SAO PAULO – A data não é muito vendável, popular, então é capaz que você nem leia nada à respeito nos ‘grandes’ meio de comunicação, como os portais mais acessados e os principais jornais impressos. Mas hoje, dia 26 de junho, é o Dia Internacional da Luta contra o Uso Indevido e o Tráfico de Drogas. Um dia que deveria ser lembrado a todo momento, no metrô, nos ônibus, nas ruas, nas periferias e nos bairros nobres das cidades grandes.
Por conta disso, a ‘Coalición Latinoamericana de Activistas Cannábicos’, mais conhecida como CLAC, fez um comunicado continental nesta terça-feira com uma declaração em apoio ao processo pelo qual o Uruguai está passando, após o presidente Pepe Mujica anunciar medidas para conter a violência, e que tem tudo a ver com o cultivo e o consumo de canábis.
Segue o comunicado para que todos os irmãos ativistas conheçam melhor as causas, os efeitos e, sobretudo, as necessidades para que atitudes louváveis como a do governo uruguaio surta o efeito esperado e não seja utilizado apenas como ferramenta política na AL.
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“26 de junho de 2012
A Coalizão Latino-Americana dos Ativistas da Canábis (CLAC) saúda a iniciativa do Uruguai de colocar a maconha como um fator positivo de mudança, diante de um problema de saúde pública e de segurança.
A CLAC apoia o regular acesso à maconha, separando-a do mercado ilegal da pasta base de cocaína e seus derivados, como uma medida de grande importância para reduzir os problemas associados ao narcotráfico e ao consumo de drogas.
Concordamos plenamente quando colocam a maconha de forma separada aos outros negócios ligados ao crime, assim reduzindo o número de novos usuários de pasta base de cocaína, permitindo combater melhor as redes criminosas que comercializam a cacaína e seus derivados.
Para o CLAC, a legislação deve assegurar:
– que o Estado retome o controle do acesso à canábis, para benefício das saúde e da segurança pública, e tire das mãos dos traficantes que aproveitam os canais ilegais para obterem lucro;
– interromper um fluxo significativo de dinheiro que financia o tráfico de drogas;
– que se evite abrir o mercado simplesmente com a finalidade de se obter o lucro financeiro;
– o reconhecimento aos cultivados de maconha para o uso pessoal, respeitando seus direitos como cidadãos e permitindo a criação de coletivos de plantio;
A CLAC reconhece que as organizações ativistas podem, e tem a responsabilidade e conhecimento, para contribuir de forma produtiva para amenizar os problemas comuns na sociedade. Além disso, argumentamos que a experiência com produtores e usuários de maconha devam ser levadas em contas para atingirmos um só objetivo.
Rejeitamos conversas sobre venda, monopólio ou negócios relacionados à maconha. A maconha não tem de fazer parte de um mercado. Sustentamos ainda que é viável e possível o abastecimento dos usuários por meio dos modelos já existentes de clubes sociais da canábis para evitar a criação de mercados paralelos, sendo esse modelo completamente fiscalizado pelo Estado.
Por fim, a CLAC encoraja as autoridades do Uruguai a considerar o auto-cultivo de canábis e suas mais distintas modalidades para garantir a segurança e a implantação dessas novas políticas públicas, envolvendo membros da sociedade civil que há anos militam sobre o assunto.
Coalición Latinoamericana de Activistas Cannábicos – CLAC“