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A Maconha No Altar Da Pinicilina, Verdadeira Revolução


CanhamoMAN

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A MACONHA NO ALTAR DA PINICILINA, VERDADEIRA REVOLUÇÃO

Data/Hora: 27.jan.2014 - 19h 31 - Colunista: Cultura

http://www.jornalofarol.com.br/ver-noticia.asp?codigo=15683
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Tribuna da Imprensa – Helio Fernandes – Reprimida, combatida, proibida, passou a ser considerada suicida. Entrou para a relação das drogas criminosas, custavam a reconhecer que não era nem mesmo uma droga. Grandes personalidades que chegaram aos postos mais altos nos seus países, confessavam que na adolescência fumavam maconha. Sem maiores conseqüências, não era considerado droga.

O presidente do Uruguai, o psiquiatra Lester Grinspoon

A tentativa de reabilitar ou liberar a maconha, parou em muitos obstáculos, principalmente em estados americanos. Faziam concessões que não concediam nada, permitindo apenas o uso medicinal. Só que agora, o ex-guerrilheiro presidente do Uruguai, ganhou as manchetes do mundo, fazendo aprovar no Congresso, liberdade total, para essa maconha que pode ser plantada e consumida por qualquer um. Voltou a expressão, que foi muito citada no Brasil, há pouco, por causa das biografias: “É proibido proibir”.

O Uruguai é um país pequeno, com três milhões de habitantes, mas veio provar que a Justiça provoca satisfação e reconhecimento, muito maiores do que a injustiça. E o mundo que se prende muito mais a notícias de assassinatos, de corrupção, e tudo isso junto com penitenciárias como a de Dona Roseana, colocou nas manchetes, a liberação dessa maconha. Que um psiquiatra que passou a vida estudando o problema, comparou-a á penicilina.

Agora, quem vai desmentir o pesquisador?

Ainda me lembro, eu era pequeno e o mar bramia, quando houve a revolução da Penicilina. Um estrondo de satisfação, o povo que não tinha direito a coisa alguma, teve aberta a caminhada da descoberta, que servia para curar doenças sem fim.

Foi uma consagração, primeiro perplexidade, depois o direito dos povos se utilizarem das mesmas soluções que salvavam e favoreciam as elites enriquecidas com o dinheiro que sobrava da exploração do esforço do trabalhador. E isso resistiu até hoje.

O psiquiatra e suas lições

Grinspoon, com 86 anos de idade, é reconhecido pelo menos por 60 anos de estudo sobre a maconha. Nunca teve medo da droga, nem mesmo se pudesse atuar sobre ele. Para os que se surpreendiam com tanto tempo de convivência com a maconha, respondia sempre: “Uso maconha, pessoalmente, há mais de 40 anos, se prejudicasse minha memória, é evidente que eu já saberia”. E continuou devassando essa planta tão idiozincrizada e assustadora.

Descrição de apenas alguns dos benefícios

Diz que a maconha tem um extenso e ainda não desvendado uso medicinal. Nem fala na satisfação e no uso recreativo da maconha. Começa por dizer que na “Califórnia, médicos receitam para dor nas costas, com sucesso total”.

A maconha já foi utilizada para aliviar dor de cabeça, disenteria, baixar imediatamente a febre, como solução para a depressão, até para acabar com a enxaqueca. E conclui essa lista: “Sozinho, descobri que a maconha é o tratamento por excelência para a dor de cabeça”. Sem contestação de especialistas consultados.

A transformação do psiquiatra

Seu depoimento pessoal é irrefutável. Confessa: “Até 1967 era comum o uso da maconha em festas”. Eu era o primeiro a dizer: “isso deve fazer mal a saúde”. Mas aí o psiquiatra afirma que começou a questionar suas próprias afirmações e convicções sobre a maconha. E, mergulhou no estudo dessa planta, dedicou toda sua vida a constatar sua aplicação e seus benefícios.

Eu um médico, acreditando em versões

Começou se questionando como profissional, reconheceu que como quase todas as outras pessoas, estava enganando a si mesmo, acreditava no que diziam sem o menor fundamento.

Afirmação importante do psiquiatra e pesquisador: “Um dia fui à biblioteca de Harvard para tentar descobrir a base cientifica da maconha. Li todos os estudos e fiquei satisfeitíssimo de reconhecer, eu e quase todas as outras pessoas sofremos lavagem cerebral”. Impressionante a constatação e a confissão.

“A partir de 1973, 40 anos, comecei a fumar. Não queria ser criticado pelo fato de recomendar mas não utilizar a maconha. Nunca mais parei”.

O médico, psiquiatra, professor e pesquisador, garante: “A maconha tem efeito anti-inflamatório, e ação analgésica. Eu tenho complicações de estômago e diabetes, isso me dá terrível sensação de náuseas. Por isso, quando vou a um restaurante, carrego um pouco da erva para emergência, mastigo um pouco e continuo a comer, sem maiores problemas”.

Maconha-penicilina

Para terminar, a consciência e consistência do grande pesquisador, que mais do que ninguém pesquisou coletivamente a maconha e se serviu dela, pessoalmente. “A maconha tem múltiplos efeitos, que serão aproveitados, depois de dissipados os temores. Em muitas doenças ou males, a maconha será uma descoberta para a humanidade, assim como foi a penicilina”.

Que o mundo e a humanidade, reconheçam essa oitava maravilha médica

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  • Usuário Growroom

Maconha medicinal será tão importante quanto a penicilina, diz cientista

http://www.rondoniaovivo.com/noticias/maconha-medicinal-sera-tao-importante-quanto-a-penicilina-diz-cientista/110275

Segunda-Feira, 20 de Janeiro de 2014

Lesper.jpeg O médico psiquiatra Lester Grinspoon, 86, professor da Universidade Harvard O Estado de Nova York tornou-se, no início deste mês, o 21º nos Estados Unidos a permitir o consumo da maconha para fins medicinais. Também em janeiro, a França aprovou o Sativex, medicamento à base de seu princípio ativo para tratar sintomas da esclerose múltipla.

Antes, o Estado do Colorado, nos EUA, liberou sem restrições o consumo da droga. Sem falar no Uruguai que, no fim de 2013, permitiu que qualquer cidadão maior de 18 anos cultive a maconha para consumo pessoal.

Loucura? Não é o que vozes históricas a favor da liberação da erva pensam. E uma das que mais fizeram coro não só para o uso médico da Cannabis mas para o fim de qualquer lei proibitiva foi o psiquiatra Lester Grinspoon, 86, autor de um dos primeiros artigos a desmistificar os males da maconha, "Marihuana", publicado em dezembro de 1969, na revista "Scientific American". No texto, ele condena a proibição da droga.

Grinspoon também é autor de duas obras fundamentais para qualquer um que se interessa pelo tema, "Marihuana Reconsidered", cuja primeira edição é de 1971, e "Marihuana: The Forbidden Medicine", publicado originalmente em 1993.

Professor-assistente emérito do departamento de psiquiatria da Escola Médica de Harvard e membro do conselho administrativo da Organização para Reforma das Leis da Maconha nos Estados Unidos, o médico está longe de abandonar seu empenho para a aprovação da erva.

Ele ainda grita para que descobertas feitas nos 1960 sejam conhecidas -como o fato de, segundo ele, a Cannabis ser o remédio menos tóxico já registrado na literatura médica com potencial terapêutico para uma infinidade de doenças.

Segundo ele, quando cientistas começarem a testar diferentes formulações dos subprodutos da maconha, novas aplicações devem surgir. "Ela será a maravilha do nosso tempo, como foi a penicilina no passado", diz.

Grinspoon falou à Folha por Skype

Folha - Nos 21 Estados americanos onde o uso medicinal da maconha é permitido, os pacientes de fato têm acesso à droga?

Lester Grinspoon - Depende. Na Califórnia, onde a erva é aprovada para esse fim desde 1996, ela pode ser prescrita até para dor nas costas. Mas a maioria dos Estados é muito restritiva. Em Nova Jersey, essa deliberação ainda não saiu do papel.

Por que isso acontece?

Pelo pequeno número de enfermidades para as quais ela é indicada e pela ausência de prescrição.

Minha posição é que o uso medicinal da maconha só será colocado em prática com a aprovação irrestrita. Ou seja, se qualquer um acima de 21 anos puder usar.

Nenhum Estado colocaria entre suas indicações, por exemplo, o tratamento da tensão pré-menstrual -como bem fazia a rainha Vitória, na Inglaterra, no século 19- ou de soluços. Eu descobri sozinho que a maconha alivia náuseas.

Historicamente, a maconha já foi usada para disenteria, alívio da dor de cabeça, da febre, como antidepressivo, anticonvulsivante e para crises de asma e enxaqueca. Essas aplicações se demonstraram eficazes?

Muitas delas. A maconha é o tratamento por excelência da dor de cabeça.

Até para asma? Um dos malefícios já registrados da maconha é justamente sobre o aparelho respiratório.

A asma tem uma dualidade porque, se [a maconha for] fumada, irrita a traqueia e isso obviamente não é interessante para um asmático.

Mas, uma vez no organismo, ela não tem efeito deletério sobre o pulmão -pelo contrário, atua como um relaxante muscular. A traqueia tem esses músculos pequenos que, quando relaxados, ficam mais abertos e facilitam a respiração.

O senhor confirma estudos que relacionaram a maconha com a esquizofrenia?

A esquizofrenia tem um forte componente genético e conta com prevalência de apenas 1% da população mundial. É impossível que seja causada pela maconha.

A droga pode ser usada por pessoas com histórico de doença psiquiátrica?

A erva tem ação antidepressiva e pode ser uma aliada na depressão moderada, além de eficaz no transtorno bipolar na fase de mania. Outra aplicação seria na versão adulta do deficit de atenção.

Mas não posso afirmar que todos responderiam à erva. Tivemos muitos obstáculos para a realização de estudos clínicos. O caminho é longo para romper com esse atraso.

A maconha causa danos à memória?

Conheço pessoas que usam a erva há muitos anos. Eu mesmo uso há 40 anos. Posso dizer que se causasse problemas de memória a essa altura eu já saberia.

De qualquer forma, a literatura médica e a experiência mostram que essa perda de memória é temporária, no auge do "barato".

E eu a classificaria como uma distração. Esse é mito mais famoso sobre o seu uso. Então, a resposta para a sua pergunta é não.

Como começou a usar? E por qual motivo?

Eu era um conservador. Em 1967, era comum o uso da droga em festas e eu era o primeiro a dizer: "Não, isso faz mal à saúde". Comecei a questionar as minhas afirmações sobre a droga. Percebi que eu, um médico, assim como todas as outras pessoas, estava acreditando cegamente no que era dito sem o necessário fundamento.

Primeiro eu fui à biblioteca de Harvard e comecei a tentar encontrar qual era a base científica para a proibição da maconha. Fiquei estupefato, tive epifanias ao ler todos os estudos: "Meu Deus, sofri uma lavagem cerebral, assim como todas as outras pessoas nesse país".

Em 1973, comecei a fumar, para não ser criticado, já que era um defensor. Não parei desde então.

O senhor tem controle sobre a dose que usa? Chegou a estabelecer alguma frequência?

Uso à noite, quando é hora de relaxar. Mas para algumas pessoas e alguns casos eu aconselho dar um trago e não dar outro em seguida -esperar dois minutos e sentir o efeito. Para aliviar a dor de cabeça, por exemplo, eu preciso repetir esse procedimento cinco vezes.

No livro "Marihuana: The Forbidden Medicine", há uma seção que estabelece uma relação entre o uso de maconha e o envelhecimento. A erva o ajuda a lidar melhor com o avanço da idade?

Eu tenho gastroparesia [demora para passagem do alimento pelo estômago] por complicações da diabetes, e isso me dá episódios terríveis de náusea. Então, eu carrego um pouco da erva no meu bolso porque, se num restaurante eu tenho uma crise, eu uso [mastigo] e consigo relaxar e continuar a comer.

O efeito antidepressivo da maconha também ajuda, além de sua ação analgésica e anti-inflamatória.

Há diferentes moléculas na Cannabis com diferentes funções? Seria possível isolá-las para que umas fossem mais ou menos potentes que outras e, com isso, sofisticar sua composição química para diminuir efeitos psicoativos ou fabricar diferentes medicamentos?

As moléculas da Cannabis são chamadas de canabinoides. O tetrahidrocanabinol (THC), o mais estudado, é basicamente responsável pelo "barato". Agora, nos últimos anos, estamos estudando o canabidiol (CBD), que não dá barato e, na verdade, atua contra ele, além de ter um poderoso efeito terapêutico.

Já temos medicamentos à base de CBD?

Há uma erva, chamada Charlotte's Web, com grandes quantidades de CBD. Ela é muito útil para o tratamento da síndrome de Dravet, uma forma de epilepsia comum na infância causadora de centenas de convulsões por dia. O cérebro dessas crianças nem se desenvolve. Quando administrado o CBD, o número de convulsões passa de 300 diárias para cerca de três. Isso é incrível e ainda não há nenhum efeito psicoativo, pelas baixas dosagens de THC.

Na semana passada, foi aprovado na França o Sativex, indicado para o alívio de sintomas da esclerose múltipla. Também o dronabinol é um medicamento clássico para o alívio dos efeitos colaterais da quimioterapia. Acredita que esses medicamentos são mais eficazes que a erva?

O Sativex não é um bom medicamento. Sua composição química é de metade THC e metade CBD. Então não tem muita sofisticação do ponto de vista da proporção entre as moléculas. Mas o principal problema é o fato de ser administrado em pequenas gotículas -o que demora para fazer efeito. E se você está com sintomas e espasmos agudos, certamente não quer que demore tanto pra passar.

O dronabinol é puro THC. Não possui os demais canabinoides presentes na maconha igualmente terapêuticos. A erva, assim, ainda é o melhor remédio.

A maconha tem potencial para oferecer benefícios para mais doenças?

Quando a ciência começar a manipular frações moleculares e mexer com o CBD, certamente teremos mais surpresas quanto aos benefícios da Cannabis. Ela será a maravilha do nosso tempo, como foi a penicilina no passado.

Não tem nenhuma restrição quanto ao uso da erva?

Em jovens com o cérebro em formação. Não há estudos que analisem os efeitos da droga em menores de 22 anos. No mais, o uso é livre para quem gosta.

Fonte: Folha de SP

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