Os fãs da corrida NASCAR viram neste fim de semana um anúncio inusitado: antes do começo da prova, um telão gigante na entrada do circuito transmitiu um vídeo pró-legalização de 30 segundos. O espaço foi comprado pela Marijuana Policy Project, uma das maiores organizações que advoga por uma nova regulamentação.
A proposta do vídeo foi mostrar que a canábis é menos prejudicial que o álcool. Com o slogan “menos prejudicial que o álcool, e é hora de tratá-la assim”, o vídeo argumenta que a maconha não tem calorias (apesar de não terem considerado a larica), não causa ressaca e tampouco comportamento violento, um dos maiores malefícios da caninha.
A campanha foi pioneira ao anunciar tão publicamente em um evento de tamanho porte. Contudo, apesar o espaço haver sido comprado por US$2200 e o vídeo programado para ser exibido durante todo o fim de semana, o anúncio foi censurado. Assim que o operador de mesa se deu conta do conteúdo das imagens, ele ligou para a matriz de sua empresa avisando que tiraria o anúncio do ar. “A empresa que me contratou tem políticas contra isso e (só publica) conteúdo neutro”, afirmou Mike Tvert, presidente da companhia que alugou o espaço.
O porta-voz da Marijuana Policy Project, Mason Tvert, disse que “é bastante hipócrita a maneira como eles censuraram um anúncio destacando a relativa segurança da maconha em relação ao álcool quando eles recebem de braços abertos a enorme quantidade de consumo de álcool dentro do circuito”. Dois dos anunciantes do NASCAR Brickyard 400 deste ano são o Crown Royal Whisky e a Mittle Lite Beer, marcas de whisky e cerveja americanas.
A prova acontece no estado de Indiana, onde a legalização da canábis parece estar há anos-luz de acontecer. No ano passado, três senadores tentaram incluir projetos ou resoluções tentando alertar sobre o potencial da regulamentação da maconha, mas nenhum deles teve adesão.