Para os que lutam pela legalização da maconha para uso recreativo, Obama dará, em breve, um segundo passo na direção da liberação do consumo lúdico.
O primeiro passo, afirmam os analistas norte-americanos, foi a ordem expressa para acabar com a perseguição determinada na era W.Bush, com relação aos que fazem uso terapêutico da marijuana. Com isso, Obama enquadrou, de fato, a cannabis terapêutica na 21ª.emenda, sobre liberdade para consumo de bebidas alcoólicas.
Bush, –como se sabe e foi destacado várias vezes neste blog Sem Fronteiras de Terra Magazine–, bateu às portas da Corte Suprema para obter uma declaração de inconstitucionalidade de leis estaduais que autorizavam o consumo da maconha para fim terapêutico, mediante prescrição médica. A competência para o tema drogas seria da União, sustentou Bush, junto à Corte Suprema.
Em outras palavras, Bush incomodou até os portadores de males incuráveis e de dores insuportáveis, como, por exemplo, a usuária que tinha câncer no cérebro e só conseguia inibição da dor ao fumar maconha.
Como vários estados federados, a começar pela Califórnia, fingiram que a decisão da Corte, favorável à tese de Bush, era genérica, não se incomodaram. Em síntese, W. Bush ganhou, mas não levou.
A propósito, a Corte só disse apenas da competência para legislar. Ou seja, não nominou estados e não cassou leis. Enfurecido com o entendimento de que o julgado não servia para um estado não mencionado pela Corte Suprema, W.Bush soltou a policia federal (FBI) para prender os usuários. Alguns idosos doentes, na Califórnia, exibiram a carteira plástica de autorizados a usar maconha, mas nada adiantou. Então, deixaram as praças e passaram a fumar maconha em casa.
Obama, com a sua ordem para deixar em paz os que usam maconha com objetivo terapêutico, acabou, também, por chancelar leis de 13 estados-federados, que permitem tal emprego.
O otimismo é grande por parte dos adeptos da liberação. E não vem o otimismo apenas da velha geração. Aquela dos tempos de Woodstock ou dos Beatles. Animadíssimo com a iminente legalização está o fundador do National Organization to Reform Marijuana Laws (NORML), que, há 30 anos, luta pela liberação das drogas leves.
Até o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, não quis deixar passar a oportunidade, diante das permanentes manifestações populares. Ele lembrou der dito, na campanha de 2001, que havia fumado maconhado e sentido muito prazer. A última grande manifestação acabou de ocorrer em Boston e reuniu mais de 100 mil pessoas, presumidamente usuários lúdicos.
Outro contente com o andar da carruagem é o magnata George Soros, de origem húngara como o presidente francês Sarkozy. Além de doações para organizações não governamentais, Soros, em sete cidades americanas, mantém escritórios para informações e promoção de campanhas liberalizantes da cannabis. Nesses escritórios trabalham 45 pessoas.
Pano Rápido. A revista Fortune, que acaba de chegar nas bancas americanas, reproduz os mais de 40 anos de debates sobre a legalização das drogas. E o oportunista Fernando Henrique Cardoso, que no seu governo não quis nem transformar o porte de droga em infração administrativa e não mais criminal, já levanta a bandeira do pioneirismo. Na verdade, trata-se de adesista de última hora.
O THC (tetra-hidro-cannabionol) é o princípio ativo da maconha, já consumido por Clinton e Al Gore, como lembrar sempre cartazes carregados em passeatas nos EUA. Com a legalização, será estabelecido o porcentual a caracterizar a maconha como droga como leve.
Conforme comentário irônico recebido pelos operadores deste blog Sem Fronteiras, no Brasil, fomos cientificados que o princípio ativo da maconha vai mudar de nome. Não mais será THC, mas FHC, de fernando hidro-cannabinol.
A respeito, alerto que se deve dar preferência ao original (THC), sob risco de enjôos e efeito colateral, caracterizadps por impulsos de adesões a teses privatizantes e permanentes obsessões pelo estado-mínimo. Melhor explicando: um efeito que já experimentamos.
Para fechar: apóiam a legalização da maconha Brad Pitt e Quentin Tarantino. E eles entraram nessa luta cinco anos antes de FHC.
por Wálter Fanganiello Maierovitch