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ToggleA campanha internacional de proibição da cannabis perdeu muita força nos últimos anos. A comprovação do uso da planta para fins medicinais, as possibilidades industriais que ela apresenta e também o ativismo de maconheiros do mundo inteiro auxiliaram na desmistificação da planta e na desestigmatização dos usuários que, apesar de existir, vem perdendo força a cada dia.
Tais avanços impulsionaram mudanças legislativas em diversos países, alguns menores como o Uruguai, outros grandes influenciadores da cultura e da geopolítica internacional como os Estados Unidos. Com a quebra de tabus e a queda do proibicionismo como verdade incontestável, o debate ganha um terreno fértil, historicamente pouco explorado, com um número grande de agentes e maior ainda de curiosos.
Esse ambiente favorece que eventos relacionados a cannabis aconteçam ao redor de todo o planeta. Eles podem englobar a comunidade acadêmica, empresarial e – é claro – maconheira. Atualmente existem três formatos principais de eventos, que funcionam como network, plataformas de informação e também como uma confraternização de caráter recreativo, mais voltado para o grande público que se deseja se informar a respeito desse assunto.
ACADEMIA
Existem uma série de eventos acadêmicos que envolvem o assunto cannabis. Entre colóquios, conferências, simpósios e outras nomenclaturas, os encontros têm forte periodicidade e ocorrem em diferentes cidades, estados e países há muitos anos. Os temas são dos mais variados, entre biologia, empreendendorismo, história, psiquiatria e muitas outras possibilidades.
A academia proporciona um dos principais espaços de troca de informação. Novos estudos, descobertas e pesquisas ganham um local de explicação, proporcionando uma experiência carregada de muita informação e frequentemente conta com o apoio não só de universidades, mas também de fundações e empresas.
Entre os principais eventos do mundo, está a Reform Conference que acontece a cada dois anos e é organizada pela ONG estadounidense Drug Policy Alliance. Em 2009, William Lantelme Filho, fundador do Growroom, foi convidado para participar do evento em Albuquerque, no estado do Novo México e afirmou que os brasileiros costumam marcar presença no evento.
No Brasil, existem muitos eventos anualmente. Em 2013, Brasília sediou o Congresso Internacional sobre Drogas (CID), com muitos participantes, auditórios lotados e muito conteúdo disponibilizado no Youtube. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é uma das principais linhas de frente nesse assunto, com o Simpósio anual sobre a planta que chegou à sua 5ª edição este ano. Além disso, colóquios e conferências vêm sendo cada vez mais frequentes em diferentes universidades pelo país.
As articulações ganharam força também em associações com o teor medicinal, no caso da Cultive por exemplo, que organiza cursos de cultivo para pacientes que fazem uso da Cannabis medicinal.
O tema está em alta e até o lado que procura manter a proibição da cannabis está articulado nesse tipo de evento, tendo em vista o USP Talks que ocorreu em 2017.
EXPO
As Expos são eventos de caráter empresarial. Funcionam como um espaço onde as empresas e lojas se encontram e podem exibir seus produtos, fazer negócios, e é um excelente lugar para fazer networking e conhecer pessoas do ramo do mundo inteiro.
O evento normalmente traz uma série de discussões, palestras, músicas, entre outras atividades que promovem uma ampliação da experiência proporcionada.
As expos ganharam corpo no início nos anos 2000, em eventos como o Highlife, realizado na cidade de Utrecht (HOL), onde o Growroom esteve presente em 2003. Atualmente, esse tipo de evento já se multiplicou ao redor do mundo, seja nos EUA em estados como a Califórnia e do Colorado, como também a Spannabis, uma das maiores expos do planeta que ocorre em Barcelona (ESP).
Na América Latina, o Expoweed Chile foi um dos pioneiros, impulsionado pela forte presença dos bancos de semente. A Argentina também teve alguns eventos ao longo dos últimos anos e o ExpoCannabis Uruguay tem ganhado força com a legalização da erva no país. No Brasil, o Pot in Rio chegou a sua 5ª edição em 2017 e o Ganja Talks Fest chegou à 2ª edição em 2017.
COPA
As copas cannábicas são eventos de reunião com foco nos cultivadores. São espaços de troca de informação sobre a planta e também contam com o teor recreativo. As copas podem ser acompanhadas de atividades paralelas como shows, por exemplo.
Abaixo, um vídeo explicativo da Cannabis Cup realizado pela High Times:
Cada copa tem seus critérios de avaliação, mas normalmente é avaliado o sabor de cada planta, que pode ser achocolatado, cítrico, doce, incensado, outro quesito é a textura, pensando no cuidado à planta, se está bem resinada ou seca. Além disso, o critério efeito também é analisado, que depois de um dia inteiro de competição pode ser complicado.
Desde 1988, a empresa estadounidense High Times organiza a Cannabis Cup, que acontece em locais onde o uso medicinal ou recreativo é legalizado. Por muitos anos aconteceu na cidade de Amsterdam (HOL), mas recentemente ganhou outros espaços, como em diferentes cidades da California, o estado de Michigan, a cidade de Seattle.
Os latino americanos tem a Copa Cannabica del Plata, na Argentina, como evento mais antigo, que chegou a sua 16ª edição este ano. Além disso, a Copa Cannabis Uruguay que começou em 2012 ganhou novas proporções em 2017 com o Cannabis Weekend, que atualmente contempla o evento. Ambos os eventos receberam William Lantelme do Growroom como jurado.
Veja mais sobre a Copa Growroom que ocorreu em Porto Alegre:
O Brasil ainda caminha vagarosamente. Existem muitos eventos que ainda ocorrem de forma privada pelo assédio que as autoridades promovem nos organizadores. A Copa Growroom aconteceu duas vezes por exemplo, uma em Florianópolis (SC) e outra em Porto Alegre (RS), mas parou de acontecer por problemas na justiça.