Autoridades de Bogotá, na Colômbia, estão considerando um programa que usa maconha para ajudar os viciados em drogas pesadas a se livrar dessas substâncias que estão verdadeiramente o matando.
A Colômbia é o maior produtor mundial de cocaína. No entanto, dentro do país milhares de pessoas são viciadas em basuco, uma substância semelhante ao crack, mas ainda muito menos pura. Essencialmente, é a sobra da conversão de folhas de coca em cocaína e contém resíduos indesejados, incluindo querosene. Ainda mais perturbador, os traficantes são conhecidos por adicionar cinza e até pedregulhos moídos para aumentar oseu volume.
A droga é fumada e produz uma chapação de curta duração, mas poderosa, assim como o crack ou a heroína. Especialistas estimam que pelo menos sete mil pessoas em Bogotá são “usuários problemáticos” – o que significa que eles usam a droga cerca 15-20 vezes por dia.
Este problema tem motivado o governo da cidade a tentar experimentar a criação de “centros de consumo controlados”, onde viciados podem usar drogas em doses reduzidas enquanto se afastam de drogas perigosas. O objetivo é eventualmente usar a maconha para substituir drogas como basuco, permitindo viciadosa completar o círculo – do vício de drogas perigosas até a cura com uma erva natural e medicinal.
Descriminalização
No ano passado, a Corte Constitucional da Colômbia, correspondente ao nosso Supremo Tribunal Federal, determinou que o porte de substâncias ilícitas para consumo pessoal não poderá mais ser criminalizado. Os juízes decidiram que penalizar o usuário é inconstitucional, baseado nos direitos de autonomia e desenvolvimento da personalidade. “Aqui não há políticas paternalistas, o Estado não tem o direito de dizer a um cidadão o que ele deve fazer da sua vida”, disse o procurador-geral da Colômbia, Eduardo Montealegre