Rede formada por cultivadores caseiros ajuda, solidariamente, a fornecer extratos ricos em CBD para mães de crianças epiléticas e usuários medicinais no Rio de Janeiro
A turma da revista O Globo parece realmente entender a importância do cultivo caseiro para o debate sobre a regulamentação da maconha no Brasil. Em 2010, o suplemento dominical incorreu sobre o universo dos plantadores domésticos da erva, que fazem de seus armários, banheiros e quintais, uma saída para o contato com o narcotráfico. A reportagem mostrava os riscos e benefícios pelos quais passavam anônimos cultivadores brasileiros. Nesse domingo, 12, o cultivo voltou a ser assunto da matéria de capa da revista, dessa vez sob outro aspecto – o da maconha medicinal, atualmente em alta no país.
A matéria mostra uma rede de cultivadores, entre advogados, cientistas e médicos, que plantam genéticas ricas em canabidiol (CBD) e produzem extrato, gratuitamente, para mães de crianças epiléticas e outros usuários medicinais no Rio de Janeiro. Anônimos, os membros do grupo se dizem cientes dos riscos, mas também dispostos a corrê-los para ajudar a salvar vidas. A matéria escuta também as mães e o advogado Emílio Figueiredo, consultor jurídico do Growrooom, cujo fórum é citado pelos cultivadores como fonte de informação.
Os integrantes da rede falam também sobre o filme “Ilegal”, do jornalista Tarso Araújo, que fez explodir a questão da maconha medicinal no Brasil. Com as experiências mostradas nos curtas, que deram cria ao longa-metragem, mães de crianças com epilepsia procuraram os cultivadores, que se organizaram para poder auxiliá-las. “Do meu ponto de vista, todo usuário é um usuário medicinal. Fumo como alguém que usa calmante, como alguém que faz acupuntura”, diz um dos membros, que está concluindo sua tese de mestrado.