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ToggleTodo maconheiro que se preze já ouviu falar do haxixe marroquino. Mas você sabe porque o país do Norte da África guarda tanta fama quando o papo são os extratos de maconha? O haxixe processado no Marrocos tem diferentes tipos, cores e consistências, além de grande importância cultural e social – estima-se que sua produção é o principal meio de subsistência de aproximadamente um 1,5 milhão de pessoas no país. Mas, antes de saber mais sobre o hash marroquino, é importante entender o que é o haxixe e conhecer um pouco sobre sua história.
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O que é haxixe?
Haxixe é o produto final da extração do tetra-hidrocanabinol, o THC, um dos principais princípios ativos da Cannabis. Para fazer o haxixe, é necessário encontrar os tricomas mais resinados de uma planta de Cannabis. Ou seja, aqueles cristais resinados e pegajosos, que costumam ficar junto das flores das plantas fêmeas, são os que liberam essas glândulas repletas de THC. Esses tricomas ou cristais podem ser extraídos de diferentes maneiras: manualmente, com solventes ou BHO, ou até mesmo com a submersão da Cannabis em água gelada.
É por ter diferentes métodos de produção que o hash pode ter aspectos e cores distintas: desde uma massa de modelar a um cristal ou vidro. O haxixe também pode ter uma cor marrom escura, mas também amarelo, preto, bege e até mesmo verde escuro por dentro. Tudo depende de como ele foi extraído. Neste post, você pode conhecer mais sobre os diferentes tipos de haxixe.
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A história do haxixe
Uma das maneiras mais antigas de processar a Cannabis, o haxixe – palavra que vem do árabe e cuja tradução literal seria “erva seca” – tem uso milenar. A origem é incerta, mas acredita-se que a popularização do hábito ocorreu por volta de 900 d.C., na Arábia. Entre os anos 1.000 e 1.200 d.C. surgiu uma lenda de ligava os assassinos da Pérsia ao consumo do haxixe, o que justificaria, para alguns estudiosos, o nome da droga: uma associação da palavra “assasins” (assassinos) à expressão “hash eaters” (comedores de hash).
O haxixe foi citado pela primeira vez em uma das histórias do manuscrito “Mil e Uma Noites”, também conhecido como “Contos Árabes”, publicado no Século XI. Até mesmo no Islamismo, que hoje chega a condenar o tráfico de maconha com pena de morte, a erva tinha lugar importante nestes tempos. É o que mostra, por exemplo, o livro do alemão Franz Rosenthal, “The Herb: Hashish versus Medieval Muslim Society”.
Com a exploração da África pelos europeus, o hash começou a chegar ao Ocidente. Conta-se que as tropas de Napoleão levaram do Egito o haxixe, que ficou popular entre os soldados franceses. Em 1.800, o hash foi banido do Edito; em 1.801, ao fim da ocupação, estava “curiosamente” disponível na França e em toda a Europa.
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O haxixe marroquino
A paixão entre os marroquinos e o haxixe é antiga. De acordo com reportagem publicada pela revista “Piauí”, o uso de Cannabis foi introduzido no Marrocos no Século VII, quando a região berbere foi conquistada pelos árabes. “Foram os muçulmanos que trouxeram a erva para o Ocidente em suas caravanas. Apesar de proibida desde 1956, quando o reino marroquino retomou seu território dos espanhóis e dos franceses, a maconha sempre foi tolerada”, diz o texto.
Maior produtor de haxixe do mundo, o cultivo de Cannabis no Marrocos acontece no Norte do país, nas zonas de Rif e Yebala, e cobrem uma área de cerca de 200 mil hectares. Estima-se que atualmente o mercado ilegal da Cannabis represente 10% do PIB do Marrocos, cerca de 114.000 bilhões de dirhams por ano (44 bilhões de reais). A atividade movimenta aproximadamente 1,5 milhão de pessoas no país, que tem 29 milhões de habitantes, gerando uma produção de 38 mil toneladas anuais, destinadas principalmente ao mercado europeu.
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Os tipos de haxixe marroquino
Por conta de variações climáticas e modos de extração, o haxixe marroquino também tem diferentes tipos, cores e consistências. Podem ser mais beges, marrons claros ou escuros; mais grudentos ou mais soltos, como kiefs. Em geral, não possuem altos teores de THC, mas são ricos em aromas e sabores. Conheça as principais variedades.
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Marroquino Slate
Tipo mais famoso de haxixe marroquino, o Slate tem um cor marrom-esverdeada, que pode variar para um castanho claro de acordo com a época da colheita das plantas. É vendido em tabletes finos, com uma consistência mais dura. Tem um sabor leve, suave e o cheiro é aromático e não muito picante. A onda é cerebral, ativa, com uma potência média, já que não possui alto índice de THC. No mercado ilegal, é vendido com vários nomes: Chocolate, Premier, Sputnik, Standard, Melange, entre outros.
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Marroquino Primero
O Primero é hoje um tipo raro de haxixe marroquino, cuja distribuição está concentrada nos arredores do Marrocos. Ou seja, quem não mora por perto, como os brasileiros, pode esquecer. A iguaria tem uma coloração castanho clara, levemente esverdeada por dentro, e consistência ainda mais dura que o Slate. O sabor também é leve, suave na garganta, mas o cheiro é marcante. Quanto mais forte é o odor, mais forte o haxixe Primero. A viagem também é ativa e cerebral, mas mais intensa e demorada.
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Marroquino Caramelo
Você já foi a algum coffee shop em Amsterdã? Se foi e fumou hash, deve ter fumado um Caramelo. Ou, pelo menos, deveria. Essa é a melhor variedade de haxixe marroquinho que se pode encontrar legalmente na Holanda. São de cor caramelo e têm o exterior escuro. A consistência é macia, são moldáveis e esfarelados. Os pedaços vendidos pela Europa geralmente são feitos à mão por artesãos e fazendenros, e pesam 5 gramas cada. Os preços costumam ser altos, mas a onda física, boa para relaxar o corpo, compensa. Sem contar o sabor de fruta doce, que fica na boca.
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Marroquino Polm
O Polm é um haxixe muito encontrado no Norte do Marrocos, embora não seja mais enviado em grande quantidade para a Europa. Isso porque já existem outros tipos de hash bem melhores e com preços parecidos no mercado. Então, esta variedade acabou ficando como uma opção para traficantes enganarem os mais desentendidos, oferecendo-os como se tivesse uma qualidade melhor do que a real. Tem uma cor marrom escura, quase preta, e sua onda é bem suave. A consistência é dura e esfarelada. Seu nome vem de polém, em alusão ao kief que resulta da peneira em sua produção. Tem uma onda média, leve.
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Marroquino Honey Blonde
Esta é uma das variedades de marroquino mais encontradas ao redor do mundo. O Honey Blonde (Loiro Mel, em livre tradulção) tem um sabor bem doce e agradável, com uma sensação bem suave na língua. A consistência é macia e a cor marrom-caramelo. A onda é bastante ativa e potente, o que faz sua procura ser alta por toda a Europa. Também são vendidos em barras não muito grossas.