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ToggleA relação entre o consumo da Cannabis e a prática esportiva já deixou de ser novidade há tempos. Principalmente as variedades ricas em Canabidiol (CBD), canabinoide com poderoso efeito anti-inflamatório, têm se tornado poderosas aliadas para atletas de alta performance de modalidades como as artes marciais mistas (MMA), o basquete, o beisebol e o futebol americano.
Tanto é que a USADA (Agência Anti-Doping dos Estados Unidos) decidiu recentemente que os lutadores do UFC, maior campeonato de MMA do país, não serão mais punidos caso testem positivo para THC. Trazendo para uma realidade mais próxima de nós, uma pergunta ainda gera muito debate: maconha e academia combinam?
Fato é que essa associação entre maconha e academia continua sendo bastante controversa. Por se tratar de uma substância ainda ilícita em muitos países, as pesquisas científicas sobre o assunto também são difusas e não apontam para uma só conclusão. Somente nos últimos anos, por exemplo, têm surgido estudos e artigos que comprovam os efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios do CBD, que podem ser benéficos no pós-treino.
Maconha e academia: os benefícios
Em defesa do potencial terapêutico da maconha, foi publicado em 2018 na revista “Outside”, pelo colunista Graham Averill, o artigo “Why athletes are ditching ibuprofen for CBD” (“Por que os atletas estão trocando o anti-inflamatótio ibuprofeno pelo CBD”). No texto, o autor relata experiências de vários ciclistas e triatletas com o uso do CBD no lugar do anti-inflamatório para o tratamento de dores musculares causadas por microtraumas provocados pelo exercício intenso.
Em 2019, também foi feita nos EUA uma pesquisa sobre maconha e academia, publicada na revista “Frontiers in Public Health”. O estudo ouviu mais de 600 homens e mulheres que usavam Cannabis, moradores de estados onde a erva é legalizada, como Colorado, Califórnia, Washington e Oregon. O resultado impactou os pesquisadores: quase 82% dos participantes afirmou fazer atividades físicas regulares e consumir maconha em horários próximos ao treino.
Cerca de 70% disseram que consumir Cannabis antes do treino os deixava mais motivados e mais de 80% defenderam que a erva ajudava na recuperação. No entanto, apenas 35% considerava que usar maconha apresentava qualquer melhora de rendimento.
Maconha e academia: os malefícios
Apesar de estudos como os citados, muitos marombeiros também relatam experiências negativas sobre fumar maconha e praticar musculação, como neste post do fórum do Growroom. Entre as queixas, está o dano à capacidade pulmonar gerado após anos de uso da Cannabis fumada. Isso tende a impactar diretamente a prática de exercícios aeróbicos. Sem contar que fumar maconha pode alterar sua frequência cardíaca, acelerando os batimentos. Ou seja, é claro: se você vai dar uma corrida no pique ou pedalar longas distâncias, não faz sentido fumar aquela beque colossal antes.
Quando o assunto é maconha e academia outra preocupação é quanto à liberação de hormônios como testosterona, estrogênio e o hormônio do crescimento. Pesquisas mostram que estes hormônios sofrem uma queda pequena quando fumamos maconha, mas que voltam ao normal após pouco tempo. Não há evidência científica de que o uso responsável da erva afete a performance e o ganho de massa muscular, mas o tema ainda gera desconfiança.
Frontalmente antagônico ao que muitos responderam na pesquisa feita nos Estados Unidos, vários marombeiros entusiastas da erva sentem justamente o oposto quando misturam maconha e academia: falta de foco, preguiça, desmotivação, moleza. Isso mostra que as percepções sobre o impacto essa relação no corpo e no treino de cada um são muito subjetivas.
Como lidar com os efeitos?
Quem fuma maconha conhece bem (ou deveria conhecer) seus efeitos colaterais. O melhor jeito de usar qualquer tipo de substância é com responsabilidade – e com a ganja não é diferente. Por isso, o Growroom incentiva sempre a redução de danos como um caminho para o consumo consciente da Cannabis, de forma a aproveitar suas propriedades minimizando prejuízos físicos, psicológicos e sociais.
Sendo assim, se você fumou e foi malhar é bom redobrar o cuidado com a hidratação, já que a tendência é ficar com a boca seca. Outro ponto é não levantar rapidamente quando estiver fazendo exercícios no chão, para evitar apagões repentinos. E é bom ficar de olho na larica! Se a fome já aumenta quando fumamos, imagina depois de fumar e malhar. Isso pode ser excelente para quem quer ganhar massa, mas desastroso para quem pretender perder peso. O melhor, então, é deixar por perto, depois do treino (e do baseado), somente opções saudáveis de alimentação.
Dicas para unir maconha e exercícios físicos
- Consuma uma maconha natural e realmente medicinal ao invés do tradicional prensado. Aprenda a plantar a própria Cannabis em casa para que a relação entre maconha e academia seja realmente saudável.
- Se possível, opte por strains de Cannabis Sativa que vão dar mais energia do que as Indicas.
- Tente não fumar em grande quantidade antes de praticar seu esporte ou fazer seus exercícios. Se possível vaporize.
- Conhecendo a genética de maconha que está consumindo, muitas vezes é possível saber a quantidade de CBD ou THC disponível. Entender isso pode ajudar a estabelecer um consumo pré e pós-treino adequado, inclusive reduzindo dores.