Policiais, chefs de cozinha, confeiteiros, agiotas, saqueadores de containers, pescadores que enfrentam ondas gigantes, sobreviventes de tragédias… Todos eles já tiveram seus 15 minutos de fama na telinha da Discovery Channel. Agora, parece ser a vez de cultivadores de canábis e o entorno dessa realidade.
A rede conhecida pelos programas documentais lança, nos Estados Unidos, uma série de seis episódios chamada “Weed Country” (Planeta Maconha, em tradução livre), que analisa o comércio de maconha no norte da Califórnia.
O projeto tenta ser imparcial, mostrando as duas faces da moeda. De um lado, cultivadores que usam a ciência para desenvolver a melhor erva possível. Mesmo tentando se esquivar da lei, os jardineiros mágicos não hesitam em mostrar as diferentes facetas de seu negócio. Eles não acreditam que o que fazem é errado. “Estamos levantando a bandeira da desobediência civil”, afirma um dos growers.
Ao mesmo tempo, “Weed Country” mostra os desafios enfrentados pelos agentes da lei, seguindo grupos especiais treinados para encontrar e invadir fazendas de cultivo. Este lado da história se assemelha ao programa que está sendo substituído, “Pot Cops” (Policiais da maconha, em tradução livre), série que acompanha os agentes que buscam cultivos ilegais e traficantes. O tema está tão em alta que a emissora planeja uma noite por semana voltada para o assunto, o “Weed Wednesday” (Quarta-feira de maconha, em tradução livre).
Não há previsão de estréia das duas produções no Brasil, mas o tema foi retratado pela rede. Em “Vende-se Maconha”, o dia-a-dia de um grande dispensário californiano e os bastidores da maconha medicinal, um assunto ainda pouco esclarecido no Brasil. Além desses dois, focados especificamente na erva de Jah, outras produções tratam de outras drogas e todo o espectro ao seu redor. O canal concorrente “The History Channel” também investiu no tema, com os documentários “A História da Maconha” e “A História das Drogas”.
Para saber mais
No formato de longa-metragem e imperdível, “Grass – A Verdadeira História da Maconha”, promovido no Brasil pela Superinteressante, conta as razões e os meios que levaram a canábis a ser proibida nos EUA e, consequentemente, no mundo. “O Sindicato – O Negócio por Trás do Barato” também é uma boa pedida para entender as verdadeiras razões de tal proibição, assim como “Cortina de Fumaça”.
O brasileiro “Quebrando o Tabu” engrossa a lista com as caras de FHC e Bill Clinton sendo dadas a tapas e no ano passado ganhou uma versão internacional, apoiado por dezenas de celebridades internacionais. e narrado por Morgan Freeman, em inglês, e Gael Garcial Bernal, em espanhol. Também tupiniquim, “Vozes da Guerra” é um curtinha que também pode plantas uma semente do bem nos proibicionistas dispostos a agumentar. Cruzando o Atlântico e chegando à Europa, “Barcelonnabis” tem seus holofotes nos clubes canábicos espanhóis, considerando-os como alternativa à proibição.
São dezenas de documentários disponíveis àqueles que estiverem dispostos a entender o assunto despido dos tabus e preconceitos já impregnados. Políticos que nunca deram sinal de se tornarem defensores da legalização nos surpreenderam com atitudes racionais. Eles se dispuseram a mudar de opinião e posição. Ainda assim, há aqueles que se recusam a receber tal tipo de informação. Já dizia o ditado, o maior ignorante é o que não quer saber. Não é por falta de informação.