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Maconheiro Estatal, Carlos Alberto Sardenberg, O Globo


numtemnicknaum

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  • Usuário Growroom
Maconheiro estatal

Carlos Alberto Sardenberg, O Globo

Legalizar a maconha não é uma boa ideia. Mas pode levar a uma situação menos ruim que a atual. Os usuários continuariam aí — e necessitando de cuidados —, mas os traficantes perderiam o mercado e, pois, o dinheiro com o qual ganham a guerra, assassinando desde adversários até usuários inadimplentes, intimidando e corrompendo policiais, juízes e governantes. O Estado economizaria bilhões hoje torrados em operações policiais.

E por que legalizar só a maconha ou inicialmente a maconha? Porque é a menos prejudicial das drogas e porque forma a maior parte do mercado.

A tese não é nova. Tem sido debatida por um grupo de ex-presidentes, incluindo Fernando Henrique Cardoso. Nos EUA, os estados de Colorado e Washington aprovaram há um ano o “uso recreativo da maconha”, sob regras, agora estabelecidas, que organizam a produção e a venda. No Uruguai, o Congresso acaba de legalizar a maconha, prevendo normas que ainda serão explicitadas por ato do presidente José “Pepe” Mujica.

É curioso. A ideia de legalizar é, na origem, liberal. Melhor deixar a escolha por conta do cidadão livre, o mercado para a livre iniciativa. Decisão polêmica, certamente, e mais ainda para o esquerdista Mujica. Consequência: o governo uruguaio tenta dar à ideia uma aparência de política pública de esquerda. Quer sair das sombras do tráfico para o controle total do Estado.

Acreditem: nas primeiras discussões, Mujica e seus seguidores falaram em estatizar tudo, desde as fazendas de cannabis até as fábricas de cigarros e as redes de varejo. A lei aprovada nesta semana não foi assim explícita. Prevê, por exemplo, o licenciamento de produtores, mas não diz como isso será feito, nem quais empresas poderão se habilitar. Fica claro, porém, que todo o processo, inclusive a importação de sementes e eventual exportação de maconha, será controlado diretamente pelo Estado.

Entre “entregar” o negócio ao capital privado que só busca lucro e criar uma superestatal agroindustrial e comercial, no que o leitor apostaria?

Os consumidores, esses serão estatizados. Para comprar os cigarros, a pessoa, maior de 18 anos, precisa se cadastrar em um órgão governamental. Terá assim uma carteirinha de maconheiro, com a qual poderá comprar até 40 cigarros por mês.

O preço será tabelado pelo governo. Talvez um dólar por cigarro, para competir com o tráfico, dizem as autoridades, e também para não se tornar uma atividade muito lucrativa. Ora, se não for lucrativa, terá que ser assumida ou subsidiada pelo Estado.

Usuários poderão plantar e processar sua própria erva, em casa. Isso com licença do governo, limitada a seis plantas por domicílio, sob rigorosa fiscalização, claro.

Então, vamos reparar? É ou não é uma das melhores ideias de jerico já produzidas pela esquerda latino-americana? Estatizar e subsidiar o barato é uma proeza.

Mas, dirão, a maconha estatizada deve ser melhor que um mercado dominado pelo tráfico. Seria, se a estatizada não estivesse prontinha para cair nas mãos dos traficantes.

Começa pela carteirinha de maconheiro. Digamos que uma minoria de militantes da droga tope isso, para marcar posição. Mas o maconheiro, digamos, normal, não vai querer manchar seu nome.

Não é por que terá sido legalizada que a maconha ganhará aprovação social e absolvição médica. Todos sabem que a droga é nociva, vicia e prejudica o desempenho das pessoas.

Assim, companhias aéreas, empresas de ônibus, construtoras, fábricas com equipamentos complexos têm um bom argumento para recusar os maconheiros oficiais. Isso cria uma questão jurídica. Se a maconha é legal, como a empresa pode discriminar o usuário?

Por outro lado, admitindo que tudo esteja montado, forma-se um baita mercado. Cada maconheiro oficial tem direito a 40 cigarros/mês. Eis um novo emprego. Os traficantes vão mobilizar “funcionários” que ganharão algum dinheiro sem trabalhar, apenas se registrando como maconheiros.

Na verdade, a produção estatizada vai dispensar o tráfico de boa parte do plantio, produção e distribuição. Se os traficantes hoje compram até juízes, não conseguirão seduzir um funcionário de uma lojinha oficial? Ou convencer moradores a plantar e vender o excedente? Vão financiar a produção doméstica.

Finalmente, todo o complexo estatal da maconha será um grande negócio. Ou seja, muitos cargos — e dinheiro — para serem disputados pelos políticos.

Quem defende a legalização da maconha reconhece que a maior dificuldade é justamente o processo. A estatização à Uruguai é a pior proposta. As regras dos estados americanos? Próximo assunto.

Fonte:http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2013/12/12/maconheiro-estatal-517911.asp

Interessante notar que no Globo já se ultrapassa a legalização e já se discute modelos... Acho uma pena que o modelo da Espanha seja pouco discutido, talvez até por ser uma gambiarra... Para mim a cooperativa canabica é o equilíbrio entre o mercado e o interesse público.

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  • Usuário Growroom

Liberal chora.

Mujica tá completamente certo no pensamento.

Maconha, "droga", não é pra estar na mão do "mercado" e da livre iniciativa, gerando lucro.

E é isso que querem, a maconha na mão de multinacionais, como o álcool ou o tabaco.

Maconha não é pra lucro extorsivo, nem pra propaganda.

Seu consumo não deve ser incentivado.

É sobre respeitar direitos humanos e liberdades individuais.

E o dinheiro arrecadado tem sim que ser investido em política pública, e não ir pra conta de empresário na Suíça.

Mas também discordo com o completo monopólio estatal.

Até por achar que parte de uma visão preconceituosa da "droga".

Assim como a questão do registro, ou ter que pedir autorização para plantar em casa.

Ou quererem decidir qual semente eu vou usar.

É preciso encontrar um meio termo.

Acho que é uma questão de respeitar o usuário e garantir a liberdade dele na micro-esfera comercial de maconha impedindo que o mercado se aproprie da maconha, dos preços, e que gere lucros indevidos e descontrolados a pessoas.

Mas continua sendo um grande passo no sentido legislativo e uma grande experiência de controle do mercado.

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  • Usuário Growroom

Mano, nao vamos ser cara de pau e dizer que nao havera trafico. Quer queira ou nao ira existir. Vamos mudar a regiao geografica e imaginar que fosse no Brasil. Um país como o nosso, gigante, abrigaria sem nenhum problema um monte de traficante. Isso é verdade. Mas ja nao é assim hoje me dia?!

É obvio que existiram traficantes e como o jornalista falou, gente que nunca fumou mas irá la nas farmacias (ou coffee shops) pegar os becks.

Agora, é muita burrice ( !!! ) o cara poder plantar legalmente e ainda assim comprar da mao de traficante né?

Ai eh fd...mas é uma atitude bem brasileira...nego vai dizer que "nao tem tempo para plantar", "impossivel pra mim que fumo diariamente esperar meses para colher.." e por ai vai.....

Mas o sucesso nao vem por acaso, precisa de trabalho. Trabalho esse que se o cidadão maconheiro deixar de ser VERME (essa é a palavra) e plantar seu fuminho, com certeza estará fazendo o bem e deixando de trocar becks por balas, sangue e corrupção.

Por isso, devemos fazer o que é certo (mesmo que plantar seja proibido) mas estar com a consciencia limpa que mal nao estamos fazendo.

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  • Usuário Growroom

Os proibicionistas tão com o cú na mão....

E não apenas isso, estão inventando histórias e prevendo o futuro as mae dinah por ae...

"Se a maconha é legal, como a empresa poderá discriminar o usuário?" o filho da puta simplesmente ignora o fato de que o alcool é legal...

não é legal comparar a erva com o alcool... mas nesses casos qualquer usuario poderia fazer como faz hoje... fuma e vai trabalhar

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  • Usuário Growroom

O cara tem argumentos válidos, mas se ele me perguntasse se eu prefiro comprar de um traficante ou do Estado eu diria que prefiro o Estado, ainda que me custasse o dobro ou o triplo. Prefiro ter carteirinha de maconheiro do que financiar o tráfico.

Por isso concluo que a premissa principal de que os usuários não irão se sujeitar a um cadastro está errada, provavelmente porque não fuma maconha com frequencia.

Se sujeite a comprar "merda" de traficante, fumo seco e sei lá mais o que primeiro. Depois que fizer isso algumas vezes me diga o que prefere. Mas não tire conclusões do que não conhece.

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  • Usuário Growroom

"Os usuários continuariam aí — e necessitando de cuidados"

Me questiono que cuidados seriam esses, já que nós maconheiros não temos riscos de overdose, se a interrupção do uso não causa síndromes de abstinência, não causamos acidentes de trânsito, nem promovemos violência doméstica ou qualquer outro por termos fumado uns a mais, não sofremos com cancer, ou outras doenças, decorrente do uso de cannabis, e nem, seja lá o usuário mais pobre, recorremos ao roubo para manter nosso hábito...enfim, conceitualmente ainda tem muita coisa errada com nossa imagem.

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  • Usuário Growroom

ritalina, aspirina, tarjas pretas de n famílias de drogas já são um grave problema de saúde pública e ninguém faz nada....vende-se tudo sem controle e ta tudo ae, a qq hora quem usar usa.....aff hipocrisia e perseguição/demonização com os maconheiros/maconha.

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  • Usuário Growroom

"Os usuários continuariam aí — e necessitando de cuidados"

Me questiono que cuidados seriam esses, já que nós maconheiros não temos riscos de overdose, se a interrupção do uso não causa síndromes de abstinência, não causamos acidentes de trânsito, nem promovemos violência doméstica ou qualquer outro por termos fumado uns a mais, não sofremos com cancer, ou outras doenças, decorrente do uso de cannabis, e nem, seja lá o usuário mais pobre, recorremos ao roubo para manter nosso hábito...enfim, conceitualmente ainda tem muita coisa errada com nossa imagem.

É isso que é foda!!

Esse preconceito gerado por tantas mentiras....

Junta aí ignorância e mentiras....pronto, tá feito a bomba!! Aonde vi isso mesmo?? Aaaaaaaa sim, na escravatura!!

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  • Usuário Growroom

Incrível como o viés de esquerda domina a discussão, e quando alguém questiona o Deus Mujica já é rotulado como a favor das grandes corporações, as multinacionais Coffe Shops da Holanda que dominam o mercado mundial e escravizam chineses, hahaha

tem nego que nunk vai se liga que a porra da guerra fria acabo...

é isso ai os comunistas são um risco iminente ao perfeito mundo neo-liberal, e os comunistas e judeus são as mesmas pessoas e dominam a midia e o mundo...e blah blah blah... tenho um brother que saiu da clinica cheio dessas ideia...rsrsrs

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  • Usuário Growroom

Incrível como o viés de esquerda domina a discussão, e quando alguém questiona o Deus Mujica já é rotulado como a favor das grandes corporações, as multinacionais Coffe Shops da Holanda que dominam o mercado mundial e escravizam chineses, hahaha

Tu concorda com isso então ?

- A estatização à Uruguai é a pior proposta. -

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  • Usuário Growroom

Tu concorda com isso então ?

- A estatização à Uruguai é a pior proposta. -

Não, não considero perfeita mas é melhor que nada.

Uma das coisas que não concordo é com essa tentativa de demonizar o lucro...

Sinceramente não faz sentido, primeiro que nunca foi culpa do livre mercado a proibição da maconha, mas sim culpa da tutela estatal sobre os indivíduos, que é mais ou menos o que denota o limite de 40g por mês. Teoricamente o estado sabe que 40g é mais saudável para você...por exemplo, qual a diferença de falar que você pode fumar só 40g, de falar que você pode tomar somente 4 litros de bera, ou somente 40 fatias de queijo por mês? Nesse quesito o limite é desnecessário, ainda mais de forma coercitiva.

Quanto à produção de maconha, a liberdade nos trouxe insumos e substratos para o plantio, reatores, lâmpadas para cultivo, métodos de cultivo, medidores, diferentes genéticas, e muitas outras coisas que facilitam o cultivo em grow. E mesmo para quem planta ao ar livre, é quase impossível afastar que não houve lucro de alguma parte em alguma fase do plantio, como na compra de uma terra melhor, uma semente de um seedbank conhecido, etc. Em todas as situações que citei ocorreu uma relação de lucro, que serviu para o bem de ambas as partes. Acrescento ainda, a existência dos coffe shops, vaporizadores, bongs, diferentes variedade de sedas, produtos de cânhamo, também relações de lucro que nos favorecem e não degradam o meio social.

O estado por sua vez, nos trouxe a proibição, ou iria tornar conveniente o uso de um crachá de maconheiro, como se fosse orgulho isso, como se fosse orgulho portar um CPF ou uma identidade, alguém acha o máximo ter uma carteira de motorista? Totalmente desnecessário.

Sem falar que se você quiser adquirir qualquer das coisas que citei, irá utilizar o serviço dos correios, estatal que joga basquete com nossos pipes de vidro, extravia muitas encomendas, retém por mais de 3 meses encomendas. E se você tiver sorte ou for malandro, não tem que pagar 60% do valor total da compra em impostos. Já não bastando os 5 meses que você trabalha para isso, anualmente.

Bom, sem mais delongas, citei várias relações de consumo que beneficiam os maconheiros, inclusive os comunistas. Então porque diabos, se todas essas coisas relacionadas a maconha podem sem compradas de uma empresa ou de uma pessoa física, porque diabos a maconha não pode?

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  • Usuário Growroom

Ah os conservadores acreditam nisso, é 40 gramas, é, dá pra fazer 40 cigarros com 40g, é um entendimento de quem não está a par dos hábitos dos maconheiros, alguém que nunca fumou um acha bem que cada baseado tem 1g mesmo, outros bolavam sempre com 1g vai saber, vai ver o jornalista que escreveu era cabeção.

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  • Usuário Growroom

Para o Brasil não funcionaria a parte d produção pelo governo, concordo. Mas tem que pensar que o Uruguai é pequeno, talvez seja a solução para eles. Difícil é julgar como a pior opção vendo apenas de fora do processo. No mínimo é um começo, coisa que estamos muito longe ainda. Eu particularmente apoio. Melhor que nada. Poder ter seis plantas, trabalhando com sementes, leva metade com diferença de 40 dias. Uma vez por mês colhe três. Com boas técnicas, fert e boa genética tira tranquilo 70g seco por planta. Mais do que bom ter 200g mês, sem esterco e sem ter que viver se escondendo, e sabendo que da porta da tua casa pra fora tem um monte de porco querendo te enquadrar como traficante.

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