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A Conta Salgada Da Maconha Doce


CanhamoMAN

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A conta salgada da maconha doce

23/08/2015
http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2015/08/conta-salgada-da-maconha-doce.html




Tão estúpido quanto encarcerar quem fuma a erva é facilitar a expansão da indústria legal da droga sem criar mecanismos para proteger a saúde. Essa é a lição a ser aprendida dos Estados Unidos

CRISTIANE SEGATTO
23/08/2015 - 10h00 - Atualizado 23/08/2015 10h00




Não faz sentido mandar usuários de maconha para a cadeia. Mas tão estúpido quanto encarcerar quem fuma a erva é facilitar a expansão da emergente indústria da maconha, sem antes criar mecanismos capazes de reduzir os danos à saúde pública que ela pode causar. Antes de dar o passo seguinte (o da legalização da droga), o Brasil precisa fazer uma reflexão desapaixonada sobre as consequências dessa medida.

Não sejamos ingênuos. Estamos diante de uma nova e vigorosa indústria. Se legalizada, a maconha deixará de ser uma das fontes de renda dos traficantes (quebrar pernas e braços do tráfico é desejável) para ser promovida livremente por capitalistas profissionais. Esse fenômeno ocorre nos Estados Unidos, onde marcas associadas aos nomes de hippies lendários como Willie Nelson e Bob Marley atraem investidores robustos do Vale do Silício. Em entrevista à revista The Economist, um dos executivos da ArcView, uma rede de investidores do mercado da maconha, estimou vendas de US$ 3,5 bilhões até o final deste ano e de US$ 4,4 bilhões em 2016.


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Uma consumidora numa loja de maconha no Estado de Washington, um dos primeiros a legalizar a venda da droga para uso recreativo. No detalhe, itens comestíveis para uso medicinal numa loja em Denver, no Estado do Colorado (Foto: Ted S. Warren/AP e Randall Benton/Zuma Press/Corbis)
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Os defensores da legalização argumentam que ela é benéfica, entre outras razões, porque faz o dinheiro mudar de mãos. Ele deixa de financiar o submundo para premiar empresas que geram empregos, riqueza e impostos. É um bom argumento, mas não se deve perder de vista o fato de que os empreendedores não se contentarão com o mercado já desbravado pelo tráfico. Eles não medirão esforços para fidelizar novos clientes, a exemplo do que fazem as exitosas indústrias do tabaco e do álcool. Esses dois produtos respondem pela maior carga de doenças provocadas por drogas. Os males cardiovasculares e o câncer (as duas principais causas de morte por enfermidade no Brasil) são apenas os dois principais itens da extensa lista de danos à saúde. Apenas com o tratamento de doenças relacionadas ao cigarro, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou R$ 1,4 bilhão em 2013. O status de droga legal, qualquer que seja ela, aumenta a exposição da população ao produto. É um fenômeno previsível, mas a criatividade da nova indústria da maconha pegou de surpresa os médicos e as autoridades sanitárias americanas. Se alguém imagina que essas empresas se contentarão em oferecer no Brasil pacotinhos de erva fedorenta ou de cigarros quase artesanais, precisa conhecer a variedade de produtos americanos.


Em quatro Estados (Colorado, Washington, Alasca e Oregon), adultos acima de 21 anos podem comprar maconha comestível para uso recreativo. São pirulitos, barras de chocolate, balas, cookies. Há opções sem açúcar e sem glúten. As embalagens atraentes ficam expostas ao alcance da mão. Outros Estados permitem o consumo de maconha comestível para uso medicinal. De forma clandestina, os mesmos produtos alcançam os Estados onde a maconha continua ilegal. Não demoraram a surgir casos de adolescentes que abusaram dos doces e sofreram ataques de ansiedade, sintomas psicóticos e insuficiência respiratória. “A quantidade de tetra-hidrocanabinol(substância que causa dependência) em alguns desses doces supera em quatro vezes o limite do que pode ser considerado seguro”, escreveu o psicólogo social Robert J. MacCoun, num editorial publicado recentemente no The New England Journal of Medicine. “Esse problema é agravado por diferenças nos efeitos metabólicos da maconha quando é ingerida em vez de ser fumada”, afirma. O efeito da droga pode variar dependendo do conteúdo do estômago. “Esses produtos, que imitam marcas alimentícias conhecidas, atraem as crianças, mesmo que elas não sejam o público-alvo da indústria”, diz. MacCoun defende uma regulação mais enérgica para a maconha comestível. Outros especialistas questionam os possíveis benefícios da legalização. “Essa é uma solução simplista para um problema complicado”, afirma o sociólogo Kevin Sabet, professor assistente do Departamento de Psiquiatria da Universidade da Flórida. Ele liderou um trabalho que avaliou o impacto da legalização da droga no Colorado em 2009 (para uso medicinal) e em 2012 (para uso recreativo).


Os novos investidores do mercado da droga preveem vendas de US$3,5 bilhões nos Estados Unidos até o final do ano

Na capital, Denver, 74% dos adolescentes em tratamento contradependência química afirmaram ter consumido a maconha medicinal de outra pessoa. Fizeram isso, em média, 50 vezes. A quantidade de suspensões ou expulsões da escola aumentou 32% na comparação entre os anos letivos de 2008 e 2012. A maioria dos casos envolveu o consumo de maconha. O número de mortes em acidentes de trânsito envolvendo motoristas que haviam fumado maconha aumentou 100% entre 2007 e 2012. A droga está longe de ser uma fonte inofensiva de prazer. Cerca de 9% daqueles que a experimentam se tornam dependentes. Entre os que fumam maconha todos os dias, a taxa de dependentes chega a 50%. A droga aumenta o risco de ansiedade e depressão. E também de esquizofrenia, em especial em pessoas que já têm predisposição genética à doença. Antes dos 21 anos, o cérebro é altamente vulnerável a agressões ambientais, como a exposição ao THC. A substância pode provocar falhas de memória que dificultam o aprendizado e a capacidade de reter informações.

No cenário atual, o Brasil não dá conta de atender à pesada demanda por cuidados de saúde mental. Será capaz de oferecer tratamento adequado aos novos viciados quando os produtos forem mais atraentes e disponíveis? De onde sairá o dinheiro? Dos impostos recolhidos pela indústria? Em que medida? Tudo isso precisa ficar claro antes da legalização. A liberdade de consumir maconha é individual, mas o ônus de arcar com os custos dos tratamentos, das ações de prevenção e do acolhimento às famílias que sofrem com a dependência sempre será coletivo.

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  • 2 weeks later...
  • Usuário Growroom

Bloquearam os comentarios na fonte

Estão comparando os danos à saude que o cigarro e o alcool causam...

"O status de droga legal, qualquer que seja ela, aumenta a exposição da população ao produto."

Pode crer, é o que vem acontecendo com o cigarro nos ultimos anos aqui no brasil né?

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  • Usuário Growroom

Matéria nitidamente escrita por uma "careta",colocações pejorativas é a cara de pessoas que não curtem ou nunca curtiram a erva.

Essa jornalista e a tipica pessimista se escorando em argumentos batidos e dados tendenciosos,toda substância deve ser ministrada e com a regulamentação esse estudo fica claro e dissertativo pra quem escolhe usar a erva.

Agora jogar pedrinhas sem embasamento é fácil, Maconha cura doenças isto é fato e por quê não falar um pouco disto em meio a um nevoeiro de informações confusas?

Encarar a realidade escancarada faz parte de jornalistas dinâmicos,reforçar argumentos batidos para satisfazer os conservadores é a cara da brilhante Cristiane Segatto.

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  • Usuário Growroom

A descriminalização do porte abre oportunidade para educar esses jovens a consumirem a cannabis de maneira mais saudavel. Afastandoos dos temidos "pau podres". Orientando sobre as genéticas e seus potenciais de cura e entretenimento e o auto controle no consumo.

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  • Usuário Growroom

A Cristianne Segatto ainda não viu o documentário do Doutor "ZAZ" e fica imprimindo a sua opinião (conceitos de pseudo moralidade) sobre o uso da maconha.

Essa mulher nem sabe o que escreve, porque as proprias fontes citadas no artigo acima são plenamente a favor da legalização da cannabis, vide o artigo abaixo do proprio Kevin Sabet.

http://www.alternet.org/drugs/5-biggest-lies-anti-pot-propagandist-kevin-sabet

Video paulada no kengo ! lol




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    • Já está na hora de colher? Os pistilos estão marrons...
    • Salve galera, a quanto tempo eu não passo por aqui, caraca. Seguinte, estou passando por uma situação que nunca tinha me acontecido antes e gostaria de saber se alguém aqui já teve esse problema e se teve, como resolveu. Meu substrato está baixando o pH sozinho e muito. Eu faço rega com pH 6,35 por exemplo, como fiz hoje, e o run off sai com 5,2 e até 5,0. As plantas já estão na 2 semana de flora só que já  estão apresentando deficiências, as folhas se dobrando em garra, parecendo over de N, e elas estão bem  verdes mesmo. Estou usando um substrato 50/50 perlita e turfa. Quantos mais dias eu demoro pra fazer a proxima rega, mais ácido parece que fica. Usando Remo nutrients, iluminação LED 350W num grow 80x80. São 5 plantas automáticas, 4 na flora e uma no início da vega. Abaixo fotos.
    • Salve galera, tudo certo?! Alguns anos sem entrar aqui na casinha, mas como eu vi que tem alguns Growers retornando à casa e outros novos chegando, resolvi postar uma "atualização jurídica" (que não é tããão atual assim) para todos os usuários que já "rodaram/caíram" nesses anos todos de cultivo!!  Todos nós sabemos do julgamento do RE 635.659 (Recurso no STF para descriminalização do porte de maconha), agora chegou o momento de revisar as antigas condenações.  Sabe aquela transação penal assinada? Aquela condenação pelo 28 (que não foi declarada inconstitucional na época)?? Aquela condenação do seu amigo pelo 33, mas que se enquadrava nos parametros de um grower??? Pois então, chegou o momento de revisar todos esses processos para "limpar" a ficha de todos(as) os(as) manos(as) jardineiros(as)!! "O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dará início, em 30 de junho, ao mutirão nacional para revisar a situação de pessoas presas e/ou condenadas por porte de até 40 gramas de maconha ou seis plantas fêmeas. A realização do mutirão cumpre determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar recurso sobre o tema em junho de 2024, que resultou na fixação de parâmetros para diferenciar o porte de maconha para uso pessoal do tráfico. Entre o dia 30 de junho e 30 de julho, os tribunais da Justiça Estadual e regionais federais farão um esforço concentrado para rever casos de pessoas que foram condenadas por tráfico de drogas, mas que atendam aos critérios do STF: terem sidos detidos com menos 40 gramas ou 6 pés de maconha para uso pessoal, não estarem em posse de outras drogas e não apresentem outros elementos que indiquem possível tráfico de drogas. De acordo com da Portaria CNJ n. 167/2025, os tribunais atuarão simultaneamente para levantar os processos que possam se enquadrar nos critérios de revisão até o dia 26 de junho. Este é o primeiro mutirão realizado no contexto do plano Pena Justa, mobilização nacional para enfrentar a situação inconstitucional dos presídios reconhecida em 2023 pelo STF. O CNJ convidará representantes dos tribunais que atuarão diretamente na realização do mutirão para uma reunião de alinhamento na próxima semana, além de disponibilizar o Caderno de Orientações." LINK DO CNJ Caso o seu caso se enquadre, ou conheça alguém que também passou por essas situações, sugerimos buscar um Advogado de confiança ou entrar em contato aqui neste tópico mesmo com algum dos Consultores Jurídicos aqui da casinha mesmo!! Bless~~
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