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ToggleA maconha é uma das drogas mais conhecidas e usadas em todo o mundo, mesmo no Brasil, onde ela não é legalizada. Mas afinal, o que faz essa planta ser tão popular e por que ela ainda é criminalizada em vários países?
Se você tem curiosidades sobre o que é a maconha, quais são as espécies existentes e que efeitos ela causa no corpo, confira esse artigo!
Clique nos tópicos abaixo para ler sobre:
- Efeitos da Maconha e duração no organismo
- Origem da maconha
- História da maconha e proibição no Brasil
- Benefícios e malefícios da maconha
- Usos da maconha medicinal
- Maconha vicia? Faz mal? E mais dúvidas
O que é a maconha?
Maconha é o nome mais popular para a droga produzida a partir da planta Cannabis sativa, que tem o tetra-hidrocanabinol (THC) como princípio ativo.
Ela tem funções terapêuticas para tratamento de doenças e recreativas, onde apresenta efeitos psicotrópicos.
A cannabis é a droga ilícita mais consumida em todo o mundo. Seu uso constantemente gera discussões políticas, já que ela tem muitos benefícios medicinais e mesmo assim é ilegal em diversos países, inclusive no Brasil.
Nome científico e tipos de maconha
Existem apenas três tipos de maconha, ou seja, três espécies: a sativa, a indica e a ruderalis. Leia um pouco sobre cada uma a seguir!
Cannabis sativa
O nome científico mais usado para se referir à maconha é Cannabis sativa, que representa uma das espécies mais consumidas da planta.
Essa espécie possui uma concentração de THC maior do que de CBD, sendo mais psicotrópica do que medicinal.
A Cannabis sativa é natural de países próximos à linha do Equador e que apresentam um clima quente.
Essa espécie é a maior entre os tipos de cannabis, podendo alcançar até 2 metros de altura.
Devido ao seu tamanho, ela precisa de muita luz solar para ter um desenvolvimento saudável dos caules e flores.
Cannabis indica
Também é possível encontrar a Cannabis indica, que possui cerca de 4 a 5 vezes mais componentes psicoativos do que a sativa.
A planta indica é natural de regiões com clima mais fresco, não exigindo tanto a luz solar para o seu crescimento.
Essa espécie também não se desenvolve tanto, alcançando no máximo 1 metro de altura, o que facilita o cultivo indoor.
Além disso, a cannabis indica possui uma concentração maior de CBD do que THC, sendo muito usada para uso terapêutico e no tratamento de doenças.
Aproveite para ler mais sobre as diferenças entre as Cannabis indica e sativa aqui.
Cannabis ruderalis
Por último, existe também a Cannabis ruderalis, que não possui efeitos psicotrópicos e não tem potência no uso medicinal.
Essa espécie possui níveis muito baixos de THC e CBD e seu nome científico significa “erva daninha”, pois ela não tem muitas utilidades como as espécies sativa e indica.
Ela é espécie que se desenvolve mais rápido entre todas as cannabis e é possível encontrar plantas em estradas da Ásia central.
A ruderalis não serve para uso recreativo nem terapêutico. Mas, ela fornece a fibra de cânhamo, ideal para confecção de tecidos, extração de combustível e outros usos.
Quais são os efeitos da maconha?
Em geral, as pessoas possuem a crença popular que toda maconha deixa os usuários muito relaxados e com as funções cognitivas afetadas.
Porém, cada espécie de maconha provoca efeitos bem diferentes, podendo ser usados quando se tem objetivos diferentes.
Mas existem efeitos da Cannabis que são semelhantes e que podem ser conferidos neste post.
Efeitos da Cannabis sativa
A Cannabis sativa é indicada para quem deseja um efeito estimulante ou despertar sua criatividade.
Os principais efeitos da erva são:
- Euforia e agitação
- Aumento da energia física
- Sensação de ter muitos pensamentos desconexos e agitados
- Melhora o humor
- Ressecamento de boca
- Aumenta o apetite
- Aumenta a criatividade
- Proporciona novas ideias
Além desses efeitos, a sativa é ideal para fazer atividades ao ar livre ou com amigos, pois ela não causa sono ou cansaço.
Efeitos da Cannabis indica
Ao contrário da Cannabis sativa, a espécie indica é extremamente relaxante, sendo mais indicada para o uso noturno, em momentos calmos.
Seus principais efeitos são:
- Provoca relaxamento muscular
- Gera momentos reflexivos
- Sensação de calma e analgesia corporal
- Ressecamento de boca
- Reduz a ansiedade e estresse
- Proporciona mais foco e concentração nas atividades
- Reduz espasmos musculares (inclusive cólicas menstruais)
- Aumenta o apetite
Devido aos seus efeitos, a Cannabis indica é ideal para quem sofre de insônia e deseja mais relaxamento antes de dormir ou quer reduzir a ansiedade.
Quanto tempo dura o efeito da maconha?
Os efeitos da maconha podem durar entre 40 minutos a até 12 horas, dependendo da forma que a erva for consumida, porém o ideal é conferir o texto completo sobre isso.
A forma mais comum de consumo recreativo é através do fumo, em que os efeitos no corpo aparecem mais rápido, mas também acabam rápido.
Ao fumar um baseado inteiro, por exemplo, o THC entra em contato direto com a corrente sanguínea. Por isso, os sintomas corporais surgem em cerca de 5 minutos e podem durar até 6 horas.
Já no caso do consumo da maconha comestível, os componentes da erva precisam passar pelo processo de digestão no estômago.
Dessa forma, ao comer maconha, o corpo demora cerca de 40 minutos a 1 hora para ter uma brisa, mas os efeitos podem durar até 12 horas.
E quanto tempo a maconha fica no organismo?
Mesmo após não apresentar nenhum efeito físico ou psicológico, os componentes da cannabis demoram um bom tempo para serem liberados completamente nos fluídos corporais.
Quem consome maconha de forma moderada pode apresentar os canabinóides no sangue por até 15 dias após o uso, mesmo não apresentando nenhum efeito mais.
Já quem tem um consumo mais intenso, fumando maconha todos os dias, por exemplo, pode ter a droga identificada na urina em até 30 dias após o uso.
Qual é a origem da maconha?
A história da maconha na civilização é bastante antiga, com indícios da planta ter sido usada desde a Idade de Pedra (período neolítico).
A planta é originária da Ásia Central e foi encontrada primeiramente próximo ao Lago Qinghai.
Inicialmente a Cannabis era utilizada para alimentação, através do consumo das sementes, e para a produção de cordas com a fibra da planta.
Porém, com o passar dos anos, as comunidades asiáticas passaram a utilizar a cannabis em cerimônias, ritos de passagem e até mesmo em enterros.
Cerca de 500 a.C, as plantas de maconha eram frequentemente queimadas em braseiros de madeira durante enterros das comunidades. Era uma forma de cultuação à morte e à passagem do espírito para o estado de pós-vida.
Em 2003, pesquisadores encontraram uma cesta de couro repleta de fragmentos de folhas de cannabis ao lado de um corpo mumificado de um xamã de aproximadamente 2800 anos.
Isso trouxe indícios de que os efeitos psicotrópicos da planta já eram conhecidos e utilizados por povos com fortes crenças religiosas.
Além disso, povos como os citas, dácios e trácios utilizavam a Cannabis como uma forma de alcançar mais facilmente o estado de transe e ascender espiritualmente, ampliando o contato com seus deuses.
Os efeitos medicinais da planta também eram explorados já na antiguidade, como podemos observar uma referência explícita à maconha no livro “De matéria médica”, escrito por Pedânio Dioscórides, considerado o pai da farmacologia, e datado de 70 d.C.
Com a expansão das sociedades, a mudança no comportamento do ser humano e o surgimento de novas tecnologias, a maconha passou a ser cada vez menos ritualística e mais recreativa.
História da maconha e proibição no Brasil
Depois de percorrer diversos países através, a maconha chegou ao Brasil no período colonial, trazida pelos povos africanos das colônias angolanas.
Após ser popularizada entre os escravos, a planta foi facilmente aceita pelos índios brasileiros, o que ajudou a sua disseminação e plantio no país.
Mas vale ressaltar que a fibra do cânhamo já era utilizada na confecção das velas de embarcações portuguesas há muitos anos, ou seja, a Coroa Portuguesa já possuía acesso à maconha antes mesmo de vir para o Brasil.
Inclusive há indícios de que Carlota Joaquina, esposa do rei D. João VI, tomava chá de maconha frequentemente como forma de relaxamento e redução do estresse.
Por isso, na época, a maconha se espalhou em toda população brasileira e portuguesa, inclusive entre a alta sociedade e os brancos. Até então, não existia nenhuma proibição sobre a Cannabis e a ela era conhecida como “fumo da Angola”.
A planta também era usada de forma medicinal para redução da insônia, estresse e tratamento para bronquite e asma.
Porém, com o fácil plantio e acesso à maconha na época, a planta se tornou popular entre os povos negros escravizados.
Com o crescimento da comunidade dos Palmares, tornou-se conhecido o hábito dos escravos fumarem a planta em cachimbos de barro.
Foi então que surgiu a “Lei do Pito do Pango”, a primeira lei do mundo que criminalizou a venda e o uso da maconha, e tinha como principal objetivo extinguir um traço cultural dos negros.
Ou seja, a proibição da maconha no Brasil foi uma decisão política racista com o intuito de eliminar a história e a cultura da população negra.
Todo escravo encontrado com a maconha era preso por 3 dias em uma cadeia. Os vendedores da planta eram multados em 20$000, o correspondente hoje a cerca de R$ 750.
Depois, em 1930 o Brasil começou a reprimir a maconha com mais intensidade, por influência dos Estados Unidos. No território estadunidense, a criminalização ocorreu pela maconha ser muito utilizada por imigrantes mexicanos.
Quais são os benefícios da maconha?
A maconha possui benefícios tanto para o uso terapêutico quanto no uso apenas recreativo.
Seus principais benefícios para o corpo são:
- Abre o apetite;
- É relaxante muscular;
- Reduz a ansiedade e o estresse;
- Diminui a intensidade e a quantidade de convulsões em pacientes com epilepsia;
- Age como anti-inflamatório;
- Tem função analgésica;
- Alivia náuseas e vômitos;
- Provoca euforia, sendo indicada para o tratamento da depressão;
Todos esses efeitos positivos podem ser obtidos não só através do fumo, mas também da ingestão oral da planta ou por medicamentos, como a tintura ou o óleo de canabidiol.
Porém, no Brasil, os medicamentos cannábicos não são muito acessíveis, mesmo que sejam distribuídos pelo SUS.
Isso porque o preconceito e os altos custos de importação dos remédios fazem com que muitos médicos evitem ao máximo indicar a planta no tratamento de doenças.
E os malefícios? Maconha faz mal?
Apesar dos benefícios, em caso de consumo exagerado da maconha, ela pode gerar algumas consequências no corpo a longo prazo, que são:
- Causa distúrbios de memória em usuários que iniciaram o consumo de maconha em fase de desenvolvimento (adolescência);
- Prejudica a habilidade de processar informações mais complexas;
- Ao fumar maconha, ela pode afetar o sistema respiratório devido à presença constante da fumaça nos pulmões;
- Se usada com frequência, ela pode aumentar as chances do desenvolvimento de uma depressão grave;
- Em casos de histórico de doenças psíquicas na família, o uso frequente da maconha pode despertar transtornos psíquicos;
Considerando os prós e contras da maconha, nota-se que ela tem um potencial mais benéfico do que maléfico, desde que usada moderadamente e após a fase adulta.
Ela se torna prejudicial quando é utilizada muito cedo (na fase de desenvolvimento do ser humano), quando o consumo crônico é muito intenso e em casos de exposição intrauterina (maconha na gravidez).
Além disso, alguns efeitos colaterais indesejáveis podem surgir caso haja um uso intenso da maconha, como o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial.
Usos da Maconha medicinal
Mesmo com um grande uso recreativo, a maconha também tem diversas propriedades medicinais e pode ser utilizada no tratamento de doenças.
Seus principais benefícios terapêuticos são:
- Reduz a intensidade e quantidade de convulsões de epilepsia;
- Diminui sintomas de ansiedade;
- Maconhe e esclerose múltipla: Inibe espasmos e rigidez muscular decorrentes;
- Reduz a dor crônica da fibromialgia;
- Aumenta o apetite em pacientes com câncer e distúrbios alimentares;
- Auxilia no tratamento da depressão;
- Reduz a pressão intraocular, indicado para pacientes com glaucoma;
- Diminui os sintomas de Parkinson e Síndrome de Tourette.
Apesar dessas vantagens, a luta pela legalização da maconha medicinal no Brasil ainda é frequente, já que o plantio e consumo da cannabis no país é considerado um crime.
Desde 2019, a Anvisa aprovou um regulamento para a prescrição e distribuição gratuita de medicamentos canábicos através do SUS para pacientes que comprovem precisar da planta. Porém, o plantio ainda não foi legalizado.
Isso ocasiona uma série de complicações, pois os medicamentos canábicos importados pelo SUS custam cerca de R$ 2.800,00 cada caixa, tornando o tratamento dos pacientes muito caro para o governo.
Diversas associações canábicas brasileiras exigem na justiça o direito do plantio para facilitar o acesso aos medicamentos a base de maconha, mas o preconceito é a maior barreira para esse avanço.
Afinal, a maconha vicia?
Existem alguns casos registrados de dependência da maconha, mas eles não são frequentes.
Isso indica que, em comparação com outras drogas, a maconha é bem menos indutora de dependência química.
Por exemplo, é fácil para o usuário optar por não fumar um baseado a qualquer momento e ele não sofrerá sintomas de abstinência por isso.
Inclusive, por isso, muitos cientistas afirmam que a dependência é meramente psicológica e não envolve a necessidade dos componentes químicos da planta.
É possível ter overdose de maconha?
É possível ter uma overdose de maconha, como com qualquer outra droga, mas vale ressaltar que a overdose de maconha não significa a morte.
A overdose significa que você ultrapassou a dose mais indicada da cannabis, o que pode causar alguns efeitos colaterais indesejados.
Por isso, em caso de consumo exagerado da maconha, é possível ter uma “bad trip”. Isto é, uma sensação ruim em que você fica muito eufórico, a frequência cardíaca aumenta e há náuseas, tonturas e paranóias.
Porém, é praticamente impossível que a maconha leve alguém à morte, que é a dúvida mais comum das pessoas.
É necessário fumar 700 quilos de maconha em apenas 15 minutos para que a droga leve um adulto à morte. Isso é impossível para qualquer ser humano, o que torna a maconha uma droga mais segura do que outros ilícitos.
Em caso de usuários com histórico de problemas cardiovasculares na família, o uso de doses agudas da maconha pode desencadear algum infarto do miocárdio, mas isso é extremamente raro.
Portanto, não se preocupe, mesmo que você exagere as doses de maconha, terá apenas uma “trip” não tão agradável.
Mas, para evitar isso também, aconselhamos que você confira nosso artigo sobre como evitar uma bad trip de maconha e aproveite apenas a parte boa da planta.
Maconha e sexo combina?
Além dos benefícios medicinais e o uso adulto da planta, a maconha também pode melhorar as relações sexuais, seja apimentando o relacionamento ou ajudando no relaxamento do casal.
Como a erva alivia a tensão e relaxa os músculos, consumir moderadamente antes do ato é ideal para estimular a energia sexual e deixar os participantes mais à vontade.
Seus benefícios na relação sexual são:
- Reduz dores durante o sexo;
- Ocorre maior liberação de ocitocina (hormônio do prazer);
- Se usada como lubrificante, pode prolongar o orgasmo feminino até os 15 minutos;
- Ajuda a se libertar de tabus e timidez no sexo.
Porém, vale pontuar que essa droga não é afrodisíaca. Ou seja, ela não desperta o desejo, apenas relaxa, causa euforia e atua como desinibidor.
Isso significa que a planta deixa os sentidos mais aguçados, o que pode fazer um toque ou olhar parecerem mais intensos.
Por outro lado, se o usuário não estiver confortável com a situação e com seu companheiro, os sentimentos negativos também se intensificam.
Por isso, é ideal que haja consentimento, companheirismo e confiança caso queira misturar sexo e maconha.
Além disso, se utilizada com muita frequência, existe a possibilidade da maconha gerar uma infertilidade masculina, então use com moderação.
Símbolos da maconha
Na cultura canábica, existem diversos símbolos para identificar um apreciador de maconha, tanto artes visuais quanto escritas. Veja os dois principais!
Folha de maconha:
O símbolo mais comum, simples e fácil de identificar representa a própria folha da planta, sendo muito utilizado em tatuagens de maconha, como representado a seguir:
420:
O símbolo 420 pode ser expressado de diferentes formas, como 4h20, 4:20 ou IVXX (algarismos romanos). Veja:
Essa simbologia surgiu em 1971, quando estudantes do ensino médio da Califórnia encontraram um mapa à mão que indicava onde havia uma plantação de maconha na região.
Empolgados com a descoberta, decidiram fazer uma caça ao tesouro e marcaram o encontro às 4h20 da tarde.
Apesar de nunca encontrarem a tal plantação, o horário se tornou tradição para que se encontrassem e fumassem juntos.
Por isso, até hoje o 4h20 representa a hora de fumar um baseado.
Gostou desse artigo completo sobre maconha? Aproveite para deixar um comentário caso tenha ficado alguma dúvida que não abordamos.