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A Regulamentação E O Fim Da Guerra


sano

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  • Usuário Growroom

A regulamentação e o fim da guerra

Uma das armadilhas do debate sobre legalização da maconha é chama-lo de assunto polêmico. O fato de não haver consenso não pode tornar o tema como uma decisão foro íntimo, uma espécie de atestado de simpatia ou ódio pela maconha. A discussão sobre a política de drogas é pensar no lugar do Estado frente ao milenar, fascinante e assustador fenômeno da alteração da consciência.

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Há cerca de um século, a mundo embarcou numa política radical para lidar com drogas psicoativas, colocando-as na ilegalidade até que, na década de 1970, os EUA radicalizaram o modelo proibicionista e lideraram uma guerra total contra essas drogas. Esse modelo está em xeque no século XXI porque que está cada vez claro que a guerra contra às drogas é uma guerra contra pessoas, suas verdadeiras vítimas.

As drogas proibidas nunca foram tão consumidas, inclusive de forma abusiva, gerando valores espetaculares para um negócio feito à margem do Estado. Para além de seu pressuposto autoritário de intervenção na vida privada, o proibicionismo culminou em escalada de violência, corrupção e encarceramento sem precedentes. E, de forma perversa, normalmente seleciona seus alvos entre os mais pobres e já discriminados.

A maconha é a substância proibida mais consumida no mundo. A história de sua proibição é um bom exemplo de arbitrariedade, visto que não foi sustentada por nenhum dado científico sério, sendo fruto de campanhas sensacionalistas com interesses econômicos e motivações racistas. Quando comparada às outras substâncias psicoativas, a maconha apresenta uma série de características que tornam factível sua imediata regulamentação.

Do ponto de vista farmacológico, é uma planta com quase nenhuma toxicidade, não sendo conhecido caso de overdose. É evidente que o seu consumo, assim como o de qualquer outra droga psicoativa, encadeia riscos, inclusive o de abuso e dependência. No entanto, apenas uma pequena parte dos usuários de maconha apresenta esses quadros e, mesmo quando se instala, a dependência de maconha traz consequências fisiológicas e sociais reduzidas se comparada às de drogas como o álcool e a cocaína.

Alguns países já estão avançados na discussão sobre a regulamentação da produção e do comércio de maconha. No Uruguai, uma proposta que aguarda aprovação no Senado centraliza o controle do varejo de drogas no Estado e permite auto-cultivo doméstico ou cooperativado, sob regras rígidas.

Nos EUA, a maconha é proibida em nível federal, mas 19 estados já permitem sua venda para uso medicinal. Os estados de Washington e Colorado foram além e aprovaram a venda também para uso recreativo, num processo de regulamentação que está sendo desenhado sob o pressuposto da fiscalização e da taxação de pequenos comércios.

Esses são apenas exemplos da guinada mundial em que mais de duas dezenas de países já diminuíram ou acabaram com a perseguição penal à maconha. O caso mais famoso é o da Holanda, que já nos anos 1970 criou um artifício jurídico para abandonar a perseguição à maconha. Tal política permitiu, na prática, que a maconha seja vendida, ainda que não seja clara sobre sua produção.

República Tcheca, Portugal, Argentina, entre outros, são países que, de diferentes formas, afrouxaram controles penais sobre a maconha. Em todos, houve pequenas variações na disseminação do consumo, normalmente proporcional ao de outros países que permanecem com rígidas leis proibicionistas.

A experiência internacional desfaz, assim, um dos receios explorados pelos defensores da proibição, a possível explosão do consumo. Nenhum dado indica essa tendência. EUA, França e Inglaterra, por exemplo, têm maior proporção de consumidores de maconha que Holanda e Portugal.

Outro receio comum é de que o comércio da maconha, tornado lícito, aproximaria os consumidores de outras drogas mais pesadas. Em primeiro lugar, essa aproximação entre maconha e outras drogas ilícitas é justamente o fato de compartilharem, simbólica e economicamente, um mesmo circuito. Além disso, a chamada “teoria da porta de entrada”, segundo a qual a maconha abre caminho para drogas mais pesadas, é uma falácia lógica: como a maior parte dos dependentes de cocaína e crack fumou ou fuma maconha, conclui-se que esse caminho é inevitável. Deve-se iniciar a discussão com a pergunta inversa: qual a proporção de usuários de maconha que se tornou usuário ou dependente de cocaína e crack? Muito poucos.

O debate sobre os modelos de regulamentação da maconha vêm se aprofundando. Não há um modelo pronto e inflexível, mas o consenso geral caminha para um mercado de pequena e média escala, com regras que evitem grandes monopólios industriais como o do tabaco e o do álcool. Também se discutem regras para o auto-cultivo, individual ou cooperativado. De qualquer forma, a legalização não fará que os problemas com maconha ou outras drogas cessem, o que é impossível, mas é uma alternativa real ao pior dos cenários, o atual. Nele, a maconha e outras drogas sem nenhum controle estão disponíveis para qualquer pessoa, inclusive crianças, num mercado ilícito e violento. Deixar os mais de 3 milhões de brasileiros que usam maconha à margem do Estado não é uma política de drogas que se espera numa democracia.

* Maurício Fiore é antropólogo, pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (Neip) e membro da Rede Pense Livre.

http://br.noticias.yahoo.com/a-regulamentação-e-o-fim-da-guerra-193731219.html

http://yahoodebatesmaconha.tumblr.com

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  • Usuário Growroom

O problema do Brasil é que é o Brasil, somos atrasados em quase tudo, infelizmente é essa a realidade, precisamos evoluir muito ainda antes que as decisões politicas do pais sejam sensatas!

Um agravante no Brasil é a violência exagerada em todo canto, o brasileiro hoje vive com medo e esse sentimento forte acaba dominando a razão.

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  • Usuário Growroom

Nos comentários la o povo ta a favor da Maconha. Porque muitas pessoas veem notando, a Maconha faz mal ? Mas e o tabaco também e é liberado.
Mas a maconha deixa chapado ! E o Álcool deixa totalmente chapado e é liberado, afinal de contas porque a Maconha é proibida... Sem respostas...
Ai o povo anda se perguntando ultimamente porque raios é proibida uma simples planta que tem muito mais benefícios do que malefícios.

Vizi olha la: Não a liberação das Drogas Por Osmar Terra. Ai o cara já me vem comparar pedofilia e estelionato com uso de drogas como que os cara distorce o assunto né.
"O movimento pró-drogas argumenta que a sua proibição fracassou e só gera violência. “Daí teremos que liberar para regular o mercado, etc..etc!” Discordo. O fato de se prender estelionatários e pedófilos não impede que continue havendo estelionato e pedofilia, por exemplo. "
Vai acontecer com esse Osmar o mesmo que aconteceu com aquele Demóstenes Torres.

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  • Usuário Growroom

Na contramão desse ótimo texto, vemos o link para a coluna "Acreditar que hoje é possível legalizar a maconha no Brasil é uma grave miopia!", da Dra. * Ana Cecilia Petta Roselli Marques, que me parece desinformada demais para a sua posição de médica psiquiatra, doutora em ciências pela UNIFESP e professora afiliada da mesma instituição. Acho que ela merece uma chuva de emails contendo algumas verdades.

"Os países desenvolvidos que adotaram políticas mais flexíveis no século passado, já voltaram atrás e hoje regulam muito mais a oferta de drogas, avaliam continuamente o resultado e o mais importante, definem de forma rápida novas medidas para o bem estar comum. Eles enfrentaram e ainda enfrentam o aumento do consumo, o uso ainda mais precoce, o aumento da prevalência da dependência e de todas as suas consequências, como o aumento do consumo de outras drogas, o aumento de doenças sexualmente transmissíveis, e o mais grave, apontam para um perfil de vulnerabilidade, pois acometem indivíduos jovens, no auge de sua saúde física, capacidade laboral, com toda a vida ainda por viver. Mas que de repente, se viram mergulhados em uma nova guerra.", disse.

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  • Usuário Growroom

O texto é bom. Mais um argumento contra a hipocrisia.

Mas disso tudo nos ja sabemos. Vejam la no link da reportagem, as opinioes INSANAS de quem é contra.

Nao tem jeito vei, nós, maconheiros ja sabemos dos prós (maioria) e dos contras (minoria).

As pessoas, que devem perder essa coisa encruada, entranhada, de que a maconha é uma erva maldita.

Eu tenho certeza, que se legalizasse hoje, ia ter meio mundo de gente chamando isso de LOUCURA! Nao tenho duvidas...

Continuamos assim, vendo essas bizarrices e outras coisas mais, ate que algo mude...Afinal, o que é um peido para quem esta cagado?

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  • Usuário Growroom

Progresso, civilização, desenvolvimento, isso tudo é papo, conceito neo-burguês: "povo atrasado" ... O que existe desde o séc XIX é um imperialismo de mercado brutal (1ª e 2ª guerra) e dominância cultural. O viés que legalizará a maconha no Brasil, e o tem feito no mundo é o mercadológico, mesmo atrelados a políticas de redução de danos causados pela guerra às drogas, ou os conceitos da medicina. Agora, respeitar a lei no Brasil, só se o cidadão é burro de fato (não acredito em burrice), ou a acha (lei) interessante p'ra ele. Faz tempo que o 'povo burro' aprendeu que seu próprio governante, gestor público qualquer, é o primeiro a não cumprir a 'lei', ele tal qual, não o vai. Para mim não é interessante não plantar. Então fodam-se as leis e todas as regras, como diziam uns acolá. Já que a natureza semeia o remédio, a cura, a contemplação, que se matem, de cancro e estres, partes de uma coisa só, pois a natureza já legalizou.

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  • Usuário Growroom

Enquanto isso no Braziu................................................................

Piada da década http://www.growroom.net/board/topic/49455-stf-pronto-para-analisar-liberacao-do-uso-de-drogas/ sempre que vejo eu imagino o cabide de emprego que o governo é com esses preguiçosos são e levam o serviço publico.

BANDO DE FILH4 D4 %¨*$@$#@, safados, sem vergonha, corruptos...

desculpa a linha de cima! mas que são, isso são!

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