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"Eu financio essa porra?" O usuário é ou não responsável pelo tráfico de drogas


Galvão

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  • Usuário Growroom

Salve canabinistas de plantão! Depois de um debate um pouco acalorado com amigos maconheiros, se sustentamos ou não o tráfico de drogas, gostaria de estender essa discussão para o GR. Queria compartilhar dois textos de opiniões diferentes sobre isso e que conversam entre si, e se possível,  nós construirmos um debate saudável sobre o tema.

https://amargemdofeminismo.wordpress.com/2014/11/14/o-trafico-de-drogas-arruina-a-vida-das-perifericas-e-nao-ignore-que-voce-financia-isso/

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O Tráfico de Drogas arruina a vida das periféricas e não ignore que você financia isso

Publicado: 14 de novembro de 2014 em Negralismo, Periferia, Sociologia
13

Finalmente um texto meu sendo bem enfática sobre a minha crítica à sociedade classe média quanto ao consumo de drogas ilícitas. Já fiz um vídeo sutil falando disso mas demasiadamente longo. Ouvir a periferia é o que toda a esquerda diz fazer, mas eu só vejo a classe média falando pela periferia às cegas, sem conhecimento de campo e ignorando o que é conveniente ignorar.

O tráfico de drogas é a nova senzala da população negra. A maioria dos traficantes é negra. A principal causa de genocídio negro no Brasil é pelo tráfico. E o tráfico de drogas nunca é bom para a favela. Mesmo quando traficantes financiam festinhas para animar a criançada lá. Nem o corpo de traficados (os bandidos favelados), nem a periferia e nem a sociedade civilizada se beneficia disso. Só quem se beneficia disso são os chefes dos morros que são pessoas que não moram na favela e raramente vieram dela (artistas, políticos, delegados, empresários, etc).

O tráfico é a nova senzala do negro e o senhor continua sendo branco e continua traficando e marginalizando negras e negros. Mas o senhor só trafica porque existe mercado de consumo.

O tráfico só existe porque é proibida a venda de certas drogas. Essas drogas podiam ser vendidas em vários pontos da cidade e os donos do tráfico ganhariam mais vendendo diretamente em seus condomínios. Mas justamente por ser proibido, por ser tráfico, por demandar armamento e periculosidade que é feito nas valas das cidades – as favelas e morros. Locais de exclusão social, de gente sem valor, de gente que cai melhor morta, gente esquecida e ignorada. Logo, se é para lidar com armas, que se lide nas valas. Se é pra ser morto, que negros sejam os peões de guerra. Quem se importa com um gorila morto?

Veganos se importam. E eu sou vegana. Agora, deixe-me contar uma curiosidade no meio vegano. Eu fiquei sabendo disso recentemente, mas veganos param de fumar ou deixam de comprar cigarros da Souza Cruz porque eram produzidos com base em testes em animais. Daí alguém disse “mas a SC disse que parou com o teste” e alguns disseram “oba, não aguentava mais pagar caro pelos orgânicos” e alguém disse “eu não confio no que essas empresas defendem“. Outro e outra disseram “por isso fumo maconha…”. A classe média é bem engajada contra a violência com os animais. Sempre foi. E até param de fumar porque cigarros não são veganos. A motivação para abandono de vício existe. Claro. Mas só quando se importa realmente com a causa. E se importar com animais é demasiadamente mais fácil do que se importar com negros. Mais ainda do que com negras. Eu fiquei impressionada com o poder da causa sobre as pessoas. Mas não sou fumante e não tenho dependência química. Mas já percebi que é comum mães não pararem de fumar durante a gestação e nem homens lutarem contra o próprio alcoolismo a despeito de toda violência e destruição que o mal traz para seus filhos e cônjuges. Então, abandonar vício em cigarro por  uma causa é sim notável.

Agora, retornando à periferia, sofremos desde sempre a marginalização e o tráfico de drogas só faz aumentar a mesma. A exclusão social é acentuada pelo tráfico e como favela já é a exclusão social em si, já é a violência e o racismo em si, podemos dizer que o favelismo é um processo agravado pelo tráfico. Serviços sociais deixam de alcançar as favelas por causa do poder “paralelo”¹ do tráfico. O poder de polícia deixa de chegar nas favelas e com isso agravam-se violência contra crianças e mulheres pois os homens favelados (que compõem uma das parcelas mais machistas do mercado) podem fazer o que bem querem² nos becos e vielas. Além das violências dos lares, a violência dos bandidos também afeta a população e, bem ou mal, um sistema arbitrário de pena de morte é instaurado nas favelas e mulheres recebem pena de morte ou de invalidez por simples liberdade sexual, ou mesmo outros homens são mortos por inadimplência com o tráfico ou furtos. Crescer na favela é crescer sob a cúpula da violência e, sendo a favela a violência em si, ela é reforçada enquanto cárcere e campo de concentração da população negra pelo tráfico. Favela é o habitat socio-cultural da negra desde o século XX até o atual. E, não bastando essa forma de violência do Estado e da sociedade que é a marginalização, exploração e empobrecimento da população negra, nosso espaço é o play de guerra do combate ao tráfico. Play sim porque a guerra contra o tráfico é meramente cênica. Uma farsa montada nas arenas dos morros e favelas. Uma farsa para manter a classe média crédula de que o Estado se importa com o consumo de drogas e de que o dinheiro do povo está sendo empregado em sua proteção. Quem engole essa? A classe média alienada, claro, vulgo coxinha. A mesma que curiosamente acredita que a solução para as mazelas sociais é a explosão de barracos num hecatombe de negros. Ela fala isso com naturalidade porque a realidade é que negras e negros são realmente vistas como estorvo social, antiestético. Ao mesmo tempo que a favela é importante porque é o criadouro da mão de obra escrava³, ela é anti-estética e, pior, foco de violência e marginais que contra-atacam a parte civilizada da sociedade, como um efeito colateral da tão desejada desigualdade social. E digo desejada porque é realmente anseio do racista e da racista a exclusão, o apartheid social. O racismo pouco mudou, apenas trocou a roupagem.

¹ Não existe poder paralelo, o poder é único, integrado e racista. A mesma pessoa que sobe o morro fardada é a que lucra e se beneficia daquilo que finge combater.

² Apesar de os bandidos serem mais eficientes em proteger mulheres e crianças da favela do que a Lei Maria da Penha (lei hoje para os homens).

³Exército de mão de obra barata. O superpovoamento e a taxa elevada de natalidade nunca pareceu ser do interesse do governo e desconfio que seja lucrativa.

Então, não acho que basta ler esse texto e balançar a cabeça pensando no quanto os outros são racistas e alheios aos problemas de classe, aos problemas da periferia, mas revisar a sua parcela de contribuição com a violência que é o favelismo em si. O dinheiro que passa pela mão do traficado e vai parar enfim na mão daquele deputado ou empresário que mora num condomínio luxuoso próximo ao seu, veio do seu bolso, e a classe explorada somos nós. Nós da favela. Somos nós que pagamos por impostos e não temos acesso aos serviços sociais de qualidade (universidades, redes federais de ensino, por exemplo) e à urbanização. Somos nós que apanhamos de policiais, temos nossos direitos aviltados a cada intervenção militar e perdemos nossa dignidade humana. Somos nós que somos feitas de refém dos traficados e dos traficantes. E são nossas meninas que são prostituídas por eles. Somos nós e nossas filhas que pagamos com a vida para que você fume e cheire em segurança. A conta quem paga é nós com o salário de miséria que recebemos pelas 48 horas de trabalho semanais em subempregos enquanto nossas filhas e filhos são recrutadas para o tráfico, prostituição e drogas.

Como ousa vir aqui pagar de esquerda consciente quando logo na saída você vai ali na boca comprar seu malote do mês? A quem pensam que enganam? A si mesmos? Discurso nobre sem ação é pior do que discurso de direita porque a ilusão aliena e desvia da luta.  A revolta é o que nos move e nos liberta. Então dá licença porque o discurso pseudolibertário não vai mais sobrepor nossas vozes. Se a legalização parcial ou total das drogas é uma solução ainda não cedida pelos nossos governantes, não é a periférica, a favelada, a negra que deve pagar a conta do seu vício e sustentar seu conforto de não ser preso e nem marginalizado por se favorecer do tráfico. Traficante é quem lucra e quem consome. A gente aqui só paga, e muito muito caro. Todo ressarcimento é esmola porque a dívida é de séculos.


Texto Anexo da moça Sabrina sobre o tráfico de drogas e a exploração da miséria de negros.

Eu vou contar a vcs uma história:
Eu morava perto do morro do cantagalo, aqui no rio, perto da praia e a praia era aquele lugar “democratico” onde “td mundo era igual”. A vdd é que brancos ali tentavam fazer experiencias antropologicas escrotas com favelados mas era bem sutil mesmo. Eu me incluo nessa.
Eu fiquei amigona de um mlq cujo apelido se chamava tote (qm eh da zs do rio deve conhece-lo) Surfista sinistro, me ensinou à surfar direito, me ajudava em varios aspectos da minha vida e um detalhe q nao importa aqui, foi um dos poucos caras q nao tentou me agarrar. Estudava em facul publica q dpa teve q largar. Tinha varios patrocinadores de surf querendo patrocina-lo. O mlq era FODA. a mae dele era aidetica e alcoolotra e ele q cuidava da casa toda. Dos irmaos, dinheiro etc. Ele era negro e nao aquele negro que a sociedade erotiza e contrata pra fazer cota nas lojas e evitar uma má visibilidade e processo. Ele era aquele cara q pessoas atravessavam a rua ao ver, pq ele “tjnha cara de bandido” como diziam. Ele se meteu com trafico e geralmente vendia pro arpoador inteiro. Se meteu pq surf ia demorar pra ganhar dinheiro e ele nao podia esperar. Faltava comida, remedio etc e sinceramente? Nao ia ser facil achar um emprego. Ele queria ser surfista mas qs viu o dinheiro entrar, foi desistindo. Eu era bem amiga dele e fumavamos juntos. Eu sequer subia o morro.
Um dia ele morreu. Assassinado num confronto.

Eu to viva. Todos os clientes playboys dele estao vivos e trabalhando, mt bem obrigada.
Fico pensando… se a gente n tivesse enchido o rabo dele de grana de uma vez pra sustentar nossas babaquices, talvez fosse ele no lugar do gabriel medina hoje (e eu pego obda desde q nasci, eu SEI qm era bom e ele iria mt longe. Essa historia é mt triste.

Fim da historia

Eu nao fumo maconha pq eu desco da favela e acabou o meu problema. O problema fica la e nao eh prpblema meu.
Eu vou pra casa fumar com universitarios brancos como eu ou vou levar a maconha pras festas de musica eletronica de 200 reais o ingresso, cheios de feministas e feministos q odeiam pelo no suvaco e praticam o amor livre branco e riremos bastante naquela onda sensacional enquanto a mae do cara q me vendeu ta vendo o filho com a cabeca partida em 5 pedacos. Ta juntando os pedaços do filho pra enterrar. (Feminismo?)

Nao só do cara que me vendeu. O cara que me vendeu nao merece morrer.
Como tambem nao merece morrer os nao usuarios de drogas que voila SAO MAIORIA EM QLQR FAVELA pq qm sustenta trafico tem q ter grana, tb morrem. É mais que sabido que a guerra ao trafico mata estudantes, criancas, trabalhadores explorados pelos pais da galera que compra, arrasta mulheres vivas em carros da pm.
PLAYBOY E PATRICINHA n morre na guerra ao trafico. E parem de cao… nem preso vai bosta nenhuma

Entao isso aqui foi um dos maiores desprazeres que li na vida.
desculpa, mas mina branquinha q mora no asfalto defender maconha pras minas faveladas que rezam td dia pro irmao voltar vivo é aberracao. Q igboram maes q tem q ir na cadeia ser estuprada por agente penitenciario pro filho ter alguma humanodade na cadeia é mole. Feminismo de voces é nojento. Podre.
Sera q vcs aguentariam ver a mae de voces ter que se submeter à atrocidades horriveis pra tu n morrer dentro de uma cadeia?
Pq com a mae dos outros é legal?

No mais, sou hiperativa. Tomo remedios pesados mas maconha resolveria boa parte do meu problema. So que nao posso curar meus problemas com o sangue alheio. Nao é dificil de raciocinar.

Observo pq ouco essas bostas q vcs falam qdo converso sobre prpstituicao e principalmente pornografia. Eu era VICIADA em pornografia. Qd parei, tive crises de abstinencia. Minha vida sexual é uma atrocidade desde que parei. Mas eu nao posso continuar explorando mulheres e sustentando uma industria que orienta homens à estuprar e mulheres à consentir.
Assim como n posso sustentar a morte de negros e negras pq nao qro largar o beck.

Eu vejo todo mundo aqui sendo feminista pra transar sem culpa e usar a roupa que quiser e parar de se cobrar moralidades diversas. Acho justo. Mas voces nao tem coragem de mover uma bosta de palha na vida de vcs por mulher nenhuma. Feminismo “se eu estou ok, foda-se”


http://makaveliteorizando.blogspot.com.br/2015/06/eufinancio-essa-porra-o-debate-sobre.html?m=1

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SÁBADO, 27 DE JUNHO DE 2015

Eu financio essa porra?

 
 
O debate sobre a questão das drogas é sem dúvida um dos mais polêmicos entre a esquerda. Um ponto central nesse debate é o papel que cumpre a “guerra às drogas” e o “tráfico de drogas” no extermínio da população negra, na violência estatal e no encarceramento em massa que esmaga a classe trabalhadora brasileira. Deparei-me com um texto que se pretende crítico sobre o tema, de título “O Tráfico de Drogas arruina a vida das periféricas e não ignore que você financia isso” [1], publicado no À Margem do Feminismo. Pretendo dialogar criticamente com esse texto e demonstrar as concepções erradas defendidas nele.


O texto pretender destruir essa “esquerda classe média” que pretende “falar pela favela”. Nos argumentos, o texto se desenrola assim: a “principal causa de genocídio negro no Brasil é pelo tráfico”, que “só existe porque é proibida a venda de certas drogas”. “O tráfico” só faz aumentar “a marginalização da periferia. Aliás, “podemos dizer que o favelismo é um processo agravado pelo tráfico”. Mas não só isso, “Serviços sociais deixam de alcançar as favelas por causa do poder “paralelo” do tráfico. O poder de polícia deixa de chegar nas favelas e com isso agravam-se violência contra crianças e mulheres pois os homens favelados”. E piora ainda mais “a violência dos bandidos também afeta a população”. Mas por que isso? O texto responde: “Uma farsa para manter a classe média crédula de que o Estado se importa com o consumo de drogas e de que o dinheiro do povo está sendo empregado em sua proteção”. Mas a classe média é mais culpada ainda, afinal, “Quem engole essa? A classe média alienada, claro, vulgo coxinha”. Depois dessas condenações, é necessário “revisar a sua parcela de contribuição com a violência que é o favelismo em si”.  Afinal “O dinheiro que passa pela mão do traficado e vai parar enfim na mão daquele deputado ou empresário que mora num condomínio luxuoso próximo ao seu, veio do seu bolso, e a classe explorada somos nós” [gravem isso, o dinheiro VEIO DO SEU BOLSO].  E o texto diz mais: “a negra que deve pagar a conta do seu vício [vício é uma palavra bem forte né?] e sustentar seu conforto de não ser preso e nem marginalizado por se favorecer do tráfico”. E para terminar com chave de ouro, descobrimos que a encarnação do mal, o traficante, é  “quem lucra e quem consome”.

 
Depois de todas as citações poderíamos resumir os argumentos do texto mais ou menos assim: a classe média financia o tráfico e por consumir também é traficante, e é a principal responsável pela violência estatal nas favelas provocada pela “guerra às drogas”. Esse texto me lembrou uma cena do filme Tropa de Elite I. Quando o assassino Capitão Nascimento entra numa favela, mata um rapaz pobre e negro, pega um universitário de classe média que estava na favela para comprar drogas e começa a agredi-lo dizendo “é você quem financia essa merda”. È lógico que o texto apresenta a mesma lógica, mas por um viés de “esquerda”. E é justamente por isso que ele deve ser criticado.


O texto mostra ser guiado por uma perspectiva liberal que vê a sociedade como um ajuntado de indivíduos e a realidade como a soma desses atos individuais. A partir disso a pessoa que escreveu o texto chama você “que financia o tráfico” para sua responsabilidade individual. Isso pode parecer crítico, mas basta um exemplo para mostrar que não é. Imagine um militante anticapitalista fazer uma campanha contra você que “financia o capitalismo”, afinal, sem sua compra não existiria venda e nem lucro... e nem capitalismo. Essa argumentação colocaria a culpa pela exploração no consumidor (que ser for da classe trabalhadora também é explorado) e não nas relações de produção capitalistas, nas classes burguesas.

 
Oras, então a culpa é só do “traficante”? Aqui entramos em outro erro do texto. A pessoa que escreveu legitima todas as categorias ideológicas criadas pela ideologia dominante na “Guerra às drogas”. Usa categorias como “traficante” (o vilão da história), “bandido”, “favela como essencialmente violenta”, etc. sem qualquer criticidade. Sem perceber o que seu texto faz é afirmar que o vilão da história mesmo, o “traficante”, tá na favela e que a classe média hipócrita tá apenas “ajudando ele a existir”. Tentar ser critico usando os conceitos da ideologia dominante é um contra-senso.

 
A ideologia dominante sempre criminalizou as estratégias alternativas de sobrevivência das classes trabalhadoras excluídas do mercado de trabalho de forma perene ou esporádica. “Bandidos”, “prostitutas”, “traficantes”, “jogadores”, “mendigos”, “vagabundos” sempre foram os alvos preferidos do poder punitivo no capitalismo [2]. A pessoas que escreveu o texto deveria problematizar a criminalização seletiva que é intrínseca a sociedade capitalista. Para além do clássico “o álcool é liberado, mas a maconha não”, temos que deixar claro: a condição de “traficante” é algo construído pelo poder político, ideológico e institucional dominante e esse poder [3], que é burguês, cria a figura do traficante nas favelas e a partir disso legitima uma série de ações repressivas e de extermínio funcionais ao capitalismo (que precisa controlar o seu Exército Industrial de Reserva e a classe trabalhadora incluída no mercado formal).

 
Nesse momento já podemos avançar em como é simplista a visão de que a “classe média” financia o tráfico. O que chamamos de tráfico de drogas na verdade é uma combinação complexa de redes sociais controladas e moldas pelo poder político burguês. Essa rede abarca desde pessoas que precisam usar estratégias alternativas de sobrevivência (como o comércio ilegal de drogas), até a criminalização dessa estratégia, a busca constante de legitimidade ideológica dessa criminalização, os efeitos disso nos aparelhos regressivos do estado, o impacto econômico desse comercio ilegal e de sua repressão (indústria da segurança privada) e o papel geopolítico que a “guerra às drogas” tem na dinâmica mundial do imperialismo. Reduzir tudo isso ao: “você compra um baseado e financia o tráfico” é algo cômodo, mas inútil. Senão vejamos.

 
A política atual de “Guerra às drogas” teve lançamento nos Estados Unidos, no Governo Nixon. Como o gueto negro e a política de segregação racial Jim Crow estavam ruindo, era necessário estabelecer um novo padrão de dominação para controlar os segmentos negros do proletariado. A estratégia encontrada foi criar uma série de discursos ideológicos e prática que reforçassem a segregação espacial, simbólica e institucional e garantisse um aprofundamento da repressão e controle sem que isso parecesse fundamentado numa política deliberadamente racista. A “Guerra às drogas” caiu como uma luva. Foi tão eficiente que os EUA hoje tem a maior população carcerária do mundo com mais de 2 milhões de pessoas, a imensa maioria dos presos são negros  e o país tem mais negros presos hoje que na época da escravidão [4].  

 
Mas os Estados Unidos foram mais longe. Com o processo de estabilização das burguesias internas na América Latina, as ditaduras militares deixaram de ser necessárias. Era chegado o momento de passar para um regime de “normalidade constitucional”, mas como fazer isso mantendo todo o aparelho repressivo do Estado, fundamental na repressão das classes trabalhadora em situação perene de miséria e pobreza? Simples, vamos exportar a estratégia da “Guerra às drogas”. O inimigo interno antes era o “comunista”, agora é o “traficante”. Mas não para por aí. O imperialismo também descobriu que a “Guerra às drogas” é excelente para conseguir o consenso social necessário na criação de bases militares no Cone Sul. A Colômbia têm nove bases militares dos EUA que foram criadas para combater o “narcotráfico” [5].

 
Mas segundo o texto é a classe média que cria o tráfico e legitima a violência. Primeiro, falar da classe média de forma homogênea, como se fosse um ente que pensasse e agisse todo igual é uma besteira. As camadas médias são divididas em frações – como toda classe social, inclusive. Alguns são conservadoras e servem sim de base de massa para o consenso reacionário em torno do extermínio nas favelas. Mas servir de base de massas é diferente de ter o poder. Camadas médias não têm poder e nunca terão no capitalismo. O poder político, ideológico e econômico é das classes burguesas. As classes que controlam o Estado, a produção de riquezas e cria a ideologia dominante. Camadas médias têm, é claro, certos privilégios sociais por causa de sua renda elevada (comparada ao conjunto dos trabalhadores), seu capital cultural e a ocupação de posições intermediárias nas estruturas de poder. Mas considerá-la classe dominante é tomar a aparência pela essência.

 
Aliás, o Brasil depois dos governos do PT e das palestras desastrosas de Marilena Chauí esqueceu o que é burguesia e decidiu que o maior inimigo do mundo é a classe “média proto-fascista”. Bem, sabemos que os ideólogos do PT fortaleceram esse discurso ideológico para colocar nas sombras seu papel como operador político da burguesia. Aliás, cabe aqui um exemplo ilustrativo. O Banco HSBC foi pego em vários esquemas de lavagem de dinheiro proveniente do comércio mundial ilegal de drogas. Os monopólios de mídia no mundo, e em especial no Brasil, procuraram divulgar o caso o mínimo possível. Ninguém do Banco será preso e tudo que aconteceu não passou de uma multa que não cobre nem os lucros que o Banco teve com o comércio ilegal [6]. Tropa de Elite I e o II não falaram do HSBC e dos outros bancos que ganham bilhões com o comercio ilegal de drogas. Nem dos monopólios mundiais que ganham milhões com o comércio ilegal de armas. Nem da indústria da segurança privada.  Muito menos o papel de organismos como OTAN, FMI e Banco Mundial. Nada disso. É muito mais interessante jogar a culpa na “classe média” ou nos “políticos corruptos”.

 
Nesse momento já estamos habilitados para responder a pergunta que dá título ao texto. Não, “eu não financio essa porra”. Muito menos você. Somos no máximo partes menores de uma engrenagem que está enraizada na estrutura econômica e no poder político da sociedade burguesa. E muito mais produtivo do que chamar a “responsabilidade individual pelo tráfico” é compreender a função estratégica que a pauta antiproibicionista tem na luta de classes e agir para a transformação revolucionária da sociedade.

 
Notas.

 

 

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Eu, Alex Kidd, só financio growshops e floriculturas da vida.. vivo comprando fertilizante, lampadas, box, substrato e afins... fazendo a economia nacional girar...

 

nós que plantamos nossa propria erva fazemos muito mais que qq capitão de qq polícia... 

 

Se nao fosse nossa lei estúpida, seríamos considerados heróis da resistência e nao traficantes. 

 

abs 

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  • Usuário Growroom

Caraca, esse texto pequeno e depois o outro pretão, fudeu minha visão ahahaha.

Sobre o texto, é aquela coisa de sempre. A pessoa que escreveu foi bem a fundo no tema, porém todos sabemos que funciona assim.

Agora como disse o Alex Kidd, hoje os growers só financiam floriculturas, growshops, agropecuárias etc e tal.

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  • Usuário Growroom

Realmente não tem como dizer q as pessoas q compram drogas nas favelas não compactuam com o que acontece lá. Assim como o veganismo citado, não tem como a gente ver aquele monte de crueldade e assassinatos dos animais em abatedouros e criadouros  e dizer q qm consome carne e roupas e coisas testadas em animais não compactua com aquilo. Com certeza compactua. Porém realmente não são os consumidores finais os totais  responsaveis por tanta merda, visto q é "escondido" todo o processo e unica coisa q vemos é somente a picanha no prato ou então a erva na seda e toda a forma assassina e cruel q foi o processo até chegar aos consumidores finais é maquiada e muito bem maquiada pelos REAIS dominante desse sistema. Mas qualquer pessoa da classe média q tiver os olhos aberto e notar q o dinheiro dele é sim parte da energia q faz a engrenagem girar e continua....... bom ai é famoso acomodado q já q não aperta pro lado dele não está nem ai, um cuzão né. 

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  • Usuário Growroom

O usuário cria a demanda, a lei joga a oferta para o mercado negro.

Eu gosto de tomar cerveja, uma caipirinha de vodka de vez em quando, uns vinhos.. Mas não compro bebidas contrabandeadas ou produzidas ilegalmente (faltra de controle de qualidade, financiamento de contrabandistas), porque a lei permite que eu faça isso. Se as bebidas alcoólicas forem proibidas hoje, amanhã quadrilhas de 'traficantes' serão formadas, gerando tudo aquilo que já sabemos que o tráfico gera, e então quem quiser continuar bebendo que é o responsável? Ou uma política ridícula que quer regular a vida privada da população que é?

O usuário financia o tráfico? Sim, mas não é ele o responsável pela existência do mesmo! Não é o usuário que canaliza todo esse dinheiro para o mercado negro, é a lei.

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  • Usuário Growroom

O que eu compreendi do segundo texto é que o caminho para legalização passaria pela luta de classe. Primeiro se trata da luta de classes e consequentemente a legalização. O que eu não acredito. Na minha concepção, a legalização da maconha, se dará através de dispositivo jurídico. Vejo na linha de pensamento que o texto segue um caminho à longo prazo para quem fuma, planta, vende. Sendo a própria politica de encarceramento citada no texto sofreria com a legalização.

A questão é muito mais profunda ao meu ver, do que somente "Legaliza" "Não legaliza", é uma questão social, que mexe em todas as camadas sociais, e vejo na legalização através de dispositivo jurídico o melhor e mais rápido caminho para retardar esses efeitos.

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  • Usuário Growroom
1 minuto atrás, BeTHC disse:

O usuário financia o tráfico? Sim, mas não é ele o responsável pela existência do mesmo! Não é o usuário que canaliza todo esse dinheiro para o mercado negro, é a lei.

Perfeito!

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  • Usuário Growroom

Vivemos num mundo muito complexo. É praticamente impossível viver sem compactuar com a pobreza e exploração.  Ou vcs acham que as suas roupas,  eletrônicos,  plástico,  gasolina,  matérias de construção e alimentos tem uma história limpa,  sem exploração e desrespeito ao meio ambiente e as pessoas?

Pra viver limpo só se isolando e virando um ermitão.  Acho uma sacanagem  culpar o indivíduo por tudo de ruim que existe na sociedade,  como se fosse uma escolha deliberada de nascer e viver num mundo que gira em torno da exploração de pessoas. Os danos do tráfico a população carente são muito mais complexos do que simplesmente criar o estereótipo do carioca malandro fumando maconha no arpoador enquanto ouve tiros na favela e ligando o foda-se.

A realidade não é tão simples assim, cada pessoa e uma pessoa, tem seus motivos e preocupações, e recorre ao tráfico porque ele existe, e vai existir enquanto houver a proibição.

Também acho de uma utopia gigantesca esperar o movimento inverso, que primeiro suma os usuários pra depois o tráfico, até parece que não se conhece a história da humanidade.

Claro que quem compra faz parte da merda, mas todos nós fazemos parte da merda. O hipócrita que não assume que gosta de fumar um, o policial, o médico que esconde os benefícios, os psiquiatras qu querem ganhar com os "viciados", a mídia, etc, etc, etc...

E as outras coisas danosas a periferia? Você também se sentem mal quando sonegam imposto? ele teoricamente poderia estar sendo usado pra salvar vidas, com escolas e hospitais, saneamento, esgoto... mas isso ninguém se importa, não é uma preocupação na cabeça do brasileiro, porque sabemos que o governo não usa bem os impostos. Então é culpa do contribuinte que não paga ou do Estado? se eu não pagar é crime ou só estou fazendo o que acho certo diante de tanta injustiça? Mesmo eu me defendendo, estou prejudicando quem?

A culpa é de quem?

Não há culpado na minha opinião, a sociedade é um conjunto de infinitos atores agindo em escalas e esferas que nós nem sonhamos que existem. O melhor sociólogo ou antropólogo nem arranha a superfície do imenso oceano que é o planeta Terra com a sua seus humanos malucos vivendo em sociedades baseadas em abstrações criadas por milhares de anos e misturadas sem parar.

 

O que vejo nestes textos é um desabafo de alguém que vê de perto a merda e sente toda ela. A pessoa tem todo o direito, pois é o tráfico que faz o mal pra ela. Mas, pra mim, temos que pensar porque existem pessoas vivendo nessas condições e nesses lugares.

É a mesma história de quem morre em deslizamento em áreas ocupadas ilegalmente, ou em alagamentos. Toda a culpa é jogada na natureza ou nas pessoas que ocupam esses lugares, mas ninguém discute porque tem edifícios em encostas de bairros ricos que nunca cairam, e bairros ricos em planicies que nunca alagram? É desviar a tragédia social, e transformar ela em ambiental.

Acho que com toda a complexidade envolvida, o discurso do capitão Nacimento de "você financia essa porra!" não resolve nada também.

Além de já sermos hostilizados por usar uma erva sagrada, ainda somos os financiadores da desgraça da sociedade. É dificil ser maconheiro viu...

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  • Usuário Growroom
36 minutos atrás, Venom420 disse:

 É dificil ser maconheiro viu...

Cara, fantástico teu texto. Não saberia me expressar melhor que isso, e basicamente é o mesmo que penso.

Não imaginas a quantidade de pessoas que conheço que ficariam chocadas ao ler um texto como esse vindo de "maconheiro". rsrsrs

Só alteraria a tua frase para: "É difícil ser humano..." como se comportar numa sociedade que te responsabiliza até por ter responsabilidade? 

 

 

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  • Usuário Growroom
12 minutos atrás, Janis_Cation disse:

Não imaginas a quantidade de pessoas que conheço que ficariam chocadas ao ler um texto como esse vindo de "maconheiro". rsrsrs

 

Hehehe sei bem como é. Já fui taxado a vida inteira, por que pelo que parece as pessoas não tem mais nada o que fazer do que cuidar da vida alheia e ficar prejulgando todo mundo. Na faculdade eu consegui ganhar respeito, fui o melhor aluno da turma, passei em primeiro no mestrado e nunca escondi que fumava, nem pro meu orientador, que já conversou comigo e eu estando completamente chapado.

Um dia dei uma palestra sobre astronomia na faculdade e na saída uma menina disse "vc é tão inteligente, mas você fuma, como pode?"

O ser humano é um ser ela muito limitado e frágil, nossa racionalidade não é grande coisa, e nossa consciência é menos ainda. A maioria das pessoas não reflete sobre os próprios julgamentos, já bate o olho e fala "fulano é X e então faz Y"...

Por isso que gosto tanto da erva e sei que ela não é pra qualquer um, pois ela é uma erva que te abre pra dentro, e lá dentro que estão os demônios. Tem gente que vai achar que maconha causa paranóia, pois é isso que ela tem dentro dela. Eu mesmo já tive, mas queria usar mesmo assim, pois sabia que deveria vasculhar dentro de mim, fiquei um tempo sem, fiz meditação, aprendi sobre mim e voltei... então a paranóia sumiu. Ou seja, não era a maconha, era eu.

A maconha é a maconha, ta lá parada na dela, tudo que se faz somos nós e somente nós. Não da pra ficar jogando a responsabilidade nas costas de outra coisa.

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  • Usuário Growroom
6 horas atrás, Venom420 disse:

Vivemos num mundo muito complexo. É praticamente impossível viver sem compactuar com a pobreza e exploração.  Ou vcs acham que as suas roupas,  eletrônicos,  plástico,  gasolina,  matérias de construção e alimentos tem uma história limpa,  sem exploração e desrespeito ao meio ambiente e as pessoas?

Pra viver limpo só se isolando e virando um ermitão.  Acho uma sacanagem  culpar o indivíduo por tudo de ruim que existe na sociedade,  como se fosse uma escolha deliberada de nascer e viver num mundo que gira em torno da exploração de pessoas. Os danos do tráfico a população carente são muito mais complexos do que simplesmente criar o estereótipo do carioca malandro fumando maconha no arpoador enquanto ouve tiros na favela e ligando o foda-se.

A realidade não é tão simples assim, cada pessoa e uma pessoa, tem seus motivos e preocupações, e recorre ao tráfico porque ele existe, e vai existir enquanto houver a proibição.

Também acho de uma utopia gigantesca esperar o movimento inverso, que primeiro suma os usuários pra depois o tráfico, até parece que não se conhece a história da humanidade.

Claro que quem compra faz parte da merda, mas todos nós fazemos parte da merda. O hipócrita que não assume que gosta de fumar um, o policial, o médico que esconde os benefícios, os psiquiatras qu querem ganhar com os "viciados", a mídia, etc, etc, etc...

E as outras coisas danosas a periferia? Você também se sentem mal quando sonegam imposto? ele teoricamente poderia estar sendo usado pra salvar vidas, com escolas e hospitais, saneamento, esgoto... mas isso ninguém se importa, não é uma preocupação na cabeça do brasileiro, porque sabemos que o governo não usa bem os impostos. Então é culpa do contribuinte que não paga ou do Estado? se eu não pagar é crime ou só estou fazendo o que acho certo diante de tanta injustiça? Mesmo eu me defendendo, estou prejudicando quem?

A culpa é de quem?

Não há culpado na minha opinião, a sociedade é um conjunto de infinitos atores agindo em escalas e esferas que nós nem sonhamos que existem. O melhor sociólogo ou antropólogo nem arranha a superfície do imenso oceano que é o planeta Terra com a sua seus humanos malucos vivendo em sociedades baseadas em abstrações criadas por milhares de anos e misturadas sem parar.

 

O que vejo nestes textos é um desabafo de alguém que vê de perto a merda e sente toda ela. A pessoa tem todo o direito, pois é o tráfico que faz o mal pra ela. Mas, pra mim, temos que pensar porque existem pessoas vivendo nessas condições e nesses lugares.

É a mesma história de quem morre em deslizamento em áreas ocupadas ilegalmente, ou em alagamentos. Toda a culpa é jogada na natureza ou nas pessoas que ocupam esses lugares, mas ninguém discute porque tem edifícios em encostas de bairros ricos que nunca cairam, e bairros ricos em planicies que nunca alagram? É desviar a tragédia social, e transformar ela em ambiental.

Acho que com toda a complexidade envolvida, o discurso do capitão Nacimento de "você financia essa porra!" não resolve nada também.

Além de já sermos hostilizados por usar uma erva sagrada, ainda somos os financiadores da desgraça da sociedade. É dificil ser maconheiro viu...

Que clareza de ideias cara, você explanou bem demais. De um forma ou de outra nos sendo maconheiros ou não estamos reféns de um sistema que nos escraviza de várias forma, a proibição é uma delas. 

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  • Usuário Growroom

Se comprou do tráfico tá financiando, fim de papo. A quem se atribui a culpa já é outra questão, foram as forças conservadoras por trás do Estado que inventaram de proibir e no que depender do usuário a coisa não teria tomado esse rumo.

Eu não tenho condições de manter um cultivo no momento e tendo consciência disso fumo bem menos do que fumaria normalmente, mas não vou largar de vez só porque algum babaca há mais de 50 anos atrás decidiu que fumar cannabis é errado.

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  • Usuário Growroom

Venon falou com alma. Valeu!

@Dantz, Até que se prove o contrário, sou inocente. Se compro drogas de alguém que mal conheço, como posso estar contribuindo para o crime organizado? Nunca cheguei em um traficante e perguntei quantas pessoas ele tinha assassinado pra descolar aquele tijolo ou se ele fazia parte de alguma facção criminosa. Pareço sínico mas é a verdade, não sei mesmo. Pode ser que sim mas eu nuca compraria se soubesse que fulano é um criminoso extra vendedor de flores prensadas.

Acho essa generalização bem ridícula. Maconha chega no país por muitas mãos, não exclusivamente por facções criminosas envolvidas com a lameira que a Globo propagandeia.

Parei de comprar maconha no dia em que me senti culpado por dar dinheiro na mão de um menor de idade. Aí sim senti que estava contribuindo com algo trevoso.

No mais, pra mim a culpa é da lei ultrapassada e de quem concorda com ela. Esses sim estão com as mãos sujas...

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  • Usuário Growroom

Já financiei muito, hoje, não veem meu dinheiro mais

Ainda bem que já sou 100% auto-suficiente (e com fartura Jah bless huehue)

Mesmo porque além de caro, anda sendo muito difícil achar contatos bom e quase sempre é só lixo fedegoso

A coisa aqui na minha cidade anda feia, muito crime, a bandidagem se matando em peso

A galera que antes passava, hoje tem medo porque quando não matam o concorrente, denunciam.

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  • 4 weeks later...
  • Usuário Growroom

Olá.

Alguém tem que fazer o papel sujo, colocar as caras que são os traficantes e do outro lado os drogados sim nós compramos deles ou já compramos um dia deles..

Não se ofendam com "drogado" um paracetamol é droga se ler a bula vai ter um avc. Mas o que eles vão fazer com o dinheiro ai sei lá. Mas com certeza os usuarios que movimentam essa porra toda. É muita droga é muita gente grande no bagulho a coisa é bem complexa e vou te dizer outra na minha humilde opiniao a cocaina move o mundo mais que bolsas de valores e caraio.

At.

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  • Usuário Growroom

Em primeira olhada sim, nós financiamos..

Entretanto, analisando mais amplamente, existe uma força maior que nos força estar nesta condição, quem define as coisas dessa forma, decide também quem está certo e errado.
Então, em primeira instância sim.
Analisando mais afundo, vemos que esta estrutura é mantida por um "poder maior" que por efeito tabela, subordina-nos a esta conduta, a qual estamos sendo culpados em primeira analise.

Então, se todos são iguais, os dois estão culpados.

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  • 2 weeks later...
  • Usuário Growroom

Quem consome álcool financia a violência doméstica? Acidentes automobilísticos? Desentendimentos e brigas entre consumidores do álcool? Pq estão financiando a produção e publicidade dessa substância... E no caso dos impostos, quem paga impostos está financiando a corrupção? Não tenho dados mas creio que muito dinheiro de impostos vai pro tráfico de drogas, e então? Quem paga impostos também financia o trafico? Pura balela, conversa de quem precisa de desculpas para se sentir moralmente superior, a vida é feita de escolhas, e a culpa não é minha se uns nascem na merda e outros não, tenho apenas UMA vida para viver, será que estou errado em me focar na minha própria?...

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  • Usuário Growroom

A galera, acho q consentir e financiar não fazem com q a culpa recaia somente em qm compra.... porq afinal o crime organizado se mantem com o trafico de maconha, de cocaina etc, de armas e de pessoas, então tem muitos financiadores alem dos maconheiros.... porem falar q vc não sabe para onde vai o dinheiro, visto q todos aqui sabemos como ocorre numa maioria o trafico de drogas, é querer demais se livrar do problema e lavar as mãos né, não sejamos infantis a ponto de olhar somente para nós mesmooooo..... Por isso acho importante a legalização, muito mais q eu consumir uma flor de boa procedencia, e sim o efeito q vai causar na sociedade no geral 

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