Composto, entre outros materiais, por cânhamo – uma fibra vegetal que deriva da mesma espécie que a maconha, a Cannabis –, o concreto Hemcrete promete revolucionar a indústria cimenteira, responsável por 7% das emissões de gás carbônico do mundo, segundo dados do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas.
O produto, desenvolvido e comercializado na Europa, é fabricado – pela empresa Tradical – a partir da mistura de materiais naturais e, ainda, sequestra carbono do ar. Como? Segundo os produtores, o “milagre” acontece graças ao cânhamo, que absorve CO2 durante seu crescimento.
Apesar da composição natural, ainda pouco conhecida, a empresa fabricante garante que o cimento ecológico não perde suas características: continua sendo impermeável, isolante térmico, à prova de fogo e não apodrece. As únicas diferenças, em comparação ao concreto tradicional, são que o produto é totalmente reciclável, ajuda no combate ao aquecimento global e, ainda, pode ser usado como fertilizante quando as construções são demolidas.
Então, por que o Hemcrete ainda não se espalhou pelo mundo? Ironicamente, o problema está, exatamente, no seu “ingrediente mágico”: o cânhamo. Apesar de possuir um teor de THC muito menor do que a maconha, a fibra vegetal sofre muito preconceito ao redor do mundo. Sua produção é proibida em vários países e as nações que permitem sua fabricação – como a China, o Canadá e alguns países europeus –, o fazem de forma muito controlada.
Na sua opinião, deixar de comercializar o Hemcrete, por conta do seu teor de THC, é certo?