Abrindo o Maio Verde – que já não cabe um mês e invade o final de abril e metade de junho – a Marcha da Maconha São Paulo superou até as expectativas mais positivas! Segundo os organizadores, esperava-se ao redor de 10 mil pessoas, mas cerca de 15 mil fizeram da demonstração uma enorme festa que, por coincidência, não teve polícia nem violência – como entoou o coro, entre outros gritos de (contra) guerra.
Apesar de a polícia afirmar que apenar três mil tomaram as ruas, era claramente notável que o número era muito maior. Além dos que se concentraram no vão do MASP, onde rolou a distribuição de panfletos informativos e com orientações sobre segurança, oficina de cartazes e reuniões de diversos blocos grupos ativistas, muitos maconheiros (com muito orgulhooo, com muito amooor) se juntaram à multidão no decorrer do percurso. Dos prédios, a galera acenava em apoio e um maluco até jogou um baseado da varanda! Dando ritmo ao movimento, uma Kombi servira de palco para uma banda que mandou muito reggae!
Tendo como mote a canábis medicinal, a Marcha contou com pais, familiares e pacientes que se beneficiam ou pretendem se beneficiar das propriedades médicas da maconha. O tema anda mais em pauta do que nunca após o lançamento do documentário ILEGAL e os inúmeros casos de crianças privadas de tratamento por conta da proibição da canábis que vêm pipocando diariamente. Junto ao medicinal, grupos de cultivadores, feministas, religiosos e dos psicodélicos e outras substâncias, além de usuários recreativos de todas as tribos e idades deram múltiplas vozes sob a mesma bandeira: cultivar a liberdade para não colher a guerra.
De maneira absolutamente organizada e sem necessidade de presença policial – somente em carros no começo e final para fechar o trânsito -, a Marcha realizou o já tradicional percurso saindo do MASP, descendo a Augusta e seguindo pela Consolação. Um chapa-drone disfarçado de baseadão sobrevoou a galera durante boa parte da manifestação, logo sendo lançado numa viagem aos céus representando a liberdade – já sem a Go Pro, esperamos. Diferente de anos anteriores, o evento terminou na Praça Roosevelt, onde o som seguiu rolando até que a chuva dispersou a galera.