para a saude. Critica o discurso do dep. Osmar Terra. Tornar o uso
um ilícito administrativo. Critica algumas comunidades terapêuticas. Crê
na ineficácia da internação compulsória. Os usuários que querem ajudar vao
procurar ajuda. Diz que 4 bilhões do governo federal para a política
contra o crack é um vulto exorbitante de dinheiro público para uma medida
eleitoreira e ineficaz, porque a igreja tem feito ações sociais com muito
menos.

Babalaô Ivanir dos Santos

Fala sobre o estigma que a política do combate as drogas cria, atingindo
além dos envolvidos com o trafico. É morador da Mangueira e cita 02 casos
em que se envolveu por causa dessa guerra, quando foi abordado por
policias no morro e teve o carro alvejado por tiros vindos de policiais,
por "estar numa area suspeita". A política de combate ao trafico coloca
muita gente "sob suspeita". A política de combate as drogas nao faz
distinção. O segundo exemplo foi quando foi revistado ( a luz falta 02
vezes e faz piada dizendo que é obra de exu.. :)) sem motivos após um
culto. A política de combate às drogas é uma política de controle social.
Fala da religião de alguns setores religiosos com o trafico de drogas. Os
pastores entram nos presídios, com a bíblia debaixo dos braços e quando o
preso sai coloca a arma debaixo do braço. Fala que antigamente o
traficante era ligado, pela mídia, à religião de matrizes africanas e hoje
esta-se vendo que os evangélicos estão envolvidos na criminalidade. A
legalização vai mexer com varias esferas. Lembra que muitos pobres negros
chegam na delegacia e são enquadrados como traficantes e tem duvidas se
com a descriminalizacao este estigma vai mudar. Tem que se discutir a
pratica policial, que esta baseada nos estigmas sociais da instituição. É
preciso que a sociedade mude, pois ela atualmente pede esta atuação
conservadora da policia. Cita o fato de entre os mortos e presos estarem
os negros jovens entre 15 e 25 anos. Falou que é um tema que nao domina,
mas veio fazer um discurso sobre coisas que viveu.

Pedro Abramovay

Desconexão completa entre o que esta acontecendo no resto do mundo e o que
esta acontecendo no congresso nacional. Faz histórico do uso de drogas,
inclusive sobre o uso do vinho na igreja católica, a guerra do ópio na
China, e o inicio da guerra as drogas nos EUA no começo do séc. XXI.
Surgimento de facções criminosas e crime organizado. Aumento da violência
por conta da proibição. Lei Seca aumentou o número de mortes por cirrose.
Dec. de 50 e 60 - reforça os tratados internacionais sobre drogas, muito
por conta dos movimentos contra culturais ligados ao uso. Instituída a
Guerra as Drogas. Investimentos brutais de recursos para q se cumprisse
essa política. O resultado é que o consumo de drogas certamente nao
diminuiu. Fala sobre a política de regulação do tabaco, que deu certo.
Cita as primeiras experiências de redução de danos na década de 80 na
Europa. Holanda, Suíça, Portugal, republica checa, Áustria etc. Critérios
mais objetivos para separar usuários e traficantes. Regulacao do consumo
da maconha nos EUA. Novas políticas flexíveis para os países. A comunidade
internacional nao pode mais exigir dos países uma política repressora que
está dando errado. Nenhum pais do mundo mais parte do principio de
reprimir ainda mais a base da pirâmide. O congresso brasileiro.. De 5 para
8 anos pena mínima para traficante, pior do que homicídio. Internação
involuntária, que nao funciona. VivaRio apresentou projeto baseado no
modelo português.

TARDE

Tenente-Coronel Wanderby Medeiros - PMRJ

Unidades de Polícia Pacificadora - UPP

41% das ocorrências tratam de drogas, desses 54% tratam de drogas para
consumo pessoal Cita 02 exemplos conduzidos por delito de posse de drogas
que gastaram mais de 12 horas de trabalho por parte dos policiais.
Latrocínio, roubo, roubo de carga, a transeunte, a carga e homicidio com
níveis baixíssimos de conclusão. 10% dos recursos somente são investidos
em pessoal. Dec. 44.177/13 sobre as UPPs: permite celeridade para
resolução de delitos de pequena monta, como o porte de drogas para uso
pessoal. Lavratura de termo circunstanciado no capô da viatura.

Major Luiz Alexandre - PMRJ

Lei de drogas de 2006 nao descriminalizou o uso de drogas. Policial como
vitima da atual política de drogas. Sobre ele recai decidir o que fazer
sobre a conduta do uso de drogas. Gera corrupção. Temos que pensar em
políticas de redução de danos, como exemplo a politica incentivo de uso de
camisinha para contencao do HIV e os programas de "lei seca" para o álcool
x direção. UPP como exemplo de política de redução de danos no caso do uso
de drogas. O espirito da lei - termo circunstanciado/ administrativo. Sai
da esfera criminal, nao leva para a delegacia. Policial tem que deixar de
ser o algoz da história.
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  • Usuário Growroom

Pra mim isso é fogo de palha, ou manobra evasiva de aceitação pública aos que são a favor da legalização.

Pode ser que exista uma pequena parcela de polícias que concordem com a descriminalização, só que infelizmente os DONOS desta colônia não querem perder as centenas de bilhões de reais anuais que são gerados pelo tráfico e que vão parar no bolso desse sistema corrupto.

Fora a violência que gera outros bilhões a industria da segurança. Tem mais a questão da diminução populacional, digo, a base da pirâmide social brasileira esta explodindo de proletariados que para o sistema nada mais são do que um impecilho que gera prejuizo ao próprio sistema.

Portanto se acabar a ilegalidade, acaba tbm a insegurança, as mortes e todas as outras mazelas por trás.

Nossa que incrivel, a solução para a maioria dos problemas da nação se resume a uma medida que não é estudada e nem discutida pelo congresso.

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  • Usuário Growroom

Nossa Sano, que notícia sensacional. É sério que é essa a posição oficial da polícia no RJ????

Espero que isso seja difundido BEM, MAS BEM RÁPIDO.

edit: É, oficial pelo visto não é. Mas não podemos perder as esperanças. A luta está no caminho certo, pois até no time de lá já estão começando a discutir! Isso é ótimo. Espero que avance, pois se for discutir racionalmente mesmo em todas as esferas, a gente ganha fácil.

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  • Usuário Growroom

PM é formada de povão, a lógica lá nas massas, nas tropas, não é essa. É a lógica da ignorância e do preconceito e da violência contra nós. É isso que o povo brasileiro deve esperar da pm em regra, como exceção ficam esses episódios de palestras, seminários etc.

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Quem conhece de fato Policias Militares e até Civis, sabe muito bem que no fundo eles não acreditam na guerra.
Porém é seu dever, faz parte de todo seu preparo (muito fraco pelo visto), e muitas vezes acabam extravasando suas emoções dentro do seu ambiente de trabalho diante da frustração de sua formação e por fim , sua bonificação e salario.

Como eles dizem, é a lei, e lei tem que ser cumprida.

Agora , a partir do momento que se abre um dialogo dentro da Corporação e com a População de fato, abre mais veias e oportunidades para futuramente o assunto ja não incomodar como um tabu, como hoje vem acontecendo com o Homosexualismo , apesar ainda de uma grande bancada religiosa (como sempre) ser totalmente contra e preconceituosa.
Entre outros ...como o racismo proporcionado por anos a fio.....enfim.

Apesar de tarde, acho super digno tal acontecimento. Espero que cada vez seja mais eventual esses tipos de palestras, dialogos, congressos entre outras formas de comunicação.

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  • Usuário Growroom

Qto mais setores diversos da sociedade manifestarem sua opinião favorável à legalização, com pressão de líderes mundiais fazendo a mudança acontecer, é mais barulho que fazem e quem sabe chega um eco, mínimo que seja lá na dona Dilma. (esperança ultima que morre antes do PL virar lei)

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  • Usuário Growroom

Achei muito legal essa noticia,lendo o relato,vemos que de fato nao faltam cabecas pensantes,sobre a politica de drogas pelo menos, no Brasil,apenas falta interesse(pior?)

Acho que trazer a policia para o debate,e incluir o policial honesto,como vitima da proibicao no meu ver eh otimo.Nao odeio a policia,porque nao sou hipocrita.Posso chamar o policial de "rato fardado",mas quando "precisar de verdade" eu vou querer que eles estejam por perto...odeio o discurso dos reacionarios sobre "o pessoal dos direitos humanos",mas tambem nao sou idiota de achar que nao existe gente ruim,que todo bandido eh vitima.A justica tem que ser justa,nao pode ser "vinganca",mas nao pode ser relaxada.Deve sobre tudo ser pensada sem preconceitos,de qualquer lado.

Acho que o Rio esta bem "avancado" no debate as drogas,nao imaginaria isso partindo,por exemplo,da policia de Sao Paulo,embora nao seja a "opinia oficial" como citado pelo amigo acima...

Abracos

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  • Usuário Growroom

E vc tio Sano, q q vc acha disso tudo?

Acho excelente!

Totalmente surpreendente! O viva rio articulou muito bem!

E a policial dizendo que um usuário ser levado à delegacia é constrangimento ilegal, nunca imaginei ler algo assim!

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  • Usuário Growroom

Acho excelente!

Totalmente surpreendente! O viva rio articulou muito bem!

E a policial dizendo que um usuário ser levado à delegacia é constrangimento ilegal, nunca imaginei ler algo assim!

nem eu... por essa nao esperava meeeeeeeesmo
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